Revista Bola Furada

Que música que costuma escutar?
Ou depende do resultado
do jogo do Londrina?
Sou um cara eclético para
música. Escuto de tudo, menos
sertanejo. Detesto sertanejo.
A letra só tem música
de corno. Para quem ouviu
Caetano Veloso e Gilberto
Gil, escutar sertanejo hoje é
terrível.
Qual a sua atitude quando
descobre que o jogador foi
para balada?
O jogador sair e ir para uma
balada não é nada demais.
Eu já fiz isso. Mas ele precisa
ter um comportamento
de atleta, isso sim. Não
pode beber na frente de todo
mundo. Eu falo para eles, se
quiser beber, se tranca no
quarto e enche a cara, se o
problema é bebida. Não vejo
nada demais nisso, estando
fora do horário de serviço.
O Londrina tem um histórico
recente de contratação
de jogadores chamados de
problema ou fora do peso.
O que acontece?
O Londrina tem uma verba e
temos que adequar ao nosso
tamanho. Jamais conseguiríamos
trazer um França,
por exemplo, no auge da
carreira dele. O Keirrison é a
mesma coisa. Nosso trabalho
é esse, buscar o jogador
que está precisando mostrar
o seu trabalho.
Tivemos neste ano o caso
do volante França, do atacante
Marco Damasceno e
do meia Igor Miranda, que
foram para a balada e gerou
polêmica. O Damasceno
foi dispensado por isso e o
França não. Por quê?
Primeiro vou falar porque
jogador não pode ir para a
balada. O jogador é uma pessoa
normal e fora do trabalho
pode ir aonde ele quiser. Mas,
o que ele não pode, é exceder.
E o França foi, como foi
o Damasceno, o Igor, o Alan
(segundo goleiro) e outros
jogadores nossos na boate. O
‘‘
O mais
importante é
o relacionamento
que
temos no
futebol
Damasceno, além de ter saído,
teve problemas de peso
e não estava produzindo, por
isso dispensamos ele. Já o
França aposto muito nele.
No Iraty tinha muito jogador
que ia para a balada?
No Iraty o cara pulava o muro.
Colocamos caco de vidro no
muro para evitar, mas o jogador
colocava cobertor no caco
para pular. No CT da SM
Sports já fiz muita coisa para
ninguém sair. Já cheguei até
a fechar o alojamento.
Teve algumas polêmicas
na sua carreira envolvendo
o seu nome e do técnico
Vanderlei Luxeburgo, entre
2006 e 2007, em relação a
contratação de jogadores
do Iraty pelo Santos. O que
aconteceu na época?
Só tinha 11 jogadores do Iraty
no Santos, nada demais
(risos). Se você tá no meio do
futebol, você faz amizade com
pessoas do meio do futebol.
Se eu fosse um banqueiro,
faria com pessoas ligadas ao
mercado financeiro. Isso é normal no futebol,
vou indicar jogadores para amigos meus.
E por falar em Luxemburgo, a amizade de
vocês anda estremecida...
Um pouco. Isso é coisa de amigos mesmo.
Daqui a pouco nos acertamos.
Você sonha ter o Luxemburgo comandando
um time seu?
Acho que já passou o tempo dele. Hoje temos
o Cláudio Tencati, que é um dos melhores
torcedores do mundo.
O Tencati não vai ficar no Londrina para
sempre. Caso ele saia hoje, você já tem
um nome para assumir o time?
Não. Por enquanto não passou isso na
minha cabeça, até porque o Tencati tem
um compromisso verbal comigo. Não temos
nada por escrito e nunca tivemos. O
mais importante é o relacionamento que
temos no futebol. Tenho certeza da índole
dele. Falei para ele que está garantido no
Londrina e ele a mesma coisa conosco.
Você também é conhecido por dar duras
broncas nos jogadores no vestiário após
resultados ruins. Ainda tem ido muito no
vestiário?
Não, tenho parado um pouco. Tenho ido
dar mais bronca no CT agora.
Malucelli, você já teve um bingo, nos fale
mais sobre como era quando você tinha o
bingo
Foi há 30 anos. Tive o primeiro bingo de Curitiba.
Um amigo meu me convidou, porque
na época para abrir um bingo tinha que estar
associado a um time de futebol. Então, vinculamos
ao Iraty e acabei ficando de sócio.
E foi bom?
Melhor que vender droga (risos).
É melhor ter bingo ou time de futebol?
Olha, bingo é mais fácil para ganhar dinheiro.
Futebol você investe muito, trabalha
muito e nem sempre dá certo.
De 0 a 10, qual a possibilidade de Celsinho
voltar ao Londrina?
Ele pode voltar ano que vem. O contrato
dele de empréstimo (com o Paysandu) vai
até dezembro desse ano e em janeiro ele
terá que se apresentar para ser reintegrado
ao grupo.
É um jogador que ainda interessa ao LEC?
Hoje pode ser que não, mas amanhã pode
mudar. O Celsinho é um grande jogador.
O único problema é que ele faz mal para
ele mesmo. Dentro de campo joga muito.
Quando quer.
O Londrina aderiu ao Programa de Modernização
da Gestão e de Responsabilidade
Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut)
e está com o nome limpo. O que o time
ganha com isso?
Já começa que você pode buscar um patrocínio
na Caixa Econômica Federal, o que
não conseguíamos. E existe a possibilidade
de fecharmos com eles no ano que vem.
Você tem um estilo paizão com os jogadores?
Sim. E é por conta da convivência. Você
acaba passando muito tempo com eles e faz
amizade.
Qual avaliação você faz da Federação Paranaense?
Confio no trabalha que o Hélio Cury (presidente
da FPF) vem fazendo. Ele pegou
a Federação com muitas dificuldades. O
Campeonato Paranaense só não está em
Malucelli e
Celsinho
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