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Mundo dos SuperHerois

redesign da revista Mundo dos SuperHerois

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Heróis<br />

1


Heróis<br />

“<br />

Brigas e<br />

Amizades<br />

Peneira Pop<br />

um rapa no que rola de mais super.<br />

Os melhores<br />

das HQs<br />

Heróis<br />

Revista <strong>Mundo</strong> elege os destaques de 2007<br />

um ótimo ano para os leitores de gibis<br />

Nem sagas mirabolantes, nem<br />

dramas psicológicos, nem<br />

mortes provisórias...<br />

O melhor <strong>dos</strong> quadrinhos de<br />

super-heróis é sempre a pancadaria.<br />

Quanto mais, melhor. Em especial<br />

quando os combatentes são<br />

defensores da justiça. A idéia é<br />

fascinante e bem antiga. Dois<br />

superseres voltam-se um contra<br />

o outro e combatem ferozmente,<br />

destruindo carros e prédios sob os<br />

olhares incrédulos da população. Por<br />

esse motivo, “ brigas” são o tema<br />

desse <strong>dos</strong>siê.<br />

Dos nove combates que<br />

citamos, considero o do Superman<br />

versus Capitão Marvel o mais<br />

espantoso. Não me canso de ler<br />

aquela seqüencia final no Reino do<br />

Amanhã, com a morte do Capítão<br />

Marvel. É uma obra de arte que mostra<br />

bem por que Alex Ross é imbatível.<br />

O Capitão e o Super também<br />

estão ótimos em um episódio da Liga<br />

da Justiça Sem Limites. A cena de luta<br />

tem um grau de violência e uma força<br />

criativa que poucas vezes vi<br />

na TV. Se bem que os desenhos<br />

anima<strong>dos</strong> de super-heróis já não são<br />

apenas para crianças...<br />

Chega de brigas. Vamos<br />

falar de amizade. Desde sua primeira<br />

edição, a <strong>Mundo</strong> <strong>dos</strong> Super-Heróis<br />

tem servido de motivo para a reunião<br />

de diversos amigos meus. Graças à<br />

revista, voltei a ter contato quase diário<br />

com grandes companheiros da época<br />

do colégio, lá do começo <strong>dos</strong> anos<br />

90, quando tínhamos nosso fanzine<br />

Ovo (um dia desses, ainda edito uma<br />

coletânea desses trabalhos!). Celso<br />

Marcelo Kodama (o CMK) e Fransérgio<br />

Rodrigues são dessas época, assim<br />

como o Társis Salvatore (por trás<br />

desse nome afrescalhado, ele se<br />

chama Tarcíso Salvatore) e, agora, o<br />

Joel Lobo, o capista dessa edição. Fora<br />

os amigos <strong>dos</strong> amigos, como o Morelli,<br />

Claudio, Alexandre e Toni, to<strong>dos</strong><br />

apresenta<strong>dos</strong>pelo Fransérgio.<br />

Mas não pense que a revista é uma<br />

“panelinha fechada”. Muitos <strong>dos</strong><br />

nossos colaboradores são pessoas<br />

que conheceram a revista em bancas,<br />

entraram em contato e, naturalmente,<br />

viraram membros. O Maurício Muniz<br />

e o José Salles são dois desses. Há<br />

ainda os frequentadores assíduos<br />

de nossa comunidade não-oficial<br />

no Orkut, organizada pelo leitor<br />

Ricardo Quartim. Aliás, o pessoal do<br />

Orkut participa ativamente e alguns<br />

integrantes hoje são figurinhas no<br />

quadro Nossa Super Equipe, como o<br />

Jota Silvestre, o vvEder e o Antônio<br />

Luiz. De lá, também surge boa parte<br />

das nossas pautas (Vocês pediram<br />

Conan? Olha o cimério aí).<br />

Em 2008, o plano é manter<br />

esse contato e deixar o <strong>Mundo</strong> ainda<br />

mais informativo e divertida. Conto<br />

com sua participação, amigo.<br />

Manoel de Souza<br />

Manoel.souza@europanet.com.br<br />

Uma palavra resume bem o ano eu passou: diversidade.<br />

Mesmo sem números oficiais, nunca se viu tantos<br />

estilos diferentes de quadrinhos não só em bancas<br />

como em livrarias, território que cada vez mais abre espaço<br />

para as HQs. Em meio a tantos materiais, a redação da <strong>Mundo</strong><br />

<strong>dos</strong> Super-Heróis se juntou a um grupo de especialistas para<br />

eleger quem se destacou no período.<br />

Em 2007, algumas editoras apostaram em<br />

encadernações de luxo com histórias clássicas (como<br />

a Biblioteca Histórica Marvel e Crônicas DC da Panini) e<br />

outras reviveram personagens há muito esqueci<strong>dos</strong>, de<br />

Transformers (On line) a Luluzinha (Devir).<br />

A Panini investiu boa parte do ano nas megassagas<br />

da Marvel e da DC.<br />

Muita gente comentou a Crise<br />

Infinita e 52, mas poucos entenderam seus complexos<br />

enre<strong>dos</strong>. A Marvel se deu melhor com sua Guerra Civil,<br />

trama bem mais acessível. Aliás, a Marvel investiu forte em<br />

polêmicas durante 2007. A morte do Capitão América ganhou<br />

destaque até em noticiários da TV e ajudou a esgotar a venda<br />

da revista nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>.<br />

O ano também foi marcado pelo fortalecimento de<br />

editoras como a Pixel Mythos, HQ Maniacs e Devir, o que<br />

garantiu a distribuição de títulos como Planetary, Conan e<br />

Invencível, numa concorrência que só fortalece o mercado.<br />

Infelizmente, ainda é raro encontrar nas bancas<br />

quadrinhos nacionais que não fujam da linha infantil. O<br />

principal veículo <strong>dos</strong> artista iniciantes continuou sendo os<br />

fanzines e 2007 foi repleto de publicações com alto grau de<br />

profissionalismo. Do outro lado, os desenhista brasileiros<br />

que trabalham para o exterior vivem seu melhor momento,<br />

com a aclamação de Ivan Reis pela crítica americana pelo<br />

seu trabalho na série da DC Sinestro Corps War.<br />

Filmes como Homem-Aranha 3, Quarteto<br />

Fantástico e o Surfista Prateado, Motoqueiro Fantasma e<br />

300 de Esparta despertaram a curiosidade do púwblico<br />

não-iniciado pelos quadrinhos. O seriado Heroes, com<br />

nítidas referências às HQs, se tornou campeão de audiência<br />

no mundo todo. Até o Brasil entrou na moda, com a novela da<br />

Record Caminhos do Coração e seus personagens mutantes.<br />

Na próxima edição será publicada a lista com os melhores<br />

segundo nossos leitores.<br />

Para votar, acesse<br />

www.europanet.com.br/superheroi.<br />

2<br />

3


News<br />

Crossovers<br />

Nacionais<br />

O<br />

quadrinhista Samicler Gonçalves, criador do super-herói brasileiro Cometa,<br />

anunciou seu novo projeto de uma revista que reunirá diversos<br />

personagens nacionais. Os crossovers ocorrerão a casa três meses numa<br />

publicação de 28 páginas coloridas e em formato americano.<br />

“O objetivo da revista é abrir espaço para novos autores", explica Samicler,<br />

que prevê para março o lançamento da edição zero da revista. Serão três<br />

histórias de oito páginas cada, com os heróis Cabala, Rude, Penitente, Caveira e<br />

Tribo.<br />

Interessa<strong>dos</strong> em participar do projeto podem contatar<br />

Samicler Gonçalves pelo site : www.sgarte.com.br<br />

A NOVA REVISTA<br />

JÁ TEM CAPA E<br />

DATA DE ESTRÉIA:<br />

MARÇO DE 2008<br />

Você não pode ficar de<br />

fora! Acompanhe as<br />

próximas edições da<br />

Super para ficar por<br />

dentro de tudo!<br />

“<br />

Era uma questão de tempo.<br />

Há alguns anos, a DC<br />

comprou os direitos de<br />

Chloe Sullivan, personagem<br />

do seriado Smallville. Agora,<br />

finalmente veio o anúncio da<br />

estréia da personagem nos<br />

quadrinhos, mais precisamos<br />

em Superman 674, edição de<br />

março, com argumento de Kurt<br />

Busiek e arte do brasileiro Renato<br />

Guedes, que fez sua estréia como<br />

desenhista regular do título em<br />

janeiro. A Chloe das HQs será uma<br />

prima mais jovem de Lois Lane,<br />

sem relações com o passado de<br />

Superman e sem conhecer sua<br />

identidade secreta, como no<br />

seriado. Para finalizar a adaptação,<br />

foi necessário conseguir uma<br />

autorização, foi necessário<br />

conseguir uma autorização da<br />

atriz que interpreta a personagem,<br />

Allison Mack.<br />

Para os mau-humora<strong>dos</strong><br />

que possam reclamar sobre a<br />

inclusão da personagem nas<br />

revistas, é bom lembrar que<br />

vários elementos importantes do<br />

universo do Homem de Aço foram<br />

cria<strong>dos</strong> em outras mídias, como o<br />

editor Perry White, Jimmy Olsen e<br />

até a Kryptonia, to<strong>dos</strong> vin<strong>dos</strong> da<br />

série de rádio do herói, na década<br />

de 40.<br />

Recebemos<br />

Revistas, fanzines e afins.<br />

APixel Media lança no Brasil o inusitado encontro<br />

entre o Batman e Planetary, grupo da editora<br />

Wildstorm que ajudou a consolidar a carreira do<br />

roteirista Warren Ellis e do desenhista John Cassaday. Na<br />

trama, os membros do Planetary viajam até a Gotham<br />

City para investigar uma série de estranhos assassinatos.<br />

Ao encurralar o respons ável pelas mortes, uma passagem<br />

dimensional faz com que a equipe viaje por diversas<br />

Gothans. No caminho do grupo, surgem diferentes<br />

versões de um homem fantasiado de morcego, disposto<br />

a tudo para prender o assassino. A edição especial<br />

presta uma homenagem à mitologia do Batman e suas<br />

encarnações através <strong>dos</strong> tempos.<br />

Defensores do Amazonas<br />

Direto de Manau, no Amazonas, recebemos as<br />

quatro primeiras edições da ultra L.I.N.S, revista<br />

bimestral que narra as histórias de Gabriel,<br />

Vitória, Mayara e Zec, quatro jovens presentea<strong>dos</strong> com<br />

jóias especiais que lhes dão superpoderes. A partir daí,<br />

se transformam nos Ultra L.I.N.S, equipe que protege<br />

a região de ameaças como robôs gigantes, cientistas<br />

loucos e criaturas místicas.<br />

O projeto, voltado para o público adolescente,<br />

é uma parceria <strong>dos</strong> autores com o Centro Universitário<br />

Nilton Lins, uma universidade local. Daí o fato de as<br />

tramas se passarem na faculdade. A série está prestes<br />

a chegar ao quinto número e é uma boa surpresa na<br />

produção de quadrinhos no Norte do Brasil. Além de<br />

retratar o Amazonas pelos olhos de seus moradores, os<br />

autores conseguem encaixar na trama tanto a floresta e<br />

os índios quanto a moderna cidade de Manaus.<br />

Ultra L.I.N.S<br />

News<br />

O Planetary se encontra com o Cavaleiro das<br />

Trevas de Frank Miller, o Batman da Era de Ouro de Bob<br />

Kane e até mesmo o Batman.<br />

aquele com Adam West) do se<br />

riado de TV. A edição da Pixel, em tamanho especial, destaca<br />

a incrível arte de Cassaday e as cores de David Baron. Um<br />

lançamento impecável e, com certeza um <strong>dos</strong> melhores de<br />

2007.<br />

Planetary Batman:<br />

Noite na Terra<br />

De Warren Ellis (roteiro) e John Cassaday<br />

(desenhos) Pixel Media<br />

Capa e miolo colori<strong>dos</strong> Formato:<br />

20 x 29cm > 52 páginas<br />

Preço de capas: R$ 11,90<br />

www.pixelqadrinhos.com.br<br />

De Rogério Romahs (roteiro), Israel Gusmão<br />

(desenhos) e Heli Mascarenhas (cores) Editora<br />

Nilton Lins<br />

Capa e miolo colori<strong>dos</strong><br />

Formatos: 19 x 26 cm<br />

28 páginas<br />

Preço de capa: R$ 4,00<br />

igusmao@niltonlins.br<br />

4 5


Heróis<br />

Na divertida história O Dinossauro do<br />

Amazonas, é apresentada a estréia do<br />

heróico dentetive Salvador Valente que, ao<br />

lado de sua secretária Guilda Lee, viaja até a<br />

floresta amazônica para investigar estranhas<br />

aparições de um dinossauro que estaria causando<br />

pânico e destruição na região. O estilo<br />

cartum do desenho e o clima das antigas<br />

matinês de aventura dominam a trama, que<br />

também foi lançada no formato de radionovela<br />

disponível na internet O formato HQ, ao<br />

contrário da radionovela, tem limitações de<br />

espaço, o que parece ter prejudicado a arte, divindade em muitos quadros.<br />

Mas os desenhos reduzi<strong>dos</strong> não atrapalham a edição, que cumpre<br />

seu papel. Um trabalho interessante.<br />

O dinossauro do Amazonas<br />

De Plinio Filho (roterio) e Antonio Eder (desenhos)<br />

Capa colorida e miolo pb<br />

Formato: 17 x 25 cm > 36 páginas<br />

Preço de capa: R$ 3<br />

www.dinossaurodoamazonas.com.br<br />

fanzine Tempestade Cerebral tem um<br />

O apelo interessante, que começa pelo<br />

nome e pelas cores da capa. Mas o conteúdo<br />

de suas três HQs – todas incompletas e com<br />

aquela irritante mensagem “ Continua no próximo<br />

número “ – fica a desejar. Histórias e personagens<br />

são totalmente calca<strong>dos</strong> na linha Marvel<br />

e, infelizmente, pecam pelo excesso de clichês,<br />

diálogos pouco inspira<strong>dos</strong> e diagramação pobre<br />

das páginas. A imagem do cérebro como logomarca<br />

da revista é outro item dispensável.<br />

Salvam-se na publicação o bom acabamento<br />

gráfico e os desenhos da dupla Alessandro<br />

Tempestade Cerebral 1<br />

De vários artistas > Mir Desiner<br />

Comics Capa colorida e miolo pb<br />

Formato: 15 x 21 cm 32 páginas<br />

Preço de capa: R$ 3,50 multipowers@ig.com.br<br />

Scringnolli e Omar Vinole para a HQ Crazy Mary. Uma apresentação mais detalhada<br />

da heróina cairia bem.<br />

Nasce<br />

um<br />

bárbaro<br />

Cr iação<br />

do maranhense<br />

Gil<br />

Mendes as HQs de<br />

Lorde Kramus são<br />

repletas de combates sangrentos, feiticeiros<br />

e monstros, elementos que chamam<br />

muito a atenção <strong>dos</strong> leitores do gênero.<br />

Mas o passado do bárbaro continuava misterioso.<br />

Em uma iniciativa ousada do autor,<br />

o lançamento da revista Lorde Kramus<br />

pretende contar sua origem, enquanto seu<br />

fanzine continua a publicar histórias no presente.<br />

O mundo de Kramus mostra a Terra<br />

milhões de anos antes do surgimento do<br />

homem, habilitada por diversas raças, cada<br />

qual com sua cultura e reinos estabeleci<strong>dos</strong>,<br />

to<strong>dos</strong> em constante guerras. Os destaques<br />

da revista vão para o roteiro detalhista<br />

de Mendes e a incrível arte do baiano<br />

Hélcio Rogério, um seguidor <strong>dos</strong> mestres<br />

John Buscema e do brasileiro Mozart Couto.<br />

Lorde Kramus 1<br />

De Gil Mendes (roteiro) e Hélcio Rogério<br />

(desenhos)<br />

Capa colorida e miolo pb<br />

Formato: 17 x 26 cm > 20 páginas<br />

Preço de capa: R$ 4,90<br />

http://fotolog.terra.com.br/lordekramus<br />

HORA DOS<br />

MORTOS VIVOS<br />

Se revistas com zumbis estão na moda, Zombie<br />

World, lançado pela editora Dark Horse em<br />

1997, foi um título visionário. A história é o<br />

curioso encontro <strong>dos</strong> roteiros sombrios de Mike Mignola<br />

(Hellboy) com o traço luminoso de Pat McEown, que se<br />

inspirou em artistas como Hergé, o criador do Tintin.<br />

Na trama, um sacerdote desperta de seu sono de 42<br />

mil anos para criar um exército de zumbis e entregar o<br />

planeta a antigos deuses-vermes. Para impedir seus<br />

planos, está o Major Damson e sua equipe, especializada<br />

no sobrenatural. As referências ao escritor H.P Lovecraft<br />

farão a alegria <strong>dos</strong> fãs do gênero.<br />

Resgate Historico<br />

Com o segundo número de<br />

Personagens <strong>dos</strong> Gibis,<br />

o editor José Salles lança<br />

mais um trabalho de pesquisa<br />

sobre quadrinhos nacionais.<br />

O fanzine traz uma HQ de<br />

Juvêncio, o Justiceiro ( espécie<br />

de versão brasileira do Cavaleiro<br />

Solitário),publicado nos anos 60; uma matéria sobre<br />

a revista de Os Conquistadores, da editora Ebal, que<br />

narrava as aventuras de um bandeirante heróico. Uma<br />

história da heroína Velta escrita em 1976 e um obscuro<br />

personagem internacional, Juju Faisca, numa HQ infantil<br />

criada por Gedeone Malagona na década de 50. Todas<br />

as histórias contam com textos introdutórios sobre os<br />

personagens e imagens das capas produzidas na época.<br />

Personagens <strong>dos</strong> Gibis<br />

De vários autores<br />

SM Editora Capa colorida e miolo pb<br />

Formato: 15 x 21 cm > 40 páginas<br />

Preço de capa: R$ 5<br />

smeditora@yahoo.com.br<br />

Zombie World:<br />

O campeão <strong>dos</strong> vermes<br />

De Mike Mignola (roteiro) e Pat McEown<br />

(desenhos) Pixel Media<br />

Capa e miolo colori<strong>dos</strong> Formato 16 x 24 cm > 84 páginas<br />

Preço de capa: R$ 29,90<br />

www.pixelquadrinhos.com.br<br />

Som e Imagem<br />

O<br />

texto de introdução de<br />

Blue Note não apresenta<br />

a revista como de história<br />

em quadrinhos e sim como<br />

um antigo disco de vinil. Uma boa<br />

definição, já que muitas vezes a<br />

narrativa é deixada de lado para<br />

surgirem experimentações dignas<br />

de uma banda de jazz. Temas como solidão, encontros<br />

e desencontros entre os personagens são a base da HQ,<br />

numa trama caótica e não-linear. Entre poesia, passagens<br />

autobiográficas, delírios, passagens autobiográficas, delírios<br />

e muita música, a publicação paraibana se mostra uma<br />

grande colagem de referências, com a arte surreal de Shiko<br />

como grande estrela. Ótimo lançamento.<br />

Blue Note<br />

De Biu (roteiro) e Shiko (arte) Capa e miolo pb<br />

Formato: 19 x 28 cm > 112 páginas<br />

Preço de capa: R$ 30<br />

derbyblue@yahoo.com.br<br />

6 7<br />

News


News Heróis<br />

MUNDO<br />

BIZARRO<br />

Em suas primeiras edições,<br />

a revista <strong>dos</strong> X-Men trazia o<br />

subtítulo de “ Os mais estranhos<br />

heróis “. Não era à toa...<br />

News<br />

Café a Go Go<br />

Nos anos 60, o Greenwich Village, bairro boêmio da<br />

Zona Sul de Manhattan, era um tradicional ponto de<br />

encontro <strong>dos</strong> estudantes nova-iorquinos, inclusive<br />

<strong>dos</strong> alunos do Instituto Xavier. Com sua primeira aparição<br />

em X-Men 7, de 1964, o Café a Go Go logo se tornou o lugar<br />

favorito <strong>dos</strong> jovens mutantes que, entre xicaras de café,<br />

apreciavam exposições de arte abstrata e saraus. A cafeteria<br />

também organizava festas com os sons do momento, como<br />

o Twist, o Watusi e o Monkey , uma dança que imita os gestos<br />

<strong>dos</strong> macacos, a especialidade de Hank McCoy, o Fera.<br />

McCoy, ainda na edição 7, foi eleito líder de um novo movimento<br />

inspirado em seus pés, os barefoot beats, ou beats descalços.<br />

O Homem é de gelo,<br />

mas as botas...<br />

Logo na estréia <strong>dos</strong> X-Men, um bizarro<br />

detalhe do Homem de Gelo ficava<br />

evidente: apesar de Bobby Drake<br />

conseguir cobrir seu corpo todo com uma<br />

camada protetora de gelo, suas botas<br />

amarelas, e pretas permaneciam sempre<br />

visíveis. A explicação era que Bobby primeiro<br />

se congelava para depois vestir suas<br />

botas, talvez porque pés cobertos de gelo<br />

costumam ser escorregadios.<br />

As botas continuaram presentes até o número<br />

39 da revista, quando o professor<br />

Xavier distribui novos uniformes à equipe.<br />

Na ocasião, o Homem de Gelo recebeu botas<br />

brancas, que deixaram seu visual branco<br />

por inteiro. Uma curiosidade: da edição<br />

5 a 11, as botas de Bobby sumiram misteriosamente.<br />

A explicação só apareceu na<br />

seção de cartas da edição 12, quando Stan<br />

Lee se desculpou, pois ele e Kirby haviam<br />

se esquecido delas.<br />

O aniversário<br />

do Professor Xavier<br />

Fanfilmes são produções caseiras criadas por grupos de<br />

amigos dispostos a homenagear seus heróis favoritos.<br />

Geralmente, essas obras se dividem em dois grupos distintos:<br />

os sérios e os totalmente desbocha<strong>dos</strong>. Deste último<br />

caso, Superhero Birthday Party é um fanfilme clássico e <strong>dos</strong><br />

