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GAZETA DIARIO 306

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08 Geral<br />

R<br />

Fábio Campana<br />

Rossoni quer descer do muro<br />

Valdir Rossoni é o tucano da linha hard do Paraná. Acredita que<br />

sobre assuntos capitais não dá para ficar em cima do muro, é<br />

preciso decidir logo e tocar o barco. Ele voltou a defender a saída do<br />

PSDB do ministério de Michel Temer, sem que isso comprometa o<br />

apoio às reformas em curso no Congresso Nacional.<br />

A condição de chefe da Casa Civil de Beto Richa não inibe Rossoni<br />

de tomar posições como essas. A questão está aberta para<br />

discussão no Paraná. Rossoni, que já presidiu o PSDB estadual e é<br />

um dos articuladores da bancada paranaense em Brasília, o tucanato<br />

paga preço muito alto por apoiar o governo peemedebista. "É o dilema:<br />

apoiar um governo que não é nosso e com índice de aprovação<br />

baixíssimo ou continuar na base?", diz ele.<br />

Para o Chefe da Casa Civil, o melhor caminho seria deixar os<br />

ministérios e outros cargos, mas manter o apoio às reformas no<br />

Congresso. A executiva nacional do partido, senadores, deputados e os<br />

presidentes dos 27 diretórios do PSDB se reuniriam nesta segunda-feira<br />

(12), na sede da legenda em Brasília, para decidir se continua ou não na<br />

base do governo federal.<br />

Massa de manobra<br />

Valdir Rossoni também criticou o uso dos sem-terra como massa de<br />

manobra em manifestações de apoio aos ex-presidentes, exministros<br />

e dirigentes petistas acusados de corrupção pela justiça<br />

federal.<br />

Substituto de Janot<br />

Anotem: o próximo procurador Geral da República será um desafeto<br />

de Rodrigo Janot. Os mais cotados são Mario Bonsaglia e Raquel<br />

Dodge. Raquel faz oposição radical desde que levou uma descompostura<br />

pública de Janot.<br />

Saída pela direita<br />

A vereadora de Curitiba, Julieta Reis (DEM), teve uma crise quando<br />

descobriu que a sala dos vereadores do Anexo II deu lugar a Escola<br />

do Legislativo. A democrata gritou: "esta aqui é a nossa saída de<br />

emergência. Foi aqui que a gente ficou quando o pessoal do CQC<br />

veio. Isso não pode!".<br />

Figueiredo Basto<br />

Figueiredo Basto é o novo advogado de Lucio Funaro, doleiro ligado<br />

a Eduardo Cunha, figura chave para a Lava Jato. Vai negociar<br />

delação premiada.<br />

Condenados<br />

O juiz Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira, da 3ª Vara de<br />

