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PATOLOGIA<br />

MÚSCULO-ESQUELÉTICA<br />

PARA MÉDICOS DE FAMÍLIA<br />

2017


Etolyn ® 600 mg com a tecnologia<br />

Libertação Prolongada apresenta<br />

superior perfil de tolerabilidade 2,3<br />

DMK.ETO.004.01.2017<br />

12/2016<br />

* Custo médio por tratamento por dia<br />

NOME DO MEDICAMENTO: Etolyn 600 mg comprimidos de libertação prolongada. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Cada comprimido de libertação prolongada contém 600 mg de etodolac, 244 mg de lactose. FORMA FARMACÊUTICA: Comprimido de libertação prolongada. Indicações<br />

terapêuticas: Indicado para uso por períodos agudos ou prolongados na artrite reumatoide e osteoartrite em adultos. Posologia e modo de administração: Os efeitos indesejáveis podem ser minimizados utilizando a menor dose eficaz durante o menor período de tempo necessário para controlar os<br />

sintomas. Adultos: Um comprimido uma vez por dia. Não foi estabelecida a segurança de doses superiores a 600 mg por dia. Não foram reportados casos de tolerância nem de taquifilaxia. Idosos: Geralmente não é necessário o ajuste da dose inicial. Os idosos têm maior risco de desenvolver reações<br />

adversas sérias. Se um AINE for considerado necessário, deve ser usada a menor dose eficaz durante o menor período de tempo possível. O doente deve ser regularmente monitorizado para hemorragia gastrointestinal. População pediátrica: Etolyn está contraindicado em crianças. Modo de<br />

administração: Administração oral. O comprimido deve ser tomado de preferência com ou após as refeições, engolido inteiro com um copo de água. Contraindicações: Hipersensibilidade à substância ativa ou a excipientes. O Etolyn não deve ser usado em doentes com insuficiência cardíaca grave.<br />

O Etolyn não deve ser usado em doentes com úlcera péptica ativa ou história de úlcera péptica recorrente. AINEs estão contraindicados em doentes que previamente demonstraram reações de hipersensibilidade durante a terapêutica com ibuprofeno, ácido acetilsalicílico ou outros AINEs. Insuficiência<br />

cardíaca, insuficiência hepática e insuficiência renal graves. Durante o último trimestre da gravidez. História de hemorragia gastrointestinal ou perfuração, relacionada com terapêutica anterior com AINEs. Advertências e precauções especiais de utilização: Utilizar a menor dose eficaz durante o menor<br />

período de tempo necessário para controlar a sintomatologia. A administração concomitante de Etolyn com outros AINEs, incluindo inibidores seletivos da ciclooxigenase-2, deve ser evitada. Idosos: Apresentam uma maior frequência de reações adversas com AINEs, especialmente de hemorragias<br />

gastrointestinais e de perfurações que podem ser fatais. Efeitos cardiovasculares e cerebrovasculares: Têm sido notificados casos de retenção de líquidos e edema associados ao tratamento com AINEs, pelo que os doentes com história de hipertensão arterial e/ou insuficiência cardíaca congestiva<br />

ligeira a moderada deverão ser monitorizados. A administração de alguns AINEs poderá estar associada a um pequeno aumento do risco de eventos trombóticos arteriais (ex: enfarte do miocárdio ou AVC). Os doentes com hipertensão arterial não controlada, insuficiência cardíaca congestiva, doença<br />

isquémica cardíaca estabelecida, doença arterial periférica e/ou doença cerebrovascular e doentes com outros fatores de risco cardiovasculares apenas devem ser tratados com etodolac após cuidadosa avaliação. Doenças respiratórias: Doentes que sofrem de, ou com história prévia de asma brônquica<br />

é necessário cuidado porque foram reportados casos de broncoespasmos. Insuficiência cardiovascular, renal e hepática: A função renal deve ser monitorizada em doentes com insuficiência cardiovascular, renal ou hepática especialmente nos que tomam diuréticos e nos idosos. O uso de AINEs<br />

pode potenciar a insuficiência renal. A dose deve ser mantida o mais baixa possível. A insuficiência renal ou hepática pode alterar o metabolismo do medicamento; especialmente idosos, devem ser observados para potenciais efeitos adversos e se necessário as doses devem ser ajustadas ou o<br />

medicamento descontinuado. Hemorragia, ulceração e perfuração gastrointestinal: Têm sido notificados com todos os AINEs efeitos potencialmente fatais, em várias fases do tratamento. Se qualquer sinal de hemorragia gastrointestinal aparecer, o Etolyn deve ser descontinuado. Plaquetas: AINES<br />

podem interferir, em certa medida, com a função plaquetária. Os doentes em terapêutica prolongada devem ser submetidos periodicamente a monitorização renal, hepática e hematológica. O risco de hemorragia, ulceração ou perfuração é maior com doses mais elevadas de AINEs, em doentes com<br />

história de úlcera, e em doentes idosos devendo-se iniciar com a menor dose eficaz disponível. Deve-se considerar a coadministração de agentes protetores gástricos. Doentes com história de toxicidade gastrointestinal, especialmente quando idosos, devem ser instruídos para informar sobre a<br />

ocorrência de sintomas abdominais anormais (ex: hemorragia gastrointestinal), sobretudo nas fases iniciais do tratamento. É aconselhada precaução em doentes a tomar concomitantemente medicamentos que possam aumentar o risco de úlcera ou hemorragia, tais como corticosteroides,<br />

anticoagulantes, inibidores seletivos da recaptação da serotonina ou antiagregantes plaquetários. Lúpus eritematoso sistémico e doença mista do tecido conjuntivo: Pode existir um aumento do risco de meningite assética em doente com lúpus eritematoso sistémico e doença mista do tecido<br />

conjuntivo. Segurança cutânea: Têm sido muito raramente notificadas reações cutâneas graves, algumas das quais fatais. Etolyn deve ser interrompido aos primeiros sinais de rash, lesões mucosas, ou outras manifestações de hipersensibilidade. Alterações da fertilidade feminina: O uso de Etolyn<br />

pode alterar a fertilidade feminina não sendo recomendado que mulheres a tomar etodolac tentem engravidar. Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este medicamento. Interações<br />

medicamentosas e outras formas de interação: Dada a forte ligação dos AINEs às proteínas plasmáticas pode haver necessidade de alterar a dose de outros medicamentos. Outros analgésicos incluindo inibidor seletivo ciclooxigenase-2: O uso concomitante de dois ou mais AINEs (incluindo ácido<br />

acetilsalicílico) deve ser evitado uma vez que pode aumentar o risco de efeitos adversos. Anti-hipertensores: Efeito anti-hipertensor reduzido. Diuréticos: Efeito diurético reduzido. Podem aumentar o risco de nefrotoxicidade dos AINEs. Glicosídeos digitálicos: Os AINEs podem potenciar o aumento<br />

dos níveis plasmáticos dos glicosídeos. Lítio: Diminuição da eliminação do lítio. Metotrexato: Diminuição da eliminação do metotrexato. Ciclosporina: Aumento do risco de nefrotoxicidade. Anticoagulantes: os AINEs podem aumentar os efeitos dos anticoagulantes. Agentes anti-agregantes<br />

plaquetários e inibidores seletivos da recaptação da serotonina: aumento do risco de hemorragia gastrointestinal. Tacrolimus: Possível aumento do risco de nefrotoxicidade. Zidovudina: Aumento do risco de toxicidade hematológica. Há evidências de um aumento do risco de hemartroses e<br />

hematomas em hemofílicos HIV (+). Os testes de bilirrubina podem dar resultados falso positivos devido à presença dos metabolitos fenólicos do Etolyn na urina. Mifepristone: Os AINEs não devem ser usados 8-12 dias antes da sua administração uma vez que os AINEs podem reduzir o seu efeito.<br />