mais descara<strong>dos</strong>, que mostra os super-heróis Marvel em um<br />

raro momento da lazer.<br />

Jaganata?<br />

A<br />

estréia brasileira do Fanático, o meio-irmão do Professor<br />

Xavier, aconteceu em X-Men 6 de 1969, numa publicação da<br />

editora GEP em que o personagem foi batizado com o estranho<br />

nome de Jaganata.<br />

Juggernalt, o seu nome original, é uma expressão britânica que designa<br />

algo que não pode ser detido. Na falta de uma expressão equivalente<br />

em português, o tradutor da época escolheu uma palavra<br />

que soasse “ abrasileirada “, apesar de não constar nos dicionários.<br />

Pode parecer um erro, mas havia uma lógica desconhecida. Juggernalt<br />

tem sua origem no nome de uma antiga figura mitológica indiana,<br />

o Jagannatha. Dessa forma, ou o tradutor da GEP era um perito<br />

em cultura indiana ou foi mero acaso mesmo.<br />

Na história, diversos não-atores terrivelmente fantasia<strong>dos</strong><br />

de Thor, Hulk, Homem-Aranha, Namor e<br />

Estrela Plar organizam uma festa na piscina para<br />

brindar mais um ano de vida do mutante careca. O resultado<br />

é hilário. Em menos de três minutos de barbaridades,<br />

Xavier enche a cara e dança heavy metal em sua cadeira<br />

de rodas e até retira, com seus poderes mentais, um chato<br />

da festa.<br />

Destaque para a participação da espiã internacional Viúva<br />

Negra, que sai de dentro de um caixote para ser a Go Go<br />

Girl do evento.<br />

Altamente recomendado para os amantes do besteirol, o<br />

vídeo está disponível em :<br />

youtube.com/watch?v=jbd0zfwefqo<br />

8<br />

9


Heróis<br />

Spawn<br />

Heróis<br />

De A a Z<br />

A combinação entre terror, mitos religiosos e super-heróis fez do Soldado do<br />

Inferno um <strong>dos</strong> personagens mais populares das HQs<br />

A<br />

Ângela<br />

Heróis<br />

Anjo caçador com mais de cem mil anos<br />

de idade, Ângela foi concebida a partir de<br />

união das almas de cinco mulheres que<br />

sofreram maus tratos em diferentes épocas.<br />

Sexy e mortífera, ela é um <strong>dos</strong> poucos seres com<br />

tpermissão para caçar Spawns, e se especializou<br />

nos hábitos e poderes das criaturas. Como todo<br />

caçador tem por hábito guardar um troféu de sua<br />

presa, Ângela tem uma coleção com os emblemas<br />

de suas vítimas; já caçou e matou mais de trinta<br />

Spawns, e somente o atual, AI Simmons, escapou.<br />

Sua primeira aparição aconteceu em<br />

Spwan 9, em novembro de 1993, e seu criador foi<br />

o roteirista Neil Gaiman, como parte de um acordo<br />

com McFarlane pelos direitos de Miracleman,<br />

personagem inglês em posse do desenhista. Esse<br />

acordo se transformou numa batalha judicial que<br />

se arrastou por anos nos tribunais.<br />

Criação-máxima de<br />

Todd McFarlane<br />

(desenhista que<br />

fez fama nas revistas<br />

do Homem-Aranha no<br />

começo <strong>dos</strong> anos 90),<br />

Spawn narra as histórias<br />

de Al Simmons, agente da<br />

CIA assassinado a mando<br />

de seu próprio chefe,<br />

depois de realizar todo<br />

tipo de trabalho sujo para<br />

o governo americano.<br />

Por seus crimes, a alma<br />

de Simmons foi para o<br />

Inferno, mas o demônio<br />

Maleból Gia lhe<br />

propôs um acordo: se<br />

Simmons aceitasse<br />

se tornar um Spawn,<br />

um soldado do Inferno,<br />

poderia voltar ao mundo<br />

<strong>dos</strong> vivos e rever sua<br />

esposa Wanda. Logo,<br />

as violentas e sombrias<br />

histórias do personagem,<br />

com conspirações do<br />

governo, becos sujos,<br />

anjos e demônios, superheróis<br />

e muito terror,<br />

se tornaram febre entre<br />

os leitores. Não é de se<br />

estranhar que 15 anos<br />

depois da<br />

revista do Spawn<br />

permaneça como o<br />

carro-chefe de sua<br />

editora, a Image Comics,<br />

e McFarlane tenha se<br />

tornado o presidente da<br />

companhia.<br />

Acompanhe um pouco<br />

da mitologia desse antiherói,<br />

que envolve mitos<br />

religiosos, psicopatas,<br />

agentes secretos e<br />

contratos milionários.<br />

B<br />

Bonecos<br />

Em 1994, Todd McFarlane fundou a<br />

Todd Toys, empresa especializada em<br />

bonecos e action-figures. Porém, devido<br />

a problemas de licenciamento com o Mattel,<br />

outra empresa de brinque<strong>dos</strong>, o desenhista<br />

mudou para McFarlane Toy.<br />

A principal característica <strong>dos</strong><br />

brinque<strong>dos</strong> da McFarlane é o visual hiperrealista.<br />

Inicialmente a McFarlane Toys produzia<br />

somente figuras relacionadas com a série<br />

Spawn. Mas, com o tempo, adquiriu licenças de<br />

outros personagens, não só <strong>dos</strong> quadrinhos,<br />

mas também de filmes, desenhos anima<strong>dos</strong><br />

e até músicos famosos, como Ozzy Osbourne<br />

e os Beatles. McFarlane conta ainda com<br />

o licenciamento das quatro principais ligas<br />

esportivas de seu país – hóquei, beisebol,<br />

basquete e futebol americano ¬– para a<br />

produção de bonecos <strong>dos</strong> jogadores. Hoje, a<br />

empresa esta entre as cinco maiores indústrias<br />

de brinque<strong>dos</strong> e action-figures <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong>.<br />

C<br />

Cagliostro<br />

O<br />

Conde Ales-Sandro di Cagliostro é um<br />

misterioso ancião que ajudou os Spawn<br />

a usar corretamente seus uniformes, que<br />

costumam não atender aos coman<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> donos.<br />

Sua missão é livrar os solda<strong>dos</strong> do Inferno da<br />

influência do demônio Malebólgia.<br />

O passado de Cagliostro era um mistério<br />

que só foi revelado durante a HQ Uma temporada<br />

no Inferno (Spawn 118). Lá foi mostrado que<br />

Cagliostro é, na verdade, Caim, filho de Adão<br />

e Eva. Por ter assassinado seu irmão, acabou<br />

amaldiçoado e tornou-se o primeiro Spawn .<br />

Sua presença foi marcante em diversos fatos<br />

históricos: esteve ao lado <strong>dos</strong> reis na Babilônia, foi<br />

braço direito <strong>dos</strong> faraós, fez parte da Santa Ceia,<br />

participou das Cortes de vários Papas e ajudou a<br />

deflagar a Revolução Francesa. Em sua jornada,<br />

aprendeu a dominar seus poderes, guardou um<br />

pequeno resquício de suas energias, o que impede<br />

que Cagliostro retorne ao Inferno.<br />

Cali, como também é chamado, acredita<br />

que Simmons é o soldado perfeito para ajudá-lo<br />

em sua luta pelo trono do Oitavo Circulo do Inferno.<br />

A primeira aparição de Cagliostro ocorreu em<br />

Spawn 9.<br />

10<br />

11


Heróis<br />

D<br />

Dedicatórias<br />

Desde o primeiro número de Spawn, Todd<br />

McFarlane dedica cada edição a um parente,<br />

amigo, artista, esportista ou músico.<br />

Há desde homenagens póstumas às vitimas<br />

do furacão katrina e do 11 de setembro, até dedicatórias<br />

inusitadas como ao Espírito da Independência<br />

ou mesmo “àqueles que lutam por<br />

aquilo que acreditam”. Jack Kirby foi o primeiro<br />

na imensa lista de homenagea<strong>dos</strong>, que conta<br />

com nomes como Will Miller, entre muitos outros,<br />

Wanda (a esposa de McFarlane) e seus filhos<br />

Jake, Kate e Cyan também já cederam seus<br />

nomes para a criação de alguns personagens do<br />

universo de Spawn.<br />

Essa é outra mania de McFarlane. AI Simmons,<br />

o Spawn leva o nome de um amigo <strong>dos</strong><br />

tempos de colégio, assim como Terry Fitzgerald,<br />

que tem o nome de um diretor da Image. Mas não<br />

E<br />

Elísio<br />

Assim como o Inferno, o Céu também se<br />

divide em sete níveis. O Elísio, também<br />

conhecido como Cidade de Vidro e Luz<br />

Eterna, é o primeiro deles, onde são cria<strong>dos</strong> e<br />

treina<strong>dos</strong> Anjos para caçar os Spawns. Por um<br />

capricho, to<strong>dos</strong> os Anjos têm aforma de mulher.<br />

A líder do Elísio é Metraton, que durante séculos<br />

mantém uma trégua com Malebóogia, senhor<br />

do Oitavo Círculo do Inferno: nenhum <strong>dos</strong> dois<br />

mun<strong>dos</strong> pode atacar diretamente o outro, nem<br />

invadir seu território. O confronto entre Anjos<br />

e Spawns só é permitido em território neutro.<br />

As bases dessa trégua quase caíram quando AI<br />

Simmons invadiu o Elísio para ajudar Ângela, que<br />

era injustamente julgada por traição.<br />

O Elísio foi revelado na primeira edição da<br />

minissérie Ângela.<br />

foi só em Spawn que McFarlane fez dedicatórias.<br />

Desde os tempos em que desenhava o Hulk, ele<br />

costumava desenhar nas página uma imagem<br />

do Gato Felix.<br />

McFarlane tem um grande amigo que carrega<br />

um boneco do famoso gato por todo lugar.<br />

F<br />

Filme do Spawn<br />

Lançado nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> em 1997 e no Brasil<br />

em fevereiro de 1998, Spwan, O Soldado do Inferno<br />

conta a origem do herói e o início de sua<br />

carreira. Com produção do próprio Todd McFarlane,<br />

o filme contou com um orçamento de 42 milhões de<br />

dólares, uma produção modesta, que, apesar <strong>dos</strong> problemas<br />

de roteiro, apresentou bons efeitos especiais<br />

cria<strong>dos</strong> pela Industrial Light and Magic. Os destaques<br />

foram a capa do Spawn, que parecia ter vida própria, e<br />

o inferno de Malebólgia.<br />

O elenco contou com o desconhecido Michael<br />

Jai White no papel principal, John Leguizamo como o<br />

Violador e Martin Sheen como Jason Wynn. Apesar da<br />

baixa bilheteria, circulam boatos sobre a produção de<br />

um novo filme com roteiro do próprio McFarlane, em<br />

uma trama mais sombria e sem ligações com o filme<br />

anterior.<br />

G<br />

Greg Capullo<br />

Desenhista que mais tempo permaneceu na revista<br />

Spawn: ele produziu 85 edições ao todo.<br />

Nascido em 30 de março de 1962. Capullo ingressou<br />

nos quadrinhos aos 29 anos com histórias de<br />

terror para pequenas editoras. Seu traço logo despertou<br />

o interesse da Marvel, que o contratou para trabalhos<br />

como Quasar e Quarteto Fantástico. Em 1992, assumiu<br />

o título X-Force, mas o sucesso veio em 1993, ao<br />

ser convidado por McFarlane para desenhar três números<br />

de Spawn, e depois a minissérie Ângela, escrita<br />

por Neil Gaiman. A aprovação do público foi mediata e<br />

Capullo se tornou o desenhista da revista.<br />

I<br />

Image Comics<br />

O<br />

artista<br />

deve controlar sua criação sem ceder<br />

os direitos de suas obras para as editoras:<br />

como essa idéia, Todd McFarlane, Jim Lee,<br />

Rob Liefeld, Marc Silvestri, Erik Larsen, Jim Valentino<br />

e Whilce Portacio, desenhistas desliga<strong>dos</strong> da Marvel,<br />

fundaram a Image Comics. Os princípios da empresa<br />

eram que nenhum integrante poderia interferir no trabalho<br />

do outro e nenhuma criação era de propriedade<br />

da empresa. Cada sócio publicava seus trabalhos pelo<br />

selo Image, mas mantinha seu estúdio individual. O sucesso<br />

foi imediato e a editora chegou a atingir vendas<br />

superiores às da DC. Boa parte desse sucesso ocorreu<br />

graças à estratégia de pensar nas revistas pelo visual,<br />

com cores especiais, desenhos de grande impacto e<br />

mulheres sensuais, o que gerou uma tendência que se<br />

tornaria uma marca da década de 90. Brigas internas<br />

fizeram a maioria <strong>dos</strong> sócios sair da Image e levar seus<br />

personagens embora. Com isso, a empresa passou por<br />

uma grande crise mas se recuperou. Hoje, disputa o terceiro<br />

lugar em vendas no mercado americano.<br />

H<br />

HBO<br />

Heróis<br />

Em 1997, a McFarlane Productions e a rede de TV<br />

HBO criaram uma série animada do Spawn. Como<br />

no filme, a animação retrata suas primeiras histórias,<br />

numa abordagem adulta. Para evitar criticas, uma<br />

campanha publicitária explicava que o material não era<br />

destinado ao público infantil. A animação ganhou dois prêmios<br />

Emmy, nas categorias Melhor Acabamento de Animação<br />

(1998) e Melhor Animação (1999).<br />

No Brasil, a série saiu em VHS nas bancas e cada<br />

capítulo vinha acompanhado de um encarte com uma HQ<br />

no total de 12 especiais (as duas primeiras temporadas).<br />

Posteriormente foi lançado um DVD com os 12 capítulos,<br />

que depois foram adapta<strong>dos</strong> como uma longa-metragem<br />

para TV.<br />

Em 2007, McFarlane anunciou uma nova série<br />

animada em parceria com a Roman Film, conhecida por<br />

seus trabalhos nos Simpsons. A animação já tem trailer e<br />

previsão de estréia para 2008.<br />

12 13


Heróis<br />

J<br />

14<br />

Jessica Priest<br />

Pervesa agente da CIA, casada com um prefessor<br />

universitário e madrasta de duas crianças que a<br />

adoram. Para sua família Jessica é uma executiva<br />

sempre em viagens de negócios. Fez sua primeira aparição<br />

no filme do Spawn, substituindo o personagem Capela,<br />

que não poderia ser utilizado já que seus direitos pertenciam<br />

a Rob Liefeld, que havia sido expulso da Image.<br />

L<br />

Lorde Mammon<br />

Mammom pertencia aos Esqueci<strong>dos</strong>,<br />

grupo do céu, mas foi banido para as<br />

trevas após se recusar a lutar contra<br />

seus companheiros anjos. Desligado do grupo,<br />

Mammon se alojou no inferno e, a partir daí, seduz<br />

humanos com ofertas generosas a fim de<br />

obter um pacto que o beneficie em seus propósitos<br />

e aumente o seu poder. Desde sua primeira<br />

aparição, em Spawn 87, to<strong>dos</strong> os obstáculos no<br />

caminho do Spawn sempre tiveram o dedo de<br />

Mammon.<br />

N<br />

Noticiário<br />

McFarlane sempre admitiu ser muito influenciado<br />

pelo trabalho de Frank Miller.<br />

Uma amostra disso são os noticiários<br />

sempre presentes em Spawn, como os<br />

utiliza<strong>dos</strong> por Miller na minissérie O Cavaleiro<br />

das Trevas. Desde a primeira edição do Soldado<br />

do inferno, três noticiários com características<br />

marcantes transmitem as noticias: o primeiro é<br />

o CNN e a apresentadora é inspirada em Connie<br />

Chung, âncora do canal: o segundo é o E! Entertainment,<br />

com seu apresentador sempre mudando<br />

de visual: já o terceiro noticiário mantém<br />

a mesma aparência, o que muda são os canais<br />

de transmissão, devido aos comentários contra<br />

políticos e figurões do seu apresentador.<br />

K<br />

Kincaid, Billy<br />

Você grita, eu grito por sorvete no palito “,<br />

esse era o lema do serial Killer Billy Kincaid,<br />

o Senhor Calafrio. Conhecido por matar e<br />

esquartejar crianças, Kincaid utilizava um disfarce de<br />

sorveteiro para atrair suas vitimas. Antes de se tornar<br />

Spawn, AI Simmons cruzou com o psicopata. Kincaid,<br />

que havia sido contratado por Jason Wynn para executar<br />

a filha de um senador, Paul Jennings. Por vingança,<br />

o senador contratou Simmons para eliminar<br />

Kincaid, mas a influência de Wynn sobre a polícia levou<br />

Billy à prisão antes de Simmons encontrá-lo. Autor de<br />

27 mortes, Kincaid foi julgado apenas pelo assassinato<br />

da filha de Jennings. A primeira aparição do serial<br />

Killer aconteceu em Spawn 5, quando ele entrou em<br />

liberdade condicional. Na ocasião, Simmons, já como<br />

Spawn, executou Kincaid.<br />

M<br />

Malebólgia<br />

Atual senhor do Inferno e criador <strong>dos</strong> Spawns,<br />

Malebólgia foi forjado nas chamadas há mais<br />

de 70 milhões de anos pelo antigo regente<br />

das profundezas, o arqui-demônio Leviatã. Após<br />

atingir a maioridavde demoníaca, seguiu os costumes<br />

do Inferno, onde demônios mais jovens matam ou<br />

escravizam seus antecessores. Malebólgia chacinou<br />

seu criador diante da própria corte e, com a essência<br />

residual dele, se proclamou o novo senhor <strong>dos</strong> reinos<br />

infernais. Astuto, cruel e perverso, o demônio criou um<br />

exército para iniciar uma guerra contra o Céu. Malebólgia<br />

considera Ai Simmons o líder perfeito para comandar<br />

suas hordas na grande batalha contra o Céu.<br />

O<br />

Oitavo Círculo<br />

do Inferno<br />

O<br />

oitavo<br />

círculo é o lar de Malebólgia. O Malebolge,<br />

como é conhecido, significa valas<br />

malditas. O lugar foi inspirado na Divina Comédia<br />

de Dante, que dividiu o oitavo estágio do Inferno<br />

em 10 subdivisões como degraus, ou valas, cada uma<br />

destinada a um tipo de pecador. É composto de gogo,<br />

enxofre, rios de lava e necroplasma. É lá que Malebólgia<br />

escolhe e produz seus solda<strong>dos</strong>, os Spawns, na<br />

formação de um exército para a grande batalha contra<br />

os Céus que está por vir. Os cincos Irmãos Flebíacos<br />

(Violador, Vindicador, Vacilador, Vandalizador e Vaporizador)<br />

também habitam o oitavo circulo.<br />

Q<br />

Quatro Cavaleiros<br />

do Apocalipse<br />

Diferente da visão religiosa, os Cavaleiros do<br />

Apocalipse se apresentam na forma de imensas<br />

e monstruosas criaturas, que atravessaram<br />

Los Angeles em uma marcha apocalíptica. Isso<br />

ocorreu na edição 161 de Spawn, como o prelúdio para<br />

o final <strong>dos</strong> tempos. A Peste emergiu do Rio Leste e a<br />

morte era certa para quem inalasse seu cheiro; sua<br />

sombra bastava para trazer todo tipo de doenças em<br />

seu rastro. A Morte veio logo em seguida, junto a uma<br />

nuvem de gafanhotos carnívoros que devoraram tudo<br />

ao redor. Então veio a Fome, que liberou o desespero<br />

da gula; não importava o quanto comessem, as pessoas<br />

morriam de fome. E por fim surgiu a Guerra, com<br />

um grilo capaz de transformar pessoas em monstros<br />

primitivos sedentos para matar, que caçavam os sobreviventes<br />

pelo cheiro.<br />

To<strong>dos</strong> os humanos mortos na passagem <strong>dos</strong> Quatro<br />

