07.09.2017 Views

Revista Tocantins Indústria #168

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ano VIII nº 168<br />

Agosto / Setembro 2017<br />

terceirização<br />

Sem<br />

restrições<br />

REFORMA<br />

Para indústria<br />

atualização das leis<br />

trabalhistas representa<br />

avanço na construção<br />

de relações do trabalho<br />

modernas e alinhadas<br />

com a economia do<br />

século 21. PÁGINA 23<br />

Estudo elaborado pela FIETO revela que maioria do<br />

empresariado tocantinense, 60%, aderiu à terceirização<br />

de serviços depois que a lei foi sancionada. PÁGINA 20<br />

EDITORIAL<br />

Presidente Roberto Pires destaca transparência, resultados<br />

alcançados e a contribuição do Sistema <strong>Indústria</strong> para o<br />

desenvolvimento do <strong>Tocantins</strong> em 25 anos de atuação. PÁGINA 4


expediente<br />

índice<br />

Publicação bimestral editada pela Unidade de Comunicação<br />

Institucional do Sistema FIETO - (UCI)<br />

Diretor de Comunicação,<br />

Marketing e Mercado: Sérgio Carlos Tavares<br />

Gerente: Cláudia Nasser<br />

Edição e Revisão: Júnior Veras RG 623 JP/GO<br />

Colaboração: Priscila Cavalcante RG 373 JP/TO<br />

Proj. Gráfico / Diagramação: Marcelo Soares da Silva<br />

Fotografia: Adilvan Nogueira<br />

UCI/Divulgação<br />

SECOM/Governo do <strong>Tocantins</strong><br />

Diretoria Executiva - Sistema Fieto<br />

Presidente Roberto Magno Martins Pires<br />

1º Vice-Presidente Carlos Augusto Suzana<br />

Vice-Presidentes Emilson Vieira Santos<br />

Charles Alberto Elias<br />

Luciano de Carvalho Rocha<br />

Oswaldo Stival Júnior<br />

1º Secretário Claudizete Carneiro Santos<br />

2º Secretário Mário de Castro Pillar<br />

1º Tesoureiro Walter Atta Rodrigues Bittencourt Júnior<br />

2º Tesoureiro Maria Elieth José Antônio Lobo<br />

Suplentes da Diretoria Cabral Santos Gonçalves<br />

Diego Teodoro Carvalho Alba Garcia<br />

Carlos Wagno Maciel Milhomem<br />

Gliner de Souza Borges<br />

Marco Antônio de Faria Cunha<br />

Wilmar Oliveira de Bastos<br />

Luiz Carlos Alves de Oliveira<br />

Jacques José de Barros<br />

Francisco Monteiro de Souza Filho<br />

Ailton dos Santos Queiroz<br />

Conselho Fiscal<br />

Efetivos José de Souza Vasque<br />

José Febrônio da Silva<br />

Francisco Antélius Servulo Vaz<br />

Suplentes Reinaldo Pereira Cardoso<br />

Fábio de Oliveira Soares<br />

Romulo José dos Santos<br />

Delegados Representantes Junto à CNI<br />

Efetivos Roberto Magno Martins Pires<br />

Célio Batista Alves<br />

Suplentes Charles Alberto Elias<br />

Carlos Augusto Suzana<br />

Executivos do Sistema Fieto<br />

Superintendência Regional do SESI<br />

Charles Alberto Elias<br />

Diretoria do SENAI<br />

Márcia Rodrigues de Paula<br />

Superintendência do IEL<br />

Roseli Sarmento<br />

Diretoria Corporativa<br />

Juarez Frota<br />

Diretoria de Comunicação, Marketing e Mercado<br />

Sérgio Carlos Tavares<br />

4<br />

editorial : SISTEMA INDÚSTRIA<br />

CAPITAL privado, benefício público<br />

6 ENTREVISTA<br />

MARCOS kawagoe<br />

comércio exterior<br />

8 MAIS investimentos, menos entraves<br />

10 exposição<br />

PARADA obrigatória<br />

12 gestão<br />

LIDERANça feminina<br />

sistema indústria<br />

14 RAzão de existir<br />

16 premiação<br />

boas práticas reconhecidas<br />

18 investimento<br />

PROCURA-se crédito<br />

20 pesquisa<br />

SEM restrições<br />

23 mercado<br />

NOVO nicho<br />

reforma trabalhista<br />

24 APRIMORAR para avançar<br />

26 indicadores<br />

INFORMAções confiáveis<br />

28 negócios<br />

EFICIência produtiva<br />

31 senai<br />

INICIATIVA do bem<br />

Sindicatos Patronais da <strong>Indústria</strong><br />

SIA Claudizete Carneiro Santos<br />

SICON Maria Elieth José Antônio Lobo<br />

SIMAM Geová Pereira de Mendonça<br />

SIME Mário de Castro Pillar<br />

SINDIATO Carlos Augusto Suzana<br />

SINDICER Esequiel de Sousa Milhomem<br />

SIPMME Carlos Wagno Maciel Milhomem<br />

SINDIREPA José Febrônio da Silva<br />

SINDUSCON Bartolomé Alba Garcia<br />

SIG Gliner de Souza Borges<br />

SIQFAR Walter Atta R. Bittencourt Júnior<br />

SINDICARNES Oswaldo Stival Júnior<br />

Tel.: (63) 3229-5775<br />

www.sistemafieto.com.br<br />

imprensa@sistemafieto.com.br<br />

32<br />

34<br />

36<br />

artigo : robson braga de andrade<br />

UMA reforma inadiável<br />

comércio exterior<br />

MELhora no cenário<br />

gestão pública<br />

SEM rumo<br />

38 CURTAS<br />

INTERNACIONALIzação, desemprego,<br />

VIOLência, pesquisa e outras notas


anúncio


editorial<br />

roberto pires<br />

SISTEMA INDÚSTRIA<br />

Capital privado,<br />

benefício público<br />

“<br />

Temos plena<br />

consciência<br />

de que todo<br />

nosso trabalho<br />

e resultados só<br />

são possíveis<br />

por estarmos<br />

amparados por<br />

um modelo forte,<br />

que funciona,<br />

forma líderes, mão<br />

de obra, garante<br />

a segurança do<br />

trabalhador e,<br />

acima de tudo, é<br />

transparente”.<br />

Roberto Pires /<br />

presidente da FIETO<br />

Criado para atender as demandas do<br />

empresário do setor privado, seu contribuinte<br />

e mantenedor, o Sistema S tem realizado<br />

importantes ações nos estados por<br />

meio do Serviço Social da <strong>Indústria</strong>, o SESI,<br />

e do Serviço Nacional de Aprendizagem<br />

Industrial, SENAI. No <strong>Tocantins</strong> não é diferente.<br />

Neste ano em que comemoramos os<br />

25 anos do Sistema FIETO, temos a certeza<br />

de ter contribuído, e muito, com o desenvolvimento<br />

do estado ao capacitar mais de<br />

250 mil profissionais para a indústria com<br />

o SENAI e realizar mais de 2,2 milhões de<br />

atendimentos com projetos sociais desenvolvidos<br />

pelo SESI.<br />

Em um momento em que tanto a iniciativa<br />

privada como o sistema público sofrem<br />

com as incertezas geradas pela crise econômica<br />

e política, é essencial manter funcionando<br />

o que já dá certo. Estamos falando<br />

de um modelo de gestão que mesmo<br />

com todo um contexto pessimista consegue<br />

não só resistir, mas se antever e estar<br />

preparado para a retomada do crescimento<br />

que tanto defendemos.<br />

Falamos ainda de um modelo com recursos<br />

auditados de forma externa e independente,<br />

que passa pela avaliação de Conselhos<br />

e Assembleias e a fiscalização de<br />

órgãos como o Tribunal de Contas e a Controladoria<br />

Geral, ambos da União. Além disso,<br />

os sites de nossas instituições dispõem<br />

das informações regulamentadas pela Lei de<br />

Diretrizes Orçamentárias (transparência). Esclarecimentos<br />

como estes são alvo de uma<br />

campanha permanente que vêm sendo desenvolvida<br />

pelo Sistema <strong>Indústria</strong>, encabeçada<br />

pela Confederação Nacional da Indús-<br />

4 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


tria, que pode ser conhecida pelo<br />

site sempresesisenai.com.br<br />

Voltando ao <strong>Tocantins</strong>, temos<br />

grandes motivos para não ficarmos<br />

parados. A estrutura logística que<br />

vem sendo construída no estado<br />

com a ferrovia e outros investimentos<br />

que a Federação defende fortemente<br />

junto ao Governo Federal,<br />

como a hidrovia e a Transbananal,<br />

trará uma condição extremamente<br />

favorável ao investidor, além de exigir<br />

um quadro de profissionais capacitados<br />

que, com nosso trabalho,<br />

poderá ser preenchido pela população<br />

local.<br />

Quando tudo isso se consolidar,<br />

precisamos estar prontos. E temos<br />

trabalhado para isso. Em pouco<br />

mais de 1 ano o Sistema FIETO<br />

inaugurou 3 novas escolas do<br />

SENAI: Em Palmas, o Centro de<br />

Educação e Tecnologia (CETEC),<br />

em Taquaralto, o Centro de Formação<br />

Profissional (CFP) e, em<br />

Paraíso, para atender a população<br />

do Vale do Araguaia, também foi<br />

construído um CFP neste período.<br />

Onde já estávamos presentes<br />

com estrutura física investimos ainda<br />

mais em reformas de unidades<br />

em Araguaína e Gurupi como o Centro<br />

de Atividades do Trabalhador do<br />

SESI e o Centro de Educação e Tecnologia<br />

do SENAI nos dois municípios,<br />

assim como em atualização de<br />

laboratórios e capacitação dos profissionais<br />

envolvidos. Estes investimentos<br />

dobraram a capacidade de<br />

atendimento do SENAI que passou<br />

de 4 mil para 8 mil alunos por dia,<br />

de norte a sul do estado, e ampliaram<br />

a capacidade do SESI de 1630<br />

para 3700 pessoas/dia que podem<br />

ter acesso aos serviços voltados à<br />

promoção da qualidade de vida,<br />

saúde e segurança no trabalho.<br />

E mesmo onde não há essa<br />

estrutura, levamos o atendimento<br />

remoto a qualquer região deste<br />

estado com as unidades móveis<br />

e postos avançados do SESI e do<br />

SENAI que já chegaram a representar,<br />

em determinados períodos,<br />

60% do total de nossos atendimentos.<br />

Atendimentos estes que são<br />

oferecidos com índices de gratuidade<br />

sempre acima do exigido<br />

pela legislação.<br />

Temos plena consciência de que<br />

todo nosso trabalho e resultados só<br />

são possíveis por estarmos amparados<br />

por um modelo forte, que funciona,<br />

forma líderes, mão de obra,<br />

garante a segurança do trabalhador<br />

e, acima de tudo, é transparente.<br />

Somos um time que está ganhando,<br />

que tem visão e estratégia para<br />

atuar à frente das condições claramente<br />

aparentes. Trabalhar com<br />

compromisso e foco no desenvolvimento<br />

do <strong>Tocantins</strong> nos garante a<br />

satisfação não só de cumprir, no dia<br />

a dia, nossa missão como também<br />

a certeza de que estamos deixando<br />

um legado para este estado.<br />

Roberto Pires é<br />

presidente da Federação<br />

das <strong>Indústria</strong>s do Estado<br />

do <strong>Tocantins</strong> - FIETO<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