Corticosteroides: aumento do risco de ulceração ou hemorragia gastrointestinal. Quinolonas: Resultados em animais indicam que os AINEs podem aumentar o risco de convulsões associados às quinolonas. Efeitos indesejáveis: Resumo do perfil de segurança: Os efeitos indesejáveis observados<br />

mais frequentemente são de natureza gastrointestinal. As frequências são definidas como: muito frequentes (≥1/10), frequentes (≥1/100 a


PATOLOGIA MÚSCULO-ESQUELÉTICA<br />

PARA MÉDICOS DE FAMÍLIA<br />

Coordenação:<br />

Rui Vaz


ÍNDICE<br />

PREFÁCIOs..........................................................................................................................<br />

NOTA INTRODUTÓRIA...........................................................................................................<br />

LISTA DE AUTORES...............................................................................................................<br />

LISTA DE SIGLAS .................................................................................................................<br />

CAPÍTULO 1 – OSTEOARTROSE<br />

Orlando Martins Cardoso, Maribel Gomes.......................................................................<br />

CAPÍTULO 2 – OSTEOPOROSE<br />

Ana Teresa Fernandes, Joana Vidal Teixeira, Rui Vaz........................................................<br />

CAPÍTULO 3 – RÁQUIS<br />

Helena Ribeiro, Nuno Namora, Frederic Ramalho, Filipa Pereira....................................<br />

CAPÍTULO 4 – ANCA<br />

Fátima Dinis, Paula Freitas, Maribel Gomes, Rui Vaz......................................................<br />

CAPÍTULO 5 – ARTROZEN ®<br />

Raquel Castro...................................................................................................................<br />

CAPÍTULO 6 – OMBRO<br />

Carla Costa, Zita Lopes, Marco Oliveira, André Maia e Silva...........................................<br />

CAPÍTULO 7 – COTOVELO, PUNHO E MÃO<br />

Fátima Costa, Sara Azevedo Lopes, Sofia Viçoso, Marco Pontinha..................................<br />

6<br />

8<br />

9<br />

12<br />

13<br />

27<br />

33<br />

51<br />

65<br />

71<br />

85<br />

CAPÍTULO 8 – ETOLYN ®<br />

Carla Costa.......................................................................................................................<br />

CAPÍTULO 9 – JOELHO<br />

Maria João Abreu, Teresa Martins, João Moura, César Lima e Sá....................................<br />

CAPÍTULO 10 – TORNOZELO E PÉ<br />

Filipa Abreu, Nelson Machado, Roberto Couto, Orlando Martins Cardoso...........................<br />

CAPÍTULO 11 – PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA<br />

Carla Pereira....................................................................................................................<br />

CAPÍTULO 12 – PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO E FORTALECIMENTO MUSCULAR NA POPULAÇÃO<br />

GERIÁTRICA<br />

Orlando Martins Cardoso.................................................................................................<br />

CAPÍTULO 13 – MEDICINA DESPORTIVA<br />

Bruno Vaz Silva, Vânia Leite, Rui Vaz.............................................................................. 191<br />

105<br />

113<br />

131<br />

161<br />

171


PREFÁCIO<br />

O Dr. Rui Vaz, médico especialista de Medicina Física e de Reabilitação e Responsável<br />

pela Consulta de Reabilitação músculo-esquelética do Hospital Senhora da Oliveira –<br />

Guimarães, é um médico que sempre mostrou interesse e apetência no dialogo interdisciplinar<br />

e multidisciplinar, quer a nível da formação quer em prol do melhor interesse<br />

do doente.<br />

Sendo a patologia músculo-esquelética tão prevalente, foi com naturalidade que após<br />

as I Jornadas de Medicina Física e de Reabilitação – Pontes com os Cuidados de Saúde<br />

Primários, em Novembro de 2014, surgiu a ideia da realização de umas tertúlias sobre<br />

patologia músculo-esquelética para Médicos de Família. O Dr. Rui Vaz sendo uma pessoa<br />

empreendedora e apaixonado pelo tema, assumiu a liderança do projeto e rapidamente<br />

congregou esforços para tornar este projeto em realidade. As tertúlias decorreram<br />

ao longo de mais de um ano com grande proveito para todos os intervenientes. São<br />

essas tertúlias, revisadas e corrigidas, que aqui se encontram redigidas e que penso que<br />

serão de grande interesse para os colegas de Medicina Geral e Familiar e para os colegas<br />

de Medicina Física e de Reabilitação, bem como para todos os colegas que tenham<br />

interesse por esta temática.<br />

Não posso deixar de agradecer à Tecnifar. Só através do seu apoio é possível termos<br />

imortalizadas as Tertúlias sobre patologia músculo-esquelética para Médicos de Família.<br />

Muito obrigada.<br />

Por fim, ao Dr. Rui Vaz, pelo entusiasmo e tenacidade, em levar estes projetos avante<br />

e a todos os seus colaboradores um grande bem hajam.<br />

Dr.ª Bárbara Moreira da Cruz<br />

(Consultora de Medicina Física e de Reabilitação)


PREFÁCIO<br />

A Medicina Física e de Reabilitação assume particular relevância na actualidade, pelo<br />

enorme impacto nos Serviços de Saúde e nos doentes que dela necessitam.<br />

No entanto, são notórias as dificuldades e as limitações que nesta área se vem verificando,<br />

sendo por isso consensual e primordial a necessidade de aquisição de mais<br />

conhecimentos e competências por parte dos Profissionais envolvidos, tendo sempre<br />

como referencial as Boas Práticas, quando se trata de prescrever ou processar tratamentos<br />

na MFR.<br />

É pois com muito apreço e regozijo que vejo nascer uma publicação que representa<br />

o culminar de sucessivas acções de formação sob a forma de tertúlias, nas quais participaram<br />

Profissionais das mais diversas áreas confinantes com a Medicina Física e de<br />

Reabilitação, num contexto de partilha e reforço dos conhecimentos essenciais numa<br />

área, que, como já referi, se reveste de enorme importância para os Serviços e para os<br />

Profissionais de Saúde, mas sobretudo para os doentes.<br />

O facto de esta publicação reunir os contributos das diversas Especialidades que interagem<br />

com esta área, é por si só a melhor garantia de um trabalho mais rico, sustentado<br />

e eficaz, porque alicerçado num esforço comum, participado e partilhado por todos os<br />

Profissionais.<br />

A integração dos Cuidados de Saúde Primários neste projecto, é fundamental e oportuna<br />

para uma articulação que necessariamente se deseja, como base para uma melhor<br />

prestação de cuidados numa área que se pretende bem regulada, em benefício dos<br />

Serviços e dos doentes.<br />

De referir ainda que uma publicação desta natureza, à qual, estou certo, outras se<br />

seguirão, constitui um instrumento decisivo para muitos Profissionais que nela encontrarão<br />

uma ajuda preciosa no seu dia-a-dia.<br />

Conheço bem o trajecto do dinamizador e coordenador do grupo que deu corpo (e<br />

alma) ao projecto consubstanciado neste livro, sendo que o seu trabalho se tem pautado<br />

por uma vontade enorme de adquirir novos conhecimentos e enriquecer a sua competência,<br />

revelando ao mesmo tempo uma rara disponibilidade para partilhar os seus<br />

conhecimentos, através de contactos pessoais, organização de reuniões, <strong>congresso</strong>s e<br />

cursos entre outros.<br />

Cumpre-me por isso expressar ao Senhor Dr. Rui Vaz e a todo o Grupo de Colegas que<br />

tornou possível este excelente trabalho, a maior gratidão deixando ao mesmo tempo<br />

um apelo para que continuem a fazer de cada vez mais e melhor.<br />

Dr. Novais de Carvalho<br />

(Presidente do Conselho Clínico e Saúde do ACeS Alto Ave)