Cavaleiros do Apocalipse se transformaram em guerreiros<br />

Anjos e Demônios, que foram recebi<strong>dos</strong> pelos<br />

exército do Céu e do Inferno para a Batalha Final.<br />

P<br />

Heróis<br />

Palhaço<br />

'É<br />

também conheci<strong>dos</strong> como Violador. Trata-se de<br />

vum demônio que, quando presente em nossas dimensão,<br />

usa a forma humana de um palhaço. Sua<br />

origem ficou perdida nas névoas do tempo e sua tarefa é<br />

tornar os Spawns servientes ao Inferno. O Violador também<br />

alista almas malignas sobre a Terra e as induz a usar<br />

seus poderes até sua energia se esgotar, o que as levará<br />

de volta às profundezas. Seu paladar de gosto duvi<strong>dos</strong>o<br />

tem uma queda por corações humanos. Ficou preso na<br />

forma do Palhaço durante um longo período devido ao excesso<br />

de violência no treinamento do atual Spawn (Spawn<br />

3). O fracasso é uma constante em sua vida e acredita que<br />

um dia Malebólgia o recompensará, cumprindo seu maior<br />

desejo: tornar-se um Spawn.<br />

R<br />

Redentor<br />

Criado por Deus, o Redentor é uma espécie de Anti-Spawn,<br />

que carrega poderes semelhantes aos<br />

do Soldado do Inferno, só que sua força provém da<br />

luz ao invés das trevas. Assim como os Spawns, os Redentores<br />

percorrem a Terra há séculos com o único propósito<br />

de redimir ou destuir seus inimigos. O atual Redentor, Phil<br />

timper, entregou-se à luz divina na cadeia, depois de diversas<br />

passagens por centros de detenção. Transformou<br />

suas trevas em luz, percorrendo um longo caminho na esperança<br />

de ser digno do Reino <strong>dos</strong> Céus. A devoção foi recompensada<br />

e Timper foi aceito foi aceito pela misteriosa<br />

Estação Angélico-Orbital, uma agência que trabalha a serviço<br />

<strong>dos</strong> Céus. Em seu primeiro encontro com o Spawn, o<br />

Redentor teve a mão esquerda decepada.<br />

Antes de Phill, Jason Wynn também foi um Anti-Spawn.<br />

Enfrentou AI Simmons, mas não obteve sucesso. Sua humanidade<br />

foi restaurada e suas memórias sobre o episódio,<br />

apagadas. A primeira aparição do Redentor ocorreu na<br />

edição 15 de Spawn.<br />

15


Heróis<br />

S<br />

Sam e Twitch<br />

Parceiros policiais, Sam e Twich trabalhavam<br />

para o detestável Chefe Banks, que os demitiu<br />

por insubordinação. Cansa<strong>dos</strong> de dar satisfações,<br />

resolveram montar sua própria agência de<br />

investigações.<br />

Desde a infância, Sam coleciona desafetos, situação<br />

que piorou quando se tornou policial.<br />

Dedicado ao trabalho, mesmo que no seu cumprimento<br />

seja necessário o uso de força.<br />

Maximillion Steve Percival Willians., o Twich,<br />

é franzino e desajeitado. Formou-se em Ciências<br />

Aplicadas com especialização em Ciências Criminais,<br />

em Harvard, Herdeiro único de uma fortuna, é casado<br />

há 24 anos e tem 7 filhos.<br />

U<br />

Uniforme<br />

A<br />

vestimenta<br />

do Spawn é um simbionte com a<br />

vida própria, um parasita neural com a função<br />

de proteger aquele em que se hospeda. Cada<br />

Spawn tem seu próprio parasita, cada qual com características<br />

diferentes. O de AI Simmons se chama k7<br />

Leetha. O uniforme é que possibilita a transição entre<br />

o Céu, o Inferno e a Terra. Entrar em conflito com o parasita<br />

pode se tornar um grande problema, pois leva o<br />

hospedeiro e gastar toda sua energia, o que o obriga a<br />

retornar ao Inferno para um novo julgamento. Os uniformes<br />

<strong>dos</strong> Spawn são tão poderosos que podem alterar<br />

sua forma e imagem de acordo com a vontade de seu<br />

mestre. Eles exercem também uma função de defesa<br />

muito importante, pois estão sempre atentos ao menor<br />

traço de perigo, mesmo que o Spawn esteja distraído.<br />

Servem ainda como a capacidade de liberar rajadas<br />

energéticas.<br />

Na edição 139 de Spawn, enganada por Mammom,<br />

a bruxa Nyx conjurou um encantamento e roubou<br />

o uniforme do Spawn, com o intuito de invadir o Inferno<br />

para resgatar sua amiga Thea. Mas, mesmo como o<br />

simbionte a seu favor, Nyx não obteve sucesso.<br />

T<br />

Todd McFarlane<br />

Todd Dean Mark McFarlane nasceu em 16 de março<br />

de 1961, em Calgary, Canadá. Na infância, dividia seu<br />

tempo entre desenhar super-heróis e jogar beisebol.<br />

Participou de diversas ligas semi-profissionais, mas a carreira<br />

esportiva foi encerrada em 1981, após uma fratura no<br />

tornozelo. McFarlane passou então a se dedicar aos quadrinhos,<br />

e atingiu o estrelato em 1990 com as HQs do Homem-<br />

-Aranha, que alcançaram a impressionante marca de 2,5 milhões<br />

de cópias vendidas de uma única edição.<br />

Em 1992, no auge da fama, McFarlane se desligou da Marvel<br />

para, com outros desenhistas, fundar à Image Comics. Em<br />

maio, lançou o primeiro número de Spawn, personagem que<br />

havia criado 10 anos antes. A revista vendeu 1,7 milhões de<br />

cópias e se tornou o título independente de maior vendagem<br />

da história.<br />

V<br />

Vovó Blake<br />

Ela é avó de Wanda (esposa de AI Simmons) e viúva de<br />

um casamento que durou 40 anos. Vovó Blake ficou<br />

cega em decorrência do glaucoma. Perdeu a visão<br />

material, mas ganhou a espiritual. Sempre que Simmons<br />

precisa, ela o ajuda, por enxergar nele um Anjo e não uma<br />

criatura do Inferno, já que ela podia ver o interior do Spawn.<br />

No final <strong>dos</strong> tempos, sua visão foi devolvida por<br />

Deus para que ela se desesperasse com o Holocausto. Mas,<br />

mesmo assim, pôde manter suas esperanças do paraíso<br />

que sempre almejou, ao ver Simmons na forma de uma<br />

divindade.<br />

16 17<br />

W<br />

Wynn Jason<br />

Alto funcionário das principais agências de inteligências<br />

e espionagem <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, Jason Broderick<br />

Wynn era o superior direto do agente AI Simmons.<br />

Sob as ordens do chefe, Simmons fazia o serviço sujo<br />

do governo, até ser assassinado em uma queima de arquivo<br />

a mando do próprio Wynn. Após uma sucessão de fracassos<br />

na tentativa de restabelecer-se no seu posto, Wynn associou-se<br />

a contra gosto com o Violador, mas não contava com<br />

a intervenção de Spawn. A primeira aparição de Jason Wynn<br />

ocorreu em Spawn 11.<br />

X<br />

X-box<br />

Em 2003, numa parceria para a produção de bonecos<br />

do jogo Soul Calibur com a Namco, empresa especializada<br />

em videogames, McFarlane cedeu Spawn para<br />

uma participação especial no segundo jogo da série. A continuação<br />

Soul 2 vinha com a opçaõ exclusiva para o console<br />

X-box (da Microsoft) de jogar com o Soldado do Inferno. Essa<br />

participação foi apenas um aperitivo para a produção de sua<br />

aventura solo: Spawn Armagedon. Fora essa, existem outras<br />

participações do Spawn em games : em 1995 foi lançado o<br />

primeiro game do herói para Super Nintendo (SNES); em 1997,<br />

Spawn, the Eternal, saiu em PlayStation (Sony); em 2000,<br />

Spawn, the Demon´s Hand chegou ao Dreamcast (Sega)<br />

Y<br />

Youngblood<br />

Heróis<br />

Grupo de Agentes Meta-Humanos, dota<strong>dos</strong> de<br />

habilidades especiais e superpoderes. Trabalham<br />

para o governo americano em missões<br />

especiais. Cria<strong>dos</strong> por Rob Liefeld em 1991, os personagens<br />

foram aproveita<strong>dos</strong> de uma idéia do autor para uma<br />

nova série da DC que acabou sendo lançada somente<br />

em abril de 1992 pela Image Comics. Liefeld partiu do<br />

conceito de que, se super-heróis realmente existissem,<br />

levariam uma vida igual à de astros e estrelas. A participação<br />

de Youngblood em Spawn 12 foi o primeiro foco<br />

de interligações das séries da Image, como se os personagens<br />

existissem no mesmo universo. O pivô desse<br />

encontro é Capela, um <strong>dos</strong> agentes do Youngblood que,<br />

antes de ingressar no grupo, participava operações especiais<br />

para o governo sob o comando de Jason Wynn e<br />

era amigo de AI Simmons. Sua última missão antes de<br />

entrar para a equipe teria sido a execução de Simmons.<br />

Z<br />

Zera<br />

Trancafiada na câmera mais profunda do<br />

reino de Deus pelo próprio Criador, Zera,<br />

a rainha <strong>dos</strong> Serafins, é um <strong>dos</strong> seres<br />

mais poderosos do universo. A primeira aparição<br />

de Zera ocorreu em Spawn 154, quando<br />

sua insanidade e sede por sangue foram usadas<br />

para deter os Esqueci<strong>dos</strong>, que estavam às<br />

portas do reino celestial e ameaçavam o trono<br />

de Deus.<br />

Após derrotar os Esqueci<strong>dos</strong>, Zera<br />

partiu em uma missão para reencontrar Deus<br />

e leva-lo de volta ao Céu. Essa busca levou<br />

Zera ao seu primeiro encontro com o Spawn,<br />

mas o confronto só ocorreria em Spawn 162.


Heróis<br />

Heróis<br />

18<br />

Dossiê<br />

Heróis vs Heróis<br />

Selecionamos nove combates entre os<br />

mais conheci<strong>dos</strong> heróis <strong>dos</strong> Universos<br />

Marvel e DC. Confira<br />

Selecionamos nove combates entre os mais conheci<strong>dos</strong><br />

heróis <strong>dos</strong> Universos Marvel e DC. Confira<br />

De vez em quando, até os mais responsáveis superseres<br />

– os mesmos que juram defender a ordem e a<br />

justiça – perdem a cabeça e saem na porrada contra companheiros<br />

de profissão. Desses combates, surgem histórias<br />

memoráveis que instigam a imaginação do leitor.<br />

Numa luta entre Hulk e Coisa, quem vence ? O elemento<br />

água representado por Namor é mais poderoso que as labaredas<br />

do Tocha Humana ? Como sua inteligência superior,<br />

Batman consegue nocautear o poderoso Homem de<br />

Aço ? São perguntas difíceis que nem os roteirirstas explicam<br />

com clareza.<br />

Geralmente o placar termina empatado. Mas, não há como<br />

negar: quase sempre que dois heróis resolvem partir para<br />

a agressão, os fãs de quadrinhos vibram. Seguir, conheça<br />

alguns <strong>dos</strong> mais importantes combates entre mocinhos e<br />

mocinhos ou mocinhos e anti-heróis (caso do Justiceiro).<br />

19


Heróis<br />

A Luz e as trevas<br />

Superman e Batman representam formas opostas de como ser um<br />

herói. Muitas histórias levaram essa diferença ao limite. Por André Morelli<br />

Batman e Superman, os heróis mais famosos da DC,<br />

também foram os percursores da chamada Era de<br />

Ouro <strong>dos</strong> quadrinhos, iniciada em 1938 com achegada<br />

às bancas de Action Comics 1, revista de estréia do Homem<br />

de Aço, seguida em 1939 pela primeria aparição do Cavaleiro<br />

das Trevas, em Detective Comics 27.<br />

Apesar da popularidade alcançada, a DC demorou<br />

anos para criar uma história em que os dois atuassem juntos.<br />

Em World´s Finest Comics, revista de 1941 que publicava<br />

HQs <strong>dos</strong> dois personagens, os encontros só aconteciam<br />

nas capas, já que dentro da edição casa herói vivia sua<br />

própria história. Isso mudou a partir de World´s Finest 71, de<br />

1954, quando a revista passou a publicar somente histórias<br />

conjuntas da dupla, dando início a amizade entre os heróis<br />

e a um padrão que dura até hoje: mostrar Batman como<br />

o “cérebro” e Superman como os “músculos”. São desse<br />

período os primeiros confrontos, que aconteciam de maneira<br />

ingênua, na maioria das vezes em “histórias imaginárias”, em<br />

que Batman ganhava poderes ou numa lita dentro da cidade<br />

engarrafada de Kandor, onde Superman não tinha poderes.<br />

Apesar do sucesso, boa parte dessas histórias não era parte<br />

da cronologia oficial. Com o lançamento da Liga da Justiça<br />

em 1960, a parceria entre Batman e Superman se fortaleceu.<br />

BATMAN<br />

SUPERMAN<br />

Apesar de não pertencer à cronologia oficial, as idéias de O Cavaleiro<br />

das Trevas se espalharam quando, em 1987, o mesmo Miller foi chamado,<br />

junto ao desenhista David Mazzacchelli, para recontar a origem<br />

do Homem-Morcego no arco Batman Ano Um. No mesmo período, a<br />

reformulação do Superman feita por John Byrne estabeleceu como seria a<br />

relação entre os personagens. No primeiro encontro <strong>dos</strong> heróis em suas novas<br />

fases, na minissérie Man of Steel 3, de 1986, Batman chega a ameaçar<br />

Superman quando questionado sobre seus méto<strong>dos</strong>. Os tempos de companheirismo<br />

foram deixa<strong>dos</strong> de lado, e histórias sobre diferenças entre os dois<br />

se tornaram o novo padrão. Com o lançamento em 2003 da resvista Superman/Batman,<br />

uma nova versão da antiga World´s Finest, a relação se tornou<br />

mais amigável, mas os diferentes pontos de vista continuavam explora<strong>dos</strong><br />

em um formato de narrações separadas. De qualquer forma, a confiança e o<br />

respeito entre os dois nunca se perderam. Em Action Comics 654, de 1990,<br />

quando Superman conseguiu tomar o anel de Kryptonita de Lex Luthor,<br />

Batman foi escolhido para guardar e usar a jóia, caso um dia o Hryptoniano<br />

perdesse o controle.<br />

Em 2005, durante os eventos que deram início à maxissérie Crise Infinita,<br />

Batman foi deixado à beira da morte pelo Superman, que estava sob o controle<br />