5


entrevista<br />

MARCOS KAWAGOE<br />

“Não precisa de grandes<br />

investimentos para aumentar<br />

a produtividade, é necessário<br />

mudar a forma de trabalho,<br />

mudar os processos”<br />

É realmente possível produzir mais com menos em tempos<br />

de crise? Para muitos provavelmente a resposta seria não,<br />

mas para Marcos Kawagoe, especialista em produtividade,<br />

sim, é possível. Foi esse o recado que passou a empresários<br />

tocantinenses durante a palestra “Sucesso na crise: aumento<br />

da produtividade, fazendo mais com menos”, que ministrou em<br />

Palmas a convite da FIETO. Na entrevista exclusiva que segue<br />

Kawagoe discorre com propriedade sobre o assunto<br />

Marcos Kawagoe,<br />

especialista em<br />

produtividade<br />

TI – Como pensar em aumento<br />

de produtividade sob<br />

prolongada recessão?<br />

MK - A principal dica que dou é<br />

que é possível melhorar a produtividade<br />

na crise mesmo sendo<br />

micro e pequena empresa. Independente<br />

do governo, do que<br />

está acontecendo lá fora, é muito<br />

possível a empresa se dedicar<br />

para melhorar sua produtividade<br />

interna. Esse é um trabalho que<br />

eu tenho feito com a Confederação<br />

Nacional da <strong>Indústria</strong> (CNI)<br />

para mostrar aos empresários<br />

que sempre é possível melhorar<br />

seus processos reduzindo os<br />

custos. Assim você consegue<br />

aumentar o lucro mesmo em tempo<br />

de crise, porque aumento de<br />

preço você não consegue fazer,<br />

quem dita o preço é o mercado.<br />

TI – Atualmente qual é o<br />

problema que mais compromete<br />

o aumento da produtividade das<br />

empresas brasileiras?<br />

MK - O desperdício. Ele ocorre em<br />

todos os aspectos, o pessoal perde<br />

muito tempo, faz muito retrabalho,<br />

gera muitos defeitos. Perde-se tempo<br />

com coisas que não precisava<br />

e, com isso, não consegue produzir.<br />

Se as empresas dedicassem<br />

seu tempo e recursos sem desperdícios<br />

produziriam muito mais.<br />

TI - Não é contraditório falar<br />

em aumento de produtividade<br />

quando muitas empresas<br />

enfrentam problemas<br />

financeiros?<br />

MK - Sim, é meio contraditório. Mas<br />

agora é justamente o tempo de fazer<br />

isso, porque sempre que tiver<br />

6 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


“bombando” (produzindo muito) o<br />

empresário vai dizer, como de costume,<br />

que não tem tempo de melhorar<br />

os processos porque precisa<br />

produzir mais. E quando está em<br />

baixa diz que agora não porque<br />

não sabe como vai ser, que não<br />

tem recurso. Ou seja, em qualquer<br />

momento ele (o empresário) vai dizer<br />

que não consegue parar para<br />

melhorar. Mas agora, que está em<br />

baixa, precisa convocar as pessoas<br />

com mais tempo e dedicar à<br />

melhoria de seus processos, porque<br />

a economia vai melhorar. Só<br />

que se ele começar a melhorar na<br />

hora que a economia começar a<br />

reagir já é tarde demais.<br />

TI - Que tipo de mudança a<br />

empresa deve fazer para sair<br />

mais rapidamente da crise?<br />

MK - A principal é reduzir desperdícios.<br />

É o conselho que passamos<br />

e que está dentro do conceito de<br />

lean manufacturing (manufatura<br />

enxuta). Os desperdícios estão em<br />

todos os lugares, nos estoques,<br />

nas movimentações desnecessárias<br />

das pessoas, nos retrabalhos,<br />

nos defeitos, nos processamentos<br />

sem necessidade e etc. Se forem<br />

eliminados você faz produtividade<br />

sem grandes investimentos. Não<br />

precisa de grandes investimentos<br />

para você aumentar a produtividade,<br />

mas mudar a forma de trabalho,<br />

mudar seu processo.<br />

TI - Foi realmente a mudança no<br />

processo de produção, que o<br />

sr. ajudou a liderar, que tirou a<br />

Embraer da crise?<br />

MK – Eu ajudei, mas foram muitas<br />

pessoas envolvidas nesse processo<br />

que ajudou muito a Embraer.<br />

Formamos uma equipe muito forte,<br />

composta por profissionais das<br />

áreas de produção e qualidade,<br />

engenharia de produção e engenharia<br />

de produto, que analisou<br />

processo a processo, como monta<br />

o avião, a forma de produção...<br />

Então, foi o conceito diferente que<br />

fez com que a gente conseguisse<br />

as melhorias.<br />

TI – Aumentar produtividade em<br />

tempo de crise depende muito da<br />

força de vontade e determinação<br />

do empresário. É isso?<br />

MK – Sem dúvida. Eu sempre falo<br />

que não adianta só a base querer.<br />

Se o líder não apoiar não haverá<br />

mudança, porque ele vai cobrar<br />

outras coisas. E para você conseguir<br />

mudança no chão de fábrica,<br />

na produção, precisa de força, de<br />

pessoas. Portanto, se não tiver<br />

uma liderança comprometida e<br />

querendo mudar você não consegue<br />

atingir o objetivo desejado.<br />

O QUE É LEAN MANUFACTURING?<br />

• A mentalidade enxuta é uma filosofia operacional ou um sistema de negócios, uma forma de especificar<br />

valor, alinhar, na melhor sequência, as ações que criam valor. Realizar essas atividades<br />

sem interrupção, sempre que alguém as solicita, e realizá-las de forma cada vez mais eficaz, ou<br />

seja, fazer cada vez mais com cada vez menos. Também é uma forma de tornar o trabalho mais<br />

satisfatório e de eliminar desperdícios, e não empregos.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