NOTA INTRODUTÓRIA<br />

A interação dos Cuidados de Saúde Hospitalares com os Cuidados de Saúde Primários<br />

é de extrema importância para uma melhor capacidade diagnostica e terapêutica no<br />

âmbito do doente com patologia músculo-esquelética.<br />

Com isto, surgiu a ideia da realização de umas sessões teórico-práticas (Tertúlias)<br />

com uma abordagem holística de patologias muito prevalentes na consulta do Médico<br />

de Família.<br />

Como responsável da consulta de músculo-esquelético do Serviço de Medicina Física<br />

e de Reabilitação do Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães achei oportuno colocar<br />

nesta publicação temáticas que poderão ajudar a uma melhor referenciação do doente<br />

vindo dos Cuidados de Saúde Primários.<br />

Agradeço a colaboração dos meus colegas da Medicina Geral e Familiar, do Serviço de<br />

Ortopedia do Hospital Senhora de Oliveira e dos meus internos de formação específica<br />

de Medicina Física e de Reabilitação.<br />

Obrigado<br />

Rui Vaz<br />

(Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães)


LISTA DE AUTORES<br />

COORDENADOR:<br />

Rui Vaz<br />

Médico especialista de Medicina Física e de Reabilitação. Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do<br />

Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães.<br />

AUTORES:<br />

Ana Teresa Fernandes<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Ronfe, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Carina Antunes. Médica especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Ronfe,<br />

ACeS Alto Ave).<br />

André Maia e Silva<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Física e de Reabilitação. Serviço de Medicina Física e de Reabilitação<br />

do Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães.<br />

Bruno Vaz Silva<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Novos Rumos, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Samuel Pedreira. Médico especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Novos<br />

Rumos, ACeS Alto Ave).<br />

Carla Costa<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF S. Nicolau, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Maria José Teixeira. Médica especialista de Medicina Geral e Familiar. USF S.<br />

Nicolau, ACeS Alto Ave).<br />

Carla Pereira<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Fafe Sentinela, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Mário Castro. Médico especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Fafe Sentinela,<br />

ACeS Alto Ave).<br />

César Lima e Sá<br />

Médico especialista de Medicina Física e de Reabilitação. Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do<br />

Hospital Senhora da Oliveira– Guimarães.<br />

Fátima Costa<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF O Basto, ACeS Alto Ave, UCSP Oliveira<br />

do Hospital.<br />

(Orientador de Formação: Manuel Sá Nogueira. Médico especialista de Medicina Geral e Familiar. USF O.<br />

Basto, ACeS Alto Ave).<br />

Fátima Dinis<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Ronfe, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Carlos Salazar. Médico especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Ronfe,<br />

ACeS Alto Ave).<br />

Filipa Abreu<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Physis, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Henrique Machado. Médico especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Physis,<br />

ACeS Alto Ave).


Filipa Pereira<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Física e de Reabilitação. Serviço de Medicina Física e de Reabilitação<br />

do Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães.<br />

Frederic Ramalho<br />

Interno de Formação Específica de Ortopedia. Serviço de Ortopedia do Hospital Senhora da Oliveira –<br />

Guimarães.<br />

Helena Ribeiro<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Novos Rumos, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Fernando Carvalho. Médico especialista de Medicina Geral e Familiar. USF<br />

Novos<br />

Rumos, ACeS Alto Ave).<br />

Inês Madureira<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF DuoVida, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Fernanda Rodrigues. Médica especialista de Medicina Geral e Familiar. USF<br />

DuoVida, ACeS Alto Ave).<br />

João Moura<br />

Interno de Formação Específica de Ortopedia. Serviço de Ortopedia do Hospital Senhora da Oliveira –<br />

Guimarães.<br />

Joana Vidal Teixeira<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Pevidém. ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Alexandra Martins. Médica especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Pevidém,<br />

ACeS Alto Ave).<br />

Maria João Abreu<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF DuoVida, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Luísa Ferraz. Médica especialista de Medicina Geral e Familiar. USF DuoVida,<br />

ACeS Alto Ave).<br />

Marco Oliveira<br />

Interno de Formação Específica de Ortopedia. Serviço de Ortopedia do Hospital Senhora da Oliveira –<br />

Guimarães.<br />

Marco Pontinha<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Física e de Reabilitação. Serviço de Medicina Física e de Reabilitação<br />

do Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães.<br />

Maribel Gomes<br />

Interno de Formação Específica de Ortopedia. Serviço de Ortopedia do Hospital Senhora da Oliveira –<br />

Guimarães.<br />

Nelson Machado<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Physis, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Alexandre Castro. Médico especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Physis,<br />

ACeS Alto Ave).<br />

Nuno Namora<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF DuoVida, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Fernanda Rodrigues. Médica especialista de Medicina Geral e Familiar. USF<br />

DuoVida, ACeS Alto Ave).


Orlando Martins Cardoso<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Física e de Reabilitação. Serviço de Medicina Física e de Reabilitação<br />

do Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães.<br />

Paula Freitas<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Ara de Trajano, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Susana Pereira. Médica especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Ara de<br />

Trajano, ACeS Alto Ave).<br />

Raquel Castro<br />

Médica especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Amorosa XXI, Guimarães.<br />

Roberto Couto<br />

Interno de Formação Específica de Ortopedia. Serviço de Ortopedia do Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães.<br />

Sara Azevedo Lopes<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF O Basto, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Manuel Sá Nogueira. Médico especialista de Medicina Geral e Familiar. USF O.<br />

Basto, ACeS Alto Ave).<br />

Sofia Viçoso<br />

Médica especialista de Ortopedia. Serviço de Ortopedia do Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães.<br />

Teresa Martins<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Novos Rumos, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Samuel Pedreira. Médico especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Novos<br />

Rumos, ACeS Alto Ave).<br />

Vânia Leite<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Novos Rumos, ACeS Alto Ave.<br />

(Orientador de Formação: Fernando Carvalho. Médico especialista de Medicina Geral e Familiar. USF Novos<br />

Rumos, ACeS Alto Ave).<br />

Zita Lopes<br />

Interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. USF Vimaranes, ACeS Alto Ave.