mental de um ex-aliado da Liga, Maxwell Lord. O pior não aconteceu pela<br />

chegada da Mulher Maravilha, que deteve Superman e salvou Batman graças<br />

ao poder de cura do Raio Púrpura, um artefato das Amazonas. O evento<br />

contribuiu par ao clima de desconfiança que rondava a equipe e culminou no<br />

fim provisório da Liga da Justiça. A DC explorou o tema nas maxisséries 52<br />

e Um Ano Depois, até a parceria entre os heróis ser retomada, junto com o<br />

retorno da Liga.<br />

Heróis<br />

Se nas primeiras histórias a participação da dupla era<br />

discreta para deixar espeço aos outros membros, com o<br />

tempo a liderança <strong>dos</strong> dois se tornou fundamental para o<br />

sucesso da revista.<br />

Nesta fase, lutas entre os heróis sempre eram explicadas<br />

como um engano ou parte do plano de um vilão e tudo<br />

terminava bem. Esse estilo de história se estendeu por<br />

boa parte das décadas de 60 e 70.<br />

O Maior <strong>dos</strong> Combates<br />

Em 1986 as bancas americanas receberam o primeiro<br />

número da minissérie O Cavaleiro das Trevas, escrita<br />

e desenhada por Frank Miller. Ninguém estava preparado<br />

para o impacto da publicação. Miller redefiniu a relação<br />

Batman-Superman que, de amigos se tornam opostos ideológicos.<br />

A trama, passada em um futuro alternativo, mostra<br />

Bruce Wayne afastado da carreira de herói há 10 anos,<br />

vivendo em um mundo corrupto e violento. Os super-heróis<br />

foram proibi<strong>dos</strong> por um decreto presidencial e o único em<br />

atividade é o Superman, que se tornou uma arma secreta<br />

americana. Não demora para que Batman inicie uma violenta<br />

cruzada contra o crime atraindo a atenção da mídia e do<br />

governo. A tensão cresce até que o combate entre os heróis<br />

se torna inevitável. Mas, ao contrário das expectativas, Batman<br />

vence a luta, graças a uma armadura de combate e uma<br />

flecha do Arqueiro Verde, feita com o único elemento capaz<br />

de deter o Homem de Aço: a Kryptonita.<br />

O filme com o<br />

encontro <strong>dos</strong> heróis<br />

Em 2001 surgiram boatos<br />

sobre um filme estrelado<br />

por Batman e Superman.<br />

A Warner batizou o projeto<br />

de Batman vs Superman e<br />

confirmou Andrew Kevin Walker<br />

(Seven) no roteiro e Wolfgang<br />

Petersen (Tróia) na direção. Na<br />

época, os atores cota<strong>dos</strong> para o<br />

papel de Superman eram Jude<br />

Law (O Talentoso Ripley) ou<br />

Josh Hartnett (Peral Harbor),<br />

enquanto Colin Farrel (Miami<br />

Vice) era a aposta para Batman.<br />

A Warner tinha a produção<br />

como prioridade para 2004, mas<br />

depois optou por fazer filmes<br />

separa<strong>dos</strong>. Um <strong>dos</strong> motivos<br />

teria sido o roteiro de Batman vs<br />

Superman, considerado muito<br />

sombrio. Do pouco que se sabe<br />

da trama, a noiva de Bruce Wayne<br />

é assassinada e a investigação<br />

do caso levaria Batman a um<br />

confronto com o Superman.<br />

20 21


Dossiê Heróis X Heróis<br />

Quem é o mais rápido ?<br />

Nos últimos 40 anos, Superman e Flash enfrentaramse<br />

várias vezes para responder a esta pergunta.<br />

Recentemente, num episódio da terceira temporada<br />

do seriado Lost, dois personagens<br />

ressuscitaram uma antiga discussão: numa<br />

corrida entre Superman e Flash, quem seria o vencedor<br />

? Nos quadrinhos, essa dúvida já soma quatro<br />

décadas. Roteirista como Jim Shooter, E. Nelson Bridwell,<br />

Denny O´Neil, Martin Pasko, Dan Jurgens e Geoff<br />

Johns imaginaram os mais diferentes pretextos<br />

para colocar os heróis em disputa e atiçar ainda mais<br />

a curiosidade <strong>dos</strong> fãs. Se fosse para levar em conta<br />

apenas os primórdios <strong>dos</strong> personagens, uma corrida<br />

seria barbada para o Flash. Barry Allen aproximou-se<br />

da velocidade da luz – 1,80 bilhão de Km/h – logo em<br />

suas segunda aventura, na revista Showcase 4, de<br />

1958. Já o Superman, quando foi apresentado aos<br />

leitores em 1938, podia “correr mais rápido que um<br />

trem expresso” – algo como 150Km/h. Acontece<br />

que o Kryptoniano teve seus poderes incrivelmente<br />

amplia<strong>dos</strong> nos anos seguintes e passou a mover-se<br />

rápido como a luz. Com isso, estava lançado o desafio.<br />

Superman enfrentou três versões do Flash<br />

– Jay Garrick, Barry Allen e Wally West – em sete<br />

ocasiões, mas em apenas quatro delas houve uma<br />

corrida típica, com tiro de largada, linha de chegada<br />

e torcida. As duas primeiras foram Barry Allen, ambas<br />

em 1967, na revista Superman 199 e The Flash<br />

175 (publicadas no Brasil em Superman 3º série, pela<br />

Ebal, em 1970).<br />

Na primeira, os heróis disputam uma corrida para<br />

arrecadar fun<strong>dos</strong> para os países pobres. São três<br />

Heróis<br />

voltas ao redor da Terra a uma velocidade limitada<br />

em “apenas” 810 mil Km/h. Eles superam obstáculos<br />

naturais e até criminosos que tentam interferir<br />

no resultado. O final é marmelada: os competidores<br />

combinaram chegar empata<strong>dos</strong> para nenhum apostador<br />

reclamar o prêmio.<br />

A revanche foi uma chantagem feita pelos<br />

apostadores alienígenas Rokk e Sorban, do planeta<br />

Ventura, que ameaçaram destruir Metrópolis e Central<br />

City. O percurso é de ida e volta até a extremo<br />

da Via Láctea, uma distância de 40 mil anos-luz e<br />

Flash recebe uma aura para sobreviver no espaço.<br />

Após novo empate, é revelado que os alienígenas<br />

são os vilões Flash Reverso (Dr.Zoom) e Abra Kadabra<br />

disfarça<strong>dos</strong> – tudo não passava de um plano para<br />

destruir o velocista. Superman e Flash só voltaram<br />

a competir em 1990, no período pós-Crise nas Infinitas<br />

Terras. Desta vez, foi Mr. Mxyzptlk, o duende da<br />

quinta dimensão, que obrigou os heróis a correr para<br />

sua própria diversão.<br />

Depois do megaevento que reestruturou o Univeso<br />

DC na década de 80, o Homem de Aço passou por<br />

uma reformulação que reduziu substancialmente<br />

seus poderes; Barry Allen morreu durante a Crise e<br />

seu substituto, o antigo sidekick Wally West, ainda<br />

levaria anos até atingir a plenitude de sua velocidade.<br />

Por tudo isso, este terceiro embate foi mais “realista”<br />

que os anteriores: apenas uma volta ao redor da Terra<br />

a uma velocidade de várias vezes a do som. Eles<br />

cruzaram a linha de chegada no limite de suas forças<br />

e, pela primeira vez, há um vencedor: Flash!<br />

Algumas Trapaças<br />

Superman enfrentou o Flash original, Jay Garrick, apenas<br />

uma vez, na revista DC 1st 1, de 2002. Eles correm<br />

para salvar Wally West de um feitiço mortal lançado<br />

por Abra Kadabra, mesmo sabendo que o vencedor da prova<br />

poderá morrer. Com o passar <strong>dos</strong> anos, Superman retomou<br />

grande parte <strong>dos</strong> poderes reduzi<strong>dos</strong> depois da Crise e podia<br />

mover-se novamente próximo à velocidade da luz. Jay Garrick<br />

(o Joel Ciclone) só conseguiu vencê-lo nessa história<br />

porque “trapaceou” por uma boa causa: ao roubar a energia<br />

cinética do adversário, impediu que ele fosse contaminado<br />

pela magia de Kadabra.<br />

Os demais confrontos entre Superman e Flash são<br />

aquelas típicas aventuras em que dois heróis unem forças<br />

contra um inimigo comum e, algumas vezes, ficam em la<strong>dos</strong><br />

opostos.<br />

É o caso das HQs publicadas nas revistas World´s Finest Comics<br />

198 e 199, de 1970, e Dc Comics Presents 1 e 2, de 1978.<br />

A exceção é Flash vol. 2 209, de 2004, em que Superman<br />

persegue Wally West a 3.000 Km/s atrás de respostas<br />

para a amnésia que acometeu to<strong>dos</strong> os membros da Liga da<br />

Justiça.<br />

Rivalidade <strong>dos</strong> quadrinhos para a TV<br />

A<br />

dúvida<br />

sobre quem é mais rápido contagiou a convivência<br />

<strong>dos</strong> heróis em outras mídias. Na quarta temporada<br />

do seriado Smallvile, Clark Kent encontra Bart<br />

Allen, um garoto que vive nas ruas e usa supervelocidade<br />

pra praticar pequenos furtos. No final, apostam uma corrida<br />

amistosa em que o futuro Homem de Aço fica comendo<br />

poeira. Na cronologia atual das HQs, este debate está superado.<br />

Desde que aprendeu a controlar a força da Aceleração,<br />

fonte de poder de to<strong>dos</strong> os velocistas da DC, Wally West<br />

é, sem dúvida, o homem mais rápido do mundo. Mas como<br />

nada dura para sempre nos gibis, novos desafios entre Superman<br />

e Flash são uma questão de tempo.<br />

22 23<br />

Heróis


Heróis<br />

Heróis<br />

Encontro Histórico<br />

Tocha Humana e Namor se enfrentam nos distantes<br />

anos 40 no primeiro combate entre heróis.<br />

Brigas entre heróis é algo comum nos dias de hoje.<br />

Mas houve uma época em que esses encontros<br />

eram raríssimos e, quando aconteciam, se tornavam<br />

antológicos. O primeiro deles ocorreu nos anos 40, entre<br />

Tocha Humana e Namor, o Príncipe Submarino, ambos<br />

personagens da editora Timely. Namor era o governante da<br />

lendária Atlântida, meio homem, e meio peixe, filho do romance<br />

proibido entre uma atlante e um capitão americano<br />

chamado McKenzie. Criação de Bill Everett, surgiu em 1939<br />

para promover a seqüencia do seriado O Império Submarino.<br />

O tal seriado nunca saiu do papel mas Namor, ao contrário,<br />

continuou nos gibis.<br />

Criado por Carl Burgos, o Tocha Humana também<br />

surgiu em 1939. Tratava-se de um androide com um defeito<br />

de fabricação: em contato com o oxigênio, se inflamava<br />

sem controle. Com o tempo, aprendeu a controlar suas<br />

chamas e só se incendiava quando queria, passando a usar<br />

suas habilidades como policial nova-iorquino.<br />

Algum tempo depois, adotou um parceiro mirim<br />

chamado Centelha (Toro, no original), um garoto mutante e<br />

artista de circo com os mesmo poderes do Tocha.<br />

Embora Namor e Tocha Humana aparecessem na mesma<br />

revista. Marvel Comics que, a partir do número dois foi mudada<br />

para Marvel Mystery Comics, eles eram mostra<strong>dos</strong><br />

em aventuras separadas. Isso mudou no começo de 1940,<br />

na edição 8, quando os dois se esmurravam numa batalha<br />

até então inédita. ‘’A idéia foi de Carl e eu a botei em prática”,<br />

revelou Everett certa vez. “Observamos que os dois<br />

personagens e seus elementos opostos – fogo e água –<br />

tinham histórias individuais. Imaginamos o que aconteceria<br />

se virassem rivais numa lutav. “ E essa luta, que se estendeu<br />

por três épicas edições – da oito a dez – entrou para a<br />

história <strong>dos</strong> comic books. Era uma batalha de simbolismo,<br />

como bem notou a revista Gibi Mensal, do Globo, que a publicou<br />

no Brasil alguns meses depois, anunciando na capa:<br />

“Fogo contra água! Quem vencerá o duelo?”.<br />

A luta começa quando o Príncipe Submarino decide<br />

destruir a ponte Washington Bridge. O Tocha aterriza<br />

para combatê-lo para combatê-lo e o envolve num “bambolê”<br />

de fogo. É aí que o homem-anfíbio mostra um poder<br />

muito ignorado hoje em dia: ele apaga as chamas esguichando<br />

água <strong>dos</strong> poros do seu corpo. No final da edição 10,<br />

Namor aprisiona seu adversário num tubo plástico. Mas,<br />

antes de decidir o que fazer com o Tocha, Betty (a namorada<br />

de Namor) intervém e consegue uma trégua entre os<br />

heróis.<br />

Quando os dois voltaram a se encontrar, em Marvel<br />

Mystery Comics 17, (março de 1941), já eram alia<strong>dos</strong>,<br />

conforme explicava a revista: “ O Tocha Humana e o Submarino<br />

estão juntos novamente. Não para destruir um ao<br />

outro, mas para formar uma aliança que irá deter os planos<br />

gigantescos de invasão aos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>!” Essa fase é<br />

marcada pelo desfile de beldades, mais fantasia e menos<br />

ficção científica, e, claro, a luta contra as forças do Eixo do<br />

Mal.<br />

No inverno americano de 1941, ocorreu outro confronto<br />

entre os dois heróis, desta vez na revista<br />

Human Torch 5. Burgos e Everett foram incumbi<strong>dos</strong><br />

pela Timely de produzir um épico de60 páginas num prazo<br />

apertadíssimo: cerca de cindo dias. Começaram numa<br />

quarta e entregaram a HQ completa numa segunda-feira,<br />

conforme Everett revelou numa entrevista ao roteirista<br />

Roy Thomas em 1971. A revista não tem data na capa, mas<br />

tudo leva a crer que foi publicada após 22 de junho de 1942,<br />

data que Hitler investiu contra a ex-aliada União Soviética.<br />

A aventura começa quando Namor está retornando<br />

à Atlântida, após receber uma mensagem de sua<br />

mãe. Ao chegar se depara com um espetáculo de horror:<br />

seu amado lar submerso foi destruído por bombas durante<br />

uma batalha naval entre comunistas e nazistas. Apenas<br />

sua mãe e alguns seres submarinos sobreviveram, escondi<strong>dos</strong><br />

num abrigo. Namor então convoca um conselho de<br />

guerra, formado por diversos reinos <strong>dos</strong> mares. Ele convoca<br />

o Tocha Humana para ser seu aliado e revela seus planos.<br />

É claro que o Tocha não gosta nem um pouco do que<br />

ouve e parta para cima do Homem-Peixe, iniciando uma<br />

luta de proporções épicas, com direito a golpes baixos, socos<br />

no estômago e à partici<br />

pação de Hitler, Stalin, Roosevelt, Churchill, Ka-Zar, Patriota,<br />

Anjo original e outros heróis.<br />

O roteiro, típico daquele início <strong>dos</strong> anos 40, é deliciosamente<br />

primitivo: não havia grandes preocupações<br />

quanto à psicologia <strong>dos</strong> personagens e os dois heróis se<br />

comportam de maneira quase ilógica, absurda, se comparada<br />

com os padrões de hoje em dia. Namor, por exemplo,<br />

mata civis em massa, trai o amigo, não se importa nem<br />

um pouco em manter sua palavra real, etc. E, lá pelo final,<br />

se comporta como um verdadeiro covarde, implorando de<br />

joelhos ao adversário: “Não me mate” Eu me rendo” Pode<br />

parecer absurdo se visto com os olhos de hoje,<br />

mas os leitores da época não queriam outra coisa. Namor<br />

teve outros encontros com o Tocha, mas já sem a participação<br />

ativa de Everett, que se alistara para a Guerra e foi<br />

substituído por outros autores. Na segunda metade <strong>dos</strong><br />

anos 40, os gibis de super-heróis entraram em decadência,<br />

o que levou a Timely quase a falir. Com isso, Tocha Humanae<br />

Namor ficaram sem revistas e só retornaram, com<br />

sucesso às bancas, no começo <strong>dos</strong> anos 60 na rabeira do<br />

Universo Marvel recém-criado por Stan Lee e Jack Kirby.<br />

Uma versão atualizada do Tocha surgiu na revista do<br />

Quarteto Fantástico que, na edição 4, também mostrava o<br />

retorno de Namor.<br />

Para justificar o desaparecimento do Príncipe<br />

Submarino nos anos anteriores, foi explicado aos leitores<br />

que ele sofreu um ataque de amnésia e vagou durante<br />

todo esse tempo como mendigo em Nova York. O novo Tocha<br />

(Jhonny Storm) o encontra por acaso e o reconhece.<br />

Como tratamento de choque a água revive sua memória.<br />

Deu certo, mas não do jeito que o Tocha queria: Namor volta<br />

ao seu reino e o encontra destruído. Jurando vingança,<br />

empreende um novo ataque (mais um!) ao mundo da superfície.<br />

A partir daí Namor se tornou personagem convidado<br />

em diversas revistas da Marvel, em especial na do<br />

Quarteto e <strong>dos</strong> Vingadores. E, quando o novo Tocha ganhou<br />

sua própria série na revista Strange Tales, lá estava Namor<br />

revivendo aquelas épicas batalhas, desta vez com o sucessor<br />

de seu antigo adversário. A maioria dessas novas<br />

histórias da Era de Prata era Desenhada por Jack Kirby e<br />

Dick Ayers, com roteiro assinado pelos irmãos Stan Lee e<br />

Larry Lieber.<br />

24 25


Justiça em Dobro<br />

Eles são durões, esquenta<strong>dos</strong> e bom de briga. Quando Demolidor<br />

e Justiceiro se encontram, a pancadaria corre solta.<br />

Por Jota Silvestre<br />

Se o mundo fosse dividido em mocinhos e bandi<strong>dos</strong>,<br />

não há dúvida de que lado estaria o Demolidor.<br />

Matt Murdock cresceu sem conhecer a mãe;<br />

ainda menino, sofreu um acidente que o privou da visão<br />

– ao mesmo tempo em que ampliou i's demais senti<strong>dos</strong><br />

a níveis sobre-humanos; e, logo depois, teve seu pai assassinado.<br />

Com os anos, submeteu seu corpo a um rígido treinamento<br />

e passou a utilizar suas habilidades para captura<br />

criminosos. Transformou a adversidade em virtude, o<br />

que faz dele um herói.<br />

O Justiceiro é um personagem mais ambíguo.<br />

Frank Castle, fuzileiro Vietnã, assistiu ao massacre de<br />

sua mulher e filhos quando acidentalmente flagrou um<br />

grupo<br />

de mafiosos executando um desafeto. Passou a utilizar<br />

seu treinamento militar para exterminar criminoso.<br />

Transformou a adversidade em vingança. Isso faz dele<br />

um vilão?<br />

Esta diferença é a motivação <strong>dos</strong> principais confrontos<br />

entre os dois nos últimos 25 anos. A justiça com as próprias<br />

mãos não é bem aceita pelos heróis em geral, mas<br />

para o Demolidor, um homem que acredita no sistema<br />

26<br />

Heróis<br />

judicial – inclusive em sua identidade civil como advogado<br />

– ela é inadmissível.<br />

O primeiro encontro entre Demolidor e Justiceiro surgiu<br />

pelas mãos de Frank Miller, na época em que ele cuidava<br />

do título Daredevil. Foi no número 183, de<br />

1982, durante a investigação das mortes de crianças por<br />

over<strong>dos</strong>e de drogas.<br />

Apesar de um certo respeito inicial, assim que<br />

o Justiceiro começa a espancar vicia<strong>dos</strong> e tenta assassinar<br />

o traficante, os dois heróis saem na porrada. Nos<br />

confrontos seguintes – e foram muitos, nos títulos regulares<br />

e edições especiais – a cena é comum: tiros,<br />

costelas quebradas, sangue e todo tipo de contusão. A<br />

maioria destas histórias foi acompanhada pelos leitores<br />

brasileiros na revista Superaventuras Marvel, da Ed.<br />

Abril.<br />

Numa experiência narrativa curiosa, em<br />

1988 as revistas de linha do Demolidor<br />

e do Justiceiro publicaram simultaneamente<br />

a mesma história sob dois pontos de<br />

vista. Cada um mostra como eles chegam ao<br />

mesmo tempo a um ex-funcionário <strong>dos</strong> Laboratórios<br />

Zum que misturava cianeto aos medicamentos<br />

da companhia por pura vingança. O<br />

Demolidor dá uma bela surra no Justiceiro antes<br />

de levar o assassino a julgamento.<br />

Três anos depois, voltam a trocar socos<br />

em Daredevil 292 para ver quem consegue pegar<br />

primeiro os vilões Treinador e Lápide, empenha<strong>dos</strong><br />

numa disputa que envolve assassinatos<br />

em série. No ano seguinte, formam uma estranha<br />

aliança com o herói Nômade, no arco Dead<br />

Man´s Hand (A Herança do Rei), que se estendeu<br />

pelas revistas <strong>dos</strong> três personagens nos Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong>.<br />