7


comércio exterior<br />

Mais investimentos,<br />

menos entraves<br />

Logística brasileira de exportação e importação deixa<br />

a desejar tornando-se um dos principais problemas<br />

enfrentados por quem atua na área<br />

Pesquisa da Confederação Nacional<br />

da <strong>Indústria</strong> (CNI) com<br />

empresas exportadoras mostra<br />

que os custos de transporte, tarifas<br />

cobradas por portos e aeroportos<br />

e dificuldades no escoamento da<br />

produção são os principais obstáculos<br />

para o comércio exterior brasileiro.<br />

Além disso, exportadores e<br />

importadores enfrentam excesso<br />

de burocracia, de taxas adicionais<br />

e tarifas. Problemas que só serão<br />

solucionados, segundo especialistas,<br />

com mais investimentos nos<br />

portos, principal elo da cadeia<br />

logística, e também com o fim de<br />

outros entraves.<br />

O estudo mostra ainda que o<br />

cenário atual cria dificuldades até<br />

para quem tenta exportar para<br />

superar a crise ou trazer insumos<br />

mais baratos de fora para reduzir<br />

o preço da mercadoria aqui dentro.<br />

Com poucas ferrovias, consideradas<br />

mais eficientes para o<br />

transporte de grandes volumes<br />

de cargas que chegam nos portos<br />

brasileiros vindas do exterior, não<br />

há outra saída senão utilizar caminhões,<br />

o que encarece, e muito, o<br />

valor do frete. Como se isso não<br />

bastasse, as rodovias geralmente<br />

são ruins e contribuem para agravar<br />

ainda mais a situação.<br />

Por essas razões, os temas relacionados<br />

à logística e infraestrutura<br />

apareceram pela primeira vez<br />

na Agenda Internacional da <strong>Indústria</strong>.<br />

O documento destaca como<br />

prioridades assuntos relacionados<br />

a investimentos brasileiros no exterior,<br />

tributação no comércio exterior,<br />

financiamento e garantias às<br />

exportações e defesa comercial.<br />

Destaca ainda os acordos comerciais,<br />

que podem ampliar as oportunidades<br />

para muitos produtos<br />

brasileiros, bem como a promoção<br />

de negócios, com ações prospectivas,<br />

que segue como um dos<br />

principais eixos de atuação para<br />

inserção da indústria brasileira<br />

nos mercados internacionais.<br />

Na frente de serviços, operacionalizada<br />

pela Rede Brasileira<br />

de Centros Internacionais de Negócios<br />

(Rede CIN), coordenada<br />

pela CNI e presente em todos os<br />

estados brasileiros, incluindo o<br />

<strong>Tocantins</strong>, a prioridade é continuar<br />

capacitando e preparando as<br />

empresas para aperfeiçoarem ou<br />

iniciarem a operação no comércio<br />

exterior.<br />

8 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


A prioridade do Sistema<br />

<strong>Indústria</strong>, através dos Centros<br />

Internacionais de Negócios<br />

(Rede CIN), presente em<br />

todos os estados brasileiros,<br />

incluindo o <strong>Tocantins</strong>, é<br />

capacitar e preparar as<br />

empresas para aperfeiçoarem<br />

ou iniciarem a operação no<br />

comércio exterior.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

9


exposição<br />

Parada<br />

obrigatória<br />

programação da Feira de Negócios de Palmas<br />

– Fenepalmas 2017, uma das maiores<br />

A<br />

do gênero da Região Norte do Brasil, realizada<br />

no final de agosto, contou com a participação do<br />

Sistema Federação das <strong>Indústria</strong>s do Estado do<br />

<strong>Tocantins</strong> (FIETO), que levou para o evento produtos<br />

e serviços oferecidos pelo SESI e SENAI,<br />

além de atrações como a palestra “E agora<br />

Brasil? Gestão, Produtividade, Liderança e Motivação”,<br />

proferida por Gil Giardelli, a cerimônia<br />

de entrega do Prêmio IEL de Estágio e o piloto<br />

tocantinense de Stock Car Felipe Fraga. A realização<br />

da feira é da Associação Comercial e Industrial<br />

de Palmas (ACIPA).<br />

Giardelli é professor em instituições como a<br />

ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing,<br />

web ativista e estudioso de Cultura Digital<br />

com 16 anos de experiência. Autor do livro “Você<br />

é o que você compartilha”, difunde ideias inovadoras<br />

e inspira o empreendedorismo social no<br />

Brasil por meio de palestras, aulas e conteúdo<br />

compartilhado nas mídias sociais.<br />

Durante cerimônia realizada no estande foram<br />

conhecidos os vencedores da nova edição<br />

do Prêmio IEL de Estágio, promovido para reconhecer<br />

e valorizar boas práticas de empresas<br />

contratantes, instituições de ensino e estagiários<br />

encaminhados pelo Instituto Euvaldo Lodi no <strong>Tocantins</strong>.<br />

A premiação contou como stand up do<br />

humorista tocantinense Ricardo Freitas e a palestra<br />

“A Natureza do Sucesso” proferida por Omar<br />

Hennemann.<br />

Na Carreta Automotiva do SENAI <strong>Tocantins</strong><br />

exposta na Feira, juntamente com as Unidades<br />

Móveis de Audiometria, Medicina Ocupacional e<br />

Inclusão Digital do SESI, o piloto de Stock Car,<br />

Felipe Fraga posou para fotos e concedeu autógrafos<br />

aos visitantes.<br />

“Viemos ajudar a divulgar<br />

o bom trabalho que o<br />

SENAI está fazendo, e eu<br />

espero que as pessoas<br />

tenham aproveitado<br />

a oportunidade para<br />

conhecer a estrutura<br />

da carreta e os outros<br />

projetos da instituição”.<br />

10 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


Vitrine da <strong>Indústria</strong><br />

Pit Stop<br />

Além de conhecer a moderna<br />

Unidade Automotiva do SENAI<br />

<strong>Tocantins</strong>, quem visitou o<br />

estande institucional da FIETO na<br />

Fenepalmas, aproveitou para fazer<br />

selfies, muitos selfies<br />

maior instituição de educação profissional<br />

do mundo, o Serviço Nacional de<br />

A<br />

Aprendizagem Industrial (SENAI), levou o<br />

campeão tocantinense da Stock Car (2016),<br />

Felipe Fraga, para um Pit Stop na Unidade<br />

Móvel Automotiva, que possui a estrutura de<br />

uma escola móvel com bancadas didáticas<br />

que simulam o funcionamento de sistemas de<br />

ignição, motor, parte elétrica, mesas e cadeiras,<br />

além de um automóvel completo disponível<br />

para as aulas dos cursos da área.<br />

A Escola Móvel foi apresentada ao público<br />

por Felipe Fraga que garantiu aos visitantes<br />

autógrafos e as concorridas selfies com o<br />

mais jovem piloto de Stock Car a vencer uma<br />

prova e a marcar uma pole position na categoria,<br />

à época aos 18 anos. “Viemos mostrar<br />

pro pessoal do <strong>Tocantins</strong> que nós temos muita<br />

oportunidade também aqui dentro do estado.<br />

Por isso, a gente veio ajudar a divulgar<br />

o bom trabalho que o SENAI está fazendo, e<br />

eu espero que as pessoas tenham aproveitado<br />

a oportunidade para conhecer a estrutura<br />

da carreta e os outros projetos da instituição”,<br />

disse o piloto.<br />

“O SENAI vem reforçar para nossos jovens<br />

e pessoas em geral que a referência acontece<br />

quando você se prepara. E essa é a nossa<br />

proposta, preparar as pessoas para que<br />

elas possam ser referência e tenham a sua<br />

oportunidade no mercado de trabalho. E para<br />

isso nada melhor do que se inspirar em nosso<br />

campeão. É daqui, é nosso, é possível e hoje<br />

é referência nacional”, observou Márcia Rodrigues,<br />

diretora Regional do SENAI.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

11


gestão<br />

Liderança feminina<br />

Em evento da FIETO, voltado para o fortalecimento da<br />

gestão feminina, mulheres líderes tocantinenses discutem<br />

formas de influenciar e formar opinião<br />

Depois de passar por Palmas e<br />

Araguaína, o Chá com Mulheres<br />

reuniu cerca de 200 líderes em<br />

Gurupi, sul do estado. A abertura<br />

do evento foi feita pelo presidente<br />

da Federação, Roberto Pires,<br />

seguida de palestra e bate papo<br />

sobre o papel da mulher no século<br />

XXI conduzida pela coach executiva<br />

e psicóloga Bela Fernandes.<br />

Pires destacou a importância<br />

do empreendedorismo e liderança<br />

do público feminino para os negócios.<br />

“Em 2015, 44% dos postos de<br />

trabalho já eram ocupados pelas<br />

mulheres. Nas eleições do <strong>Tocantins</strong>,<br />

17% dos municípios elegeram<br />

mulheres enquanto a média nacional<br />

é de 12%. Na indústria não é<br />

diferente, houve um aumento de<br />

65% da procura por mulheres de<br />

formação profissional. A cada 10<br />

lares brasileiros, 4 são sustentados<br />

por mulheres. Não se fala mais em<br />

lutar para ocupar, elas já ocupam<br />

este espaço”, disse o presidente.<br />

“O papel da mulher no século<br />

XXI é influenciar, é formar opinião”,<br />

destacou a palestrante que orientou<br />

“trabalhar a área de influência<br />

e reduzir a área de impotência”<br />

assim como os homens que têm<br />

naturalmente facilidade de ter foco.<br />

“Esse é um ponto que a gente<br />

pode aprender com eles e cada<br />

vez mais desenvolver. Os homens<br />

também estão aprendendo facetas<br />

femininas que é desenvolver<br />

pessoas, manter um ambiente acolhedor,<br />

um clima organizacional<br />

saudável. Olhar pra nossa rede de<br />

influência pra reduzir impotência é<br />

uma faceta bastante masculina”,<br />

complementou Bela Fernandes.<br />

12 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


“Em 2015, 44% dos postos de trabalho já eram<br />

ocupados pelas mulheres. Nas eleições do <strong>Tocantins</strong>,<br />

17% dos municípios elegeram mulheres enquanto a<br />

média nacional é de 12%. Na indústria não é diferente,<br />

houve um aumento de 65% da procura por mulheres<br />

de formação profissional”.<br />

ROBERTO PIRES / PRESIDENTE DA FIETO<br />

O Chá com Mulheres proporcionou troca<br />

de experiências e formação de networking<br />

do público feminino que exerce papel de<br />

liderança, seja como executiva, líder de<br />

empresas e negócios, ou apoiadora, como<br />

suporte nas decisões e reflexões. As dificuldades<br />

para a mulher neste contexto foram<br />

divididas pelas participantes, como a Regiane<br />

Oliveira que trabalha em uma empresa<br />

de nutrição saudável. “Eu tenho encontrado<br />

dificuldade como mulher para conciliar<br />

o meu tempo com o trabalho. De procurar<br />

sempre melhorar, mas ter a responsabilidade<br />

com a casa, que sempre sobra para nós<br />

mulheres de cuidar da família, dos filhos, do<br />

estudo, da educação”, contou.<br />

Como propôs o evento, alguns grupos já<br />

saíram decididos a dar continuidade em encontros<br />

semelhantes ao Chá Com Mulheres<br />

a fim de reunir diferentes instituições como<br />

veículos de comunicação, instituições de<br />

ensino, entre outras, com gestão feminina<br />

para promover melhorias no município.<br />

“Foi selado um compromisso de dar<br />

continuidade ao projeto de emponderamento<br />

da mulher para acompanhar ou dar<br />

potencialidade a uma região ou cidade importante<br />

como Gurupi. O Sistema foi muito<br />

inteligente de ver que através de nós, mulheres,<br />

a gente pode alcançar estas propostas<br />

tão marcantes de hoje. Nós vamos<br />

influenciar quem quer que seja, nós não<br />

vamos ficar paradas. O Chá com Mulheres<br />

Gurupi continua”, afirmou a gerente da<br />

Jaime Câmara em Gurupi, Marilene Carvalho.<br />

A iniciativa foi apoiada pela diretora<br />

regional do SENAI, Márcia Rodrigues, pela<br />

superintendente do IEL, Roseli Sarmento<br />

e a gerente do SESI/SENAI do município,<br />

Núbia Almeida.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

13


sistema indústria<br />

Razão de existir<br />

Campanha estimula em pessoas e instituições que têm<br />

ou tiveram histórias de vida ligadas ao SESI e SENAI o<br />

sentimento de orgulho em fazer parte de uma grande família<br />

As 2 formas de<br />

arrecadação<br />

Direta<br />

Convênios entre as<br />

empresas e as duas<br />

instituições<br />

Muito se especula sobre a origem<br />

e aplicação dos recursos<br />

que financiam as atividades do Serviço<br />

Nacional de Aprendizagem Industrial<br />

(SENAI) e do Serviço Social<br />

da <strong>Indústria</strong> (SESI). Com objetivo de<br />

dirimir essa e outras dúvidas que<br />

possam existir, as duas entidades<br />

deram início em agosto à veiculação<br />

de uma campanha publicitária para<br />

que a sociedade brasileira possa<br />

conhecer melhor os benefícios proporcionados<br />

pelo SESI e SENAI em<br />

mais de 70 anos de história.<br />

Dividida em duas fases, a campanha<br />

mostra primeiramente os<br />

grandes números do SESI e do<br />

SENAI com foco no passado, na<br />

história das instituições. Num segundo<br />

momento são apresentados<br />

depoimentos de alunos, ex-alunos,<br />

professores e empresários que tiveram<br />

suas vidas transformadas por<br />

ações do SESI e do SENAI em todo<br />

o Brasil.<br />

A campanha, que está sendo<br />

veiculada em mídia digital (redes<br />

sociais e internet), além das redes<br />

próprias das duas instituições, pretende<br />

estimular em ex-alunos, alunos,<br />

pais, docentes e empresários<br />

que têm ou tiveram histórias de vida<br />

ligadas às entidades, o sentimento<br />

de pertencer à uma comunidade,<br />

de orgulho em fazer parte de uma<br />

grande família.<br />

Indireta<br />

Contribuição<br />

arrecadada e fiscalizada<br />

pela Receita Federal<br />

Origem dos recursos<br />

Os recursos que financiam as atividades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)<br />

e do Serviço Social da <strong>Indústria</strong> (SESI) vêm da contribuição compulsória incidente sobre a<br />

folha das empresas contribuintes. As empresas recolhem ao SESI 1,5% e 1% ao SENAI sobre o<br />

montante da folha de pagamento desses estabelecimentos. São contribuintes empresas do setor<br />

industrial, transporte ferroviário e dutoviário e as de comunicações (exceto rádio e TV).<br />

14 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


16,67%<br />

da receita da contribuição<br />

compulsória destinados ao SESI<br />

são aplicados na oferta de<br />

educação gratuita<br />

60%<br />

da receita da contribuição<br />

compulsória do SENAI são<br />

destinados a despesas com<br />

cursos gratuitos<br />

Aplicação dos recursos<br />

A maior parte das receitas do SESI e do SENAI oriundas da contribuição compulsória é destinada a oferta de cursos<br />

e serviços gratuitos. Mais de 60% da receita da contribuição compulsória do SENAI são destinados a despesas<br />

com cursos gratuitos (como pagamento de docentes e compra de equipamentos). Todas as matrículas em cursos de<br />

Aprendizagem Industrial no SENAI, por exemplo, são e sempre foram ofertadas gratuitamente e customizadas para atender<br />

às características das empresas contribuintes e do trabalhador. A Aprendizagem Industrial representa 63% dos recursos<br />

destinados ao cumprimento da gratuidade regimental.<br />

Fiscalização<br />

dos recursos<br />

O SESI e o SENAI se<br />

pautam pela eficiência<br />

e pela transparência na<br />

aplicação da contribuição<br />

compulsória arrecadada<br />

junto às empresas.<br />

cumprem<br />

todas as<br />

exigências<br />

legais<br />

São auditadas<br />

por 9 instituições<br />

públicas e<br />

privadas<br />

Possuem<br />

páginas de<br />

transparência<br />

em seus sites<br />

1. Comissões de Contas fiscalizam<br />

orçamento dos Departamentos<br />

Regionais do senai<br />

2. Conselho fiscaliza execução<br />

orçamentária do Departamento<br />

Nacional senai<br />

3. Ministério da educação fiscaliza<br />

aplicação de recursos do sesi e do<br />

senai em cursos gratuitos<br />

4. Ministério do Trabalho fiscaliza<br />

orçamentos do senai<br />

5. Ministério do Desenvolvimento<br />

social fiscaliza orçamento do sesi<br />

6. Contas do sesi e do senai são<br />

avaliadas por auditorias externas<br />

independentes<br />

7. Contas dos Departamentos<br />

Regionais do senai são auditadas<br />

por empresas especializadas<br />

8. sesi e senai passam por rigorosas<br />

fiscalizações do tcu<br />

9. Aplicação de recursos do sesi e<br />

do senai passa também pelo crivo<br />

da cgu<br />

10. sesi e senai prestam contas à<br />

sociedade por meio de sites de<br />

transparência<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

15


premiação<br />

Boas práticas<br />

reconhecidas<br />

FIETO anuncia vencedores da nova edição do Prêmio IEL de Estágio.<br />

Iniciativa incentiva empresas, estudantes e instituições de ensino a<br />

buscarem excelência<br />

As melhores práticas de estágio, empresas<br />

contratantes e instituições de<br />

ensino foram reconhecidas em cerimônia<br />

de entrega do Prêmio IEL de Estágio 2017,<br />

realizada em Palmas, na qual foram premiados<br />

três estagiários destaque, que dividiram<br />

o prêmio de 2.000 mil reais: Ângela<br />

Karolline Bezerra de Morais no 1º lugar,<br />

com R$ 750,00, Zeus Mota Bandeira no 2º<br />

lugar, com R$ 500,00 e Herika Wellen Silva<br />

Dias, 3ª colocada, com R$ 350,00.<br />

O presidente do Sistema FIETO e diretor<br />

do IEL <strong>Tocantins</strong>, Roberto Pires, abriu<br />

o evento destacando a importância da<br />

parceria das empresas e instituições de<br />

ensino que contribuem com a proposta<br />

de preparação e inserção de estudantes<br />

no mercado de trabalho por meio do Estágio<br />

Supervisionado que vem crescendo<br />

no <strong>Tocantins</strong>. “As novas vagas do programa<br />

de estágio cresceram 16% de janeiro<br />

a julho deste ano, em relação ao mesmo<br />

período do ano passado. Foram mais de<br />

1000 vagas geradas, entre os mais de 14<br />

mil estudantes do estado já encaminhados<br />

pelo IEL que têm nestas empresas e instituições<br />

uma oportunidade única de aprendizado”,<br />

disse Pires.<br />

As empresas que contratam estagiários<br />

por intermédio do IEL e as instituições de<br />

ensino que oferecem as vagas de Estágio<br />

Supervisionado também receberam<br />

troféus e certificados como forma de reconhecimento<br />

às boas práticas desenvolvidas.<br />

“Eu entendo que o principal é não<br />

desvirtuar as funções. Se é estudante de<br />

informática, na SEFAZ, vai estagiar na sua<br />

área. Estágio é capacitar a pessoa para o<br />

mercado de trabalho, é uma oportunidade<br />

que a empresa, no caso o Estado, está<br />

dando para a sociedade e uma oportunidade<br />

da pessoa se preparar para a vida<br />

dele de trabalho”, comentou o superintendente<br />

de Tecnologia da Informação da Secretaria<br />

Estadual da Fazenda (SEFAZ), 3ª<br />

colocada na categoria Empresas - Grande<br />

Porte, Edes Divino de Oliveira.<br />

O humorista Ricardo Freitas, o jornalista<br />

Sydney Neto e o administrador e superintendente<br />

do Sebrae <strong>Tocantins</strong>, Omar Hen-<br />

16 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


nemann, conduziram as atrações de stand<br />

up, depoimentos e palestras, respectivamente,<br />

preparadas pelo IEL para os estudantes<br />

como forma de comemoração ao<br />

Dia do Estagiário (18 de agosto).<br />

A estudante de Publicidade e Propaganda,<br />

Ângela de Morais, comemorou a<br />

conquista e dividiu o que acredita serem<br />

as características para desenvolver um<br />

bom trabalho. “Precisa ter muita força de<br />

vontade, muito caráter e não ter medo de<br />

acreditar nos seus sonhos e desenvolver<br />

eles, ser um bom estagiário”, resumiu.<br />

Uma de suas iniciativas em seu ambiente<br />

de trabalho foi a realização de uma oficina<br />

com dicas de fotografia para os servidores<br />

facilitando o desenvolvimento de suas atividades<br />

e a integração entre eles.<br />

As iniciativas dos estudantes e o desenvolvimento<br />

das empresas e instituições<br />

de ensino a cada edição do Prêmio foram<br />

destacadas pela superintendente do IEL<br />

no <strong>Tocantins</strong>, Roseli Sarmento. “A gente<br />

percebeu que os estagiários estão mais interessados<br />

em participar na empresa, não<br />

só de forma passageira, mas podendo<br />

contribuir e deixar alguma melhoria. Das<br />

empresas a gente viu o amadurecimento,<br />

elas estão investindo mais e tendo consciência<br />

de que esse trabalho feito hoje com<br />

o estagiário é para preparar mão de obra<br />

futura, assim como vimos um amadurecimento<br />

no acompanhamento das instituições<br />

de ensino para que os estágios sejam<br />

de mais qualidade”, avaliou.<br />

Os vencedores da etapa regional concorrem<br />

à premiação nacional, momento<br />

em que serão avaliados os trabalhos dos<br />

classificados de todo o país.<br />

Vencedores por categoria<br />

Estagiário Destaque<br />

1º lugar Ângela Karolline de Morais<br />

Empresa: Tribunal Regional Eleitoral do <strong>Tocantins</strong><br />

2º lugar Zeus Mota Bandeira<br />

Empresa: Tribunal Regional Eleitoral do <strong>Tocantins</strong><br />

3º lugar Herika Wellen Silva Dias<br />

Empresa: Procon Dianópolis<br />

Empresa de Médio Porte (100 a 499 colaboradores)<br />

1º lugar M&V Construção e Incorporação<br />

2º lugar Tv Anhanguera - Centro Norte De Comunicação<br />

3º lugar Tribunal Regional Eleitoral do <strong>Tocantins</strong><br />

Empresa de Grande Porte (a partir de 500)<br />

1º lugar Defensoria Pública do Estado do <strong>Tocantins</strong><br />

2º lugar MPE - Procuradoria Geral de Justiça<br />

3º lugar Secretaria da Fazenda do Estado do <strong>Tocantins</strong><br />

Empresa de Micro e Pequeno Porte (até 99)<br />

1º lugar SICRED União MS/TO - Unidade Dianópolis<br />

2º lugar KRP Consultoria em Tecnologia de Informação<br />

3º lugar Dínamo Engenharia<br />

Empresa – Sistema <strong>Indústria</strong><br />

1º lugar Serviço Social da <strong>Indústria</strong> do <strong>Tocantins</strong> – SESI<br />