13<br />

CAPÍTULO 1<br />

OSTEOARTROSE<br />

Orlando Martins Cardoso, Maribel Gomes<br />

INTRODUÇÃO<br />

A osteoartrose (OA) constitui uma patologia<br />

frequente na qual há uma perda gradual<br />

da cartilagem articular. Sintomas comuns<br />

incluem dor, rigidez articular, diminuição do<br />

arco de movimento e alterações da anatomia<br />

articular. As articulações mais afetadas são tipicamente<br />

as que mais importância funcional<br />

têm na transmissão de carga como coluna<br />

vertebral, joelhos e ancas, embora teoricamente<br />

possa afetar qualquer articulação.<br />

A OA pode ser classificada como:<br />

a) Primária ou idiopática: sem causa identificável.<br />

Pode ser localizada (confinada a uma<br />

ou duas articulações) ou generalizada (três<br />

ou mais articulações). Geralmente afeta as<br />

articulações de transmissão de carga (coluna<br />

vertebral, ancas, joelhos, primeira articulação<br />

metatarso-falângica) e as mãos como primeira<br />

articulação carpo-metacarpiana e/ou interfalângicas<br />

proximais ou distais (OA “nodal”).<br />

Se outras articulações estiverem acometidas<br />

deverá ser excluída uma causa subjacente<br />

que poderá necessitar de tratamento específico.<br />

b) Secundária (uma entidade subjacente):<br />

• Metabólicas e endócrinas: doenças por<br />

deposição de cristais de cálcio, a ocronose,<br />

a acromegalia e a hemocromatose;<br />

• Anatómicas: síndromes de hipermobilidade,<br />

desvios axiais dos membros, escolioses<br />

graves, displasias epifisárias, doença<br />

de Perthes, luxação congénita da anca;<br />

• Traumáticas: traumatismos articulares agudos<br />

ou crónicos, ocupacionais ou desportivos<br />

e cirurgias como a meniscectomia.<br />

PADRÕES CLÍNICOS<br />

Osteoartrose Típica: Com início na meiaidade<br />

ou idade sénior envolvendo uma ou<br />

mais das seguintes articulações:<br />

a) coluna vertebral, ancas, joelhos, primeira<br />

articulação metatarso-falângica;<br />

b) primeira articulação carpo-metacarpiana<br />

e/ou interfalângicas proximais ou distais das<br />

mãos.<br />

Habitualmente apresenta um envolvimento<br />

poliarticular, frequentemente simétrico. Será<br />

mais provavelmente idiopática e relacionada<br />

com a idade, gesto repetitivo e predisposição<br />

genética. Factores de risco importantes são<br />

a obesidade e profissão (anca – agricultores,<br />

mineiros; joelhos – calceteiros).<br />

Osteoartrose Atípica: Assim chamada quando<br />

aparece em idade jovens (


27<br />

CAPÍTULO 2<br />

OSTEOPOROSE<br />

Ana Teresa Fernandes, Joana Vidal Teixeira, Rui Vaz<br />

INTRODUÇÃO<br />

A Osteoporose é a doença óssea mais frequente,<br />

sendo caraterizada pela diminuição<br />

da massa óssea e deterioração da microarquitectura<br />

do osso que levam à diminuição<br />

da resistência, aumento de fragilidade e<br />

consequente aumento do risco de fratura.<br />

Enquanto doença sistémica, pode originar<br />

fraturas em qualquer osso, sendo mais frequentes<br />

nas vértebras, dorsais e lombares,<br />

extremidade distal do rádio e fémur proximal.<br />

Em 1994, a Organização Mundial de Saúde<br />

(OMS) estabeleceu uma definição de<br />

Osteoporose, que se baseia na avaliação<br />

da densidade mineral óssea (DMO) por<br />

absorciometria radiológica de dupla energia<br />

(DEXA), técnica também conhecida por<br />

densitometria óssea. De acordo com esta<br />

classificação (Tabela I), Osteoporose significa<br />

DMO correspondente a um indíce T<br />


51<br />

CAPÍTULO 4<br />

ANCA<br />

Fátima Dinis, Paula Freitas, Maribel Gomes, Rui Vaz<br />

INTRODUÇÃO<br />

A anca é a articulação fundamental para a<br />

deambulação, assim quando é afectada por<br />

patologia tem grande impacto na qualidade<br />

de vida, é causa de incapacidade e de sofrimento.<br />

Trata-se de uma articulação formada por<br />

dois ossos: cabeça do fémur e o acetábulo<br />

do osso ilíaco, que é rodeado pelo labrum<br />

acetabular, uma estrutura fibrocartilaginosa<br />

que rodeia a cabeça do fémur excepto na sua<br />

porção inferior onde passa o ligamento transverso.<br />

A articulação é revestida por uma cápsula<br />

que se insere no bordo do acetábulo e no limite<br />

lateral do colo do fémur, cuja estabilidade<br />

é reforçada por músculos e pelo ligamento<br />

teres que se estende da cabeça do fémur até<br />

ao fundo acetabular.<br />

Os ligamentos que unem a articulação da<br />

anca são (Fig. 1):<br />

Ligamento iliofemoral: muito resistente,<br />

estende-se da espinha ilíaca antero-superior<br />

e até à linha intertrocantérica.<br />

Ligamento pubofemural: origina-se da crista<br />

obturatória e do ramo superior do púbis.<br />

Ligamento isquiofemural: Tem início no<br />

ramo do ísquio distal e caminha em direção a<br />

cápsula articular.<br />

Ligamento redondo da cabeça do fêmur: é<br />

um ligamento intra-articular que fixa a fóvea<br />

da cabeça do fêmur à incisura do acetábulo.<br />

Os músculos são fundamentais na estabilidade<br />

da anca. Os músculos flexores da anca<br />

são os músculos situados na região anterior<br />

da coxa – o psoas; o ilíaco; sartório; reto femoral<br />

e o tensor da fáscia lata. Certos músculos<br />

mediais também auxiliam este movimento–pectíneo;<br />

adutor curto e longo; e as fibras<br />

anteriores do pequeno e médio glúteo.<br />

Fig 1. Ligamentos da articulação da anca.<br />

A extensão é realizada pelos músculos da<br />

região glútea e posteriores da coxa – grande<br />

glúteo, fibras posteriores de pequeno e médio<br />

glúteo, longa porção do bicípite femoral;<br />

semitendinoso; semimembranoso; porção<br />

extensora do longo adutor. Os músculos abdutores<br />

são as porções superiores e laterais<br />

dos glúteos, tensor da fáscia lata; piriforme;<br />

sartório; obturador interno e externo. A adução<br />

é realizada pelo adutor magno, adutor<br />

longo e curto; grácil; pectíneo; psoas ilíaco;<br />

fibras inferiores e mediais do grande glúteo,<br />

semitendinoso e semimembranoso. Os<br />

músculos rotadores externos são: piriforme;<br />

obturador externo e interno; gémeo superior<br />

e inferior; quadrado femoral; fibras posteriores<br />

do médio glúteo, sartório; longa porção<br />

do bicípite femoral; pectíneo; grácil; adutores<br />

longo, curto e magno. Na rotação interna<br />

estão implicados os seguintes músculos:<br />

pequeno glúteo, tensor da fáscia lata; fibras<br />

anteriores do médio glúteo; semitendinoso e<br />

semimembranoso.