O confronto definitivo até o momento se<br />

deu a minissérie em seis partes Meios e Fins, de<br />

2005 (por aqui, saiu no ano seguinte na extinta<br />

Demolidor, o Homem sem Medo 24 a 29, da Panini).<br />

O vilão Cabeça de Martelo é o novo chefão<br />

do crime de Nova York apoiado pelo Chacal, um<br />

<strong>dos</strong> mais antigos inimigos do Justiceiro. A trama<br />

não foge do habitual: Demolidor precisa impedir<br />

que o vigilante mate os vilões. Só que desta vez<br />

há mais em jogo: a guerra contra o crime expõe<br />

a cidade a todo tipo de violência e o Homem<br />

sem Medo culpa o Justiceiro por isso.<br />

Para quem curte pancadaria, essa história<br />

escrita e desenhada por David Laphan (Balas<br />

Perdidas) é um prato cheio. O clima esquenta a<br />

cada edição e as lutas ficam mais ferozes. Para<br />

o Demolidor, Franks Castle passou <strong>dos</strong> limites;<br />

para o Justiceiro, o oponente já atrapalhou demais<br />

seus planos. No violento duelo final, cercado<br />

por bandi<strong>dos</strong> e policiais, o Justiceiro é derrota<br />

e preso.<br />

Realidades alternativas<br />

Heróis<br />

Em duas oportunidades fora da cronologia<br />

convencional. Justiceiro finalmente mata o<br />

Demolidor. A primeira vez foi na série What<br />

If... ?, dedicada às realidades alternativas da Marvel.<br />

O que aconteceria se o Justiceiro matasse o<br />

Demolidor, de 1991, remete ao primeiro confronto,<br />

em Daredevil 183.<br />

Nesta versão, o Demolidor cai do telhado<br />

durante a luta e morre. No rastro de violência que<br />

se segue, Homem-Aranha, sua tia May, o advogado<br />

Foggy Nelson e o repórter Bem Urich também<br />

são mortos. O Justiceiro descobre que o Rei<br />

do Crime (Wilson Fisk) aproveitou-se da situação<br />

para tomar conta da cidade. Ele detona uma bomba<br />

no escritório do Rei e acaba morto também.<br />

A outra história é de 1995 e foi escrita por<br />

Garth Ennis (Preacher), que anos mais tarde seria<br />

responsável por uma das melhores fases do Justiceiro.<br />

Em Justiceiro Massacra o Universo Marvel,<br />

a família de Frank Castle é morta não por mafiosos,<br />

mas numa batalha entre super-herós e alienígenas.<br />

O Justiceiro começa a eliminar to<strong>dos</strong> os<br />

super-humanos e deixa o Demolidor por último.<br />

Quando descobre que ele é seu amigo de infância<br />

Matt Murdock, se suicida.<br />

Considerando apenas os confrontos no<br />

mundo “real”, o placar é favorável ao Demolidor –<br />

não que isso importe para Justiceiro. Apesar das<br />

diferenças, ambos sabem que são dois la<strong>dos</strong> da<br />

mesma moeda. Talvez um dia eles se entendam.<br />

Para o bem <strong>dos</strong> fãs das boas histórias em quadrinhos,<br />

é melhor que isso nunca aconteça.<br />

27


Dossiê Heróis X Heróis<br />

Sansão e Golias<br />

Hulk e Wolverine os heróis mais selvagens da Marvel, tiveram<br />

alguns <strong>dos</strong> mais violentos pegas das HQs.<br />

Por Claudio Murena<br />

Foi nas páginas da revista do Gigante Esmeralda<br />

que o baixinho mutante fez sua estréia<br />

(The Incredible Hulk 180, de outubro<br />

de 1974) e, já nas duas edições seguintes, o então<br />

agente do governo canadense confrontou não só<br />

o Hulk como o monstro Wendigo, que habita as<br />

florestas canadenses. Nesta história escrita por<br />

Len Wein e desenhada por Herb Trimpe, Wolverine<br />

surgia como um coadjuvante de menos expressão,<br />

mas a atitude arrogante de Wolverine e<br />

sua selvageria fizeram com que ele não fosse esquecido:<br />

quando receberam a tarefa de remodelar<br />

os X-Men, Chrus Claremont e Dave Cockrum decidiram<br />

incluí-lo na nova versão da equipe.<br />

Anos depois, em 1988, o desenhista Todd<br />

McFarlane e o roteirista Peter David criaram outro<br />

violento confronto entre Hulk e Wolverine. Publicada<br />

na revista The Incredible Hulk 340, essa HQ<br />

se tornou uma das mais lembradas até hoje. Na<br />

época, Logan era o líder <strong>dos</strong> X-Men, enquanto<br />

Banner se transformava em uma versão cinza do<br />

hulk toda noite, vagando ao lado de Rick Jones e do<br />

agente da Shield Clay Quartemain. Em uma destas<br />

noites, Hulk danifica um avião e causa um acidente<br />

próximo ao jato <strong>dos</strong> mutantes, que voltavam da<br />

missão. Enquanto o resto da equipe voltava para a<br />

mansão X, Wolverine fica no local para investigar e<br />

acaba se encontrando com o Gigante Esmeralda.<br />

Wolverine tenta dominar seus instintos animais e<br />

agir racionalmente para evitar o confronto, o que<br />

acaba nçao acontecendo. A batalha só é interrompida<br />

quando Quartemain e Jones chegam ao local<br />

e dispersam a dupla com o disparo de uma rajada<br />

Laser. Com isso, a batalha terminou em empate.<br />

Heróis<br />

Imediatamente após esse confronto, os dois personagens<br />

sofreram muitas mudanças. Wolverine<br />

e os X-Men foram considera<strong>dos</strong> mortos após os<br />

eventos da saga A Queda <strong>dos</strong> Mutantes (1988)<br />

e Logan foi morar na ilha de Madripoor, localizada<br />

no Pacífico. Enquanto isso, o Hulk cinza, agora<br />

menos forte, porém mais esperto, mudou-se para<br />

Las Vegas e começo uma bem-sucedida carreira<br />

como capanga nos cassinos do gângster Sr.Berengetti,<br />

usando a identidade de Sr.Tira-Teima.<br />

Nesta fase os personagens voltaram a se encontrar<br />

nas revistas Wolverine 7 e 8 (1989), numa<br />

história escrita por Chris Claremont e desenhada<br />

por John Buscema. Desta vez, o Sr. Tira-Teima vai<br />

a Madripoor para investigar o general Coy o tio da<br />

nova mutante Karma e um <strong>dos</strong> principais inimigos<br />

de Caolho, identidade usada por Logan, nesta<br />

fase. Ao chegar na Ilha, Sr.Tira-Teima e Caolho se<br />

unem em uma aventura repleta de situações engraçadas<br />

nas quais o Hulk acaba sendo envolvido<br />

por seu “parceiro” e tem suas roupas substituídas<br />

por calças roxas, relembrando o velho estilo “ Hulk<br />

Esmaga”. Em Wolverine Vol 1 144 e 145 (1999), os<br />

heróis novamente se encontram, numa HQ com<br />

participação do Líder, arqui-inimigo do Hulk. Já em<br />

The Incredible Hulk 454 e 455 (1997) é Apocalipse,<br />

um <strong>dos</strong> maiores rivais <strong>dos</strong> X-Men, quem tem<br />

papel de destaque: durante o período em que Hulk<br />

ficou descontrolado devido aos eventos da saga<br />

Heróis Renascem, o vilão tomou o controle e o<br />

transformou seu Cavaleiro da Guerra. Os X-Men<br />

tiveram um breve confronto com o Hulk, mas logo<br />

o Gigante se livrou do controle de Apocalipse e retomou<br />

sua jornada pelos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>.<br />

Outros Confrontos<br />

Na minissérie Six Hours (março a junho de<br />

2003), as vidas de Banner e Logan cruzam<br />

a de um adolescente infectado por<br />

uma picada de cobra. Com poucas horas de vida,<br />

as coisas pioram quando Kyle Hatcher embarca<br />

em um vôo que, além de Banner, leva dois marginais<br />

que tentam uma fuga com dinheiro e drogas<br />

rouba<strong>dos</strong> de um poderoso chefe do crime. Os<br />

bandi<strong>dos</strong> tomam o controle do avião e acabam<br />

atirando em Banner, que reage causando a queda<br />

do jato entre a mata canadense, onde Wolverine<br />

passava alguns dias de isolamento. Começa<br />

então uma busca <strong>dos</strong> dois pelo garoto desaparecido<br />

e demais tripulantes do vôo antes das seis<br />

horas, horário limite para o envenenamento do<br />

rapaz ser fatal. Lançada no Brasil em 2003 pela<br />

Panini, a minissérie contou com o texto de Bruce<br />

Jones e desenhos de Scott Kolins. Os dois heróis<br />

não chegam a brigar porque na maior parte da<br />

história quem está no comando é Bruce Banner.<br />

Em fevereiro de 2006 foi lançada a revista Ultimate<br />

Wolverine vs. Hulk, com a história do primeiro<br />

confronto <strong>dos</strong> heróis no Universo Ultimate.<br />

Na trama, Wolverine é chamado por Nick Fury<br />

para assassinar Bruce Banner, culpado da morte<br />

de mais de 800 pessoas durante o primeiro ataque<br />

de seu alter ego à Nova York. O x-man segue<br />

o rastro de destruição causado pelo Hulk até<br />

o Tibet, onde o encontra rodeado por mulheres<br />

de uma aldeia próxima. A história, escrita por Damon<br />

Lindelof, co-criador da série televisiva Lost,<br />

e desenhada por<br />

Leinil Francis Yu, foi interrompida na edição 2<br />

devido a atrasos consecutivos não sendo concluída<br />

até hoje, mas algumas cenas do material<br />

já lançado geraram bastante polêmica entre os<br />

leitores, em especial o combate mostrado já nas<br />

primeiras páginas, onde Hulk simplesmente corta<br />

Wolverine ao meio e lança suas pernas a 6 km<br />

de distância. As últimas notícias dão conta de<br />

que os números restantes da série lança<strong>dos</strong> nos<br />

EUA em 2008.<br />

O encontro mais recente entre Wolverine<br />

e Hulk ocorreu em World War Hulk, saga que<br />

marca o retorno do Gigante Esmeralda à Terra<br />

após ser exilado no espaço pelo grupo de heróis<br />

conhecido como Iluminatti, formado por Homem<br />

de Ferro, Reed Richards, Doutor Estranho, Charles<br />

Xavier, Namor e Raio Negro.<br />

Ainda mais furioso e pronto para se vingar,<br />

Hulk e seus alia<strong>dos</strong> passam a caçar os membros<br />

do Iluminatti, o que os leva a lutar contra boa<br />

parte <strong>dos</strong> heróis Marvel. Ainda inédita no Brasil, a<br />

HQ repercutiu por vários títulos da editora e, em<br />

World War Hulk: X-Men 1 a 3, ocorreu um combate<br />

do Hulk contra os X-Men. Dessa vez, Wolverine<br />

teve pouca chance e levou uma bela surra,<br />

assim como Colossus, Ciclope e até o Fanático,<br />

então regenerado e membro da equipe Excaibuir.<br />

O massacre só teve fim quando Hulk decidiu que<br />

Xavier não deveria ser punido por não ter participado<br />

da votação que aprovou sua expulsão do<br />

planeta, partindo em sua busca por vingança.<br />

28 29<br />

Heróis


Dossiê Heróis X Heróis<br />

Homens de Aço<br />

Superman e o Capitão Marvel já lutaram tanto nos gibis<br />

quanto nos tribunais, em processos de plágio.<br />

Acompetição entre esses dois ícones <strong>dos</strong><br />

quadrinhos teve uma origem diferente:<br />

o mundo real. Após seu surgimento em<br />

Action Comics 1, de 1938, o Superman se manteve<br />

como campeão de vendas entre os gibis de<br />

super-heróis. Mas isso mudou quando o Capitão<br />

Marvel entrou em cena, em 1941, na revista Whiz<br />

Comics 2. O conceito do garoto que diz uma palavra<br />

mágica (Shazam!) e se torna um super-herói<br />

ganhou o imaginário <strong>dos</strong> leitores da época, o que<br />

logo se refletiu nas vendas. As revistas do Capitão<br />

atingiam a assombrosa marca de um milhão de<br />

cópias por edição, superando até os números do<br />

Homem de Aço.<br />

Isso levou a um processo da National (atual DC<br />

Comics), editora do Superman contra Fawcett<br />

Publications, editora do Capitão. A National acusava<br />

sua concorrente de plágio, alegando que os<br />

personagens eram muito pareci<strong>dos</strong> em to<strong>dos</strong> os<br />