(Empate) <strong>Tocantins</strong> e Serviço Social de Aprendizagem<br />

Industrial – SENAI <strong>Tocantins</strong><br />

Instituição de Ensino de Nível Superior<br />

1º lugar Universidade Estadual do <strong>Tocantins</strong><br />

2º lugar Universidade Federal do <strong>Tocantins</strong><br />

3º lugar Faculdade Católica do <strong>Tocantins</strong><br />

Instituição de Ensino de Nível Técnico<br />

1º lugar Instituto Federal de Educação do <strong>Tocantins</strong> – IFTO/<br />

Campus Palmas<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

17


investimento<br />

Procura-se<br />

crédito<br />

Estudo revela que no ano passado apenas 20% das micro,<br />

pequenas e médias empresas conseguiram contratar uma<br />

nova linha de financiamento, 40% renovaram uma linha<br />

antiga e 40% não conseguiram contratar nem renovar<br />

crédito em 2016<br />

O<br />

levantamento foi realizado pela<br />

CNI e mostra que as pequenas<br />

e médias indústrias, responsáveis<br />

por 50% dos empregos industriais<br />

no país, foram as mais afetadas<br />

pela crise dos últimos dois anos.<br />

A dificuldade para conseguir crédito<br />

é apontada pelos empresários<br />

como o principal problema enfrentado.<br />

Sem ele, as empresas ficam<br />

impedidas do acesso ao capital de<br />

giro, atrasam o pagamento de fornecedores,<br />

perdem oportunidades<br />

de negócio, atrasam o pagamento<br />

de tributos e credores.<br />

Os dados foram destacados<br />

com base na Sondagem Industrial,<br />

pesquisa divulgada pela CNI que<br />

revela as expectativas e as decisões<br />

dos empresários da indústria.<br />

De acordo com o estudo, os<br />

indicadores das indústrias de pequeno<br />

porte têm sido piores que<br />

os indicadores das de grande porte<br />

desde o início de 2015, quando<br />

o país entrou em recessão. Com<br />

a restrição do crédito e queda da<br />

demanda as indústrias de menor<br />

porte têm mais dificuldade de se<br />

recuperar da recessão.<br />

Medida de 0 a 100 pontos, a<br />

Sondagem Industrial tem uma linha<br />

de corte de 50 pontos, que<br />

indica estabilidade. A pesquisa indica<br />

cenário negativo abaixo desse<br />

valor e perspectivas favoráveis<br />

acima desse nível. Com a intensificação<br />

da crise econômica, toda<br />

a indústria passou a registrar indicadores<br />

abaixo de 50 pontos, mas<br />

as pequenas empresas sempre<br />

ficaram atrás das grandes.<br />

Na busca de uma solução para<br />

o problema, a Confederação Nacional<br />

da <strong>Indústria</strong> (CNI) e a Caixa<br />

Econômica Federal firmaram acordo<br />

de cooperação para ampliar o<br />

acesso ao crédito e aumentar a<br />

competitividade das micro, pequenas<br />

e médias empresas do segmento<br />

industrial. A iniciativa prevê<br />

condições especiais no crédito<br />

para capital de giro, investimentos<br />

e financiamentos, além de atendimento<br />

especializado e benefícios<br />

específicos para o segmento.<br />

Conforme estabelecido entre as<br />

partes, a Caixa receberá indicações<br />

das empresas do setor industrial<br />

pelo Núcleo de Acesso ao Crédito<br />

(NAC) das federações estaduais<br />

das indústrias e iniciará o processo<br />

de atendimento aos empresários<br />

de acordo com o perfil apresentado<br />

e região de atuação. A adesão está<br />

condicionada à aprovação do crédito<br />

e ao grau de relacionamento<br />

do cliente com o banco.<br />

18 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


artigo<br />

Paulo Afonso Ferreira<br />

Mais segurança jurídica<br />

Em virtude da concessão<br />

dos incentivos fiscais,<br />

várias empresas passaram<br />

a desenvolver atividades<br />

econômicas em estados<br />

menos industrializados, investindo<br />

recursos para viabilizar<br />

suas instalações e<br />

operações. Isso fomentou<br />

a geração de empregos diretos<br />

e indiretos e movimentou<br />

a economia, mudando<br />

a realidade de milhões de<br />

pessoas pelo Brasil.<br />

Programas de incentivos<br />

à produção existem em todo<br />

mundo e aqui não poderia<br />

ser diferente. Os estados<br />

evoluíram muito ao longo dos<br />

anos, com a diversificação e<br />

modernização de seus parques<br />

industriais, apresentando<br />

crescimento econômico,<br />

com taxas acima da média<br />

nacional, aumento na produção,<br />

na geração de emprego,<br />

nas exportações e na arrecadação.<br />

Grande parte destes resultados foram<br />

obtidos por meio das políticas de incentivo<br />

fiscais, que têm sido adotadas há muitos<br />

anos, que proporcionaram atração de investimentos,<br />

e competitividade dos produtos<br />

brasileiros. Cada governo deu a sua contribuição<br />

em seu tempo, atuando em sintonia<br />

com as entidades do Fórum Empresarial e<br />

dos trabalhadores.<br />

Mesmo diante da retrospectiva de desenvolvimento<br />

e de ganhos para a sociedade,<br />

os incentivos fiscais eram questionados<br />

no judiciário por alguns Estados que não os<br />

aceitavam, o que causava insegurança jurídica<br />

nas empresas.<br />

Paulo Afonso Ferreira<br />

é vice-presidente da CNI<br />

“É uma grande vitória a<br />

aprovação no Senado<br />

e na Câmara dos<br />

Deputados do Projeto<br />

de Lei que convalida os<br />

incentivos, benefícios<br />

e isenções oferecidas<br />

pelos estados ao longo<br />

dos anos”.<br />

Na Confederação Nacional<br />

da <strong>Indústria</strong> (CNI) a proposta<br />

foi amplamente discutida<br />

com parlamentares,<br />

presidentes e federações e<br />

associações setoriais, sendo<br />

acatada a vontade da<br />

maioria em apoiá-la, o que<br />

fez constar como um dos<br />

projetos prioritários na Agenda<br />

Legislativa da <strong>Indústria</strong>.<br />

Uma grande vitória e um<br />

fato histórico ocorreram, sendo<br />

aprovado no Senado e na<br />

Câmara dos Deputados um<br />

Projeto de Lei que convalidará<br />

os incentivos, benefícios e<br />

isenções oferecidas pelos<br />

estados ao longo dos anos,<br />

também os prorrogará por<br />

até 15 anos, o que possibilitará<br />

às empresas se adequarem<br />

para essa transição.<br />

Afastará o risco de questionamentos<br />

judiciais futuros,<br />

assim como anulação dos<br />

acordos firmados entre o setor privado e os<br />

governos estaduais e a geração de um passivo<br />

tributário não previsto pelas empresas,<br />

o que poderia inviabilizar negócios e fechar<br />

vários postos de trabalho. Essa mudança<br />

dará mais segurança jurídica às nossas empresas,<br />

estimulará investimentos e a geração<br />

de mais empregos.<br />

Quero parabenizar todos os parlamentares<br />

que tiveram sensibilidade e atuaram<br />

em favor da aprovação do PL. Assim devem<br />

ser nossas ações, sem ideologias e<br />

partidarismos. Que continuemos com esta<br />

postura de atuar em prol dos estados e do<br />

Brasil, buscando realizar reformas imprescindíveis<br />

para o desenvolvimento. g<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

19


pesquisa<br />

Sem restrições<br />

Levantamento da FIETO mostra grande utilização de<br />

serviços terceirizados pelos empresários tocantinenses<br />

que creditam à modalidade de contratação ganhos de<br />

competitividade, tempo, qualidade e redução de custos<br />

Defendida pelo segmento industrial,<br />

a Terceirização foi tema<br />

de estudo elaborado pela Federação<br />

das <strong>Indústria</strong>s do Estado<br />

do <strong>Tocantins</strong> (FIETO) e Confederação<br />

Nacional da <strong>Indústria</strong> (CNI)<br />

que evidenciou grande adesão do<br />

empresariado tocantinense: 60%<br />

das indústrias pesquisadas afirmaram<br />

utilizar ou já ter utilizado<br />

serviços terceirizados nos últimos<br />

três anos. A Sondagem Especial<br />

– Terceirização está disponível no<br />

site www.fieto.com.br link Estudos<br />

e Pesquisas.<br />

A lei que libera a terceirização<br />

para todas as atividades das empresas<br />

foi sancionada no final de<br />

março pelo presidente Michel Temer<br />

mantendo temas centrais do<br />

texto aprovado pela Câmara dos<br />

Deputados. A medida prevê que<br />

a contratação terceirizada possa<br />

ocorrer sem restrições, inclusive na<br />

administração pública o que antes<br />

era vetado, por exemplo, na atividade<br />

fim das empresas.<br />

O estudo mostra que os principais<br />

serviços terceirizados pelas<br />

indústrias tocantinenses são a<br />

montagem e manutenção de equipamentos<br />

e serviços de consultoria<br />

técnica, ambos com 35% das<br />

marcações, empatados no 1º lugar<br />

da pesquisa. Em 2º e 3º lugar destacam-se<br />

os serviços de logística e<br />

transportes (33%) e os serviços de<br />

tecnologia da informação e segurança<br />

da informação (30%).<br />

“O principal problema apontado<br />

pelos empresários em relação<br />

a terceirização foi a insegurança<br />

jurídica que, com a aprovação da<br />

lei, será superado permitindo os<br />

ganhos esperados pela classe em<br />

competitividade, ganho de tempo,<br />

Terceirização retira direitos de<br />

trabalhadores?<br />

Não. O trabalhador terceirizado, assim como todos os<br />

trabalhadores formais, tem direito a carteira assinada, férias,<br />

13º salario, FGTS, adicionais de insalubridade e periculosidade<br />

(se for o caso), garantias de segurança e saúde no trabalho e<br />

todos os demais direitos previstos em lei.<br />

Também possui as garantias de livre associação ao sindicato<br />

de sua categoria e proteção sindical, além de direitos e deveres<br />

coletivos negociados pelo respectivo sindicato. Ainda podem<br />

recorrer à Justiça do Trabalho quando entenderem necessário.<br />

20


edução de custos, aumento da<br />

produção e da qualidade dos serviços”,<br />

avalia a gerente da Unidade<br />

de Desenvolvimento Industrial<br />

(UNIDES) da FIETO, Greyce Labre.<br />

As respostas dos empresários<br />

também mostram cuidados em<br />

relação aos trabalhadores das<br />

empresas terceirizadas. 64% das<br />

empresas que terceirizam serviços<br />

afirmam que verificam se a<br />

empresa contratada cumpre com<br />

as normas de Saúde e Segurança<br />

no Trabalho e se proporcionam aos<br />

trabalhadores terceirizados o mesmo<br />

tratamento dado aos efetivos<br />

de sua empresa.<br />

Outra preocupação dos empresários<br />

são os direitos trabalhistas.<br />

45% das empresas afirmam verificar<br />

se a empresa contratada cumpre<br />

com os encargos trabalhistas<br />

(FGTS, INSS e outros). O percentual<br />

das indústrias que afirmam estimular<br />

a empresa contratada a capacitar<br />

os terceirizados é de 24%,<br />

enquanto 9% estimula a empresa<br />

contratada a adotar benefícios<br />

extra salariais semelhantes aos<br />

oferecidos a seus empregados.<br />

Com a nova lei, em<br />

casos de ações trabalhistas,<br />

caberá à empresa<br />

terceirizada (que<br />

contratou o trabalhador)<br />

pagar os direitos questionados<br />

na Justiça, se<br />

houver condenação. Se<br />

a terceirizada não tiver dinheiro<br />

ou bens para arcar<br />

com o pagamento, a empresa<br />

contratante (que contratou<br />

os serviços terceirizados)<br />

será acionada e poderá ter bens<br />

penhorados pela Justiça para o<br />

pagamento da causa trabalhista.<br />

Na análise de perspectivas dos<br />

empresários, a pesquisa mostra<br />

que 70% das empresas pretendem<br />

manter o nível de utilização, 16%<br />

planejam aumentar a utilização dos<br />

serviços terceirizados, 8% não pretendem<br />

tais serviços e apenas<br />

5% irão reduzir o emprego<br />

de serviços terceirizados.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

21


Terceirizar a chamada atividade-fim é<br />

sinônimo de fraude trabalhista?<br />

Não. As empresas contratam serviços e bens especializados de outras<br />

empresas buscando, entre outros objetivos, incorporar tecnologias, ter<br />

ganhos de eficiência e de produtividade. Tais atividades são delegadas de<br />

acordo com o modelo de negócios de cada empresa e está relacionada ao<br />

respectivo processo produtivo.<br />

Do ponto de vista trabalhista, todas as empresas num contrato de<br />

terceirização – contratantes ou prestadoras de serviços – devem cumprir<br />

as exigências das leis do trabalho: registro em carteira do trabalho,<br />

jornada legal fixada, férias, 13º salário, proteções previdenciárias e FGTS,<br />

