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08 Geral<br />
R<br />
Fábio Campana<br />
Rossoni quer descer do muro<br />
Valdir Rossoni é o tucano da linha hard do Paraná. Acredita que<br />
sobre assuntos capitais não dá para ficar em cima do muro, é<br />
preciso decidir logo e tocar o barco. Ele voltou a defender a saída do<br />
PSDB do ministério de Michel Temer, sem que isso comprometa o<br />
apoio às reformas em curso no Congresso Nacional.<br />
A condição de chefe da Casa Civil de Beto Richa não inibe Rossoni<br />
de tomar posições como essas. A questão está aberta para<br />
discussão no Paraná. Rossoni, que já presidiu o PSDB estadual e é<br />
um dos articuladores da bancada paranaense em Brasília, o tucanato<br />
paga preço muito alto por apoiar o governo peemedebista. "É o dilema:<br />
apoiar um governo que não é nosso e com índice de aprovação<br />
baixíssimo ou continuar na base?", diz ele.<br />
Para o Chefe da Casa Civil, o melhor caminho seria deixar os<br />
ministérios e outros cargos, mas manter o apoio às reformas no<br />
Congresso. A executiva nacional do partido, senadores, deputados e os<br />
presidentes dos 27 diretórios do PSDB se reuniriam nesta segunda-feira<br />
(12), na sede da legenda em Brasília, para decidir se continua ou não na<br />
base do governo federal.<br />
Massa de manobra<br />
Valdir Rossoni também criticou o uso dos sem-terra como massa de<br />
manobra em manifestações de apoio aos ex-presidentes, exministros<br />
e dirigentes petistas acusados de corrupção pela justiça<br />
federal.<br />
Substituto de Janot<br />
Anotem: o próximo procurador Geral da República será um desafeto<br />
de Rodrigo Janot. Os mais cotados são Mario Bonsaglia e Raquel<br />
Dodge. Raquel faz oposição radical desde que levou uma descompostura<br />
pública de Janot.<br />
Saída pela direita<br />
A vereadora de Curitiba, Julieta Reis (DEM), teve uma crise quando<br />
descobriu que a sala dos vereadores do Anexo II deu lugar a Escola<br />
do Legislativo. A democrata gritou: "esta aqui é a nossa saída de<br />
emergência. Foi aqui que a gente ficou quando o pessoal do CQC<br />
veio. Isso não pode!".<br />
Figueiredo Basto<br />
Figueiredo Basto é o novo advogado de Lucio Funaro, doleiro ligado<br />
a Eduardo Cunha, figura chave para a Lava Jato. Vai negociar<br />
delação premiada.<br />
Condenados<br />
O juiz Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira, da 3ª Vara de<br />
Fazenda Pública de Curitiba, condenou Fernanda e Beto Richa a o<br />
valor gasto em duas diárias de parada técnica em Paris durante uma<br />
viagem oficial em outubro de 2015, ao Oriente. É decisão de primeira<br />
instância e cabe recurso.<br />
Gleisi abriga Gilbertinho<br />
O ex-ministro Gilberto Carvalho, um dos petistas mais próximos ao<br />
ex-presidente Lula, vai assumir a chefia de gabinete da senadora<br />
Gleisi Hoffmann (PR) na presidência do partido.<br />
E por falar em pesquisas…<br />
O PSB encomendou uma pesquisa para ir à rua nos próximos dias<br />
e descobrir onde o eleitor do Rio de Janeiro quer ver Romário a partir<br />
de 2019, se no Senado, onde está, ou no governo do estado. Por<br />
ora, a tendência é que o parlamentar não se candidate a nada nas<br />
próximas eleições.<br />
Lula lidera na Bahia<br />
Entre acarajés e vatapás, outra preferência do baiano para 2018 é<br />
Lula na presidência da República. O Paraná Pesquisas divulgou que<br />
42,7% das intenções de voto são para o petista. Em segundo lugar,<br />
Jair Bolsonaro, com 12,8%, depois vêm Ciro Gomes, Marina<br />
Silva, Joaquim Barbosa e João Doria. Temer tem intenção de voto<br />
(0,8%), mas 77,5% da população consideram o governo dele ruim<br />
ou péssimo.<br />
LEGISLATIVO<br />
Da redação<br />
Reportagem<br />
Foz do Iguaçu, terça-feira, 13 de junho de 2017<br />
Advogados pedem anulação de<br />
processo disciplinar para evitar<br />
cassação de vereadores<br />
Defesa encontra amparo em decreto federal para ingressar<br />
com novo mandado de segurança por decurso de prazo<br />
Advogados do vereador<br />
Edilio Dal Agnol<br />
(PSC) ingressaram com<br />
novo mandado de segurança<br />
para impedir a cassação<br />
do mandato por falta<br />
de decoro parlamentar.<br />
Rodrigo Duarte, Kaio Ricardo<br />
Mendes Veloso e<br />
Diego Malavazi Jeromine<br />
pedem liminarmente ao<br />
juiz da Vara da Fazenda<br />
Pública suspensão do processo<br />
no Conselho de Ética<br />
para consequente anulação<br />
do ato e reintegração<br />
do vereador ao cargo,<br />
caso até a data da decisão<br />
ele já esteja cassado.<br />
O mandado de segurança<br />
está sustentado em<br />
decreto-lei federal que estabelece<br />
limite de 90 dias<br />
corridos para conclusão de<br />
processo de cassação de<br />