aspectos. Esse processo começou em 1941 e se<br />

arrastou até 1953, quando os quadrinhos de super-heróis<br />

entraram em baixa. Os custos jurídicos<br />

eram enor<br />

mes, as revistas do Capitão já não vendiam tão<br />

bem e, para minimizar os prejuízos, a Fawcett entregou<br />

os pontos. Sua última revista com o Capitão<br />

Marvel foi publicada em 1954 e, pelas duas<br />

décadas seguintes, o herói ficaria distante <strong>dos</strong><br />

quadrinhos.<br />

Mas o que levou esse conflito para o mundo<br />

<strong>dos</strong> quadrinhos foi, na verdade, uma sátira ao<br />

processo judicial. Na edição 4 da revista Mad, de<br />

1953, foi publicada a história Superduperman vs<br />

Captain Marbles, onde os dois heróis resolviam<br />

suas diferenças numa luta recheada de piadas típicas<br />

da revista. Apesar do ar cômico, essa luta<br />

inspiraria inúmeras criadores nos anos posteriores.<br />

Um deles foi Elliott Maggin, um escritor que,<br />

na edição 276 da revista Superman (1974), criou o<br />

Captain Thunder, uma “homenagem” ao Capitão<br />

Marvel similar em tudo, exceto o símbolo no peito,<br />

que era uma estrela em vez de um trovão. Banido<br />

de seu universo por um de seus inimigos, Thunder<br />

acabou no universo do Superman e eles se<br />

enfrentaram até, como esperado, se unirem para<br />

combater os inimigos de Thunder.<br />

Heróis<br />

Um pouco antes, em 1972, a DC comprou os<br />

direitos de publicação do Capitão Marvel, que<br />

passou a viver na Terra-S, uma das dezenas<br />

de Terras paralelas que compunham o multiverso DC.<br />

A editora começou a republicar as histórias antigas<br />

do personagem, mas as vendas não iam muito bem.<br />

Para alavancar o personagem recém-adquirido, nada<br />

melhor que coloca-lo contra o maior herói da editora.<br />

Assim, Superman e Capitão Marvel se enfrentaram<br />

pela primeira vez em Justice League 134 a 137,<br />

de 1976. Após esse primeiro embate, os dois teriam<br />

encontros regulares, em revistas como DC Comics<br />

Presents, Superman e outras, ora agindo juntos, ora<br />

se confrantando. Mas o ápice desses encontros <strong>dos</strong><br />

anos 70 ocorreu na edição especial Superman vs<br />

Shazam Limited Collectors ‘ Edition, de 1978. Nessa<br />

história, um criminoso alienígena tenta voltar um herói<br />

contra o outro. O plano não dá certo, claro... mas<br />

não antes da briga de heróis se estender por inúmeras<br />

páginas. Além do Superman da Terra Ativa, o Capitão<br />

Marvel também enfrentou o Superman da Terra<br />

Paralela, quando o Capitão foi dominado pelos nazistas<br />

nas edições 36 e 37 da revista All-Star Squadron.<br />

Os anos seguintes tiveram poucos confrontos<br />

entre os dois heróis, já que o Capitão Marvel foi<br />

pouco utilizado nos anos 80 e as revistas do Superman<br />

estavam mais focadas em mostrar a reformulação<br />

promovida pelo escritor e desenhista John Byrne,<br />

após a maxissérie Crise nas Infinitas Terras. Foi só<br />

Heróis<br />

nos anos 90 que um <strong>dos</strong> maiores conflitos entre os<br />

personagens ocorreu. Em Reino do Amanhã, de 1996,<br />

é mostrado um futuro apocalíptico em que um Superman<br />

envelhecido confronta um Capitão Marvel<br />

jovem, que sofreu lavagem cerebral nas mãos do<br />

vilão Lex Luthor. A briga entre os dois é o clímax da<br />

série e se encerra com o sacrifício do Capitão Marvel,<br />

que se liberta da influência de Luthor e tenta salvar<br />

os heróis de uma explosão nuclear. Reino do Amanhã<br />

trouxe de volta o conflito entre Super e o Capitão ao<br />

imaginário <strong>dos</strong> leitores mais novos, o que estimulou a<br />

criação de mais uma série de encontros. Um <strong>dos</strong> mais<br />

recentes ocorreu nas revistas mensais do Superman<br />

de 2005, numa saga em que o vilão Eclipso domina<br />

a mente do Homem de Aço e o Capitão Marvel tem<br />

que salvar Metrópolis da destruição. Ainda em 2005,<br />

essas batalhas constantes tiveram sua versão para a<br />

TV, num capítulo da segunda temporada do desenho<br />

animado Liga da Justiça Sem Limites.<br />

Nesse episódio, o Capitão é convidado a participar<br />

da Liga, mas Luthor manipula o herói e o Homem<br />

de Aço, levando-os a se enfrentarem. No final<br />

do episódio, o Capitão sai da Liga e, infelizmente, encerra<br />

sua participação na premiada série animada.<br />

Na revista Collectors’<br />

Edition, de 1978, Capitão<br />

Marvel e Superman<br />

tiveram um de seus<br />

principais encontros.<br />

Capitão Marvel e Superman<br />

se enfrentam no esenho da<br />

liga<br />

30 31


Dossiê Heróis X Heróis<br />

Heróis<br />

Heróis<br />

Duelo de<br />

Titãs<br />

Numa disputa entre raios<br />

gama e raios cósmicos, quem<br />

vence?<br />

Tanto o piloto de testes Benjamin Grimm quanto<br />

o doutor Bruce Banner foram vítimas de acidentes<br />

com radiação que os transformaram<br />

em poderosas criaturas. Os raios cósmicos tornaram<br />

Grimm o Coisa, que apesar da aparência grotesca foi<br />

aceito pela opinião pública como um herói, o membro<br />

mais popular do Quarteto Fantástico. Já o doutor<br />

Banner, vitimado pelos raios gama, virou o selvagem<br />

Hulk, sempre temido e caçado como um monstro.<br />

Nada mais natural que o destino <strong>dos</strong> personagens se<br />

cruzasse, em confrontos que já percorrem décadas,<br />

às vezes permea<strong>dos</strong> por bom humor, outras, por<br />

muita brutalidade. O primeiro encontro <strong>dos</strong> gigantes<br />

se deu na edição número 12 de Fantastic Four (março<br />

de 1962).<br />

Apesar de a história manter o padrão de qualidade<br />

da dupla Kirby e Lee, e não foi o confronto que<br />

os leitores esperavam ver. Com momentos inusita<strong>dos</strong>,<br />

como o Coisa sendo confundido com o Hulk pelo<br />

exército, a trama frustra ao apresentar o confronto<br />

entre dois <strong>dos</strong> mais fortes personagens da Marvel<br />

em uma simples troca de socos em quadro quadrinhos.<br />

Entretanto, mais de um ano depois, os leitores<br />

foram brinda<strong>dos</strong> com duas edições (Fantastic Four<br />

25 e 26) de pura ação, ou melhor dizendo, “pancadaria”.<br />

Com um enredo simples de Stan Lee, em The<br />

Hulkvs The Thing, Jack Kirby mostra o significado do<br />

termo arte sequencial. Com seu traço siples, surge<br />

um Hulk furioso que enfrenta o Coisa durante uma<br />

edição inteira para, no número seguinte, a luta se estender<br />

aos outros membros do Quarteto Fantástico<br />

e os <strong>dos</strong> Vingadores. Uma HQ memorável!<br />

Hulk e Coisa são peso-pesa<strong>dos</strong><br />

que, a cada encontro, rendem<br />

lutas memoráveis<br />

Apartir daí, as brigas entre os heróis tornaram-se<br />

muito frequentes. Um bom<br />

exemplo de brutalidade entre os dois<br />

monstros ocorre na edição 112 (julho de 1971)<br />

de Fantastic Four, com texto de Stan Lee e<br />

desenhos do mestre John Buscema. Na trama,<br />

Bem Grimm écurado por Reed Richards e<br />

consegue controlar sua transformação entre<br />

homem e monstro. Entretanto, à medida que<br />

faz uso desse controle, Bem fica cada vez mais<br />

irracional, a ponto de superar o próprio Hulk em<br />

termos de fúria.<br />

Já em Marvel Feature 11 – lançada em<br />

setembro de 1973 com textos de Len Wein e<br />

desenhos de Jim Starlin – o foco da história são<br />

as cenas de humor da luta entre Coisa e Hulk. O<br />

sucesso <strong>dos</strong> encontros foi tão grande que em<br />

maio e 1974, para chamar a atenção de mais<br />

um título do Quarteto (GigantSize Superstars<br />

feat. Fantastic Four), um novo confronto foi<br />

criado, dessa vez por Gerry Conway no texto e<br />

Rich Buckler na arte, com a participação especial<br />

da personagem Thundra. Outros encontros<br />

dignos de menção são Marvel Fanfare 20 e 21<br />

(junho e julho de 1985) com texto e arte de Jim<br />

Starlin e a presença do Doutor Estranho, em<br />

um <strong>dos</strong> mais interessantes e épicos encontros<br />

<strong>dos</strong> heróis.<br />

Dois anos depois, Starlin juntou-se<br />

ao desenhista Bernie Wrightson para criar a<br />

Graphic Novel Hulk/Thing: The Big Chang. O<br />

argumento solto de Starlin deixou Wrightson<br />

à vontade em sua especialidade: desenhar<br />

monstros.<br />

Com isso, essa história é considerada uma das<br />

melhores na lista de combates entre Hulk e<br />

Coisa. Ainda mais, dada a baixa qualidade <strong>dos</strong><br />

encontros desses heróis nos anos seguintes.<br />

Os leitores não mostraram<br />

grande interesse em encontros<br />

como Incredible Hulk<br />

350, de Peter David e Jeff Purves<br />

(dezembro de 1988), e Fantastic<br />

Four 320, de Steve Englehart e Keith<br />

Pollard (novembro de 1988), em<br />

que as criaturas aparecem com um<br />

visual bem diferente: o Coisa cheio<br />

de espinhos e mais forte depois de<br />

passar por uma mutação e o Senhor<br />

Tira Teima, um Hulk cinza mais inteligente<br />

do que forte. Mesmo na recente<br />

minissérie Hulk & Thing: Hard Knocks,<br />

de 2004, com grandes nomes<br />

das HQs como Bruce Jones, Gerry<br />

Conway,<br />

Jae Lee e Rich Buckler, o confronto<br />

Hulk e Coisa não causou a<br />

mesma empolgação, talvez pelos<br />

personagens passarem boa parte da<br />

história numa conversa e não numa<br />

briga. O que salva a revista é a arte<br />

ompactante de Jae Lee. Mas entre<br />

empates, destruição e algumas risadas,<br />

a pergunta permanece. Quem é<br />

o mais forte, o Hulk ou o Coisa? Nenhum<br />

roteirista ainda conseguiu responder<br />

direito a pergunta. A melhor<br />

alternativa ainda é ler as edições e<br />

debater entre os amigos nerds nunca<br />

agradável mesa de bar.<br />

32 33


Heróis<br />

Heróis<br />

Amigos,<br />

mas nem tanto<br />

Homem-Aranha e o Tocha Humana ( o do<br />

Quarteto, não o androide <strong>dos</strong> anos 40) são<br />

jovens em situações extremas: o Aranha é<br />

responsável e sem grana, enquanto o Tocha tem a<br />

vida tranquila e adora curtir a fama de super-herói.<br />

Essa diferença rende boas histórias desde os anos<br />

60, quando ocorreu o primeiro encontro de ambos<br />

na revista Amazing SpiderMan 8 (1964), com<br />

argumento de Stan Lee e desenhos de Jack Kirby<br />

(que, aliás, poucas vezes desenhou o Aranha). Na<br />

época, o Quarteto Fantástico era o maior sucesso<br />

da Marvel e a aparição de um de seus membros<br />

em outra revista mostrava que a editora acreditava<br />

no potencial do Homem-Aranha. As histórias<br />

entre os dois personagens fluíram tão bem<br />

que estes encontros tornaram-se cada vez mais<br />

frequentes. A dupla Lee/Kirby não criou nenhum<br />

enredo mirabolante mas, em apenas seis páginas<br />

e uns 40 quadrinhos, criou a essência do combate<br />

<strong>dos</strong> dois heróis, com muitos golpes, provocações e<br />

piadinhas infames.<br />

A trama começa com a inesperada invasão do Homem-Aranha<br />

a uma festa na casa de uma das amigas do Tocha<br />

Humana. Lee aproveita esse pequeno encontro<br />

para mostrar as diferenças pessoais e sociais entre<br />

os dois rapazes. Por trás do jeito descontraído<br />

e das piadas, Peter é um tímido adolescente que<br />

mora com sua tia, enquanto Johhny Storm é um<br />

jovem descolado, cercado de carros e garotas. Explorando<br />

essas diferenças,<br />

O combate entre os dois se torna inevitável<br />

quando o Homem-Aranha decide marcar presença<br />

na festa. É interessante notar que, por estarem<br />

no início de carreira e longe do ápice <strong>dos</strong> seus poderes,<br />

ficou mais fácil para os dois evitarem golpes<br />

mais contundentes. Por alguns momentos percebe-se<br />

que eles pareciam se poupar, mas depois<br />

resolveram lutar de verdade. Mas, por mais que<br />

se esforçassem, ninguém saiu nocauteado nessa<br />

primeira luta. O resultado foi previsível: um empate<br />

devido a uma pequena intervenção do Quarteto<br />

Fantástico – em especial, da Mulher Invisível. Mas<br />

ficaram as juras de ambos por um segundo round.<br />

Outros embates<br />

A<br />

partir desse período, os encontros entre<br />

o HoMem-Aranha e o Tocha Humana<br />

tornaram-se mais frequentes, mas nem<br />

sempre em histórias de boa qualidade. Em 1967,<br />

por exemplo, na revista The Amazing Spider-<br />

-Man Annual 4, os dois heróis são engana<strong>dos</strong> e<br />

leva<strong>dos</strong> a lutar por um plano do vilão Mysterio. O<br />

resultado não é digno de nota, nem menção na<br />

cronologia oficial da Marvel.<br />

Só apartir de 1972, com a publicação da<br />

revista Marvel Team up, esses encontros atingiram<br />

seu auge. O mote da revista era sempre<br />

reunir dois personagens diferentes para combater<br />

uma ameaça que nenhum <strong>dos</strong> dois poderia<br />

derrotar sozinho. Na prática, boa parte do tempo<br />

ela funcionava como um título do Aranha e, como<br />

não seguia sua cronologia à risca, permitia histórias<br />

com qualquer herói. No início da publicação, a<br />

dupla Aranha-Tocha foi a que mais apareceu em<br />

suas páginas, com boa parte das HQs escrita por<br />

Gerry Conway com desenhos de Ross Andru. A<br />

“rivalidade amigável” <strong>dos</strong> heróis apareceu em algumas<br />

histórias e resultou mais em provocações<br />

mútuas do que em lutas de verdade.<br />

Nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, essas histórias foram<br />

republicadas pelo menos uma dúzia de vezes<br />

ao longo <strong>dos</strong> anos nas revistas Giant Size<br />

Super – Villain TeamUp2 (1975); Marvel Tales 194<br />

(1986); Spider-Man Classics 9 (1993) e Amazing<br />

Spide-Man<br />

Omnibus 1<br />

(2007). No Brasil, o primeiro encontro Aranha-<br />

-Tocha ocorreu na revista O Homem Aranha 4<br />

(julho de 1969). Da Ebal; Homem Aranha 83 (maio<br />

de 1990), da Ebal. Abril, e na Bibçioteca Histórica<br />

Marvel – Homem-Aranha 1 (2007), da Panini.<br />

Uma edição bem representativa foi lançada em<br />

2005. Trata-se da minissérie Spider-man/Human<br />

Torch.<br />

Com argumento de Dan Slott e arte de<br />

Ty Templeton, a história mostra a relação do Tocha<br />

e do Aranha ao longos <strong>dos</strong> anos e presta<br />

uma homenagem a diversos artistas que criaram<br />

trabalhos que envolviam a dupla de heróis.<br />

Essa publicação foi lançada no Brasil pela Panini<br />

em Marvel Apresenta 21 (2005) e traz muitos fatos<br />

interessantes como a invenção do impagável<br />

Aranhamóvel, a descoberta da identidade secreta<br />

do Homem-Aranha por Johhny Storm, os<br />

combates contra vilões de terceira categoria e<br />

muitas piadinhas. Outro encadernado bem divertido<br />

lançado pela Panini foi Os Maiores Clássicos<br />

do Homem-Aranha vol. 4, com mais um encontro<br />

entre o Tocha e o Aranha. Só que dessa vez os<br />

personagens não brigaram por vontade própria:<br />

eles estavam controla<strong>dos</strong> por Karma, mutante<br />

que meses depois se tornou membro <strong>dos</strong> Novos<br />

Mutantes. A arte é de um Frank Miller em começo<br />

de carreira.<br />

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Heróis<br />

O Segundo Confronto<br />

Heróis<br />

Dias de LUTA<br />

Adversários na Guerra Civil, Steve Rogers e<br />

Tony Stark são heróis capazes de lutar até<br />

ás últimas consequências por seus ideais.<br />

Fazer o que for preciso em nome de<br />

um bem maior: por esse motivo<br />

o inventor Anthony Edwart “Tony<br />

Stark assumiu a identidade do Homem de<br />

Ferro. Pelo mesmo motivo, Steven “steve”<br />

Rogers se ofereceu durante a Segunda<br />

Guerra Mundial como cobaia no projeto<br />

Renascimento, que o transformou no<br />

Capitão América. Apesar de décadas de<br />

diferença, o destino <strong>dos</strong> heróis se cruzou<br />

e Avengers 4, de 1964, na clássica história<br />

em que o Capitão América se uniu aos<br />

Vingadores, grupo fundado e patrocinado<br />

pelo Homem de Ferro. Foi o início de uma<br />

forte amizade, quebrada durante algumas<br />

crises que forçaram casa um escolher la<strong>dos</strong><br />

opostos. O primeiro grande confronto<br />

aconteceu no arco Guerra das Armaduras,<br />

publicado entre 1987 e 1988, nas edições<br />

255 e 231 da revista Iron Man.<br />

Na trama escrita por David Micheline<br />

com arte de Mark D Bright, Stark<br />

descobre que um de seus inimigos, o Espião-Mestre,<br />

roubou e vendeu parte da<br />

tecnologia de sua armadura para diversos<br />

vilões. Transtornado com a idéia de sua<br />

maior criação ser usada para matar pessoas,<br />

o inventor parte na obsessiva missão<br />

de identificar e destuir qualquer armadura<br />

que contenha traços de sua tecnologia.<br />

Quando o herói decide destruir as armaduras<br />

<strong>dos</strong> Guardiões, guardas especiais<br />

da Gruta, que era uma penitenciária para<br />

supervilões, entra em cena Steve Rogers<br />

como o Capitão, identidade que assumiu<br />

depois que o governo o proibiu de atuar<br />

como o Capitão América. Stark vence o<br />

combate de forma desleal e destrói todas<br />

as armaduras, mas o resultado é armago:<br />

sua amizade com Rogers se desfaz e os<br />

Vingadores da Costa Oeste decidem por<br />

sua expulsão da equipe. Não foi fácil para o<br />

Homem de Ferro reconquistar a confiança<br />

de seus amigos e seu lugar na equipe.<br />

Uma curiosidade: a série animada<br />

do Homem de Ferro <strong>dos</strong> anos 90 fez<br />

uma adaptação da Guerra das Armaduras,<br />

mas no lugar de Steve Rogers foi usado o<br />

Gavião Arqueiro, herói que era presença<br />

constante no desenho.<br />

Lançada em 1992 e concebida por Mark<br />

Gruenwald, Bob Harras, Fabian Nicieza e<br />

diversos desenhistas, Operação: Tempestade<br />

Galática foi uma série em 19 partes que se<br />

estendeu por diversos títulos. O arco narra uma<br />

guerra entre dois impérios alienígenas, os Kress<br />

e os Shiars. Em meio ao conflito, estão a Terra e<br />

os Vingadores. Ao final da saga, uma bomba de<br />

radiação é detonada sobre o império Kree, matando<br />

bilhões de vidas. Os Vingadores descobrem<br />

que tudo fazia parte de um plano da Suprema Inteligência<br />

Kree, um computador que é a soma da<br />

consciência de milhares de líderes militares. A Inteligência<br />

previu que a radiação mataria bilhões,<br />

mas os sobreviventes se tornariam o próximo<br />

passo evolucionário <strong>dos</strong> krees, gerando uma raça<br />

mais forte.<br />

O Homem de Ferro, chocado com a revelação,<br />

afirma que a equipe deve destruir a Inteligência.<br />

O Capitão América, líder <strong>dos</strong> Vingadores,<br />

proíbe a ação, por julgar a Inteligência como uma<br />

forma de vida. O Homem de Ferro se recusa a<br />

seguir a ordem e, junto com o Thor, Visão, Magnum,<br />

Cavaleiro Negro, Hércules e Sersi, destrói a<br />

Inteligência, que o grupo chama de máquina sem<br />

emoções. A situação leva a um racha na equipe.<br />

O Capitão América abandona o grupo e o Homem<br />

de Ferro encerra as atividades <strong>dos</strong> Vingadores da<br />

Costas Oeste para criar sua própria equipe, a Força<br />

Federal. Mais uma vez, foram necessários anos<br />

até a situação ser superada.<br />

Guerra Civil<br />

Na maxissérie de 2006 escrita pelo escocês<br />

Mark Millar e desenhada por Steve<br />

McNiven, a aliança entre Capitão América<br />

e Homem de Ferro é rompida mais uma vez.<br />

A crise tem início com a criação de uma lei que<br />

obriga o registro de to<strong>dos</strong> os cidadãos americanos<br />

com algum poder. De um lado está Stark,<br />

que acredita que nada vai impedir o governo e<br />

Shield de impor a lei e caçar os não registra<strong>dos</strong>.<br />

Dessa forma, nada mais natural que os<br />

próprios heróis se aliem ao governo e estabeleçam<br />

as regras do registro, criando aos olhos do<br />

Homem de Ferro um novo começo para os super-heróis.<br />

Do outro lado está o Capitão América,<br />

que enxerga na lei o mesmo tipo de política<br />

autoritária que ele combateu na 2ª Guerra. Rogers<br />

defende o direito <strong>dos</strong> heróis de permanecerem<br />

com suas identidades civis em segredo,<br />

por ser o meio mais seguro de proteger seus<br />

amigos e familiares. Entre favoráveis e contrários<br />

ao registro, Stark e Rogers se tornaram os<br />

comandantes de uma verdadeira guerra entre<br />

os heróis, com cada um <strong>dos</strong> la<strong>dos</strong> dispostos a<br />

tudo para vencer. A série em sete capítulos publicada<br />

pela Panini se aproxima de seu fim, com<br />

resulta<strong>dos</strong> drásticos no Universo Marvel.<br />

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Ilustrador<br />

Ilustrador<br />

Larry Fong é um cineasta americano nascido em Los Angeles, Califórnia.<br />

Ele é mais conhecido por ser o diretor de fotografia de Zack<br />

Snyder filmes 's, 300 e Watchmen... Porém ganhou grande reconhecimento<br />

ao ser responsável pela fotografia do filme Batman vs Superman.<br />

Fong demonstrou interesse e talento<br />

para a arte ainda muito novo. Sua<br />

experiência em fotografia e filmes<br />

foi autodidata, começando no ginásio<br />

com curtas-metragens. Ele se formou<br />

na UCLA (Universidade da Califórnia em<br />

LOS Angeles) com um MBA em Linguística<br />

na Art Center College of Design em<br />

Pasadena, instituição de reconhecimento<br />

mundial na área do Design Gráfico, especializada<br />

em cinema e fotografia.<br />

Iniciou sua carreira profissional com<br />

a filmagem de vídeos de música, atraindo<br />

assim atenção o suficiente a ponto de ser<br />

chamado para filmar dois filmes independentes<br />

e vários pilotos de TV, comerciais<br />

e afins. Em 2004, ele foi contratado para<br />

filmar o “Perdido”, piloto pelo qual foi indicado<br />

ao prêmio ASC.<br />

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Ilustrador<br />

Ilustrador<br />

Até agora Batman, Superman e Mulher-Maravilha nunca tinham colaborado juntos na tela grande, no entanto, o<br />

oposto é verdadeiro de acordo com Larry Fong, diretor de fotografia do filme “Batman vs Superman..<br />

"É claro tive que levar em conta o que se passou antes, em versões anteriores do Superman e Batman," observa<br />

Larry Fong.<br />

"Claramente, o trabalho que Christopher Nolan e Wally Pfister alcançaram com sua trilogia de Batman não poderia<br />

ser ignorado, mas no final Zack me deu a liberdade de fazer o que achei apropriado. Nós gravamos muitos, muitos<br />

testes de maquiagem, figurinos e iluminação para ter certeza que iríamos na direção certa".<br />

Um distinto estilo de filmagem foi estabelecido para cada super-herói e seus alter-egos.<br />

" O objetivo do Clark Kent é se encaixar como o vizinho, então ele é representado de uma forma bastante normal,<br />

mas quando ele é o Super-homem, ele torna-se maior que a vida e, portanto, é fotografado mais dramaticamente,"<br />

explica Fong.<br />

SPOILER ALERT<br />

O<br />

mesmo vale para Bruce Wayne, mas ele é uma mistura<br />

estranha de riqueza e poder, raiva e cansaço. O<br />

personagem da Mulher-Maravilha foi especialmente<br />

divertido porque um lado dela é elegante e refinado, enquanto<br />

o oculto é... bem... você vai ver! v<br />

Enquanto Henry Cavill (ator que interpretou versões<br />

antigas do Batman) retorna ao seu papel como o último filho<br />

de Krypton. Ben Affleck veste a capa e capuz e atua como um<br />

novo Batman tão esperado pelo público, Gal Gadot gira o laço<br />

dourado interpretando uma nova Mulher Maravilha e Jesse<br />

Eisenberg segue os passos de Gene Hackman e Kevin Spacey<br />

em retratar corporativo megalomaníaco Lex Luther.<br />

Finalizando, Fong diz sobre a responsabilidade de participar de<br />

uma franquia tão grande e sobre o amor <strong>dos</strong> fãs aos personagens<br />

envolvi<strong>dos</strong><br />

" No começo eu ficava intimidado pela ideia de tiro entre<br />

Batman e Superman, não só por causa do escopo do projeto,<br />

mas também por causa da responsabilidade de tantos fãs que<br />

têm suas próprias expectativas da franquia. Eu sou grato que<br />

Zack tenha me convidado a particpiar, convencendo-me que<br />

poderíamos criar algo interessante e emocionante e único.<br />

Espero que o público concorda."<br />

E então galera... Qual a sua expectativa em torno de Batman<br />

vs Superman?<br />

40 41


Criador<br />

ALEX, o grande<br />

Devoção aos quadrinhos e um estilo incomparável fazem de Alex Ross um <strong>dos</strong><br />

maiores astros das HQs em to<strong>dos</strong> os tempos. Por Mauricio Muniz<br />

