GAZETA DIARIO 268

08 Geral
Fábio Campana
Dia histórico
Álvaro Dias lutou, obstinadamente, durante anos pelo fim do
foro privilegiado dos políticos. Hoje comemora a vitória. A
CCJ aprovou, por unanimidade, o relatório de Randolfe
Rodrigues sobre a PEC do Fim do Foro Privilegiado. Não
são poucos os políticos que têm mandato e se sentem
desprotegidos diante da nova situação.
O relatório de Roberto Requião também foi aprovado na
CCJ por unanimidade, mas só depois de retirados trechos
que atentam contra a independência e de juízes e promotores.
Mesmo assim, o texto de Roberto Requião prevê pena
de um a cinco anos de prisão para quem "pleiteia medida de
privação de liberdade, fora das hipóteses legais, com a
intenção deliberada de constranger alguém indevidamente
no curso de investigação ou processo judicial". É o que os
petistas acusam a Lava Jato de estar fazendo com Léo
Pinheiro e Antonio Palocci.
Nos poupe, Gleisi.
A senadora Gleisi Hoffmann agora quer ser cacique
morubixaba do PT. Com apoio de Lula. Ontem ela foi ao
plenário à caráter, com um cocar da grife ‘mbya guarani’
para protestar contra a ação da polícia ao reprimir protesto
contra o projeto que altera a demarcação de terras indígenas.
Provocou riso, chacotas e fez muito parlamentar
paranaense morrer de vergonha. Alheia.
Duas faces
Gleisi também provocou a irritação de petistas que não
esquecem de quando ela era ministra de Dilma, em 2013, e
paralisou de vez as demarcações que considerava "um dos
projetos ideológicos irreais". Um apelo de paranaenses à
fotogênica Gleisi: "nos poupe do vexame, o Paraná que
você ainda representa no Senado não merece".
Caiu do poleiro
David Campos, o que foi sem nunca ter sido, caiu do poleiro.
Não será mais o superintendente de Comunicação da Itaipu
Binacional. Além de problemas curriculares, seu patrono,
Luciano Ducci, do PSB, entrou na rebelião contra a Reforma
da Previdência. Michel Temer, alertado pela alcateia de
inimigos de Ducci & Campos, vetou o nome de Campos, que
a partir de agora pode figurar na famosa piada “A volta dos
que não foram”.
Requião delatado
Roberto Requião caiu na Carne Fraca. Segundo o Estadão,
o chefe do esquema dos matadouros já assinou um acordo
com o MPF e prometeu delatar Roberto Requião e Osmar
Serraglio. Aparentemente, Roberto Requião fumou uma
picanha estragada. E por isso não gosta que falem de carne
com ele.
PT não tem bandido?
Líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR) afirmou nesta
segunda-feira (24) que dentro de seu partido "não tem
bandido", mas "pessoas que podem ter errado". Diante de
uma plateia formada por militantes e dirigentes petistas,
além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília,
Gleisi disse que "não é na primeira denúncia" que a legenda
vai "abaixar a cabeça". "Aqui não tem bandido, aqui tem
pessoas que podem ter errado. Aqui tem gente que se
preocupa com o Brasil", disse a senadora durante evento do
PT. "Não é na primeira denúncia que abaixamos a cabeça,
que vamos para o exterior", completou.
Licenças prorrogadas
O governador Beto Richa vai prorrogar as licenças de
trabalho dos professores da rede pública estadual que estão
cursando mestrado e doutorado. Ele autorizou a prorrogação
das solicitações de licença para especialização no
período letivo de 2017. Serão beneficiados cerca de 90
profissionais.
DESENVOLVIMENTO
Da Redação com Assessoria
Reportagem
Foz do Iguaçu, quinta-feira, 27 de abril de 2017
Codefoz vive clima de
otimismo após fim da
turbulência política
Segundo entidade, a troca constante de cadeiras
impede um bom planejamento para a cidade
Primeiro foi a operação Pecúlio,
desencadeada em 2016, que
levou à prisão algumas das principais
personalidades políticas de
Foz do Iguaçu, incluindo o exprefeito
Reni Pereira e a maior
parte dos integrantes da Câmara
de Vereadores. Depois ocorreu
a anulação do pleito eleitoral
para prefeito e vice-prefeito e realização,
em abril deste ano, de
novas eleições majoritárias. Por
fim, houve profundas mudanças
na cúpula administrativa da
maior e mais influente empresa
da cidade, a Itaipu Binacional.
Todos esses fatores, somados,
causaram grande apreensão nas
forças políticas locais e influenciaram
as ações do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e
Social de Foz do Iguaçu (Codefoz).
Segundo o presidente Roni
Temp, o conselho é apolítico e
suprapartidário, porém suas
ações sofrem influência - para o
bem ou para o mal - daqueles que
detêm o poder. "É impossível planejar
uma ação de longo prazo
com a troca de cadeiras constantes
dos atores responsáveis pelo
atendimento das nossas demandas",
disse ele na segunda-feira
(24), durante reunião descentralizada
que o Sindicato da Indústria
da Construção Civil do Oeste
do Paraná (Sinduscon/Paraná-Oeste)
realizou em Foz do
Iguaçu. "Hoje, com o cenário
mais claro, temos um norte a
seguir. Sabemos a quem encaminhar
solicitações e a quem cobrálas",
observou.
Foto: Divulgação
Reunião organizada pelo Sinduscon e outras entidades para
sondar o ambiente futuro próximo
Segundo Temp, em apenas
quatro anos de atuação, o Codefoz
já protagonizou uma série
de ações em benefício da cidade,
principalmente em função dos
trabalhos realizados pelas câmaras
técnicas da instituição. "Temos
um contingente de 250 voluntários
dispostos a doar o seu
tempo em favor de um planejamento
voltado aos próximos 20
anos", disse. "No começo encontramos
algumas resistências,
mas hoje a comunidade abraçou
essa causa, que é de todos", acentuou
o presidente.
Entre as principais ações,
enumera, estão algumas estruturantes,
como a viabilização
das reformas da Ponte da Amizade,
que liga Foz a Ciudad del
Este, no Paraguai; o encaminhamento
de projeto para construção
da perimetral que vai tirar
caminhões do centro de Foz
e viabilização de projeto para a
construção da aduana trinacional.
Na área educacional, o Codefoz
trabalha na implantação do
idioma espanhol como segunda
língua das escolas do município
e criação de uma lei de incentivo
à inovação, aproveitando o potencial
existente no PTI (Parque
Tecnológico Itaipu). O Codefoz
desenvolve ações também
em áreas como saúde e segurança
pública, entre outras.
Mas a principal iniciativa, segundo
o presidente Temp, foi a
integração dos três municípios
que compõem a fronteira: Foz,
Ciudad del Este e Puerto Iguazú
(Argentina). "Todas essas cidades
passaram a contar com sua respectiva
estrutura em termos de
conselho de desenvolvimento, que
hoje buscam soluções integradas.
É um grande avanço. Basta lembrar
que, até pouco tempo atrás,
quando havia necessidade de comunicação
interpaíses, essa comunicação
era feita via ofício.
Hoje temos um grupo de WhatsApp
que resolve todas as demandas
em tempo real", destacou.
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