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GAZETA DIARIO 384

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06 Opinião<br />

Foz do Iguaçu, sexta-feira, 15 de setembro de 2017<br />

Rogério Bonato<br />

Pichação<br />

Acompanhei uma matéria muito interessante realizada pelo jornalismo da<br />

RPC quanto ao vandalismo em Curitiba, ou seja, aquilo que seria uma versão<br />

"artística" da destruição do patrimônio público e privado. As multas aumentaram<br />

para quem comete esse tipo de transgressão. A pichação, na verdade, é considerada<br />

vandalismo e crime ambiental, nos termos do artigo 65 da Lei 9.605/98<br />

(Lei dos Crimes Ambientais); e a pena é de detenção de três meses a um ano<br />

e multa para quem pichar, grafitar ou por qualquer meio "conspurcar" edificação<br />

ou monumento urbano.<br />

O público e o privado<br />

Edifício considerado público é aquele destinado aos órgãos administrativos,<br />

legislativos, judiciários e que atendem ao coletivo; são bens patrimoniais do<br />

povo. Penso que um edifício privado, ao compor a urbanidade, depois de pagar<br />

impostos e permitir acessos, ele passaria também a compartilhar esse senso<br />

público. É por isso que locais assim são "tombados", ou ganham essa aura de<br />

preservação. Daí aparece um pichador e esculhamba tudo. A lei antes se<br />

aplicava com peso diferenciado na destruição e dilapidação do público e do<br />

privado, com atenuantes dependendo da situação. Agora, desde 1998, isso é<br />

diferente: pichar é um crime ambiental.<br />

Medidas<br />

A cabeça do pichador é complicada. Há nela uma "rebeldia", a deturpação<br />

sobre a expressão artística no âmbito da anarquia, pois em boa parte as mensagens<br />

são indecifráveis. Uma das sacadas para diminuir o vandalismo foi o<br />

incentivo à arte de rua, transformando o pichador em "muralista", e não se pode<br />

negar o surgimento de manifestações geniais. O caso é que muita gente não<br />

aceita nem mesmo o mural, e hoje há o fenômeno da pichação no trabalho dos<br />

ex-pichadores.<br />

Sem controle<br />

O caso é que nem a pichação comportada, ou bem vestida, está livre do<br />

vandalismo. É correto aplicar a multa e, em alguns casos, a pena alternativa de<br />

limparem, pintarem e devolverem o aspecto original ao que foi pichado.<br />

Exemplo<br />

Seu Toninho Vanderley é um aposentado da construção civil e mora num<br />

bairro de Foz. Fui até lá ver de perto o que fez, e ele narrou: "A gente chega<br />

numa idade que a casinha bem arrumada é tudo o que queremos (além de uma<br />

boa saúde). Eu retoco a pintura das paredes, o muro, varro a calçada e ajudo<br />

quando me chamam para ajeitar uma praça do bairro, limpar um lote ou fazer<br />

mutirão nos riachos. Então, certo dia, minha casinha amanheceu toda rabiscada<br />

com uns garranchos de tinta spray preta e vermelha. Puxa vida, havia recém-<br />

-pintado com o dinheiro suado da aposentadoria. Pensei em pegar um ônibus e<br />

ir à delegacia, mas preferi descobrir quem pichou e fui falar com aquelas<br />

pessoas. Eram dois rapazes do bairro vizinho. Conversei tranquilamente e<br />

penso que ficaram com dó de mim. No dia seguinte, bateram palmas no portão<br />

e pediram se podiam ajudar a limpar. Dei um pouco da tinta que havia guardado,<br />

e eles trataram do assunto com dedicação e carinho. A pintura não ficou como a<br />

minha, mas o arranjo ficou bem melhor do que eu podia esperar. Se eu tivesse<br />

brigado, hoje a situação seria bem pior. Acho que fiz certo", contou.<br />

Acertou<br />

O aposentado agiu muito bem, fez o papel do "socioeducador"; o caso é<br />

que nem todo mundo leva a mesma sorte. Olhando para o exemplo, é possível<br />

imaginar que uma campanha pública pode render resultados, e a pichação vem<br />

aumentando na cidade. Bom, como há muito por se fazer, isso passa a ser<br />

apenas mais uma anotação na longa lista de tarefas. Taí algo importante e que<br />

não deveriam perder de vista, afinal de contas Foz é muito visitada. Aqui a<br />

natureza ainda está na frente dos pichadores e depredadores dos bens públicos.<br />