Ilustrador<br />

Desde sua infância, Alex Ross queria trabalhar<br />

com quadrinhos. Embora essa<br />

máxima seja verdadeira para a maioria<br />

<strong>dos</strong> profissionais da área, para Ross a decisão<br />

veio muito cedo e de maneira não convencional<br />

quando, por volta <strong>dos</strong> cinco anos, assistia aos<br />

quadros protagoniza<strong>dos</strong> por um ator vestido de<br />

Homem-Aranha no programa educativo Electric<br />

Company. Enquanto to<strong>dos</strong> os outros atores<br />

tinham diálogos, o ator que fazia o personagem<br />

da Marvel se expressava apenas por balões que<br />

surgiam na tela com suas falas. Foi o bastante<br />

para Ross se apaixonar pelas HQs.<br />

Filho de um pastor protestante e de uma<br />

ilustradora de revistas e catálogos de moda, Nelson<br />

Alexandre Ross nasceu em 22 de janeiro de 1970<br />

na cidade de Portland, no Oregon. Aos seis anos<br />

mudou-se com os pais para o Texas e mais tarde<br />

para Chicago, em Illinois, onde cursou a American<br />

Academy of Art. Foi ali que Ross descobriu dois<br />

artifícios que seriam a base de seu trabalho: o<br />

uso de modelos vivos e a possibilidade de usar<br />

referencias fotográficas para poses e expressões.<br />

Depois que se formou, seu estilo de arte<br />

realista rendeu um emprego na Leo Burnett, uma<br />

das maiores agencias de propaganda do mundo.<br />

Mas seu interesse pelos quadrinhos nunca diminuiu<br />

e logo Ross firmaria seu nome na nona arte.<br />

Confira os detalhes.<br />

PRIMEIROS TRABALHOS COM HQs<br />

Ilustrador<br />

Aos 19 anos, Ross foi apresentado por um amigo<br />

aos donos da Now Comics, uma editora de<br />

Chicago, hoje extinta. Ao saberem de seu interesse<br />

por quadrinhos, pediram que enviasse amostras<br />

de sua arte. Fã de Rust, uma serie de terror da editora,<br />

Ross enviou algumas artes do personagem principal.<br />

Foi o bastante para o jovem artista ser contratado pelo<br />

Now para ilustrar uma minissérie em cinco partes, passada<br />

no universo do filme O Exterminador do Futuro,<br />

que a empresa licenciava.<br />

Escrita por Ron Fortir, autor de ficção cientifica<br />

e fantasia, Terminator: The Burning Earth mostrava<br />

o final da guerra entre a raça humana e os assassinos<br />

cibernéticos que tentavam destruí-la.<br />

Na época do seu lançamento, 1990, a serie não fez sucesso,<br />

mas mostrou que Ross conseguia contar uma<br />

historia com sua arte pintada. Outra marca registrada<br />

do artista surgiu aqui, quando começou a colocar personalidades<br />

da TV, do cinema e <strong>dos</strong> quadrinhos como<br />

figurantes da historia. Entre os coadjuvantes mortos<br />

em explosões, estavam o apresentador de TV David<br />

Letterman e os donos do Now, que não estavam pagando<br />

a Ross o combinado pelo trabalho.<br />

TENTATIVAS E CANCELAMENTOS<br />

Ross estava empolgado com o resultado <strong>dos</strong><br />

seus primeiros quadrinhos e aumentou seus<br />

esforços para conseguir outras chances na<br />

área. Apaixonado por super-heróis, começou a enviar<br />

à Marvel e à DC artes pintadas com seus personagem<br />

preferi<strong>dos</strong>: Superman, Homem-Aranha, Batman, a família<br />

Marvel, Sandman e outros.<br />

Impressionado com o trabalho do artista, um<br />

<strong>dos</strong> editores da Marvel à época, Kurt Busiek, encomendou<br />

ao rapaz uma historia curta para a edição 5 de<br />

Open Space, uma antologia de ficção cientifica. Para o<br />

azar de Ross, a revista foi cancelada no numero 4 e sua<br />

historia caiu no limbo. porem, Busiek e o ilustrador ficaram<br />

amigos e começaram a trabalhar juntos em uma<br />

proposta para o Homem de Ferro, com uma historia que<br />

levaria o Vingador Dourado ao futuro, onde enfrentaria<br />

sua versão maligna. Infelizmente, outra vez os planos<br />

não deram em nada. O máximo que Ross conseguiu<br />

foi emplacar um trabalho ligado à DC: a capa de um romance<br />

que adaptava a saga da morte e ressurreição do<br />

Superman.<br />

42 Pag 44<br />

43


MARVELS, O<br />

GRANDE SALTO<br />

Ilustrador<br />

REINO DO AMANHÃ ,<br />

UM CLASSICO DA DC<br />

Ilustrador<br />

Pouco antes de começar a trabalhar em sua<br />

proposta do Homem de Ferro, Ross mostrou<br />

a Busiek algumas pinturas que fizera com os<br />

personagens da Marvel e que, imaginava ele, poderiam<br />

render uma revista com historias curtas estreladas<br />

pelos heróis da Casa das Ideias. Busiek, porem, achava<br />

que o conceito poderia ser melhorado e, a partir dai,<br />

criou a historia de Phil Sheldon, um fotografo que presencia<br />

a maioria <strong>dos</strong> eventos importantes da historia<br />

da Marvel entre o inicio <strong>dos</strong> anos 40 e o final <strong>dos</strong> 60.<br />

Enquanto apresentava o projeto chamado<br />

Marvels a Tom DeFalco, editor-chefe da empresa, Ross<br />

foi convidado a fazer uma historia curta para a revista<br />

Hellraiser. Apesar de não gostar daquele material de<br />

terror, ele aceitou ilustrar a historia numa tentativa de<br />

angariar simpatia para seu projeto. Se isso influiu, não<br />

Marvels, mesmo sendo algo tão diferente do que se fizera<br />

em quadrinhos até então.<br />

A minissérie em quatro partes foi lançada<br />

em 1994 com um sucesso estron<strong>dos</strong>o. Apresentado<br />

arte fantástica e um roteiro inteligente e emocionante,<br />

mostrava fatos como a chegada de Galactus à Terra e a<br />

morte de Gwen Stacy sob uma ótica realista e inovadora,<br />

tornando-se um marco. Todas as edições tiveram<br />

múltiplas tiragens e a serie recebeu inúmeros elogios<br />

da critica especializada. No ano seguinte, Marvels ganharia<br />

um punhado de prêmios Eisner e Harvey, entre<br />

eles os de melhor minissérie e melhor ilustrador, além<br />

de varias outras indicações.<br />

Marvels transformou Busiek e Ross, mais do<br />

que merecidamente, em superastros da industria de<br />

quadrinhos.<br />

Ross ja havia mostrado o passado da Marvel e,<br />

agora, queria mostrar o futuro da DC. Após o sucesso<br />

de Marvels, o ilustrador procurou a DC com<br />

ideias para uma minissérie que retratasse uma realidade<br />

alternativa, na qual tragédias pessoais mudariam as vidas<br />

<strong>dos</strong> principais heróis da editora. O artista procurava<br />

um parceiro para roteirizar suas ideias e tentou trabalhar<br />

com James Robinson, autor <strong>dos</strong> elogia<strong>dos</strong> A Era de Ouro e<br />

Starman, mas o roteirista não encontrou espaço em sua<br />

agenda. A DC sugeriu Mark Waid, um de seus melhores<br />

escritores, que logo sugeriu mudanças - no original de<br />

Ross, por exemplo, não havia a participação de Ajax e o<br />

Senhor. Destino era um golfinho - e a dupla criou aquela<br />

que se tornaria uma das HQs mais idolatradas de to<strong>dos</strong><br />

os tempos.<br />

se sabe. Mas, após pedir algumas alterações,<br />

ASTRO CITY, UMA HQ<br />

INOVADORA<br />

Em 1995, após criar algumas paginas para a DC<br />

Comics de um anual do Sandman da era Dourada,<br />

Alex Ross se reuniu a Kurt Busiek em outro<br />

projeto. Expandindo a ideia usada em Marvels de mostrar<br />

de forma realista um mundo habitado por super-<br />

-heróis, Busiek criou Astro City, uma cidade habitada<br />

por superseres, to<strong>dos</strong> inspira<strong>dos</strong> em personagens<br />

clássicos das HQs.<br />

Lançada pelo selo Homage, da Wildstorm - na<br />

época um braço da Image Comics-, o diferencial da serie<br />

era mostrar o lado humano e pouco visto das aventuras<br />

<strong>dos</strong> super-heróis. Os personagens principais de<br />

suas historias poderiam tanto ser heróis que não tem<br />

tempo para aproveitar a vida como capangas que descobrem<br />

saber mais<br />

do que deveriam sobre a vida do crime. Ou ainda, repórteres<br />

cobrindo confrontos além de sua compreensão<br />

ou donas de casa que tem medo de sair à rua e dar<br />

de cara com um super-vilão.<br />

Como os planos de Busiek eram de que a série<br />

fosse regular, Ross não poderia ilustrar as historias<br />

devido ao tempo longo que leva para criar cada página.<br />

Assim, ele ficou responsável pela criação do visual <strong>dos</strong><br />

inúmeros personagens que povoam Astro City e pelas<br />

impressionantes capas da série, enquanto o veterano<br />

Brent Anderson se encarregou <strong>dos</strong> interiores.<br />

Astro City foi outro sucesso de critica e de<br />

vendas e deu inúmeros prêmios a Ross e Busiek. Ainda<br />

é publicada no formato de minisséries e especiais regulares<br />

pela DC, atual proprietária de Wildstorm .<br />

ESTUDO A LÁPIS E PINTURA<br />

FINAL DE UMA CENA DE REINO<br />

DO AMANHÂ<br />

Lançada em 1996, O Reino do Amanhã<br />

trazia um Superman desiludido recriando<br />

a Liga da Justiça para enfrentar os<br />

perigos representa<strong>dos</strong> por uma nova<br />

geração de heróis e pelas artimanhas de<br />

Lex Luthor. Sucesso de vendas, ovação<br />

da crítica e inúmeros prêmios se seguiram.<br />

Nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, a editora<br />

Graphitti Designs lançou um estojo que<br />

encadernava a série original e trazia<br />

um livro de 100 páginas com os designs<br />

cria<strong>dos</strong> por Ross para a série.<br />

O sucesso também fez com<br />

que fosse cogitada uma série regular,<br />

chamada O Reino, desenhada por Gene<br />

Ha (Top Ten) e com concepção de Waid e<br />

Ross, que exploraria os eventos que levaram<br />

ao Reino do Amanhã. O projeto foi<br />

cancelado devido a desavenças entre<br />

Ross, Waid e os editores.<br />

44 45


OS MAIORES HERÓIS E<br />

VILÕES DO MUNDO<br />

Em 1998, Ross se uniu a Paul Dini, roteirista-<br />

-chefe do aclamado desenho animado do<br />

Batman e co-autor do premiado Batman:<br />

Louco Amor, para criar uma série de álbuns em<br />

tamanho tablóide em comemoração ao aniversário<br />

de 60 anos <strong>dos</strong> maiores heróis da DC. Mas, ao<br />

contrário de suas aventuras convencionais, esses<br />

personagens não enfrentavam super-vilões e cataclismas<br />

mas, sim, problemas do cotidiano.<br />

O primeiro álbum, de 1998, foi Superman:<br />

Paz na Terra, que mostrava Homem de Aço tentando<br />

resolver o problema da fome no mundo. A<br />

seguir, em 1999, veio Batman: Guerra ao Crime, no<br />

qual o Homem-Morcego encontra um garoto pobre<br />

que perde os pais e pode se voltar para o crime.<br />

Em 2000, a dupla lançou Shazam: O Poder da<br />

Esperança, no qual o Capitão Marvel visita crianças<br />

à beira da morte para realizar seus últimos desejos.<br />

O último foi Mulher Maravilha: Espírito da Verdade,<br />

de 2001, que trazia a amazona enfrentando os problemas<br />

de ser uma mulher poderosa num mundo<br />

dominado pelos homens.<br />

TIO SAM<br />

Heróis<br />

Em menos de três anos, Alex Ross saiu<br />

da obscuridade para ganhar um papel de<br />

destaque em algumas das histórias em<br />

quadrinhos mais aclama<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> últimos anos e<br />