normas de saúde e segurança do trabalho, além do que estiver previsto<br />

em acordos e convenções coletivas da respectiva categoria profissional.<br />

A terceirização<br />

precariza o trabalho?<br />

Não. A precarização não decorre<br />

da terceirização, mas sim da<br />

informalidade de alguns trabalhos ou<br />

quando não é respeitada a legislação<br />

trabalhista, o que pode ocorrer em<br />

qualquer forma ou modalidade de<br />

contrato de trabalho.<br />

A terceirização<br />

leva ao aumento da<br />

informalidade?<br />

A informalidade é a situação de<br />

inexistência de um regime formal<br />

de contratação. Por exemplo,<br />

quando uma empresa emprega um<br />

trabalhador sem assinar sua carteira<br />

de trabalho. Na terceirização, tanto<br />

a empresa que contrata um serviço<br />

quanto a prestadora do serviço<br />

têm de cumprir com as obrigações<br />

previstas na legislação trabalhista<br />

e nos instrumentos coletivos das<br />

respectivas categorias profissionais.<br />

Dados oficiais comprovam, ainda,<br />

que não há relação entre terceirização<br />

e informalidade. Segundo a<br />

Retrospectiva da Pesquisa Mensal<br />

de Emprego – PME 2003-2015,<br />

do Instituto Brasileiro de Geografia<br />

e Estatística (IBGE), 23,6% dos<br />

trabalhadores formais do Brasil<br />

estavam empregados na prestação de<br />

serviços.<br />

É a atividade que mais emprega no<br />

Brasil, além de ser a que apresenta<br />

a maior taxa de formalização,<br />

com 73% dos trabalhadores com<br />

carteira assinada. A taxa média de<br />

formalização no setor privado foi de<br />

50,3%, em 2015.<br />

A responsabilidade<br />

solidária entre as<br />

empresas é a única<br />

forma de garantir<br />

o direito dos<br />

trabalhadores?<br />

Não. A responsabilidade<br />

subsidiária obriga simultaneamente<br />

tanto a contratante como a<br />

contratada a garantir os direitos dos<br />

trabalhadores. Pela jurisprudência,<br />

se a contratante não fiscalizar<br />

o cumprimento das obrigações<br />

trabalhistas e previdenciárias da<br />

contratada, ela pode ser diretamente<br />

responsabilizada por essas<br />

obrigações (tornando-se então<br />

solidária).<br />

Por outro lado, se for<br />

exclusivamente solidária não há<br />

esta dupla proteção, e a empresa<br />

contratada (prestadora dos serviços)<br />

pode se sentir desobrigada em<br />

manter uma relação adequada<br />

com trabalhadores e empresas<br />

contratantes.<br />

22 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


mercado<br />

Novo nicho<br />

SENAI larga na frente ao inserir no mercado de trabalho do <strong>Tocantins</strong> os<br />

primeiros profissionais em porcelanato líquido. Destaque na decoração de<br />

ambientes, o produto tem sido bastante utilizado na construção civil<br />

curso Aplicação de Porcelanato Líquido,<br />

O oferecido pela instituição, habilitou 13<br />

pessoas na cidade de Gurupi, sul do estado,<br />

que agora estão prontas para exercer<br />

a nova profissão. Durante o treinamento<br />

elas aprenderam a desenvolver o serviço<br />

de aplicação do produto, técnica cada vez<br />

mais utilizada nas áreas de construção civil,<br />

design de interiores, arquitetura e decoração<br />

de ambientes.<br />

Em Palmas o curso Aplicação de<br />

Porcelanato Líquido foi realizado no<br />

Centro de Formação Profissional (CFP)<br />

do SENAI em Taquaralto. A iniciativa<br />

tem o apoio do Sebrae, que subsidia<br />

até 70% do valor do curso para<br />

Microempreendedores Individuais (MEI)<br />

que apresentarem o CNPJ.<br />

Os participantes do curso aprenderam<br />

ainda sobre os tipos de resinas e revestimentos<br />

mais utilizados, bem como os equipamentos<br />

e ferramentas necessários para<br />

a execução do serviço. Tiveram aula prática<br />

de aplicação dos sistemas e acessórios,<br />

abordagem sobre marketing e o mercado<br />

de porcelanato líquido e receberam<br />

dicas de como vender o produto e realizar<br />

o cálculo para a cobrança de um preço<br />

justo pelo trabalho.<br />

O porcelanato líquido é o nome dado<br />

aos pisos monolíticos feitos com resina. A<br />

aparência final, com um intenso brilho, faz<br />

com que o piso, liso e contínuo, lembre o<br />

porcelanato. Além disso, o material possui<br />

a vantagem de ausência de entulhos no fim<br />

da obra, o que influencia na facilidade da<br />

limpeza e na possibilidade de cobrir os pisos<br />

já existentes de cerâmica ou até mesmo<br />

de pedra.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

23


eforma trabalhista<br />

Aprimorar<br />

para avançar<br />

Para indústria mudanças nas leis trabalhistas não significa<br />

perda ou redução dos direitos assegurados. Pelo contrário,<br />

contribuem para harmonizar as relações do trabalho no<br />

Brasil. Vice-presidente do Sistema FIETO, Sérgio Tavares,<br />

participou da solenidade de sanção da lei<br />

“A aprovação da reforma<br />

é um passo fundamental<br />

para a melhoria das<br />

relações de trabalho que,<br />

com uma legislação fora<br />

da realidade atual, estava<br />

insustentável”.<br />

SÉRGIO TAVARES /<br />

VICE-PRESIDENTE DA FIETO<br />

Ao comemorar aprovação da<br />

reforma tributária pelo Congresso<br />

Nacional, a Confederação<br />

Nacional da <strong>Indústria</strong> (CNI), defensora<br />

de outras reformas estruturais,<br />

como a tributária, previdenciária<br />

e política, por considerar<br />

fundamentais para recolocar o<br />

país no rumo certo, destacou que<br />

a atualização das leis trabalhistas<br />

brasileiras representa o almejado<br />

avanço na construção de relações<br />

do trabalho modernas e alinhadas<br />

com a economia do século 21.<br />

Na visão da entidade, o projeto<br />

tem como grande mérito valorizar<br />

e trazer segurança para a<br />

negociação coletiva, prestigiando<br />

o diálogo entre empresas e trabalhadores,<br />

representados por seus<br />

sindicatos, para encontrar soluções<br />

mutuamente benéficas para<br />

o seu dia a dia. “A negociação<br />

coletiva é uma realidade no Brasil,<br />

mas a anulação sistemática de<br />

acordos e convenções legitimamente<br />

negociados instaurou um<br />

quadro de grande insegurança<br />

jurídica no país”, destacou a CNI.<br />

Representantes e gestores do<br />

Sistema <strong>Indústria</strong> de todo o País,<br />

entre eles Sérgio Tavares, representando<br />

a FIETO, acompanharam<br />

em Brasília a sanção da nova<br />

lei trabalhista que foi amplamente<br />

defendida nos estados pelas federações<br />

sob a diretriz da Confederação<br />

Nacional da <strong>Indústria</strong> (CNI).<br />

As mudanças começam a valer<br />

em meados de novembro.<br />

“A aprovação da reforma é um<br />

passo fundamental para a melhoria<br />

das relações de trabalho que,<br />

com uma legislação fora da realidade<br />

atual, estava insustentável.<br />

Com segurança jurídica assegurada<br />

os ganhos virão tanto para<br />

o empresário como para os trabalhadores”,<br />

avalia Sérgio Tavares.<br />

24<br />

revista tocantins indústria


Veja abaixo algumas mudanças com a reforma trabalhista<br />

Férias<br />

Regra atual<br />

As férias de 30 dias podem<br />

ser fracionadas em até<br />

dois períodos, sendo<br />

que um deles não pode<br />

ser inferior a 10 dias. Há<br />

possibilidade de 1/3 do<br />

período ser pago em forma<br />

de abono.<br />

Nova regra<br />

As férias poderão ser<br />

fracionadas em até três<br />

períodos, mediante negociação,<br />

contanto que um<br />

dos períodos seja de pelo<br />

menos 15 dias corridos.<br />

Jornada<br />

Regra atual<br />

A jornada é limitada a 8<br />

horas diárias, 44 horas semanais<br />

e 220 horas mensais,<br />

podendo haver até 2 horas<br />

extras por dia.<br />

Nova regra<br />

Jornada diária poderá ser<br />

de 12 horas com 36 horas<br />

de descanso, respeitando o<br />

limite de 44 horas semanais<br />

(ou 48 horas, com as horas<br />

extras) e 220 horas mensais.<br />

Descanso<br />

Regra atual<br />

O trabalhador que exerce<br />

a jornada padrão de 8<br />

horas diárias tem direito a<br />

no mínimo uma hora e a<br />

no máximo duas horas de<br />

intervalo para repouso ou<br />

alimentação.<br />

Nova regra<br />

O intervalo dentro da<br />

jornada de trabalho poderá<br />

ser negociado, desde<br />

que tenha pelo menos 30<br />

minutos. Além disso, se o<br />

empregador não conceder<br />

intervalo mínimo para<br />

almoço ou concedê-lo<br />

parcialmente, a indenização<br />

será de 50% do valor<br />

da hora normal de trabalho<br />

apenas sobre o tempo<br />

não concedido em vez de<br />

todo o tempo de intervalo<br />

devido.<br />

Remuneração<br />

Regra atual<br />

A remuneração por produtividade<br />

não pode ser inferior<br />

à diária correspondente<br />

ao piso da categoria ou<br />

salário mínimo. Comissões,<br />

gratificações, percentagens,<br />

gorjetas e prêmios<br />

integram os salários.<br />

Nova regra<br />

O pagamento do piso ou<br />

salário mínimo não será<br />

obrigatório na remuneração<br />

por produção. Além<br />

disso, trabalhadores e empresas<br />

poderão negociar<br />

todas as formas de remuneração,<br />

que não precisam<br />

fazer parte do salário.<br />

salários<br />

Regra atual<br />

O plano de cargos e salários<br />

precisa ser homologado no<br />

Ministério do Trabalho e constar<br />

do contrato de trabalho.<br />

Trabalho remoto<br />

(home office)<br />

Regra atual<br />

A legislação não contempla<br />

essa modalidade de<br />

trabalho.<br />

Nova regra<br />

Tudo o que o trabalhador<br />

usar em casa será formalizado<br />

com o patrão via contrato,<br />

como equipamentos e<br />

gastos com energia e internet<br />

e o controle do trabalho<br />

será feito por tarefa.<br />

Nova regra<br />

O plano de carreira poderá<br />

ser negociado entre patrões e<br />

trabalhadores sem necessidade<br />

de homologação nem<br />

registro em contrato, podendo<br />

ser mudado constantemente.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

25


indicadores<br />

Informações<br />

confiáveis<br />

Importantes instrumentos para a tomada de decisões nas empresas,<br />

pesquisas e estudos da FIETO mostram o desempenho e apontam os rumos<br />

do setor industrial<br />

Divulgados periodicamente com apoio<br />

da Confederação Nacional da <strong>Indústria</strong><br />

(CNI), os levantamentos realizados pela<br />

Federação das <strong>Indústria</strong>s do Estado do <strong>Tocantins</strong><br />

