MATÉRIA UM DIVISOR DE ÁGUAS FLÁVIO SANNA, COM DEZ ANOS DE EXPERIÊNCIA EM ORGANIZAÇÃO DE EVEN- TOS VOLTADOS A ARQUITETURA NO INTERIOR DE SÃO PAULO, REFLETE SOBRE A IMPORTÂNCIA DA IGUASSU DECOR Nesse turbilhão de incertezas políticas e econômicas pela qual o Brasil passou no último ano, uma questão pontual arrebata quem é empreendedor: “não é agora, a hora de parar”. Quem fala isso é Flávio Sanna, que na última década, foi presidente da Casa Cor do Interior de São Paulo, evento que está entre os mais prestigiados do país no quesito de Arquitetura, Paisagismo e <strong>Decor</strong>ação. Sanna percebe que nesses esses últimos dez anos muita coisa mudou, se reinventou e evoluiu, principalmente no que diz respeito aos próprios profissionais do setor. “Para termos uma ideia geral, há dez anos começávamos a ter televisores de plasma, caindo em desuso os televisores de tubo. Hoje vemos imagens praticamente em películas. Esse é um exemplo simples de como as coisas mudaram num período de tempo relativamente curto”, argumentou ele. “Mais do que materiais, o que mudou foram conceitos dos profissionais de <strong>Decor</strong>ação e dos arquitetos. Hoje há uma gama enorme de produtos para se trabalhar, de diversas formas e cores, o que possibilita criar muito mais”, frisou. Dentro daquilo que Sanna julga importante, o fato de consciência ecológica é o que ele avalia ser determinante. “O ‘ecologicamente correto’ é o conceito atual de Arquitetura e da <strong>Decor</strong>ação. O fato de se conseguir criar ambientes integrados à natureza faz sobressair os novos profissionais, e é isso que os clientes têm buscado. Percebemos que, quem trabalha com produtos que respeitam o meio ambiente, como energia solar, ou mesmo uma qualidade de material que não afete o ecossistema, é quem consegue firmar seu nome nesse mercado”. RUPTURA - Organizador de inúmeros eventos de decoração no interior e no litoral paulista, Flávio Sanna diz que essa ‘fuga’ dos grandes centros para cidades menores resgata o brilho de arquitetos e profissionais decoradores desses lugares. “Há muita gente brilhante trabalhando no interior. Percebemos que cada região do país tem uma característica peculiar, e que todos têm seu espaço. O potencial de cidades fora das capitais é imenso, e os eventos devem explorar e mostrar isso para o público”, ressalta. Sobre a <strong>Iguassu</strong> <strong>Decor</strong>, Sanna foi enfático ao falar da importância desse evento. “Será um divisor de águas, sem dúvida. Essa mostra será a ruptura entre o que não existia e as novas possibilidades. Tríplice Fronteira precisava de um evento desse porte, para mostrar tudo o que a cidade de Foz do Iguaçu e região podem oferecer a quem busca esses serviços”, comentou. HORA DE AGIR - A “marolinha” virou “tsunami”, e uma onda arrebatadora de incertezas balançou os barcos de quem velejava pelos mares da economia brasileira. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), a construção civil brasileira acumulou o fechamento de 465 mil postos de trabalho em 12 meses. Somente no primeiro semestre de 2016, diz a pesquisa, o setor acumulou a perda de 139,1 mil vagas, sendo 33 mil em junho (-1,18%). O ramo emprega atualmente 2,76 milhões de trabalhadores. “Considero que o ano de 2016 foi o ano perdido para a construção, e que essa nuvem negra se estenda até o primeiro trimestre de 2017”, prevê Sanna. Contudo, ele enaltece o fato de que não é a hora de parar, e só voltará a navegar em mares tranquilos quem estiver com seu barco em ordem. “Esse mar de incertezas nos ensinou uma coisa bastante importante: atender o bolso do cliente. Passou-se a criar projetos mais condizentes com a realidade de cada um. Houve sim uma redução de custos, mas sem perda de qualidade. Isso enxuga o setor, e o coloca de pé para continuar seguindo em frente”. Para ratificar a fala de Sanna, o Índice de Confiança da Construção (ICST) do Brasil, com dados da Fundação Getúlio Vargas, mostra que a partir da metade de 2016 houve forte melhora das expectativas, alcançando o maior nível em quase um ano. O ICST avançou 2,7 pontos na comparação com o mês anterior e atingiu 70,7 pontos, melhor leitura desde agosto de 2015, quando chegou a 72,4 pontos. Atrelado a essa boa notícia, a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) mostrou que o setor começou a reagir a partir de junho, quando as vendas de material de construção cresceram 5% em junho na comparação com maio. “Essa crise passará. Por isso, eventos como a <strong>Iguassu</strong> <strong>Decor</strong> se mostram importantes, principalmente por provar que o setor não estagnou, e que os profissionais estão se reinventando, sempre”, finalizou. 40 | IGUASSU DECOR
“VILA A”