Fazenda Pública de Curitiba, condenou Fernanda e Beto Richa a o<br />

valor gasto em duas diárias de parada técnica em Paris durante uma<br />

viagem oficial em outubro de 2015, ao Oriente. É decisão de primeira<br />

instância e cabe recurso.<br />

Gleisi abriga Gilbertinho<br />

O ex-ministro Gilberto Carvalho, um dos petistas mais próximos ao<br />

ex-presidente Lula, vai assumir a chefia de gabinete da senadora<br />

Gleisi Hoffmann (PR) na presidência do partido.<br />

E por falar em pesquisas…<br />

O PSB encomendou uma pesquisa para ir à rua nos próximos dias<br />

e descobrir onde o eleitor do Rio de Janeiro quer ver Romário a partir<br />

de 2019, se no Senado, onde está, ou no governo do estado. Por<br />

ora, a tendência é que o parlamentar não se candidate a nada nas<br />

próximas eleições.<br />

Lula lidera na Bahia<br />

Entre acarajés e vatapás, outra preferência do baiano para 2018 é<br />

Lula na presidência da República. O Paraná Pesquisas divulgou que<br />

42,7% das intenções de voto são para o petista. Em segundo lugar,<br />

Jair Bolsonaro, com 12,8%, depois vêm Ciro Gomes, Marina<br />

Silva, Joaquim Barbosa e João Doria. Temer tem intenção de voto<br />

(0,8%), mas 77,5% da população consideram o governo dele ruim<br />

ou péssimo.<br />

LEGISLATIVO<br />

Da redação<br />

Reportagem<br />

Foz do Iguaçu, terça-feira, 13 de junho de 2017<br />

Advogados pedem anulação de<br />

processo disciplinar para evitar<br />

cassação de vereadores<br />

Defesa encontra amparo em decreto federal para ingressar<br />

com novo mandado de segurança por decurso de prazo<br />

Advogados do vereador<br />

Edilio Dal Agnol<br />

(PSC) ingressaram com<br />

novo mandado de segurança<br />

para impedir a cassação<br />

do mandato por falta<br />

de decoro parlamentar.<br />

Rodrigo Duarte, Kaio Ricardo<br />

Mendes Veloso e<br />

Diego Malavazi Jeromine<br />

pedem liminarmente ao<br />

juiz da Vara da Fazenda<br />

Pública suspensão do processo<br />

no Conselho de Ética<br />

para consequente anulação<br />

do ato e reintegração<br />

do vereador ao cargo,<br />

caso até a data da decisão<br />

ele já esteja cassado.<br />

O mandado de segurança<br />

está sustentado em<br />

decreto-lei federal que estabelece<br />

limite de 90 dias<br />

corridos para conclusão de<br />

processo de cassação de<br />

mandato. "Conceder medida<br />

liminar para determinar<br />

a imediata suspensão<br />

da tramitação do citado<br />

processo disciplinar<br />

(...) e ao final conceder<br />

definitivamente a segurança,<br />

ratificando a liminar<br />

concedida, proclamando<br />

a nulidade do feito,<br />

reconhecendo-se, pois,<br />

transcorrido o prazo decadencial<br />

de 90 dias, fixado<br />

no artigo 5º, inciso VII,<br />

do Decreto-Lei nº 201/<br />

67", consta no recurso judicial,<br />

que pode ter decisão<br />

a qualquer momento.<br />

Os advogados relatam<br />

que Edilio é vereador eleito<br />

com 2.263 votos para a<br />

legislatura 2017/2020.<br />

"Em 15 de dezembro de<br />

2016 foi deflagrada a Operação<br />

Nipoti, conduzida<br />

pela 3ª Vara Federal, vindo<br />

o vereador a ser preso<br />

preventivamente. Em 21<br />

de março, entretanto, foi-<br />

-lhe restituída a liberdade,<br />

por ordem do Superior Tribunal<br />

de Justiça. Em que<br />

pese ter sido preso, constituía<br />

direito líquido e certo<br />

do vereador ver-se empossado<br />

para o cargo para<br />

o qual foi legitimamente<br />

eleito e diplomado pela<br />

Justiça Eleitoral", escrevem.<br />

De acordo com a ação,<br />

aproveitando-se disso, "o<br />

presidente da Câmara ordenou<br />

que fosse marcada<br />

a posse para o dia 18<br />

de janeiro. Tal designação<br />

foi montada para tornar-se<br />

um evento espetaculoso<br />

e receber toda a<br />

atenção da mídia. Pretendia-se,<br />

com tamanha<br />

exposição, nada menos<br />

que a execração pública<br />

do vereador e os demais<br />

nas mesmas condições".<br />

Edilio e outros quatro<br />

vereadores respondem<br />

processo na Operação<br />

Pecúlio por conta de supostamente<br />

terem recebido<br />

vantagens financeiras<br />

em troca de apoio político<br />

ao ex-prefeito Reni<br />

Pereira. Os cinco estão<br />

sendo mantidos afastados<br />

do cargo.<br />

Processo disciplinar<br />

Segundo os advogados,<br />

por conta do que<br />

ocorreu na posse, foi protocolado,<br />

no dia 14 de fevereiro,<br />

pedido de abertura<br />

de processo disciplinar<br />

visando à cassação do<br />

mandato dos vereadores<br />

reeleitos presos na Operação<br />

Pecúlio. Em que<br />

pese o juízo de prelibação<br />

(aceitar ou não a representação)<br />

competir à<br />

mesa diretora, coube ao<br />

plenário fazê-lo, o que na<br />

opinião da defesa foi irregular.<br />

Na argumentação, os<br />

advogados citam que as<br />

resoluções da Câmara<br />

preveem prazo de 60 dias<br />

para conclusão do processo<br />

e colocam como<br />

única consequência o<br />

trancamento da pauta.<br />

Entretanto, o Decreto-<br />

Lei 201/67 estabelece que<br />

o processo de cassação de<br />

mandato "deverá estar<br />

concluído dentro de 90<br />

dias, contados da data<br />

em que se efetivar a notificação<br />

do acusado.<br />

Transcorrido o prazo sem<br />

o julgamento, o processo<br />

será arquivado, sem<br />

prejuízo de nova denúncia<br />

ainda que sobre os<br />

mesmos fatos".<br />

Advogados entraram com novo recurso apontando<br />

decurso de prazo no processo da Câmara<br />

Risco de dano<br />

irreparável<br />

Para requerer a liminar,<br />

os advogados apresentaram<br />

argumentos de<br />

que há risco de danos irreparáveis<br />

ao vereador.<br />

"Como é de conhecimento<br />

público, por unanimidade,<br />

o Conselho de Ética<br />

e Decoro Parlamentar<br />

acolheu a posição do<br />

voto do vereador relator<br />

pela cassação do mandato<br />

do vereador Edilio, por<br />

suposta quebra de decoro<br />

parlamentar", observou<br />

o advogado Rodrigo<br />

Duarte.<br />

Expôs que o processo,<br />

agora, caminha para a<br />

deliberação final perante<br />

o plenário da Casa Legislativa.<br />

Para Rodrigo, "o<br />

fundamento é inquestionável<br />

e relevante, pois relaciona-se<br />

à injusta e<br />

eminente cassação de<br />

mandato legislativo de<br />

parlamentar municipal,<br />

de nefastos efeitos para o<br />

vereador e toda a coletividade.<br />

Há, na hipótese,<br />

possibilidade concreta do<br />

vereador Edilio (e os outros<br />

quatro) vir a ter seu<br />

mandato eletivo ilegalmente<br />

cassado por seus<br />

pares".<br />

De acordo com o advogado,<br />

"o afastamento<br />

das funções legislativas<br />

jamais será compensado,<br />

dada a natureza finita e<br />

improrrogável da própria<br />

legislatura. Cumpre esclarecer<br />

que o vereador se<br />

encontra sob risco concreto<br />

de lesão iminente<br />

(perda do mandato eletivo),<br />

posto já haver sido<br />

designada a reunião de<br />

apreciação do relatório<br />

final pelo plenário, a realizar-se<br />

em data próxima,<br />

já se tendo transcorridos<br />

97 dias desde sua instauração".

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