65<br />

CAPÍTULO 5<br />

ARTROZEN ®<br />

Raquel Castro<br />

A Osteoartrose (OA) é um processo degenerativo<br />

complexo, caraterizado pela destruição<br />

de cartilagem articular e osso subcondral,<br />

associada a alterações sinoviais, que<br />

afeta 80% da população acima dos 75 anos<br />

de idade e constitui o principal motivo de<br />

consulta médica, incapacidade e absentismo<br />

laboral nos países desenvolvidos. Trata-se de<br />

uma doença crónica progressiva em que as<br />

articulações mais atingidas são a do joelho<br />

(gonartrose), da anca (coxartrose) e da mão.<br />

Em Portugal, a OA é a segunda doença<br />

reumática com maior prevalência, a segunda<br />

doença crónica com maior impacto negativo<br />

na qualidade de vida, e entre as doenças reumáticas,<br />

a terceira doença com maior impacto<br />

negativo na qualidade de vida. A prevalência<br />

média geral de OA do joelho é de 12,4%<br />

(15,8% nas mulheres e 8,6% nos homens),<br />

de OA da mão de 8,7% (13,8% nas mulheres<br />

e 3,2% nos homens) e de OA da anca de 2,9%<br />

(3,0% nas mulheres e 2,9% nos homens).<br />

Os principais fatores de risco modificáveis<br />

da OA são o excesso de peso/obesidade e fatores<br />

nutricionais, fatores hormonais e metabólicos<br />

e alterações estruturais.<br />

No tratamento da OA é fundamental não<br />

só aliviar os sintomas (dor, inflamação, rigidez<br />

articular), mas também retardar a progressão<br />

da doença. Nas últimas décadas<br />

têm-se acumulado evidências de que, no<br />

tratamento da OA, certos agentes bioativos,<br />

como o sulfato de glucosamina e o sulfato<br />

de condroitina, quando utilizados a médio e<br />

longo prazo, para além de aliviarem, embora<br />

não tão rapidamente como o paracetamol e<br />

os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs),<br />

os sintomas – ação devida à qual são designados<br />

por SYSADOA (= “Symptomatic Slow<br />

Acting Drugs in Osteoarthritis” = Medicamentos<br />

de Ação Sintomática Lenta na OA)<br />

– podem também retardar a progressão da<br />

doença – ação que o paracetamol e os AINEs<br />

não têm e devida à qual são também designados<br />

por DMOADs (= Disease Modifying<br />

Osteoarthritis Drugs” = Terapêuticas da OA<br />

Modificadoras da Doença).<br />

Atualmente, encontra-se disponível no<br />

nosso país um suplemento alimentar, o Artrozen<br />

® cuja composição inclui os SYSADOA<br />

e DMOAD sulfato de glucosamina e sulfato<br />

de condroitina e mais outros cinco agentes<br />

bioativos, entre eles outro SYSADOA e DMO-<br />

AD (o ácido hialurónico), outro DMOAD (o<br />

colagénio), dois antioxidantes (o metilsulfonilmetano<br />

e a quercetina) e o semimetal silício.<br />

Este suplemento é usado na prevenção<br />

e tratamento da OA. Contém vários agentes<br />

bioativos com ação sinérgica na dor, inflamação<br />

e redução da rigidez, sendo indicado<br />

e eficaz na OA. É uma alternativa natural e<br />

com maior segurança do que os fármacos<br />

convencionais, visto os SYSADOAs não terem<br />

efeitos secundários graves, podendo ser<br />

tomados pela maioria dos doentes com terapêutica<br />

concomitante, bem como ser usado<br />

como adjuvante à terapia convencional pois<br />

desenvolve uma atividade terapêutica antiinflamatória<br />

ciclooxigenase-independente.<br />

O Artrozen ® está disponível sob a forma de<br />

comprimidos. Cada embalagem contém 60<br />

comprimidos. É aconselhada a toma de 1 ou<br />

2 comprimidos diariamente com o pequenoalmoço.<br />

Quanto a possíveis interações medicamentosas,<br />

não foram reportadas interações significativas,<br />

no entanto pode favorecer a absorção<br />

gastrointestinal das tetraciclinas quando


71<br />

CAPÍTULO 6<br />

OMBRO<br />

Carla Costa, Zita Lopes, Marco Oliveira, André Maia e Silva<br />

INTRODUÇÃO<br />

O ombro é um complexo articular que tem<br />

como principal característica um grande grau<br />

de mobilidade, sendo o mais móvel do corpo<br />

humano.<br />

São constituintes ósseos do ombro: o esterno,<br />

a clavícula, a omoplata e o úmero proximal.<br />

Este complexo articular inclui quatro<br />

articulações inter-relacionadas, sendo que a<br />

articulação com maior mobilidade no complexo<br />

articular é a glenoumeral, que depende das<br />

restantes articulações para completar o arco de<br />

movimento.<br />

Os movimentos gerais do ombro são a elevação<br />

anterior, a elevação lateral, a rotação<br />

medial e a rotação lateral. A integração destes<br />

movimentos permite a mobilização conjugada<br />

do ombro nos três planos (sagital, coronal e<br />

transverso).<br />

A patologia do ombro afeta toda a mobilidade<br />

e funcionalidade do membro superior. Funcionando<br />

os músculos do complexo articular<br />

do ombro (músculos da coifa dos rotadores<br />

e todos os outros músculos com inserção no<br />

ombro) em sinergia, produzem movimentos<br />

com as quatro articulações coordenadas, permitindo<br />

uma grande versatilidade e controlo<br />

fino dos movimentos do ombro. Por este<br />

motivo, a paresia ou distúrbio de um único<br />

músculo deste complexo articular altera a biomecânica<br />

e cinética como um todo, causando<br />

alterações em cascata que podem condicionar<br />

o seu funcionamento normal.<br />

Assim sendo, não é possível entender a etiologia<br />

da omalgia, sem o domínio apropriado<br />

da sua anatomia e funcionamento dos seus<br />

vários componentes.<br />

ANATOMIA<br />

Estrutura Óssea e Articular<br />

Tal como referido previamente, os componentes<br />

ósseos do ombro (esterno, clavícula,<br />

omoplata e úmero proximal) pertencem ao<br />

complexo articular que constitui o cíngulo<br />

do membro superior. Pertencem a este complexo<br />

articular as seguintes articulações:<br />

esternoclavicular, acromioclavicular, glenoumeral<br />

e escápulotorácica (Fig. 1).<br />

Fig 1. Articulações do ombro.<br />

Articulação Esternoclavicular<br />

A articulação esternoclavicular une o<br />

membro superior ao esqueleto axial. A extremidade<br />

esternal da clavícula articula-se<br />

com o manúbrio e a primeira cartilagem<br />

costal.<br />

A articulação é dotada de grande estabilidade<br />

devido à fixação dos ligamentos esternoclaviculares<br />

anterior e posterior (separados<br />

por um disco articular), ligamento<br />

interclavicular e ligamento costoclavicular.<br />

Apesar da estabilidade, possui também<br />

grande mobilidade, com implicação impor-


85<br />

CAPÍTULO 7<br />

COTOVELO, PUNHO E MÃO<br />

Fátima Costa, Sara Azevedo Lopes, Sofia Viçoso, Marco Pontinha<br />

SÍNDROMES CLÍNICOS DO COTOVELO<br />

Introdução<br />

O cotovelo desempenha um papel central<br />

no complexo articular do membro superior,<br />

ao permitir o correto posicionamento da mão<br />

para que esta realize adequadamente a sua<br />

função. Este posicionamento é conseguido<br />

através do ajuste em altura, comprimento do<br />

membro superior e rotação do antebraço.<br />

Este posicionamento permite a realização<br />

das atividades da vida diária (AVDs) sem limitação.<br />

Apesar da complexidade da fisiologia<br />

articular, o examinador não deve esquecer<br />

que a grande maioria das AVDs podem ser<br />

realizadas entre os 30º e os 130º de flexão, e<br />

os 50º de pronação e 50º de supinação.<br />

O complexo articular do cotovelo corresponde<br />

a uma articulação sinovial, composta<br />

pelas articulações cubito-umeral, radio-umeral<br />

e radio-cubital superior e inferior. A cápsula<br />

