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06 Opinião<br />
Foz do Iguaçu, sexta-feira, 15 de setembro de 2017<br />
Rogério Bonato<br />
Pichação<br />
Acompanhei uma matéria muito interessante realizada pelo jornalismo da<br />
RPC quanto ao vandalismo em Curitiba, ou seja, aquilo que seria uma versão<br />
"artística" da destruição do patrimônio público e privado. As multas aumentaram<br />
para quem comete esse tipo de transgressão. A pichação, na verdade, é considerada<br />
vandalismo e crime ambiental, nos termos do artigo 65 da Lei 9.605/98<br />
(Lei dos Crimes Ambientais); e a pena é de detenção de três meses a um ano<br />
e multa para quem pichar, grafitar ou por qualquer meio "conspurcar" edificação<br />
ou monumento urbano.<br />
O público e o privado<br />
Edifício considerado público é aquele destinado aos órgãos administrativos,<br />
legislativos, judiciários e que atendem ao coletivo; são bens patrimoniais do<br />
povo. Penso que um edifício privado, ao compor a urbanidade, depois de pagar<br />
impostos e permitir acessos, ele passaria também a compartilhar esse senso<br />
público. É por isso que locais assim são "tombados", ou ganham essa aura de<br />
preservação. Daí aparece um pichador e esculhamba tudo. A lei antes se<br />
aplicava com peso diferenciado na destruição e dilapidação do público e do<br />
privado, com atenuantes dependendo da situação. Agora, desde 1998, isso é<br />
diferente: pichar é um crime ambiental.<br />
Medidas<br />
A cabeça do pichador é complicada. Há nela uma "rebeldia", a deturpação<br />
sobre a expressão artística no âmbito da anarquia, pois em boa parte as mensagens<br />
são indecifráveis. Uma das sacadas para diminuir o vandalismo foi o<br />
incentivo à arte de rua, transformando o pichador em "muralista", e não se pode<br />
negar o surgimento de manifestações geniais. O caso é que muita gente não<br />
aceita nem mesmo o mural, e hoje há o fenômeno da pichação no trabalho dos<br />
ex-pichadores.<br />
Sem controle<br />
O caso é que nem a pichação comportada, ou bem vestida, está livre do<br />
vandalismo. É correto aplicar a multa e, em alguns casos, a pena alternativa de<br />
limparem, pintarem e devolverem o aspecto original ao que foi pichado.<br />
Exemplo<br />
Seu Toninho Vanderley é um aposentado da construção civil e mora num<br />
bairro de Foz. Fui até lá ver de perto o que fez, e ele narrou: "A gente chega<br />
numa idade que a casinha bem arrumada é tudo o que queremos (além de uma<br />
boa saúde). Eu retoco a pintura das paredes, o muro, varro a calçada e ajudo<br />
quando me chamam para ajeitar uma praça do bairro, limpar um lote ou fazer<br />
mutirão nos riachos. Então, certo dia, minha casinha amanheceu toda rabiscada<br />
com uns garranchos de tinta spray preta e vermelha. Puxa vida, havia recém-<br />
-pintado com o dinheiro suado da aposentadoria. Pensei em pegar um ônibus e<br />
ir à delegacia, mas preferi descobrir quem pichou e fui falar com aquelas<br />
pessoas. Eram dois rapazes do bairro vizinho. Conversei tranquilamente e<br />
penso que ficaram com dó de mim. No dia seguinte, bateram palmas no portão<br />
e pediram se podiam ajudar a limpar. Dei um pouco da tinta que havia guardado,<br />
e eles trataram do assunto com dedicação e carinho. A pintura não ficou como a<br />
minha, mas o arranjo ficou bem melhor do que eu podia esperar. Se eu tivesse<br />
brigado, hoje a situação seria bem pior. Acho que fiz certo", contou.<br />
Acertou<br />
O aposentado agiu muito bem, fez o papel do "socioeducador"; o caso é<br />
que nem todo mundo leva a mesma sorte. Olhando para o exemplo, é possível<br />
imaginar que uma campanha pública pode render resultados, e a pichação vem<br />
aumentando na cidade. Bom, como há muito por se fazer, isso passa a ser<br />
apenas mais uma anotação na longa lista de tarefas. Taí algo importante e que<br />
não deveriam perder de vista, afinal de contas Foz é muito visitada. Aqui a<br />
natureza ainda está na frente dos pichadores e depredadores dos bens públicos.<br />
É difícil vencê-la, mesmo assim é bom preveni-la.<br />
Comus<br />
Senhor Corvo, você concorda com esta ingerência<br />
do Conselho Comunitário de Saúde<br />
nos vários assuntos municipais? Será que eles<br />