mandato. "Conceder medida<br />
liminar para determinar<br />
a imediata suspensão<br />
da tramitação do citado<br />
processo disciplinar<br />
(...) e ao final conceder<br />
definitivamente a segurança,<br />
ratificando a liminar<br />
concedida, proclamando<br />
a nulidade do feito,<br />
reconhecendo-se, pois,<br />
transcorrido o prazo decadencial<br />
de 90 dias, fixado<br />
no artigo 5º, inciso VII,<br />
do Decreto-Lei nº 201/<br />
67", consta no recurso judicial,<br />
que pode ter decisão<br />
a qualquer momento.<br />
Os advogados relatam<br />
que Edilio é vereador eleito<br />
com 2.263 votos para a<br />
legislatura 2017/2020.<br />
"Em 15 de dezembro de<br />
2016 foi deflagrada a Operação<br />
Nipoti, conduzida<br />
pela 3ª Vara Federal, vindo<br />
o vereador a ser preso<br />
preventivamente. Em 21<br />
de março, entretanto, foi-<br />
-lhe restituída a liberdade,<br />
por ordem do Superior Tribunal<br />
de Justiça. Em que<br />
pese ter sido preso, constituía<br />
direito líquido e certo<br />
do vereador ver-se empossado<br />
para o cargo para<br />
o qual foi legitimamente<br />
eleito e diplomado pela<br />
Justiça Eleitoral", escrevem.<br />
De acordo com a ação,<br />
aproveitando-se disso, "o<br />
presidente da Câmara ordenou<br />
que fosse marcada<br />
a posse para o dia 18<br />
de janeiro. Tal designação<br />
foi montada para tornar-se<br />
um evento espetaculoso<br />
e receber toda a<br />
atenção da mídia. Pretendia-se,<br />
com tamanha<br />
exposição, nada menos<br />
que a execração pública<br />
do vereador e os demais<br />
nas mesmas condições".<br />
Edilio e outros quatro<br />
vereadores respondem<br />
processo na Operação<br />
Pecúlio por conta de supostamente<br />
terem recebido<br />
vantagens financeiras<br />
em troca de apoio político<br />
ao ex-prefeito Reni<br />
Pereira. Os cinco estão<br />
sendo mantidos afastados<br />
do cargo.<br />
Processo disciplinar<br />
Segundo os advogados,<br />
por conta do que<br />
ocorreu na posse, foi protocolado,<br />
no dia 14 de fevereiro,<br />
pedido de abertura<br />
de processo disciplinar<br />
visando à cassação do<br />
mandato dos vereadores<br />
reeleitos presos na Operação<br />
Pecúlio. Em que<br />
pese o juízo de prelibação<br />
(aceitar ou não a representação)<br />
competir à<br />
mesa diretora, coube ao<br />
plenário fazê-lo, o que na<br />
opinião da defesa foi irregular.<br />
Na argumentação, os<br />
advogados citam que as<br />
resoluções da Câmara<br />
preveem prazo de 60 dias<br />
para conclusão do processo<br />
e colocam como<br />
única consequência o<br />
trancamento da pauta.<br />
Entretanto, o Decreto-<br />
Lei 201/67 estabelece que<br />
o processo de cassação de<br />
mandato "deverá estar<br />
concluído dentro de 90<br />
dias, contados da data<br />
em que se efetivar a notificação<br />
do acusado.<br />
Transcorrido o prazo sem<br />
o julgamento, o processo<br />
será arquivado, sem<br />
prejuízo de nova denúncia<br />
ainda que sobre os<br />
mesmos fatos".<br />
Advogados entraram com novo recurso apontando<br />
decurso de prazo no processo da Câmara<br />
Risco de dano<br />
irreparável<br />
Para requerer a liminar,<br />
os advogados apresentaram<br />
argumentos de<br />
que há risco de danos irreparáveis<br />
ao vereador.<br />
"Como é de conhecimento<br />
público, por unanimidade,<br />
o Conselho de Ética<br />
e Decoro Parlamentar<br />
acolheu a posição do<br />
voto do vereador relator<br />
pela cassação do mandato<br />
do vereador Edilio, por<br />
suposta quebra de decoro<br />
parlamentar", observou<br />
o advogado Rodrigo<br />
Duarte.<br />
Expôs que o processo,<br />
agora, caminha para a<br />
deliberação final perante<br />
o plenário da Casa Legislativa.<br />
Para Rodrigo, "o<br />
fundamento é inquestionável<br />
e relevante, pois relaciona-se<br />
à injusta e<br />
eminente cassação de<br />
mandato legislativo de<br />
parlamentar municipal,<br />
de nefastos efeitos para o<br />
vereador e toda a coletividade.<br />
Há, na hipótese,<br />
possibilidade concreta do<br />
vereador Edilio (e os outros<br />
quatro) vir a ter seu<br />
mandato eletivo ilegalmente<br />
cassado por seus<br />
pares".<br />
De acordo com o advogado,<br />
"o afastamento<br />
das funções legislativas<br />
jamais será compensado,<br />
dada a natureza finita e<br />
improrrogável da própria<br />
legislatura. Cumpre esclarecer<br />
que o vereador se<br />
encontra sob risco concreto<br />
de lesão iminente<br />
(perda do mandato eletivo),<br />
posto já haver sido<br />
designada a reunião de<br />
apreciação do relatório<br />
final pelo plenário, a realizar-se<br />
em data próxima,<br />
já se tendo transcorridos<br />
97 dias desde sua instauração".