isso deu ao autor a liberdade para criar os projetos<br />

que quisesse. Mas seu próximo trabalho foi<br />

uma surpresa para to<strong>dos</strong>.<br />

Ross juntou-se ao escritor Steve Darnall<br />

em 1997 para produzir a minissérie em duas<br />

partes Tio Sam para o selo Vertigo. Porém, a série<br />

não era sobre o obscuro super-herói da DC,<br />

mas sobre a figura mítica que representa os Esta<strong>dos</strong><br />

Uni<strong>dos</strong>, aqui mostrado como um homem<br />

perdido e sem rumo, numa alegoria política aos<br />

rumos do país.<br />

O formato <strong>dos</strong> especiais permitiu a Ross<br />

criar belas obras de arte a cada página, sem as restrições<br />

impostas por revistas normais. O sucesso<br />

levou Ross e Dini a criar nos dois anos seguintes<br />

mais dois álbuns estrela<strong>dos</strong> pela Liga da Justiça. O<br />

primeiro, LJA: Origens Secretas, reproduzia as origens<br />

de vários membros da equipe. O segundo JLA:<br />

Liberdade e Justiça, era uma aventura na qual a formação<br />

clássica da equipe enfrentava um vírus alienígena.<br />

A dupla propôs à DC outro álbum, chamado<br />

Portraits of Villainy (Retratos da Vilania) que traria<br />

ilustrações <strong>dos</strong> vilões da editora acompanhadas de<br />

textos sobre cada um. mas, embora Ross já tivesse<br />

feito a arte a lápis da edição, os editores não se interessaram<br />

pelo projeto.<br />

Outro destaque são os pôsteres que o artista<br />

produziu com personagens da Marvel e da<br />

DC, que permitiram a Ross criar incríveis imagens<br />

com os heróis que admira desde criança.<br />

Dois <strong>dos</strong> melhores são os que reproduzem as<br />

capas de Fantastic Four 1 (imagem à esquerda)<br />

e X-Men 1, seguindo o desenho original de<br />

Jack Kirby.<br />

Recentemente, Ross fez uma capa<br />

para a revista Village Voice que causou controvérsias<br />

por mostrar o presidente George<br />

W. Bush como um vampiro, sugando o sangue<br />

da Estátua da Liberdade.<br />

TERRA X, UNIVERSO X E PARAÍ-<br />

SO X<br />

Quem achou sombrio o futuro da DC<br />

mostrado em Reino do Amanhã, não<br />

tinha ideia do que Ross pensou para<br />

o futuro da Marvel. Lançada em 1999, a minissérie<br />

em 12 partes Terra X mostrava o líder<br />

<strong>dos</strong> Inumanos, Raio Negro, liberando um vírus<br />

na atmosfera da Terra, transformando toda a<br />

população do planeta em mutantes. Em meio<br />

aos caos, Reed Richards veste a armadura do<br />

Dr. Destino e se isola na Latvéria, O Capitão<br />

América vaga sem rumo pelo mundo, a filha<br />

do Homem-Aranha se une a Venom e os poucos<br />

heróis que ainda se importam com algo<br />

precisam deter o novo Caveira Vermelha.<br />

Os conceitos da saga foram cria<strong>dos</strong><br />

por Ross, que convidou seu amigo, o escritor<br />

Jim Krueger, para escrever os roteiros da série<br />

enquanto o respeitado John Paul Leon cuidou<br />

da arte interna. Mais uma vez, Ross ficou responsável<br />

pelas capas e visual <strong>dos</strong> personagens.<br />

CAPAS, PIN-UP E PÔSTERES<br />

A<br />

qualidade das ilustrações de Alex Ross<br />

fizeram com que ele se tornasse o mais<br />

requisitado artista do mercado de quadrinhos.<br />

Desde que estourou com Marvels , recebeu<br />

inúmeras encomendas de capas e pin-ups.<br />

Sua arte apareceu em revistas de Indiana Jones<br />

e Madman (Dark Horse), Xena (Topps), Kabuki e<br />

Supremo (Image), Prime (Malibu) e várias edições<br />

especiais da DC e da Marvel. Ross também criou<br />

diversas capas para publicações de informação<br />

como Wizard, Herol e Overstreet’s Fan. E suas<br />

capas para a edição anual do Comic Book Price<br />

Guide, sempre reinterpretando imagens famosas<br />

de quadrinhos do passado, mereciam figurar em<br />

qualquer galeria de arte.<br />

Terra X causou boa repercussão, o que gerou uma<br />

continuação. Universo X saiu logo em seguida e<br />

mostrava o Capitão América morto enquanto,<br />

sob o comando do Capitão Marvel, os heróis se<br />

unem para enfrentar Mefisto e a Morte. Este segundo<br />

capítulo, composto por 12 partes e vários<br />

especiais, levou a Marvel a encomendar um capítulo<br />

final. Veio Paraiso X, também em 12 partes<br />

mais as edições especiais, onde o Capitão Marvel<br />

destrói a Morte e cria um problema inesperado:<br />

ninguém mais pode morrer, não importa o<br />

quanto esteja ferido ou sofrendo. As vendas da<br />

terceira série caíram muito, o que levou a Marvel a<br />

encurtar a saga, para profunda decepção de Ross<br />

e Krueger.<br />

sTerra X foi publicada o Brasil pela Mythos<br />

Editora, em uma versão com menos páginas que<br />

a versão americana. As continuações permanecem<br />

inéditas por aqui.<br />

46 47<br />

Heróis


Heróis<br />

PROJETOS FUTUROS<br />

Sempre ocupado, Alex Ross já anunciou<br />

dois projetos nos quais estará<br />

envolvido. Um será a minissérie Superpowers,<br />

da Dynamite Entertainment.<br />

Essa ova parceria com Jim Krueger usará<br />

personagens antigos e em domínio público,<br />

como o Fighting Yang, Black Terror e o<br />

Green Lama, para criar uma saga que trará<br />

para o século 21 esses heróis quase esqueci<strong>dos</strong>.<br />

Ross não irá ilustrar as edições,<br />

mas apenas servir como diretor artístico,<br />

criando as capas e o visual <strong>dos</strong> personagens.<br />

O outro projeto anunciado é também<br />

uma minissérie, desta vez para a<br />

Marvel, chamada Vingadores/Invasores,<br />

que mostrará Capitão América, Namor,<br />

Bucky e outros heróis da Segunda Guerra<br />

Mundial viajando ao nosso presente e encontrando<br />

os Vingadores. A história novamente<br />

será de Ross e Krueger enquanto<br />

a arte interna ficará a cargo de Steve Sadowski<br />

(Sociedade da Justiça).<br />

JUSTIÇA, UMA VOLTA AOS<br />

SUPERAMIGOS<br />

Em 2005, Ross retornou aos seus<br />

personagens preferi<strong>dos</strong>, os heróis<br />

da Liga da Justiça, numa minissérie<br />

bimestral em 12 partes chamada Justiça.<br />

O artista convidou para o projeto seu<br />

companheiro de Terra X, Jim Krueger, para<br />

ajudá-lo no roteiro, e o desenhista Doug<br />

Braithwaite, que já trabalhara com os dois<br />

em Universo X, para cuidar da arte interna.<br />

Desta vez, porém, Ross decidiu também<br />

pintar com seu estilo único sobre o lápis<br />

de Braithwaite, o que deixou a série com a<br />

cara <strong>dos</strong> trabalhos anteriores de Ross.<br />

A história, provavelmente uma das<br />

melhores da Liga da Justiça em sua longa<br />

carreira, mostra o grupo de heróis enfrentando<br />

um de seus maiores desafios quando<br />

seus arqui-inimigos voltam a opinião<br />

pública contra eles,ameaçam seus entes<br />

queri<strong>dos</strong> e põem em risco suas identidades<br />

secretas.<br />

Uma das peculiaridades da série é<br />

mostrar a formação clássica do grupo, na<br />

qual o Flash ainda é Barry Allen. Para Ross,<br />

um eterno purista, a Liga da Justiça clássica<br />

é a única que vale ser mencionada nas<br />

HQs.<br />

48 49


Heróis<br />

Heróis<br />

Guerreiro<br />

invencível<br />

Conan, o guerreiro bárbaro<br />

de cabelos negros, estreou<br />

em 1932 no pulp Weird Tales.<br />

Os detalhes que envolvem a<br />

infância do guerreiro são misteriosos.<br />

Ele teria nascido por volta de 10.000<br />

Os fatos referentes à vida do<br />

cimério estão reuni<strong>dos</strong> em 21 contos<br />

publica<strong>dos</strong> nos pulps, além de<br />

Décadas depois, ganhou adaptações<br />

anos antes de Cristo na Ciméria, re-<br />

alguns contos incompletos, escritos<br />

para os quadrinhos, cinema e outras<br />

gião habitada por povos descenden-<br />

em 1932 e 1936. Ao contrário do que<br />

mídias, algumas fiéis à narrativa origi-<br />

tes da civilização perdida da atlânti-<br />

ocorria com os heróis convencionais,<br />

nal concebida por seu criador, Robert<br />

da, que fora governada por Kull, o rei<br />

as histórias de Conan não possuem<br />

E. Howard, outras nem tanto. Conan<br />

guerreiro, outra criação de Howard,<br />

uma ordem cronológica correta. Se-<br />

da Ciméria era um guerreiro que ex-<br />

anterior a Connan.<br />

gundo as palavras do próprio Howard:<br />

plorou seu mundo em busca de ouro<br />

Há pouquíssimos relatos so-<br />

“O aventureiro médio relata contos<br />

vinho e belas mulheres. Foi ladrão,<br />

bre a tribo do bárbaro, provavelmen-<br />

de vida selvagem aleatoriamente,<br />

soldado mercenário e pirata, até fi-<br />

te conhecida por Snowhawlk (Falcão<br />

alguns seguem um plano ordenado,<br />

nalmente se tornar rei. No meio do<br />

da Neve, em inglês). Ele seria filho de<br />

mas narram episódios claramente<br />

caminho, enfrentou tiranos, magos e<br />

uma camponesa, Greshena, com um<br />

separa<strong>dos</strong> por anos em que ocorre-<br />

monstros sobrenaturais. Todas essas<br />

ferreiro chamado Corin e teria nasci-<br />

ram e resta aos escribas organizar<br />

histórias ocorreram na Era Hiboriana,<br />

do em um campo de batalha quando<br />

essas ocorrências em ordem crono-<br />

período selvagem e esquecido que,<br />

sua tribo enfrentava uma horda de<br />

lógica”.<br />

segundo Howard, data de 12 a 18 mi-<br />

saqueadores. Com o início de sua ju-<br />

lênios antes de Cristo.<br />

ventude e a morte de seus pais, Co-<br />

A Era Hiboriana era consti-<br />

nan deixou sua tribo e seguiu rumo<br />

tuída por grandes templos e palácios<br />

ao sul, por puro espírito desbravador<br />

que serviam de palco para as bata-<br />

e vontade de enriquecer.<br />

lhas em que Conan se envolveu. Aliás,<br />

Howard tinha a preocupa-<br />

na descrição do período, aparecem<br />

ção de que seus contos não entras-<br />

diversas cidades por onde o bárbaro<br />

sem em contradição com a história<br />

passou ao longo da vida. No norte, os<br />

conhecida. Dessa forma, determinou<br />

destaques eram Aesgaard, Vanheim,<br />

que a Era Hiboriana fosse destruída<br />

Aquilônia, Nemédia, Brythunia e Hi-<br />

num grande cataclisma e assim seus<br />

berborea, territórios em constante<br />

registros históricos foram perdi<strong>dos</strong>.<br />

conflito. Ao sul, ficavam cidades como<br />

Por isso, no universo de Conan, as in-<br />

Corinthia, Zamora, Tura, Koth, khoraja,<br />

formações são baseadas em lendas e<br />

Shem e Ophir, todas de certa maneira<br />

mitos relata<strong>dos</strong> por diversos narra-<br />

50<br />

ligadas às aventuras de Conan.<br />

dores..<br />

51


Sobre o autor<br />

Robert E. Howard (1906-1936) nasceu na<br />

cidade de Peaster, no interior do Texas.<br />

Depois se estabeleceu definitivamente na<br />

cidade de Cross Plains. Howard foi um apaixonado<br />

desde a infância por História Antiga e pelos contos<br />

de terror que ouvia de sua avó e sua tia. Embora<br />

gostasse de escrever contos, essa atividade não<br />

proporcionou uma boa renda no começo da carreira<br />

do autor. Com isso, foi obrigado a estudar contabilidade<br />

e ter inúmeros empregos para se manter:<br />

foi jornalista, taquígrafo, balconista de lanchonete<br />

e até carteiro, mas nunca deixou de escrever, sua<br />

grande paixão desde os nove anos.<br />

Howard começou a escrever profissionalmente<br />

aos 15 anos, mas seus textos só começaram<br />

a chamar a atenção <strong>dos</strong> leitores em 1929,<br />

quando criou o Rei Kull da Valúsia. Três anos depois,<br />

alcançou o sucesso com Conan, o Bárbaro,<br />

sua maior obra literária.<br />

Muitos pesquisadores da vida do escritor<br />

explicam seu interesse por história antigas e<br />

seus contos de bárbaros como um reflexo de sua<br />

desilusão com a sociedade contemporânea. O fato<br />

é que o escritor mal saia de casa e só se comunicava<br />

com o mundo por meio de cartas. Mantinha<br />

contato constante com outros escritores de pulps<br />

da época, como o escritor de horror H. P. Lovecraft,<br />

com quem trocou diversas ideias sobre novos<br />

contos e por quem foi visivelmente influenciado.<br />

Em junho de 1936, atormentado por problemas<br />

psicológicos, Howard se suicidou com um<br />

tiro na cabeça após saber que sua mãe - a quem<br />

sempre era ligado - estava com um coma irreversível.<br />

Ele foi encontrado dentro de um carro nos<br />

fun<strong>dos</strong> de sua casa.<br />

Ilustrador<br />

Apesar do relativo sucesso, após a morte de Howard<br />

em 1936, os contos do guerreiro cimério pareciam fada<strong>dos</strong><br />

ao esquecimento. Por sorte, na década de 40 alguns escritos<br />

de Howard foram reuni<strong>dos</strong> numa edição limitada de capa<br />

dura da editora Gnome Books que, mais tarde, serviriam de<br />

inspiração para o quadrinhista Roy Thomas adaptar o mundo<br />

selvagem de Conan para os gibis da Marvel nos anos 70.<br />

Breve biografia do herói<br />

Howard concebeu Conan como guerreiro perfeito,<br />

assassino frio e dono de um olhar sombrio. Já aos<br />

15 anos, a lenda de Conan começava a ganhar contornos<br />

no cerco da cidade de Venarium, quando os aquilônios<br />

- interessa<strong>dos</strong> expandir suas fronteiras ao Norte - enfrentaram<br />

as tribos cimérias que, diante da expansão de um<br />

inimigo comum, se reuniram para enfrentar os invasores.<br />

Conan foi um <strong>dos</strong> primeiros cimérios a saltar as muralhas da<br />

fortaleza inimiga e, em meio à pilhagem, perseguiu uma bela<br />

jovem que atraiu sua atenção como seu direito de espólio,<br />

porém precisou resgatá-la de uma raça reptílica que a raptou.<br />

Esse breve momento serve como exemplo do espírito<br />

das aventuras do guerreiro, sempre com mistérios culminando<br />

em violentas lutas contra tiranos ou forças sobrenaturais.<br />

Não faltaram inimigos nas andanças de Conan. Um<br />

<strong>dos</strong> principais foi Thot-Amon, líder de um grupo de feiticeiros<br />

da Stigya e detentor do anel da serpente do deus Set<br />

que lhe conferia grande poder. Outro oponente foi o poderoso<br />

Thak - uma besta de aparência símia que usurpou o trono<br />

de Zamora, a cidade <strong>dos</strong> ladrões - e foi derrotado com uma<br />

espada encravada em seu coração.<br />

Conan ainda desafiaria diversas criaturas e deuses<br />

da Era Hiboriana, como Keraspa, deu de ouro e incrustado de<br />

joias; Thog, o horrendo deus mutante de Xuthal. Mas, diante<br />

de perigos tão grandes, foram igualmente majestosos<br />

os tesouros que Conan conquistou em vida, além das belas<br />

mulheres que possuiu.<br />

Bêlit, a rainha da Costa Negra, capitã <strong>dos</strong> piratas da<br />

ilha do Sul, se apaixonou por Conan assim que pôs os olhos<br />

nele. A parceria e o romance levaram o herói a se tornar um<br />

pirata e cruzar os mares com ela, até sua fatídica morte,<br />

quando Bêlit, atraída por uma armadilha - um altar repleto<br />

de joias - morre na região das venenosas águas do Rio<br />

Zarkheba. Outra pirata na vida do bárbaro foi a bela Valeria,<br />

das ilhas ocidentais. Talvez a parceira em batalhas mais bem<br />

sucedido de Conan tenha sido com a ruiva Sonja, praticamente<br />

uma versão feminina do bárbaro e outra personagem que<br />

virou gibi lançado pela Marvel.<br />

Entre as mulheres que apareceram na saga de Conan,<br />

só Zenóbia conseguiu levar o bárbaro para o altar. Concubina<br />

do Rei Tarascus, soberano de Belverus, cidade da Nemédia,<br />

Zenóbia ajudou Conan numa de suas enrascadas. Agradecido,<br />

o cimério jurou retornar para libertá-la e levá-la com ele.<br />

Conan cumpriu sua promessa e a tornou sua rainha quando foi<br />

coroado rei da Aquilônia. De quebra, tiveram três filhos, Conn,<br />

Tauru e a bela Radegung.<br />

Conheça os principais fatos<br />

da Era Hiboriana<br />

informações colhidas pelo pesquisador<br />

americano Mike McCoy<br />

> 17.800 a.C Primeiro cataclismo. As ilhas da Atlântida<br />

e Lemúria afundam, as ilhas Pictas se tornam<br />

montanhas, o povo lemuriano é escravizado pelos<br />

sobreviventes do cataclisma.<br />

> 17.500 a.C Os atlantes regridem à selvageria e a<br />

evolução picta fica estagnada. Zhemri, uma nação<br />

não-valusiana, progride ao sul, ilesa.<br />

> 16.800 a.C Os atlantes regridem ao nomadismo<br />

<strong>dos</strong> homens-macacos, desprovi<strong>dos</strong> da linguagem<br />

humana. Os pictos mantêm linguagem humana e<br />

vivem em clãs dispersos o sudoeste.<br />

> 14.400 a.C Os atlantes progridem e passam a<br />

chamar-se cimérios.<br />

> 14.000 a.C O aço é descoberto e sua utilização<br />

logo se espalha entre os reinos.<br />

> 12.200 a.C Nordheim é formada pelos selva gens<br />

loiros. A Ciméria é formada pelos descendentes<br />

<strong>dos</strong> atlantes.<br />

> 10.000 a.C - Nascimento de Conan<br />

> 9.200 a.C Os Cimérios saqueiam a Aquilônia, os<br />

Pântanos Bossonianos e os povos pictos.<br />

> 9.105 a.C Os Cimérios se aproveitam <strong>dos</strong> caos<br />

para saquear cidades, destruir áreas de plantio e<br />

retornar às planícies. O Império da Aquilônia desmorona<br />

em meio a sangue e chamas.<br />

Conan carrega sua<br />

amada Bêlit nos<br />

braçõs: cena da<br />

fase pirata do persogame<br />

Ilustrador<br />

> 8.900 a.C Início das glaciações nórdicas.<br />

> 8.300 a.C Os Cimérios destroem o antigo reino de<br />

Turan e se fixam no litoral sudoeste.<br />

> 7.000 a.C Ocorre um novo cataclismo. A Costa<br />

Ocidental afunda junto com Aesgaard, pântanos<br />

Bossonianos, sertões Pictos e Vananheim. No lugar<br />

da Ciméria, surgem os Mares Bálticos e do<br />

Norte. a Stygia torna-se parte da massa de terra<br />

que origina a África.<br />

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Um bárbaro na Marvel<br />

O<br />

sucesso internacional de Conan<br />

começaria apenas no início<br />

da década de 70. O roteirista<br />

Roy Thomas conhecia o trabalho de Howard<br />

por meio <strong>dos</strong> pulps e convenceu os executivos<br />

da Marvel a publicar seus contos em<br />

forma de quadrinhos. O próprio Thomas<br />

ficou com a tarefa de adaptar os roteiros e<br />

o projeto deu tão certo, que o roteirista só<br />

deixou a revista em Conan the Barbarian<br />

116, quase 10 anos depois. A passagem para<br />

as HQs trouxe sucesso imediato e abriu as<br />

portas para o surgimento de outros gibis<br />

adapta<strong>dos</strong> da obra de Howard, como Kull,<br />

o Conquistador e posteriormente Sonja,<br />

a Guerreira. Vale lembrar que todas essas<br />

adaptações procuraram sempre ser fiéis<br />

ao universo howardiano, com a exceção de<br />

Sonja, que sofreu algumas modificações<br />

por Roy Thomas.<br />

Diversos ilustradores de peso contribuíram<br />

para dar vida a Conan em sua carreira<br />

nos quadrinhos. Mas, sem dúvida, o<br />

preferido <strong>dos</strong> fãs foi o americano John Buscema<br />

(1927-2002), que assumiu a revista<br />

em Conan, The Barbarian 25 (1973), depois<br />

da saída do primeiro ilustrador do cimério,<br />

Barry Windsor Smith. O traço refinado em<br />

preto-e-branco de Buscema e a arte-final<br />

do fil<br />

ipino Alfredo Alcala (1925-2000) marcaram<br />

o personagem e ajudaram a definir o visual<br />

do bárbaro, além de materializar de maneira<br />

bem realista a fantástica Era Hiboriana.<br />

Nas mãos de Thomas e Buscema, a revista<br />

do herói cimério se tornou um sucesso de<br />

vendas e virou<br />

a principal referência do gênero espada e<br />

feitiçaria,<br />

gerando muitas imitações. A publicação da<br />

Marvel também é lembrada por suas belas<br />

capas, sempre ilustradas em estilo realista<br />

por grandes artistas como Frank Frazetta,<br />

Joe Jusko, Earl Norem, Boris Vallejo e Ernie<br />

Chan.<br />

Em 2003, a editora Dark Horse comprou<br />

os direitos do personagem e uma nova<br />

revista do bárbaro chegou às bancas em<br />

março de 2004. Nesse período, Kurt Busiek<br />

assumiu o roteiro em parceria com o ilustrador<br />

Cary Nord. Sua estreia foi Conan 0: A<br />

lenda de Conan, trabalho tão bem recebido<br />

pela crítica que ganhou o prêmio Eisner de<br />

Melhor Exemplar Único de 2004. Essa fase<br />

moderna do bárbaro é atualmente publicada<br />

no Brasil pela editora Mythos, que tem<br />

relançado ainda várias histórias clássicas<br />

<strong>dos</strong> anos 70 e 80, com nova tradução.<br />

Heróis<br />

Conan, um sucesso também no Brasil<br />

No início da década de 70, Conan foi publicado no Brasil por<br />

pequenas editoras, sem chamar a atenção. Em 1973, chegou<br />

a se chamar Hartan, o Selvagem em única edição da Editora<br />

Graúna que, para não pagar os direitos do personagem para a Marvel,<br />

alterou seu nome. Somente em 1976, a Editora Bloch voltou a<br />

publicar as aventuras do herói com seu nome correto. Mas o sucesso<br />

vira só na década seguinte, com o trabalho da redação Marvel/Abril.<br />

Nessa fase, Conan apareceu primeiro nas revistas de linha<br />

da Abril, como Capitão América, Superaventuras Marvel e<br />

Heróis da TV. Com o sucesso do filme, em 1982 a Abril lançou Almanaque<br />

Conan, atingindo um sucesso estron<strong>dos</strong>o. Em 1984, ela<br />

ganhou formato grande e foi rebatizada como A Espada Selvagem<br />

de Conan, chegando até o número 205. No final <strong>dos</strong> anos 80, corria<br />

o boato de que a Espada era a segunda maior revista em bancas<br />

do Brasil e só perdia em vendas para a Veja. A Espada Selvagem<br />

ganhou reedição de to<strong>dos</strong> os seus números, um caso raro no Brasil,<br />

que prova ter colecionadores muito fiéis às histórias do maior guerreiro da Era Hiboriana.<br />

Cinema e TV<br />

Em 1982, surgiu a adaptação cinematográfica<br />

de Conan, estrelada por um ator até então<br />

desconhecido: Arnold Schwarzenegger. Foi<br />

o empurrão necessário para apresentar o personagem<br />

ao grande público. Produzido pelo italiano<br />

Dino de Laurentis e com direção de Joh Milius e<br />

assistência de Oliver Stone, o filme foi uma superprodução<br />

rodada na Espanha que empregou mais<br />

de 6.000 pessoas, entre figurantes e técnicos.<br />

Apesar de alterar a origem do personagem, o filme<br />

conseguiu capturar bem o clima de suas histórias,<br />

tornando-se um sucesso de bilheteria.<br />

Em 1984, veio a continuação com Conan,<br />

o Destruidor, também com o já consagrado<br />

Schwarzenegger no papel principal e, nos bastidores,<br />

com Roy Thomas na produção do roteiro.<br />

Porém, o orçamento menor e o tom leve da trama<br />

não atingiram o sucesso do primeiro filme, o que<br />

encerrou a franquia. Atualmente, a Millenium Films<br />

adquiriu os direitos do personagem e pretende<br />

lançar novos filmes. Embora ainda não tenha sido<br />

anunciada a equipe técnica nem tampouco o ator<br />

que interpretará Conan, a produtora garante o<br />

início das filmagens deste novo filme para<br />

Heróis<br />

o primeiro nome na lista para dirigir o filme seria<br />

John McTiernan (Predador, Duro de Matar e a Caçada<br />

ao Outubro Vermelho). Outros boatos dão<br />

conta de que os produtores gostariam que Gerard<br />

Butler - o rei Lêonidas de 300 de Esparta - assumisse<br />

o papel do herói cimério, mas nenhuma informação<br />

foi confirmada até o momento.<br />

Em relação aos desenhos anima<strong>dos</strong>, Conan<br />

sofreu com fracas adaptações para a TV nos anos<br />

90. Foram duas séries voltadas para o público infantil<br />

que, em nada, lembravam suas aventuras<br />

nos pulps, HQs ou filmes. A boa notícia é que está<br />

em produção uma nova animação, voltada dessa<br />

vez ao público adulto. Com lançamento previsto<br />

para 2008, Conan: The Red Nails é uma história<br />

<strong>dos</strong> pulps - e também adaptada para as HQs por<br />

Roy Thomas e Barry Windsor-Smith -, que narra<br />

a fase pirata de Conan. No elenco estão as vozes<br />

de atores conheci<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> filmes de heróis, como<br />

Ron Perlman (Hellboy), James Marsden (X-Men)<br />

e Mark Hamill (Guerra nas Estrelas). Vamos aguardar.<br />

2008. Segundo o site AICN (www.aintitcool.com),<br />

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