(FIETO), além da tomada de decisões,<br />

ajudam o empresário na definição de<br />

políticas públicas e de ações que promovam<br />

o desenvolvimento econômico e social. Disponíveis<br />

no site da instituição (link Estudos<br />

e Pesquisas) são indispensáveis para quem<br />

quer traçar o panorama e avaliar tendências<br />

da indústria e da economia tocantinense.<br />

A gerente da Unidade de Defesa dos Interesses<br />

da <strong>Indústria</strong>, responsável pelas pesquisas<br />

da FIETO, Greyce Labre, destaca que<br />

os números são relevantes para o empresário<br />

saber como está a situação do estado e, a<br />

partir daí, verificar quais são as chances de<br />

ampliação de seu negócio. Ou seja, poder tomar<br />

decisões estratégicas no momento certo.<br />

“Além de divulgar as pesquisas é preciso<br />

fazer com que o empresário se mantenha<br />

motivado a dar o seu retorno”, explica<br />

a gerente, adiantando que quem responde<br />

a Sondagem, tanto a Industrial quanto a da<br />

Construção, recebe um relatório sobre sua<br />

empresa informando como ela está em comparação<br />

com a média das demais empresas<br />

de seu segmento no <strong>Tocantins</strong> e no Brasil.<br />

“Dessa forma o empresário fica sabendo se<br />

está muito otimista ou muito pessimista em<br />

relação às empresas de outras regiões. Ele<br />

se compara com o mercado”, acrescenta.<br />

Greyce Labre reconhece que sem a informação<br />

do empresário não seria possível<br />

construir a base de dados existente. Não<br />

teria como, por exemplo, extrair um retrato<br />

da confiança do empresário tocantinense e<br />

verificar o nível de produção das empresas.<br />

“Estamos sempre buscando ampliar a nossa<br />

base de respondentes, pois quanto maior for<br />

mais fidedigna será a informação que vai representar<br />

o segmento industrial no estado”,<br />

afirma.<br />

Guia Industrial<br />

Acessado principalmente por empresários<br />

de fora do estado que pretendem investir,<br />

comprar ou apenas conhecer a realidade das<br />

empresas e do mercado local, o Guia Industrial<br />

do <strong>Tocantins</strong>, atualizado em 2016, é outra<br />

ferramenta importante à disposição da classe<br />

empresarial. Nele constam informações<br />

como CNPJ da empresa, sua localização,<br />

contato do dirigente, entre outras. O site está<br />

sendo remodelado e será lançado em breve.<br />

“É fundamental que as empresas industriais<br />

entrem no novo site do Guia e, se tiver<br />

algum dado atualizado depois da visita que<br />

fizemos no ano passado, solicite a alteração.<br />

Elas vão poder fazer isso de forma mais dinâmica<br />

no próprio site, com isso teremos uma<br />

base de dados muito mais atualizada”, observa<br />

a gerente Greyce. Segundo ela, o desejo<br />

da FIETO é que o empresário industrial<br />

tenha o novo site como uma ferramenta de<br />

promoção comercial de sua empresa, que<br />

veja a página como um marketing de seu negócio.<br />

26 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


Conheça as pesquisas e<br />

os estudos da FIETO<br />

Sondagem Industrial<br />

Mostra o sentimento dos empresários sobre a evolução da produção, do<br />

emprego, da utilização da capacidade instalada e dos estoques da indústria.<br />

Também aponta as expectativas para os próximos seis meses em<br />

relação à demanda, ao número de empregados, às exportações e à intenção<br />

de investimento. A cada trimestre, a sondagem inclui a percepção<br />

dos empresários sobre a situação financeira, as condições de acesso ao<br />

crédito e os principais problemas enfrentados pela empresa.<br />

Sondagem da Construção<br />

Contém informações sobre a percepção e as perspectivas dos empresários<br />

sobre a atividade, o emprego, o uso da capacidade de operação<br />

e os investimentos da indústria da construção. A exemplo da Sondagem<br />

Industrial, inclui a cada três meses dados sobre as condições de acesso<br />

ao crédito, a situação financeira e os principais problemas enfrentados<br />

pelas empresas do setor.<br />

Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI)<br />

Mostra a percepção dos empresários sobre as condições atuais e para<br />

os próximos seis meses da economia e da própria empresa. A pesquisa<br />

traz informações por setores de atividade e porte de empresa. O indicador<br />

mensal antecipa tendências da produção e dos investimentos na<br />

indústria.<br />

Sondagem Especial<br />

O relatório Sondagem Especial é um periódico que apresenta os resultados<br />

das sondagens curtas que são realizadas acompanhados de uma análise<br />

técnica e não possui periodicidade definida. A Sondagem Especial poderá<br />

a cada edição abordar sobre variados temas de interesse da indústria.<br />

Investimento na <strong>Indústria</strong> Tocantinense<br />

Aponta as intenções, os tipos e objetivos dos investimentos da indústria<br />

tocantinense. Detalha a disposição dos empresários de investir no ano<br />

corrente os investimentos realizados no ano imediatamente anterior.<br />

Mostra, também, a intenção de compras e de importação de máquinas<br />

e equipamentos, as fontes de recursos dos investimentos realizados e<br />

quantas empresas pretendem investir com foco no mercado externo.<br />

Balança Comercial do <strong>Tocantins</strong><br />

A Balança Comercial registra as importações e as exportações de bens e<br />

serviços entre o estado e países parceiros. Quando exporta (vende para<br />

outros países) mais do que importa (compra de outros países) registra-se<br />

um superávit na balança, e no caso contrário um déficit.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

27


negócios<br />

Eficiência<br />

produtiva<br />

Em evento da FIETO palestrante apresenta PROCOMPI a<br />

empresários, programa com foco na melhoria da produtividade<br />

Micro e pequenas indústrias interessadas<br />

em obter ganhos<br />

de produtividade em seu negócio<br />

tiveram a oportunidade de conhecer<br />

os benefícios do Programa de Apoio<br />

à Competitividade das Micro e Pequenas<br />

<strong>Indústria</strong>s (PROCOMPI) ao<br />

assistir a palestra do especialista no<br />

tema Marcos Yoshikazu Kawagoe.<br />

O evento aconteceu no auditório do<br />

CETEC/SENAI em Palmas e foi realizado<br />

pela Federação das <strong>Indústria</strong>s<br />

do Estado do <strong>Tocantins</strong> (FIETO), Sebrae<br />

e Confederação Nacional da<br />

<strong>Indústria</strong>.<br />

Em sua 5ª edição, estão contemplados<br />

no <strong>Tocantins</strong>, inicialmente,<br />

os setores de Confecção, Metal Mecânica<br />

e Madeira e Móveis. As atividades<br />

realizadas nas empresas são<br />

conduzidas por meio de consultoria<br />

especializada para levantamento de<br />

ações e capacitações, com valor baixo<br />

de contrapartida, que impactem<br />

na eficiência e produtividade. Os empresários<br />

dos segmentos contemplados<br />

que ainda não se candidataram<br />

para participar dos projetos podem<br />

solicitar, na FIETO, uma visita do consultor<br />

para esclarecimentos.<br />

Empresários de outros segmentos,<br />

ainda não contemplados nesta<br />

edição do Procompi, devem preencher<br />

um termo de demonstração de<br />

interesse na adesão para que novos<br />

projetos sejam submetidos à aprovação<br />

e, assim, novos segmentos pleiteiem<br />

participação.<br />

28 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


Produtividade<br />

Sim, é possível<br />

Especialista ensina como aumentar produtividade em plena recessão.<br />

O segredo, segundo ele, está na eliminação de desperdícios e melhoria<br />

dos processos<br />

“O empresário precisa aproveitar a crise<br />

para melhorar seus processos, reduzir<br />

custos e desperdícios para aumentar a<br />

produtividade, e isso só depende dele,<br />

de sua exclusiva vontade e dedicação”.<br />

JOSÉ FEBRÔNIO / PRESIDENTE DO SINDIREPA/TO<br />

Em sua palestra “Sucesso na<br />

crise: aumento da produtividade,<br />

fazendo mais com menos”,<br />

Marcos Kawagoe destacou que é<br />

possível melhorar a produtividade<br />

na crise mesmo sendo micro e pequena<br />

empresa. “Independente<br />

do governo, do que está acontecendo<br />

lá fora, é muito possível a<br />

empresa se dedicar para melhorar<br />

sua produtividade interna”,<br />

afirmou, acrescentando que vem<br />

fazendo esse trabalho juntamente<br />

com a Confederação Nacional<br />

da <strong>Indústria</strong> (CNI) para mostrar<br />

aos empresários que sempre é<br />

possível melhorar seus processos<br />

reduzindo os custos. “Assim você<br />

consegue aumentar o lucro mesmo<br />

em tempo de crise, por que<br />

aumento de preço você não consegue<br />

fazer, quem dita o preço é<br />

o mercado”.<br />

Para o especialista em produtividade<br />

o maior problema das<br />

empresas é o desperdício. “Ele<br />

ocorre em todos os aspectos, o<br />

pessoal perde muito tempo, faz<br />

muito retrabalho, gera muitos defeitos.<br />

Ou seja, perde-se tempo<br />

com coisas que não precisava e,<br />

com isso, não consegue produzir.<br />

Se as empresas dedicassem seu<br />

tempo e recursos sem desperdícios<br />

produziriam muito mais”, observou.<br />

Leila Miranda Muradás, presidente<br />

da Associação das <strong>Indústria</strong>s<br />

de Confecções do <strong>Tocantins</strong>,<br />

concorda com o palestrante.<br />

“Toda crise você tem que aproveitar<br />

para fazer mais com menos.<br />

Mas para isso é preciso cortar<br />

gastos, usar da criatividade e evitar<br />

o desperdício”, disse ela. Segundo<br />

Leila, as empresas ligadas<br />

à Associação estão aproveitando<br />

100% dos retalhos de todas as fábricas<br />

fazendo mais produtos em<br />

parceria com entidades sociais<br />

que precisam de ajuda. “Na minha<br />

fábrica não há desperdício, todos<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

29


os retalhos são acondicionados<br />

e transformados novamente em<br />

produtos. Quando o retalho é muito<br />

pequeno vira tapete. Não jogo<br />

retalho no lixo, e isso está sendo<br />

repassado a todas as indústrias<br />

de confecção do <strong>Tocantins</strong>”.<br />

José Febrônio, presidente do<br />

Sindicado das <strong>Indústria</strong>s de Reparação<br />

de Veículos, Máquinas, Aeronaves<br />

e Acessórios do Estado<br />

do <strong>Tocantins</strong> (SINDIRREPA/TO),<br />

também concorda com o palestrante.<br />

“Conforme a necessidade<br />

você tem que controlar seus<br />

meios. Sabendo controlar você<br />

vence. Portanto, o que ele falou é<br />

pura verdade. O empresário precisa<br />

aproveitar a crise para melhorar<br />

seus processos, reduzir custos<br />

e desperdícios para aumentar a<br />

produtividade, e isso só depende<br />

dele, de sua exclusiva vontade e<br />

dedicação”, afirmou.<br />

“Na minha fábrica não há desperdício, todos os<br />

retalhos são acondicionados e transformados<br />

novamente em produtos. Não jogo retalho no<br />

lixo, e isso está sendo repassado a todas as<br />

indústrias de confecção do <strong>Tocantins</strong>”.<br />

LEILA MIRANDA / PRESIDENTE DA ASSINCOTO<br />

30 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


SENAI<br />

Iniciativa do bem<br />

SENAI <strong>Tocantins</strong> e Ministério Público Estadual (MPE) firmam<br />

parceria para capacitação e inserção de mulheres vítimas<br />

de violência doméstica no mercado de trabalho<br />

acordo de cooperação técnica<br />

foi assinado pela diretora<br />

O<br />

regional do Serviço Nacional de<br />

Aprendizagem Industrial (SENAI),<br />

Márcia Rodrigues, e pelo procurador<br />

geral de Justiça do <strong>Tocantins</strong>,<br />

Clenan Renaut de Melo.<br />

O Projeto Profissionalizando<br />

Mulheres tem como objetivo proporcionar<br />

às mulheres tocantinenses<br />

vítimas de violência doméstica<br />

capacitação, qualificação e inserção<br />

no mercado de trabalho para<br />

conquistarem a independência financeira<br />

de seus agressores.<br />

Além da qualificação, a iniciativa<br />

visa também promover o desenvolvimento<br />

pessoal das vítimas e<br />

o aumento da autoestima, que na<br />

maioria das vezes é abalada em<br />

virtude das agressões sofridas.<br />

Levantamento da Organização<br />

Mundial da Saúde (OMS) mostra<br />

que 42% das mulheres apresentam<br />

sequelas físicas ou mentais ao sofrerem<br />

algum tipo de agressão. Por<br />

isso, projetos como o Profissionalizando<br />

Mulheres são considerados<br />

cruciais para devolverem a essas<br />

mulheres a oportunidade de recuperação<br />

dos traumas que sofreram.<br />

“As instituições devem se aliar<br />

às políticas públicas para promoverem<br />

projetos e serviços que contribuam<br />

para uma sociedade melhor”,<br />

observa Márcia Rodrigues,<br />

acrescentando que o Ministério<br />

Público do <strong>Tocantins</strong> será responsável<br />

por direcionar as vítimas que<br />

precisarem do projeto do SENAI.<br />

“As instituições devem se aliar às<br />

políticas públicas para promoverem<br />

projetos e serviços que contribuam<br />

para uma sociedade melhor”.<br />

MÁRCIA RODRIGUES / DIRETORA REGIONAL DO SENAI<br />

“O Tribunal de Justiça se sente<br />

honrado em participar desse convênio<br />

que contribui para oferecer<br />

melhor qualidade de vida para<br />

as vítimas de violência doméstica<br />

que, pela agressão que sofrem,<br />

merecem ter a oportunidade de<br />

conquistarem mais qualidade de<br />

vida”, afirma Melo, procurador e<br />

presidente do Tribunal de Contas.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