e a cavidade articular é continua para estas<br />

3 articulações. Estas permitem dois graus<br />

de liberdade à articulação: flexão-extenção<br />

(articulações rádio-umeral e cubito-umeral)<br />

e prono-supinação (rádio-cubital superior e<br />

inferior).<br />

Na avaliação deve ser realizada uma história<br />

clínica pormenorizada, permitindo assim<br />

estabelecer um diagnóstico diferencial orientado<br />

entre as patologias dolorosas mais comuns.<br />

A localização e os descritores das queixas<br />

são importantes para a correta orientação e<br />

investigação etiológica. Doentes com epicondilite<br />

lateral terão queixas na face lateral do<br />

cotovelo, os doentes com epicondilite medial<br />

terão dor na face medial do cotovelo. Os doentes<br />

com bursite olecraneana terão dor na<br />

região posterior do cotovelo. Por seu lado,<br />

perante um sindrome do túnel cubital os doentes<br />

poderão apresentar dor profunda lacinante<br />

ou sensação de choques elétricos do<br />

cotovelo ao 4º e 5º dedo.<br />

A descrição dos fatores desencadeantes e<br />

agravantes são também importantes para o<br />

diagnóstico. Perante uma história de trauma,<br />

devem sempre ser descartadas possíveis<br />

fraturas. Os doentes com epicondilite lateral<br />

apresentam, habitualmente, agravamento<br />

das queixas com movimentos de pronação<br />

e supinação, ou com movimentos de grande<br />

amplitude de extensão ou flexão do punho<br />

nas suas atividades (ténis, canalização, mecânica,<br />

etc.). Doentes com epicondilite medial,<br />

habitualmente, apresentam agravamento<br />

das queixas com movimentos repetitivos<br />

de pronação e flexão do punho, como no golf.<br />

O ritmo das queixas é também importante,<br />

bem como a duração dos sintomas. O doente<br />

deve ainda ser interrogado acerca de tratamento<br />

já realizados e a resposta aos mesmos,<br />

permitindo desta forma orientar um<br />

tratamento e prognóstico mais apropriado.<br />

O doente deve ser observado sem roupa,<br />

com exposição de ambos os cotovelos,<br />

permitindo assim a comparação entre os<br />

mesmos. Se existir derrame articular, as 3<br />

articulações estarão envolvidas, pois estas<br />

partilham a mesma cápsula articular. A bursite<br />

olecraneana é, habitualmente, mais discreta<br />

que o derrame articular e localiza-se acima<br />

do olecraneo.<br />

Se a história clínica aponta para um início<br />

insidioso dos sintomas, bem como se o do-


105<br />

CAPÍTULO 8<br />

ETOLYN ®<br />

Carla Costa<br />

ETOLYN ®<br />

Etolyn ® é um fármaco cuja substância ativa<br />

é o etodolac. Pertence à classe dos anti-inflamatórios<br />

não esteroides (AINEs). É um fármaco<br />

de 600 miligramas (mg) de dosagem,<br />

toma única diária e libertação prolongada (1) .<br />

Dentro da classe dos AINEs, é classificado<br />

como um derivado indólico (2) . Contudo, vários<br />

autores colocam o Etodolac no grupo<br />

dos inibidores seletivos da ciclo-oxigenase<br />

(COX) - 2 (3; 4; 5; 6) com uma seletividade intermédia<br />

entre o celecoxib e o rofecoxib (7-10) .<br />

AINES<br />

Os AINEs são um grupo farmacológico<br />

com propriedades analgésica, antipirética e<br />

anti-inflamatória (7; 8) . Exercem os seus efeitos<br />

inibitórios sobre as prostaglandinas (PGs),<br />

mediadores sobejamente reconhecidos do<br />

processo inflamatório (9-10) .<br />

Porém, os vários fármacos pertencentes<br />

a esta classe exibem seletividades distintas<br />

para as referidas isoenzimas (8; 10) , com repercussão<br />

na sua eficácia, potência e perfil de<br />

segurança (7; 8) . Atualmente, apesar de outras<br />

isoformas estarem descritas, aceita-se que as<br />

isoenzimas COX-1 e COX-2 são as que apresentam<br />

relevância clínica.<br />

Assim, a isoenzima COX-1 é expressa constitutivamente<br />

na maioria dos tecidos corporais<br />

(10) , catalizando a produção de PGs não<br />

apenas envolvidas no processo inflamatório,<br />

mas também na regulação da homeostase<br />

vascular, ativação plaquetária (11; 10) e controlo<br />

do fluxo renal (8) .<br />

Por outro lado, a isoenzima COX-2 é induzida<br />

nos estados inflamatórios, expressandose<br />

ainda nas células vasculares endoteliais<br />

normais (10) .<br />

Na literatura científica, encontram-se várias<br />

classificações possíveis para os AINEs. Neste<br />

capítulo, que se pretende eminentemente clínico,<br />

optou-se pela classificação que traduz<br />

a distinção de atuação sobre a isoforma da<br />

enzima COX, base das ações diferenciadas<br />

dos vários AINEs mas também nos efeitos<br />

laterais que causam (12) :<br />

• Inibidores seletivos da COX-1;<br />

• Inibidores não seletivos da COX (COX-1<br />

e COX-2);<br />

• Inibidores moderadamente seletivos da<br />

COX-2;<br />

• Inibidores fortemente seletivos da COX-2.<br />

De acordo com esta classificação, o Etodolac<br />

classifica-se como um inibidor moderadamente<br />

seletivo da COX-2.<br />

AS DOENÇAS REUMÁTICAS EM POR-<br />

TUGAL<br />

As Doenças Reumáticas são o grupo de doenças<br />

mais frequente nos países desenvolvidos<br />

(15) , assumindo uma importante fatia da<br />

carga assistencial (16) . O Programa Nacional<br />

Contra as Doenças Reumáticas (PNDR) (14) ,<br />

aponta as Doenças Reumáticas (DR) como<br />

a principal causa de consulta ao nível dos<br />

Cuidados de Saúde Primários, assim como a<br />

principal causa de incapacidade temporária<br />

para o trabalho e reformas antecipadas por<br />

invalidez/doença.<br />

O EpiReumaPt (13) , publicado em 2014 veio<br />

colmatar a falha do estudo das DR em Portugal,<br />

assumindo-se como o primeiro estudo


113<br />

CAPÍTULO 9<br />

JOELHO<br />

Maria João Abreu, Teresa Martins, João Moura, César Lima e Sá<br />

INTRODUÇÃO<br />

O joelho é uma das articulações mais complexas<br />

do corpo humano e a mais submetida<br />

a sobrecarga mecânica, o que implica que as<br />

patologias que a afetam sejam das principais<br />

causas de incapacidade na comunidade.<br />

Trata-se de uma articulação formada por<br />

três ossos: extremidade distal do fémur (côndilos<br />

femorais), extremidade proximal da tíbia<br />

(pratos tibiais) e a rótula. Os meniscos,<br />

estruturas de cartilagem hialina, separam<br />

parcialmente as superfícies articulares interna<br />

e externa do fémur e da tíbia (Fig. 1).<br />

As superfícies articulares do joelho são<br />

mantidas em posição pela cápsula articular,<br />

uma membrana fibrosa, reforçada externamente<br />

pelos ligamentos colaterais, medial<br />

(LCM) e lateral (LCL). Os ligamentos cruzados,<br />

anterior (LCA) e posterior (LCP), encontram-se<br />

no interior da cápsula, e cruzam-se<br />

obliquamente, fornecendo estabilidade à<br />

articulação do joelho. Como estabilizadores<br />

dinâmicos destaca-se o papel dos grupos<br />

musculares envolventes, com particular relevo<br />

para o quadricípite femoral, isquio-tibiais<br />

e adutores.<br />

A rótula está suspensa pelo quadricípite e<br />

pelo tendão rotuliano, com inserção na tuberosidade<br />

da tíbia. A face anterior da rótula é<br />

recoberta pela bolsa serosa pré-rotuliana.<br />

Fig 1. Anatomia do joelho.<br />

Os principais movimentos do joelho são a<br />

flexão e a extensão, associada a alguma capacidade<br />

de rotação. O grande músculo extensor<br />

é o quadricípite crural, enquanto a flexão<br />

é levada a cabo maioritariamente pelos músculos<br />

isquio-tibiais. Os movimentos de rotação<br />

só são possíveis com o joelho em flexão<br />

de forma fisiológica.