É difícil vencê-la, mesmo assim é bom preveni-la.<br />

Comus<br />

Senhor Corvo, você concorda com esta ingerência<br />

do Conselho Comunitário de Saúde<br />

nos vários assuntos municipais? Será que eles<br />

não têm coisa mais importante a fazer? Poxa<br />

vida, parece que mandam nas coisas da gente?<br />

Daniel V. Galfinotto<br />

O Corvo responde: o Conselho Municipal<br />

de Saúde (Comus) está cumprindo a sua missão<br />

e fazendo exatamente o que deve: ingerindo nas<br />

questões relativas ao segmento da Saúde em<br />

Foz. O leitor deve ter em mente que faz parte<br />

indiretamente do conselho, desde que a sua vocação<br />

seja a comunitária. Veja, quando os "conselhos"<br />

funcionam, as coisas andam, como é o<br />

caso do Turismo e já foi o da Segurança. As pessoas<br />

devem dar graças a Deus pelo fato de haver<br />

conselhos atuantes e com expressão<br />

deliberativa em Foz.<br />

Desempenho<br />

Corvo, não sei se notou uma coisa: quando<br />

os vereadores da outra legislatura não faziam<br />

nada e só ficavam tratando dos "seus negócios",<br />

mancomunados sem o povo saber o que<br />

ao certo faziam, eram pra lá de elogiados pelos<br />

paladinos da moralidade; claro, pelo visto as<br />

vantagens eram bem distribuídas. Agora que a<br />

postura é outra e os vereadores trabalham pra<br />

chuchu, são criticados o tempo todo, acusados<br />

disso e daquilo. Que coisa, hein Corvo? Como<br />

será que eles se sentem levando sarrafo e críticas<br />

absurdas de alguns paus mandados?<br />

LEF (O leitor, por questões óbvias, pediu<br />

para não ser identificado.)<br />

O Corvo responde: quando escrevemos<br />

"questões óbvias", isso quer dizer que as pessoas<br />

que manifestam a opinião, dependendo de<br />

seus pontos de vista, são atacadas por gente<br />

sem escrúpulos. Quando as coisas vão bem,<br />

esses malcriados passam aperto e só lhes resta<br />

atacar quem faz as coisas certas. Pois saiba, prezado<br />

leitor LEF, os vereadores da atual legislatura<br />

não dão a menor importância às críticas maldosas,<br />

e por um motivo: elas não fazem cócegas.<br />

Ninguém dá bola para o que escreve alguém<br />

cujo passado é muito atormentado. Sendo assim,<br />

la nave va!<br />

Atuação<br />

Vereador tem mais é de<br />

cobrar, fuçar, esmiuçar,<br />

virar do avesso tudo o que<br />

for público, "doa a quem<br />

doa". Vereador atuante é<br />

aquele que vale o voto,<br />

não se importando com<br />

crítica e paus mandados<br />

que defendem interesses<br />

contrários aos da sociedade.<br />

Representantes do<br />

"povo" que agem dessa<br />

maneira serão mantidos<br />

nas cadeiras e nada<br />

devem temer, pois simplesmente<br />

estão honrando os<br />

princípios da democracia!<br />

É isso aí, vereadores, pau<br />

no lombo dos corruptos e<br />

aproveitadores, não<br />

tenham medo!<br />

Mocinhos e<br />

bandidos<br />

Não adianta, a sociedade<br />

sabe quem faz as coisas<br />

pelo bem, é sério, preza a<br />

sociedade e acredita na<br />

cidade. Pessoas assim são<br />

inabaláveis perante a<br />

opinião pública. De outro<br />

modo, todo mundo sabe<br />

quem são os estrupícios,<br />

aproveitadores,<br />

bandidinhos que vivem de<br />

denegrir o que está certo,<br />

em favor das corjas que se<br />

aproveitam do esforço<br />

público por meio de<br />

safadezas. E viva as<br />

pessoas de bem!<br />

Listas públicas<br />

Isso é muito correto, e o fato<br />

de o prefeito Chico mostrar-se<br />

favorável é importante. As listas<br />

de espera em programas sociais<br />

do Fozhabita, saúde, creches e<br />

tudo mais devem sim tornar-se<br />

públicas. É o que está previsto no<br />

projeto de lei do presidente da Câmara,<br />

Rogério Quadros, e que foi<br />

assinado pelos demais vereadores<br />

sem o menor problema. O<br />

plenário votou na proposta por<br />

unanimidade. As listas serão<br />

disponibilizadas no Portal da<br />

Transparência da prefeitura. Depois<br />

do depoimento a favor, o prefeito<br />

deve sancionar a lei. O texto<br />

assegura livre acesso aos nomes<br />

nas listas e, de alguma forma, ajudará<br />

a posicionar o andamento<br />

da fila no momento em que cada<br />

cidadão for atendido. Trata-se de<br />

um avanço social.<br />

Corrida<br />

A UDC realizará, no dia 8 de outubro, a<br />

7ª Corrida Universitária. O Gazeta<br />

Diário é parceiro fechado do evento e<br />

prestará todo o apoio para o êxito dele!<br />

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