31


artigo<br />

robson braga de andrade<br />

Uma reforma inadiável<br />

A reforma da Previdência<br />

é urgente e imprescindível.<br />

No formato atual,<br />

o sistema brasileiro é<br />

inviável do ponto de vista<br />

financeiro. Só a mudança<br />

das regras vai garantir o<br />

pagamento dos benefícios<br />

a milhões de aposentados<br />

no futuro. Além disso, é<br />

preciso combater os privilégios<br />

de alguns grupos<br />

e gerar condições para o<br />

crescimento sustentado da<br />

economia.<br />

Todos os servidores públicos<br />

e os trabalhadores<br />

da iniciativa privada deveríam<br />

contribuir e se submeter<br />

às mesmas regras. Não é<br />

mais possível conviver com<br />

múltiplos regimes previdenciários,<br />

que concedem benefícios<br />

exagerados a uns e<br />

exíguos a outros. É necessário<br />

fixar idade e tempo<br />

mínimos de contribuição<br />

para a aposentadoria, com<br />

valor proporcional aos anos<br />

de efetivo recolhimento.<br />

Os gastos previdenciários são o maior<br />

fator de desequilíbrio das contas públicas.<br />

Em 2016, o déficit com o pagamento<br />

dos 29,2 milhões de beneficiários no setor<br />

privado foi de R$ 150 bilhões, valor, em<br />

termos reais, 60% superior ao de 2015.<br />

A previsão é de R$ 182 bilhões neste ano<br />

e R$ 202 bilhões (2,8% do PIB) em 2018.<br />

Segundo projeções oficiais, sem a reforma,<br />

as despesas passarão de 8,3% do<br />

PIB neste ano para 17,2% em 2060.<br />

Robson Braga de<br />

Andrade, presidente da<br />

Confederação Nacional<br />

da <strong>Indústria</strong> - CNI<br />

“A reforma da<br />

Previdência é<br />

essencial para<br />

acabar com<br />

privilégios,<br />

contribuir para<br />

o equilíbrio das<br />

contas públicas<br />

e retomar os<br />

investimentos”.<br />

Os estados, em condição<br />

de penúria, convivem com<br />

regimes previdenciários próprios<br />

também falidos. O déficit<br />

da Previdência dos 26 estados<br />

e do Distrito Federal foi<br />

de R$ 89,6 bilhões em 2016.<br />

Sem a reforma, governadores<br />

terão ainda mais dificuldade<br />

para manter serviços<br />

como atendimento hospitalar,<br />

educação e segurança.<br />

A situação alarmante da<br />

Previdência no Brasil é resultado<br />

de sérias distorções,<br />

como a aposentadoria precoce.<br />

A idade média para<br />

os trabalhadores no setor<br />

privado é de 58 anos - por<br />

tempo de contribuição é ainda<br />

menor, de 54,7 anos. No<br />

serviço público, a média é de<br />

60,7 anos.<br />

No Brasil, muitas pessoas<br />

começam a usufruir dos<br />

benefícios aos 50 anos, no<br />

auge da capacidade intelectual,<br />

quando ainda deveriam<br />

estar trabalhando. Isso é absurdo.<br />

A idade média para<br />

a aposentadoria de homens é de 65,2 na<br />

Turquia, 65,9 nos Estados Unidos, 70,9 no<br />

Chile, 72 no México e 72,9 na Coréia do<br />

Sul, por exemplo.<br />

Outras deturpações graves são o<br />

acúmulo de benefícios, as pensões pagas<br />

a viúvas por longo tempo e os valores<br />

excessivos recebidos por algumas<br />

categorias. Os regimes próprios dos 2,7<br />

milhões de beneficiários do serviço público<br />

tiveram um déficit de R$ 155,7 bi-<br />

32 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


lhões em 2016. Aposentados do<br />

Poder Legislativo, por exemplo,<br />

recebem, em média, R$ 28.593 por<br />

mês. No Judiciário, o valor é de R$<br />

22.245; e no Ministério Público, de<br />

R$ 18.137.<br />

Enquanto isso, o teto do regime<br />

do setor privado é de R$ 5.531.<br />

Cerca de 64% dos beneficiários<br />

recebem um salário mínimo, fixado<br />

hoje em R$ 937. A população<br />

mais carente, a que mais precisa<br />

da Previdência, não será afetada<br />

pela reforma. Pelo contrário, tende<br />

a se beneficiar com o progressivo<br />

equilíbrio das contas.<br />

Previdência Social brasileira é<br />

um instrumento importante de distribuição<br />

de renda, mas continua<br />

operando com uma mentalidade<br />

de tempos passados, enquanto a<br />

economia demanda mecanismos<br />

para enfrentar os novos desafios<br />

do século 21. Os países mais avançados,<br />

e muitos ainda em desenvolvimento,<br />

já acordaram para essa<br />

realidade e estão atualizando os<br />

seus regimes. Essa reforma não ê<br />

uma invenção brasileira, mas uma<br />

exigência em todo o mundo.<br />

A reforma, cuja votação o Congresso<br />

Nacional promete concluir<br />

ainda neste ano, será boa para<br />

quase todos os brasileiros. Por<br />

isso, a indústria e os demais setores<br />

da economia apoiam essa<br />

iniciativa essencial para acabar<br />

com privilégios na concessão das<br />

aposentadorias, contribuir para<br />

o equilíbrio das contas públicas<br />

e incentivar o retorno dos investimentos<br />

e do crescimento. Essa iniciativa<br />

de modernização do país é<br />

inadiável. g<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

33


comércio exterior<br />

Melhora no<br />

cenário<br />

Levantamento da FIETO sobre o desempenho da Balança<br />

Comercial do <strong>Tocantins</strong> no primeiro semestre de 2017<br />

mostra crescimento das exportações e importações. Porto<br />

Nacional e Palmas foram os que mais movimentaram o<br />

comércio exterior no período. Soja e carne seguem como os<br />

principais produtos da pauta exportadora<br />

586,4<br />

milhões<br />

No primeiro semestre de<br />

2017 as exportações<br />

do <strong>Tocantins</strong> aumentaram<br />

32,6% em relação ao<br />

mesmo período de 2016.<br />

102,2<br />

milhões<br />

As importações nesse<br />

mesmo período tiveram<br />

um aumento de 147,5%<br />

em relação ao primeiro<br />

semestre do ano anterior.<br />

estudo está disponível no site<br />

O da Federação (link Estudos e<br />

Pesquisas) e revela que o número<br />

de exportações aumentou 32,6%<br />

e as importações aumentaram<br />

147,5% no <strong>Tocantins</strong> em comparação<br />

ao primeiro semestre de 2016.<br />

Nas exportações o mês de<br />

maio foi o que mais se destacou<br />

representando 30,3% do total do<br />

primeiro semestre. Também em<br />

maio foi registrado um crescimento<br />

de 44,5% em relação a 2016. Já<br />

nas importações, o mês de maior<br />

destaque foi fevereiro com 28,8%<br />

do total do primeiro trimestre e um<br />

aumento de 384% na comparação<br />

com o ano anterior.<br />

A pesquisa revela ainda que as<br />

exportações e importações cresceram<br />

no Brasil e em toda a região<br />

Norte. A Região Norte representou,<br />

nesse primeiro semestre, 8%<br />

das exportações do Brasil e 7%<br />

das importações. O <strong>Tocantins</strong> foi<br />

responsável por 7% das exportações<br />

da Região Norte e 0,5% da<br />

exportação total do Brasil.<br />

A soja é o produto mais exportado<br />

do <strong>Tocantins</strong> seguido por<br />

carnes desossadas de bovinos.<br />

Já o gasóleo e o metanol são os<br />

produtos mais importados. O gasóleo<br />

teve maior participação nas<br />

importações principalmente dos<br />

EUA e China.<br />

Porto Nacional aparece em primeiro<br />

lugar no ranking dos que<br />

mais movimentam o comércio exterior<br />

tocantinense. O município<br />

teve um crescimento de 410% na<br />

exportação de soja e 117% na exportação<br />

de milho. Palmas ocupa<br />

o segundo lugar nas exportações<br />

do primeiro semestre de 2017, subindo<br />

6 posições, se comparado<br />

ao mesmo período de 2016, devido<br />

principalmente ao aumento nas<br />

exportações de soja, bijuterias e<br />

outros artefatos confeccionados,<br />

incluindo moldes para vestuário.<br />

O principal parceiro comercial<br />

do <strong>Tocantins</strong> nas exportações<br />

continua sendo a China que demanda<br />

principalmente soja, couros<br />

e peles de bovinos. Nas importações<br />

o principal parceiro são<br />

os Estados Unidos com produtos<br />

como gasóleo, sulfato de amônio e<br />

complementos alimentares.<br />

34 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


10 Principais Municípios Exportadores<br />

Janeiro a Junho de 2017<br />

Cidade US$ FOB Participação<br />

Variação em<br />

relação a jan a<br />

jun 2016<br />

1 Porto Nacional 111.637.203 18,34 % 84% <br />

2 Palmas 91.245.751 14,99 % 283% <br />

3 Campos Lindos 86.701.193 14,25 % 81% <br />

4 Guaraí 72.623.410 11,93 % 92% <br />

5 Pedro Afonso 72.617.414 11,93 % 21% <br />

6 Gurupi 50.760.109 8,34 % 5% <br />

7 Araguaína 39.153.712 6,43 % -6% <br />

8 Cariri do <strong>Tocantins</strong> 27.425.254 4,51 % -55% <br />

9 Silvanópolis 13.888.343 2,28 % -41% <br />

10 Alvorada 8.881.873 1,46% 32% <br />

Exportação por Modal no <strong>Tocantins</strong><br />

Janeiro a Junho de 2017<br />

Via de transporte US$ FOB Peso Líquido (Kg)<br />

Variação em<br />

relação a jan a<br />

jun 2016<br />

1 Marítima 111.637.203 18,34 % 32,5% <br />

2 Rodoviária 91.245.751 14,99 % 34,5% <br />

3 Aérea 86.701.193 14,25 % 53,8% <br />

4 Postal 72.623.410 11,93 % 9,7% <br />

Principais parceiros comerciais do <strong>Tocantins</strong><br />

Janeiro a Junho de 2017<br />

Exportações<br />

China<br />

US$ 374,9<br />

Espanha<br />

US$ 40,9<br />

Taiwan<br />

US$ 24,5<br />

Países Baixos<br />

US$ 20,2<br />

Arábia Saudita<br />

US$ 15,3<br />

importações<br />

EUA<br />

US$ 48,5<br />

China<br />

US$ 21,4<br />

Noruega<br />

US$ 3,7<br />

Rússia<br />

US$ 3<br />

Israel<br />

US$ 2,6<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

35


gestão pública<br />

Sem rumo<br />

<br />

Dependência<br />

crônica de<br />

transferência de<br />

recursos dos<br />

estados e da<br />

União é um fator<br />

agravante para a<br />

gestão fiscal das<br />

cidades.<br />

<br />

Da Região Norte<br />

o <strong>Tocantins</strong> foi o<br />

que registrou o<br />

maior número de<br />

municípios com<br />

boa gestão fiscal.<br />

Levantamento mostra que má gestão e falta de investimento<br />

afeta grande parte dos municípios brasileiros, muitos deles<br />

tocantinenses. A maioria ultrapassou o limite de 60% dos<br />

gastos com pagamento de pessoal<br />

mais nova versão do Índice<br />

FIRJAN de Gestão Fiscal<br />

A<br />

(IFGF), divulgado pela Federação<br />

das <strong>Indústria</strong>s do Rio de Janeiro,<br />

lista 17 municípios tocantinenses<br />

com conceito B, de boa gestão.<br />

Porto Nacional foi o que mais se<br />

destacou, aparece em 29º lugar<br />

no ranking nacional e em primeiro<br />

no estadual. O município paulista<br />

Galvão Peixoto é o que apresenta<br />

melhor gestão fiscal conforme o levantamento<br />

e lidera o ranking principalmente<br />

pela grande capacidade<br />

de geração de receita própria.<br />

De acordo com o Índice FIRJAN,<br />

dos estados da Região Norte o <strong>Tocantins</strong><br />

foi o que registrou o maior<br />

número de municípios com boa<br />

gestão fiscal, embora nenhum deles<br />

tenha obtido conceito A - indicador<br />

de excelência. A capital Palmas<br />

enfrenta dificuldade de gestão<br />

e ocupa o 23º lugar no ranking estadual<br />

e o 876º no nacional.<br />

O índice mostra que o ajuste fiscal<br />

é atualmente o grande desafio<br />

do Brasil, atingindo todas as esferas<br />

de governo, e 2016 foi o ano<br />

em que mais prefeituras apresentaram<br />

gestão fiscal difícil ou crítica,<br />

desde o início da série. Diante<br />

desse cenário, o ajuste fiscal das<br />

prefeituras vem sendo feito com a<br />

redução de investimentos.<br />

Mesmo 2016 tendo sido ano de<br />

eleições, quando os municípios<br />

historicamente costumam investir<br />

20% a mais, o volume direcionado<br />

foi inferior ao de 2015 em R$ 7,5<br />

bilhões. Para se ter uma ideia do<br />