131<br />

CAPÍTULO 10<br />

TORNOZELO E PÉ<br />

Filipa Abreu, Nelson Machado, Roberto Couto, Orlando Martins Cardoso<br />

INTRODUÇÃO<br />

A marcha em ortostatismo é uma função<br />

nobre que a evolução permitiu ao ser humano<br />

à custa da reorganização funcional<br />

das diversas estruturas anatómicas. As articulações<br />

do tornozelo e pé foram-se diferenciando<br />

de forma a permitir a estabilidade<br />

necessária ao suporte da totalidade do peso<br />

corporal, sem lesão ou desgaste fácil, bem<br />

como a mobilidade necessária à adaptação<br />

às irregularidades do solo durante uma marcha<br />

eficaz em termos funcionais e energéticos.<br />

O stress, inevitavelmente grande que se<br />

faz sentir a este nível, aumenta o risco de<br />

lesão.<br />

ANATOMIA FUNCIONAL<br />

O pé e o tornozelo constituem uma estrutura<br />

anatómica complexa constituída por 26<br />

ossos, 33 articulações, mais de 100 ligamentos<br />

e 19 músculos. O tornozelo compõe-se<br />

das articulações tibioperoneal distal, uma<br />

sindesmose estabilizada pelos ligamentos tibioperoneal<br />

anterior, interósseo e posterior;<br />

e a articulação tibiotársica, uma trocleatrose<br />

estabilizada pelo complexo ligamentar lateral<br />

(ligamentos peróneo-astragalino anterior, calcaneano<br />

e peróneo-astragalino posterior) e<br />

complexo ligamentar medial/deltóide (tíbioastragalino<br />

anterior e posterior, tibiocalcaneano<br />

e tibionavicular). Os tendões peroneais e<br />

tibiais funcionam como estabilizadores dinâmicos<br />

limitando o stress em varo/valgo.<br />

Anatomicamente podemos dividir o pé em<br />

3 unidades funcionais:<br />

• Anterior (antepé): composta pelos metatarsos,<br />

falanges proximais, médias e distais;<br />

• Tarso (médio-pé): composta por cubóide,<br />

navicular e cuneiforme medial, intermédio<br />

e lateral;<br />

• Posterior (retropé): composta pelas extremidades<br />

distais da tíbia e peróneo, astrágalo,<br />

calcâneo e os seus ligamentos;<br />

• As 3 principais articulações a este nível<br />

são: a articulação tibio-társica, articulação<br />

subastragalina e articulação medio-társica.<br />

Estas estruturas ósseas em conjunto<br />

com alguns ligamentos permitem manter,<br />

num indivíduo normal, uma disposição<br />

em arco que é fundamental para a distribuição<br />

de cargas e efeito de mola. Podemos<br />

destacar dois arcos:<br />

• Arco longitudinal, mais acentuado na<br />

zona média e interna do pé. O arco longitudinal<br />

medial é o principal sustentador<br />

de peso e o lateral confere estabilidade. O<br />

suporte deste arco faz-se à custa essencialmente<br />

dos tibiais, peroneal longo e<br />

fáscia plantar.<br />

• Arco transversal: mais acentuado ao nível<br />

do tarso permitindo em condições<br />

normais o contacto da 3ª e 4ª metatarsofalângica<br />

no solo. O suporte dinâmico fazse<br />

pelo equilíbrio entre um potente inversor<br />

(tibial posterior) e eversor (peroneal<br />

longo).<br />

A principal função destas estruturas passa<br />

por suportar o peso corporal enquanto serve<br />

de alavanca para impulsionar o corpo. A sua<br />

forma e organização permite a adaptação do<br />

pé aos vários tipos de superfícies, para além<br />

de permitir o armazenamento de energia na<br />

fase de ataque ao solo para potenciar a fase<br />

de propulsão.


161<br />

CAPÍTULO 11<br />

PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA<br />

Carla Pereira<br />

INTRODUÇÃO<br />

A Paralisia Facial Periférica (PFP) resulta de<br />

uma lesão neuronal periférica do nervo facial,<br />

podendo situar-se a qualquer nível do seu<br />

trajeto, do núcleo protuberancial à junção<br />

neuromuscular. A PFP é uma entidade controversa,<br />

que gera frequentemente dúvidas<br />

no diagnóstico, recurso a meios auxiliares<br />

de diagnóstico desnecessários e tratamentos<br />

inapropriados.<br />

A apresentação mais comum da PFP é a<br />

idiopática ou Paralisia de Bell (PB), que ocorre<br />

em 60-80% dos casos e é diagnosticada<br />

após a exclusão de todas as etiologias secundárias<br />

possíveis.<br />

As expressões faciais são resultado de<br />

uma combinação de contrações de músculos<br />

faciais, as expressões voluntárias são geralmente<br />

mediadas pelo córtex cerebral, enquanto<br />

que as reacionais (surpresa, espirro,<br />

riso) são subcorticais.<br />

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO NERVO<br />

FACIAL<br />

O nervo facial é um nervo misto (motor<br />

e sensitivo), embora predominantemente<br />

motor. É constituído por fibras motoras que<br />

enervam os músculos faciais, fibras parassimpáticas<br />

que enervam as glândulas lacrimais,<br />

submandibulares e sublinguais, fibras<br />

aferentes dos receptores do paladar dos dois<br />

terços anteriores da língua e aferentes somáticas<br />

do canal auditivo externo (Fig. 1). No<br />

seu percurso, desde o córtex cerebral até às<br />

suas ramificações terminais, o nervo facial<br />

pode ser dividido em três segmentos: supranuclear,<br />

nuclear e infranuclear. O segmento<br />

infranuclear é ainda subdividido em seis segmentos:<br />

pontinho, meatal, labiríntico, timpânico,<br />

mastoídeo e extratemporal. O segmento<br />

extratemporal divide-se em cinco ramos:<br />

cervical, mandibular, bucal, zigomático e<br />

temporal. A anatomia do nervo facial é extremamente<br />

importante para a compreensão da<br />

patologia subjacente a uma PFP.