não têm coisa mais importante a fazer? Poxa<br />
vida, parece que mandam nas coisas da gente?<br />
Daniel V. Galfinotto<br />
O Corvo responde: o Conselho Municipal<br />
de Saúde (Comus) está cumprindo a sua missão<br />
e fazendo exatamente o que deve: ingerindo nas<br />
questões relativas ao segmento da Saúde em<br />
Foz. O leitor deve ter em mente que faz parte<br />
indiretamente do conselho, desde que a sua vocação<br />
seja a comunitária. Veja, quando os "conselhos"<br />
funcionam, as coisas andam, como é o<br />
caso do Turismo e já foi o da Segurança. As pessoas<br />
devem dar graças a Deus pelo fato de haver<br />
conselhos atuantes e com expressão<br />
deliberativa em Foz.<br />
Desempenho<br />
Corvo, não sei se notou uma coisa: quando<br />
os vereadores da outra legislatura não faziam<br />
nada e só ficavam tratando dos "seus negócios",<br />
mancomunados sem o povo saber o que<br />
ao certo faziam, eram pra lá de elogiados pelos<br />
paladinos da moralidade; claro, pelo visto as<br />
vantagens eram bem distribuídas. Agora que a<br />
postura é outra e os vereadores trabalham pra<br />
chuchu, são criticados o tempo todo, acusados<br />
disso e daquilo. Que coisa, hein Corvo? Como<br />
será que eles se sentem levando sarrafo e críticas<br />
absurdas de alguns paus mandados?<br />
LEF (O leitor, por questões óbvias, pediu<br />
para não ser identificado.)<br />
O Corvo responde: quando escrevemos<br />
"questões óbvias", isso quer dizer que as pessoas<br />
que manifestam a opinião, dependendo de<br />
seus pontos de vista, são atacadas por gente<br />
sem escrúpulos. Quando as coisas vão bem,<br />
esses malcriados passam aperto e só lhes resta<br />
atacar quem faz as coisas certas. Pois saiba, prezado<br />
leitor LEF, os vereadores da atual legislatura<br />
não dão a menor importância às críticas maldosas,<br />
e por um motivo: elas não fazem cócegas.<br />
Ninguém dá bola para o que escreve alguém<br />
cujo passado é muito atormentado. Sendo assim,<br />
la nave va!<br />
Atuação<br />
Vereador tem mais é de<br />
cobrar, fuçar, esmiuçar,<br />
virar do avesso tudo o que<br />
for público, "doa a quem<br />
doa". Vereador atuante é<br />
aquele que vale o voto,<br />
não se importando com<br />
crítica e paus mandados<br />
que defendem interesses<br />
contrários aos da sociedade.<br />
Representantes do<br />
"povo" que agem dessa<br />
maneira serão mantidos<br />
nas cadeiras e nada<br />
devem temer, pois simplesmente<br />
estão honrando os<br />
princípios da democracia!<br />
É isso aí, vereadores, pau<br />
no lombo dos corruptos e<br />
aproveitadores, não<br />
tenham medo!<br />
Mocinhos e<br />
bandidos<br />
Não adianta, a sociedade<br />
sabe quem faz as coisas<br />
pelo bem, é sério, preza a<br />
sociedade e acredita na<br />
cidade. Pessoas assim são<br />
inabaláveis perante a<br />
opinião pública. De outro<br />
modo, todo mundo sabe<br />
quem são os estrupícios,<br />
aproveitadores,<br />
bandidinhos que vivem de<br />
denegrir o que está certo,<br />
em favor das corjas que se<br />
aproveitam do esforço<br />
público por meio de<br />
safadezas. E viva as<br />
pessoas de bem!<br />
Listas públicas<br />
Isso é muito correto, e o fato<br />
de o prefeito Chico mostrar-se<br />
favorável é importante. As listas<br />
de espera em programas sociais<br />
do Fozhabita, saúde, creches e<br />
tudo mais devem sim tornar-se<br />
públicas. É o que está previsto no<br />
projeto de lei do presidente da Câmara,<br />
Rogério Quadros, e que foi<br />
assinado pelos demais vereadores<br />
sem o menor problema. O<br />
plenário votou na proposta por<br />
unanimidade. As listas serão<br />
disponibilizadas no Portal da<br />
Transparência da prefeitura. Depois<br />
do depoimento a favor, o prefeito<br />
deve sancionar a lei. O texto<br />
assegura livre acesso aos nomes<br />
nas listas e, de alguma forma, ajudará<br />
a posicionar o andamento<br />
da fila no momento em que cada<br />
cidadão for atendido. Trata-se de<br />
um avanço social.<br />
Corrida<br />
A UDC realizará, no dia 8 de outubro, a<br />
7ª Corrida Universitária. O Gazeta<br />
Diário é parceiro fechado do evento e<br />
prestará todo o apoio para o êxito dele!<br />
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