problema, 3.663 cidades brasileiras<br />

investiram menos de 12% do<br />

seu orçamento. No total, a média<br />

de recursos investidos foi de 6,8%,<br />

a menor dos últimos dez anos.<br />

O IFGF também registrou o menor<br />

número de municípios com<br />

excelente gestão. Como resultado<br />

desse alarmante quadro, mais de<br />

2.091 cidades estão na ilegalidade,<br />

descumprindo pelo menos<br />

uma determinação da Lei de Responsabilidade<br />

Fiscal (LRF).<br />

Nesse grupo estão os municípios<br />

que ultrapassaram o limite de 60%<br />

dos gastos com pagamento de pessoal,<br />

fecharam o ano com mais restos<br />

a pagar do que recursos disponíveis<br />

em caixa, excederam o teto<br />

de 13% da receita líquida real com<br />

pagamento de juros e amortização<br />

da dívida, ou não declararam os dados<br />

financeiros referentes a 2016.<br />

Esse cenário incorre em riscos político-institucionais<br />

para o país, além<br />

dos problemas fiscais.<br />

Índice FIRJAN de Desenvolvimento<br />

Municipal – é um estudo do Sistema FIRJAN<br />

que acompanha anualmente o desenvolvimento<br />

socioeconômico de todos os mais de 5 mil<br />

municípios brasileiros em três áreas de<br />

atuação: Emprego & Renda, Educação e Saúde.<br />

Criado em 2008, ele é feito, exclusivamente,<br />

com base em estatísticas públicas oficiais,<br />

disponibilizadas pelos Ministérios do Trabalho,<br />

Educação e Saúde.<br />

36 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


Dependência de recursos<br />

e má gestão<br />

Em 2016, apenas 136 prefeituras<br />

conseguiram ter mais de 40%<br />

de suas receitas oriundas da arrecadação<br />

de tributos municipais,<br />

revelando que a dependência crônica<br />

de transferência de recursos<br />

dos estados e da União é outro<br />

fator agravante para a gestão fiscal<br />

das cidades. No período, 81,6% tiveram<br />

conceito D na variável receita<br />

própria por não conseguir gerar<br />

nem 20% da própria receita.<br />

Ao lado disso, as despesas com<br />

pagamento de pessoal têm asfixiado<br />

as contas públicas municipais.<br />

Somente 30% do total das cidades<br />

conseguiram ter boa gestão da<br />

folha de salários, contra 575 que<br />

desrespeitaram o limite imposto<br />

pela LRF; outras 406 destinaram<br />

57% da receita para esses gastos.<br />

Com o orçamento comprometido,<br />

as prefeituras recorreram ao artifício<br />

de postergar o pagamento de<br />

despesas para o ano seguinte. Os<br />

restos a pagar se consolidaram<br />

como a principal fonte de financiamento<br />

do seu caixa.<br />

Por ter sido ano eleitoral, em<br />

2016 a maior parte dos municípios<br />

conseguiu ajustar suas contas para<br />

ter recursos suficientes a fim de liquidar<br />

esses gastos em 2017. Porém,<br />

ainda assim, 15% deles apresentaram<br />

problema de liquidez,<br />

fechando o exercício anterior com<br />

mais restos a pagar do que dinheiro<br />

em caixa, deixando em aberto<br />

uma conta de R$ 6,3 bilhões.<br />

Já o endividamento continua<br />

não sendo um problema para a<br />

maior parte dos municípios. Além<br />

de serem proibidas<br />

por lei de contrair dívida<br />

com a União, as<br />

cidades têm dificuldade<br />

de obter crédito com<br />

instituições bancárias,<br />

o que justifica terem<br />

tido no indicador Custo<br />

da Dívida seu melhor<br />

desempenho.<br />

Ranking<br />

Primeira colocada no IFGF, a<br />

cidade paulista de Gavião Peixoto<br />

conseguiu se destacar com<br />

uma boa capacidade de geração<br />

de receita própria. O município,<br />

assim como os demais do topo<br />

do ranking, conseguiu se diferenciar<br />

dos últimos colocados<br />

principalmente em relação à liquidez,<br />

investimentos e gastos<br />

com pessoal.<br />

O Índice FIRJAN de Gestão Fiscal,<br />

criado em 2006, faz um diagnóstico<br />

de como os municípios<br />

administram os recursos públicos,<br />

estimulando uma cultura de responsabilidade<br />

fiscal. Para isso, o<br />

IFGF analisa cinco variáveis: receita<br />

própria, gastos com pessoal,<br />

investimentos, liquidez e custo<br />

da dívida. Ele é construído a partir<br />

dos resultados fiscais das próprias<br />

prefeituras, ou seja: informações<br />

de declaração obrigatória e<br />

disponibilizadas anualmente pela<br />

Secretaria do Tesouro Nacional.<br />

(Com informações da FIRJAN).<br />

Distribuição dos municípios<br />

por conceito do IFGF 2017.<br />

Em AZUL (0,3%) Gestão<br />

de Excelência; VERDE<br />

(13,8%) Boa Gestão; Em<br />

AMARELO (57,5%) Gestão<br />

em dificuldade; VERMELHO<br />

(28,4%) Gestão Crítica.<br />

876º<br />

posição de Palmas<br />

no ranking geral<br />

índice firjan de<br />

gestão fiscal<br />

Palmas ocupa a 20ª posição<br />

entre as capitais do país<br />

e 876ª entre os mais de<br />

5000 muncípios brasileiros.<br />

“Gastos com Pessoal”<br />

e “Investimentos” são<br />

pontos críticos avaliados<br />

pelo IFGF como gestão<br />

em dificuldade. Já os<br />

itens “Receita Própria”,<br />

“Liquidez” e “Custo de<br />

Vida” são classificados<br />

como boa gestão.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

37


curtas<br />

Internacionalização<br />

Parceria<br />

Representantes de pequenas<br />

e médias empresas<br />

tocantinenses de vários<br />

segmentos participaram de<br />

mais uma capacitação em comércio<br />

exterior oferecida pela<br />

Federação das <strong>Indústria</strong>s do<br />

Estado do <strong>Tocantins</strong> (FIETO),<br />

por meio do Centro Internacional<br />

de Negócios (CIN-TO).<br />

Com o tema Como Prospectar<br />

Mercados no Exterior,<br />

esta foi a última capacitação<br />

oferecida em 2017 por meio<br />

do Programa INSERI, que tem<br />

por objetivo promover a preparação<br />

para a internacionalização<br />

de pequenos negócios<br />

brasileiros, facilitando o acesso<br />

dos empresários a serviços<br />

de suporte e inserção competitiva<br />

internacional.<br />

“Focamos na necessidade<br />

que o empresariado tem de<br />

conhecer métodos e formas<br />

de prospecção de mercados<br />

e de busca de informações<br />

relevantes, auxiliando-os a<br />

buscar mercados compatíveis<br />

à sua produção”, destacou<br />

Luiz Roberto Oliveira, consultor<br />

com mais de 20 anos<br />

de experiência na área que<br />

ministrou a capacitação.<br />

O presidente da FIETO, Roberto Pires, o presidente da Associação<br />

Comercial e Industrial de Palmas (ACIPA), Thiago Rosa, e a<br />

diretora regional do SENAI, Márcia Rodrigues, assinaram termo<br />

de cooperação. A iniciativa concede desconto especial aos<br />

associados da ACIPA que queiram se inscrever, assim como<br />

seus dependentes, nos diversos cursos oferecidos pelo SENAI<br />

<strong>Tocantins</strong> na capital.<br />

Desemprego<br />

O índice do medo do<br />

desemprego subiu<br />

para 66,1 pontos<br />

em julho deste<br />

ano. O valor é 1,8<br />

ponto superior ao<br />

registrado em março<br />

e está 17,3 pontos<br />

acima da média<br />

histórica que é de<br />

48,8 pontos, informa<br />

a pesquisa divulgada<br />

pela Confederação<br />

Nacional da <strong>Indústria</strong><br />

(CNI).<br />

O medo do<br />

desemprego é<br />

maior na região<br />

Nordeste, onde o<br />

índice alcançou 68,3<br />

pontos. Mas foi no<br />

Norte-Centro-Oeste<br />

que a preocupação<br />

aumentou mais nos<br />

últimos três meses.<br />

Na região, o indicador<br />

subiu para 66,9 pontos<br />

em julho e está 9,7<br />

pontos acima do<br />

verificado em março.<br />

O Norte-Centro-Oeste<br />

também é a região<br />

em que o medo do<br />

desemprego no mês<br />

passado foi maior que<br />

o de junho de 2016.<br />

38 revista tocantins indústria<br />

agosto / setembro 2017


CONFIANÇA DO BRASILEIRO PARA GRUPOS SOCIAIS<br />

FAMÍLIA<br />

55<br />

36 6 6<br />

AMIGOS<br />

25<br />

53 11 11<br />

1<br />

VIZINHOS<br />

15<br />

52 15 17<br />

1<br />

COLEGAS DE TRABALHO / ESCOLA<br />

14<br />

53 14 13 5<br />

MAIORIA DAS PESSOAS<br />

6<br />

53 25 15<br />

1<br />

Pesquisa<br />

A confiança dos brasileiros<br />

nas pessoas aumentou<br />

significativamente nos últimos cinco<br />

anos. O percentual da população<br />

que tem muita ou alguma confiança<br />

na maioria das pessoas subiu<br />

de 37% em 2012 para 59%<br />

neste ano, informa a pesquisa<br />

Retratos da Sociedade Brasileira -<br />

muita confiança alguma confiança quase nenhuma confiança nenhuma confiança não sabe<br />

Confiança Interpessoal, feita pela<br />

Confederação Nacional da <strong>Indústria</strong><br />

(CNI). Para a instituição o aumento<br />

da confiança nas pessoas é<br />

positivo porque reduz a burocracia,<br />

pois dispensa a necessidades de<br />

comprovantes e de garantias. De<br />

acordo com o estudo, a confiança é<br />

maior para os grupos sociais mais<br />

próximos. Entre os entrevistados,<br />

91% dizem que têm muita ou<br />

alguma confiança em pessoas da<br />

família. Em segundo lugar, com<br />

78% das respostas, aparecem<br />

os amigos e, em terceiro, ambos<br />

empatados com 67% das menções,<br />

estão os vizinhos e os colegas de<br />

trabalho ou da escola.<br />

Negócios<br />

Pesquisa do Banco Mundial<br />

intitulada Doing Business,<br />

que avalia e compara o<br />

ambiente de negócios no<br />

cenário internacional, coloca<br />

o Brasil na 123ª posição<br />

num ranking de 190 países, atrás de África do Sul,<br />

China e Índia. A lista é liderada pela Nova Zelândia,<br />

seguida de Singapura e Dinamarca. Em alguns itens<br />

específicos, como o tempo e a burocracia para abertura<br />

de empresas, o Brasil ficou na 175ª posição.<br />

Violência<br />

De cada 100 pessoas<br />

que moram em cidades<br />

de porte médio, 44 foram<br />

vítimas ou tiveram algum<br />

familiar vitimado por furtos,<br />

assaltos ou agressões nos<br />

últimos 12 meses. O número<br />

cresceu bastante desde<br />

2011 e se igualou ao índice<br />

das grandes cidades, que<br />

também é de 44%. Em 2011,<br />

o percentual de pessoas que<br />

dizia que alguém da família<br />

havia sofrido violência era<br />

de 31% nas cidades com<br />

população entre 50 mil e 500<br />

mil habitantes e de 39% nas<br />

que têm mais de 500 mil.<br />

Para a indústria, o aumento<br />

da violência representa<br />

mais gastos com segurança<br />

privada e mais perdas financeiras<br />

com roubos de carga.<br />

O efeito é direto no caixa das<br />

empresas. Há ainda a preocupação<br />

com a segurança<br />

do trabalhador, que tem sua<br />

produtividade reduzida pela<br />

preocupação com a falta de<br />

segurança e os cuidados<br />

para minimizar o risco de ser<br />

vítima de algum crime.<br />

Homenagem<br />

O presidente do Sindicato das<br />

<strong>Indústria</strong>s de Reparação de<br />

Veículos, Máquinas, Aeronaves<br />

e Acessórios do Estado do<br />

<strong>Tocantins</strong> (SINDIREPA/TO), filiado<br />

à Federação das <strong>Indústria</strong>s do<br />

Estado do <strong>Tocantins</strong> (FIETO),<br />

José Febrônio, foi homenageado<br />

durante a 6ª reunião ordinária<br />

da Associação Nacional<br />

de SINDIREPAS realizada<br />

em Goiânia. Na ocasião, o<br />

empresário recebeu placa “em<br />

reconhecimento à sua dedicação,<br />

esforço e companheirismo<br />

que retratam com propriedade<br />

sua liderança na indústria da<br />

reparação de veículos do Estado<br />

do <strong>Tocantins</strong>”. Na mesma reunião<br />

foram discutidas questões<br />

como a reforma trabalhista,<br />

contribuição sindical, entre outros<br />

temas de interesse do segmento.<br />

sistemafieto.com.br<br />

revista tocantins indústria<br />

39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!