171<br />

CAPÍTULO 12<br />

PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO E FORTALECIMENTO MUSCULAR<br />

NA POPULAÇÃO GERIÁTRICA<br />

Orlando Martins Cardoso<br />

INTRODUÇÃO<br />

O exercício físico tem sido definido como<br />

uma atividade para o propósito expresso de<br />

melhorar a forma física ou a saúde enquanto<br />

que a atividade física inclui todas as formas<br />

de atividade (por exemplo, ocupacionais, de<br />

lazer entre outras) que são executadas sem<br />

a finalidade específica de aptidão ou de saúde.<br />

O exercício físico pode ser do tipo aeróbio<br />

(modo contínuo/Intervalado) ou de força/<br />

fortalecimento muscular(modo Isométrico/<br />

Dinâmico). O treino de fortalecimento muscular<br />

rege-se pelos princípios da progressão<br />

(Sobrecarga, Especificidade, Periodização<br />

e Regularidade). Desta forma, e tomando<br />

como exemplo um idoso com antecedentes<br />

de artroplastia total do joelho, durante a avaliação<br />

muscular (força, mobilidade, distensabilidade,<br />

assimetrias, etc.) é reconhecida,<br />

além da diminuição da capacidade global de<br />

treino, marcada diminuição da força muscular<br />

na perna direita. Assim, utilizando as<br />

diversas variáveis de treino, como a carga<br />

(intensidade), número de repetições, volume<br />

de carga, velocidade de execução e período<br />

de repouso, e segundo o princípio da sobrecarga,<br />

manipulam-se as diferentes variáveis<br />

em comparação com o trabalho específico<br />

realizado na outra perna impondo um stress<br />

supra-fisiológico de forma recorrente, por forma<br />

a induzir adaptação muscular e progressão<br />

de capacidades, incorporando os aspectos<br />

específicos do objectivo pretendido, neste<br />

caso (princípio da especificidade). Apesar de<br />

existir algum efeito carryover, o programa de<br />

treino mais eficaz é o que incorpora os aspectos<br />

específicos do objectivo pretendido.Utilizando<br />

o princípio da periodização, faz-se uma<br />

variação periódica do volume e da intensidade<br />

de treino, ou seja, neste caso de recuperação<br />

pós cirúrgica, utilizando o modelo linear,<br />

começa-se com intensidades baixas a moderadas<br />

de treino e alto volume (várias séries e<br />

várias repetições), aumentando progressivamente<br />

a intensidade ao mesmo tempo que se<br />

diminui o volume de treino. Para que se induzam<br />

as adaptações estruturais e funcionais<br />

pretendidas, o estímulo seguinte deve atuar<br />

antes da recuperação integral da estrutura<br />

miotendinosa (princípio da regularidade). A<br />

frequência mínima semanal para assegurar<br />

este princípio rondará os três treinos por semana.<br />

Com a idade, o tecido magro (ou seja,<br />

o músculo) declina mais por desuso do que<br />

pelo envelhecimento em si. O treino aeróbio<br />

e o de força potenciam-se entre si e devem<br />

coexistir no mesmo plano de treino melhorando<br />

a funcionalidade e reduzindo o risco de<br />

quedas.<br />

FISIOLOGIA MUSCULAR<br />

O músculo esquelético é inervado pelo sistema<br />

nervoso central estando sob controle<br />

consciente e possui uma inserção proximal,<br />

inserção distal, ventre e fáscia musculares,<br />

aponevrose e entesis. O ventre muscular<br />

constitui a componente ativa, permitindo o<br />

desenvolvimento de força com ou sem movimento<br />

articular, sendo o tendão componente<br />

passiva, com função de transmissão da força<br />

ao osso através da entesis.<br />

A unidade funcional do tecido muscular<br />

esquelético é a fibra muscular, uma unidade<br />

celular com múltiplos núcleos dispostos<br />

à periferia, formada por milhares de mio-


191<br />

CAPÍTULO 13<br />

MEDICINA DESPORTIVA<br />

Bruno Vaz Silva, Vânia Leite, Rui Vaz<br />

INTRODUÇÃO<br />

Actualmente é dada importância ao incremento<br />

do desporto e actividade física no diaa-dia<br />

do ser humano, por prazer, necessidade<br />

de relaxar, competir, socialização, manutenção<br />

e/ou melhoria da sua condição física e<br />

saúde.<br />

Contudo, esta participação desportiva poderá<br />

implicar um aumento de risco de lesão<br />

por overuse ou lesão aguda que poderão provocar<br />

grandes incapacidades permanentes<br />

no individuo ou até mesmo provocar a sua<br />

morte.<br />

Estudos efectuados, onde compararam<br />

a utilização dos cuidados hospitalares por<br />

atletas pós-carreira desportiva e com grupo<br />

controlo, concluíram que a percentagem era<br />

menor em atletas do que no grupo controlo.<br />

Foi facilmente explicada pela menor incidência<br />

de doenças cardíacas, respiratórias e cancro.<br />

No entanto o recurso aos cuidados por<br />

patologia musculo-esquelética era mais elevada<br />

em comparação com o grupo controlo,<br />

explicado pelo maior risco de osteoartrite do<br />

grupo de atletas pós-carreira.<br />

Portanto, os atletas pós-carreira (sobretudo<br />

dos desportos aeróbios) tem uma esperança<br />

media de vida maior, com menor recurso aos<br />

cuidados hospitalares, mas apresentam uma<br />

maior incidência de problemas musculo-esqueléticos.<br />

As lesões podem ocorrer por macro ou microtraumatismos<br />

e vão depender em parte<br />

do desporto/exercício praticado (desporto<br />

individual, desporto colectivo ou desporto de<br />

combate), resumidos na Tabela I.<br />

Atletismo<br />

• Lesão dos músculos adutores da coxa, quadricípite<br />

e gémeos;<br />

• Entorse do tornozelo e joelho;<br />

Ginástica desportiva<br />

• Entorse do tornozelo e joelho;<br />

• Entorse do punho, mão e dedos;<br />

• Fracturas do tornozelo, punho e coluna vertebral;<br />

Basquetebol<br />

• Entorse do tornozelo;<br />

• Entorse e ruptura de ligamentos do joelho;<br />

• Luxação e fractura dos dedos, mãos e punho;<br />

• Fractura do tornozelo;<br />

Futebol<br />

• Entorse do tornozelo e joelho;<br />

• Lesão dos músculos adutores da coxa, quadricípite<br />

e gémeos;<br />

• Entorse dos dedos;<br />

Voleibol<br />

• Entorse, luxação e fractura dos dedos;<br />

• Entorse do tornozelo e joelho;<br />

• Lesão no joelho;<br />

• Lesões de ligamentos;<br />

Desporto de combate<br />

Tabela I. Principais lesões desportivas nos diferentes<br />

desportos.<br />

O PAPEL DO MÉDICO DE FAMÍLIA<br />

No Aconselhamento da Prática de Exercício<br />

Físico<br />

Praticar exercício físico é benéfico para todos<br />

os indivíduos de todas as faixas etárias<br />

pelo que o médico de família deverá aconse-


TRATAMENTO<br />

COMPLETO<br />

da Osteoartrose<br />

Proteção a 360º<br />

2016_150.12/2016PUB<br />

Alívio da dor 1,2,3,4<br />

a lriao da arila 5<br />

ailia a rrao da arila 3<br />

Aa a oilidad íia do do 2,3<br />

Referências:<br />

1 - Kelly GS. Altern Med Rev. 1998. 2 - Bagchi D, et al. Int J Clin Pharmacol Res. 2002. 3 - Phitak T, et al. BMC Musculoskelet Disord.<br />

2010. 4 - Mamani-Matsuda M, et al. Biochem Pharmacol. 2006. 5 - Goldberg VM, et al. Osteoarthritis Cartilage. 2005.<br />

Artrozen ® é um suplemento alimentar. Os suplementos alimentares não devem ser utilizados como substitutos de um regime alimentar<br />

variado. É importante manter um estilo de vida saudável. Leia atentamente o folheto incluso na embalagem, antes da toma. Para mais<br />

informações, contacte a Tecnifar Consumer Health: Rua Tierno Galvan, Torre 3, 12º piso, 1070-274 Lisboa. Tel.: 213 014 472 |<br />

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