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Revista completa 36

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Artigo Técnico<br />

Como vimos estas formas não retratavam diretamente a proporcionalidade de “todos” os animais e raças mas sim uma ideia<br />

própria de “beleza” advinda da percepção do autor, visão esta que aos poucos foi dando lugar às de diversos outros autores.<br />

A princípio, estes autores também utilizaram como padrão de comparação a medida da cabeça do cavalo mas alteraram suas<br />

escalas de proporções de acordo com o “TIPO” de cavalo de sua convivência.<br />

Como exemplo interessante desta situação pode-se citar Saint–Bel que ao propagar os ensinamentos de Bourgelat usou como<br />

base o cavalo de corrida “Eclipse” (FIGURA 2.). Assim seu padrão se diferenciou consideravelmente do autor anterior.<br />

FIGURA 2. Cavalo de Corrida “Eclipse” visto de perfil<br />

(Saint-Bel). Nota-se a forma longilínea do cavalo de corrida.<br />

Proporções bem diferentes do cavalo de Bourgelat. Desta<br />

forma, fica claro que não se pode comparar dois “TIPOS” de<br />

cavalos diferentes, pois se destinam a funções diferentes. A<br />

pressão de seleção a qual estes indivíduos são submetidos<br />

ocorre levando em consideração as características e<br />

aptidões desejáveis a cada raça quando destinada a uma<br />

função específica (TIPO).<br />

De forma a contemplar raças e tipos diferentes, muitos<br />

outros autores vieram a combinar parcialmente essas<br />

proporções traçando considerações a respeito dos TIPOS<br />

funcionais. Um exemplo foi Vallon afirmando que o “cavalo<br />

de trabalho” não se aproxima do TIPO de um cavalo usado<br />

para a “cavalaria”, traçando diversas diferenças entre estes<br />

animais, desde o tamanho sugerido, sendo o primeiro mais<br />

baixo (em torno de 1,50m) passando por diferenças entre<br />

os vários padrões de proporções das diferentes regiões do<br />

corpo do cavalo, até chegar à diferença de temperamento.<br />

Também, observando a dificuldade de comparação entre<br />

os tipos acima citados, o francês Lesbre (1930) propôs outra<br />

metrificação chamada na França de “Canon Écletique” ainda<br />

comparando proporções em relação à cabeça do cavalo mas,<br />

desta vez, ele compila informações de diversos autores em<br />

busca de uma similaridade de TIPO que pudesse contemplar<br />

e dessa forma comparar várias raças diferentes (acreditamos<br />

que historicamente este padrão tem sido adotado no Brasil<br />

para comparação e vem sendo chamado popularmente de<br />

“Padrão do Cavalo de Sela Internacional”). Desta forma, ao<br />

perceber as diferenças entre diversos grupos de cavalos, o<br />

referido autor tomou o cuidado em dizer a qual “TIPO” de<br />

cavalo seu padrão se referiria, e que apenas animais de<br />

TIPOS semelhantes ao descrito poderiam ser comparados<br />

a este padrão.<br />

Quando nos referimos ao “TIPO” do cavalo estamos<br />

falando especificamente das características principais<br />

ligadas à função a qual esse cavalo se destina: Força,<br />

Velocidade, Tração leve, Tração Pesada, Passeio, etc.<br />

É fácil identificar um animal TIPO TRAÇÃO, ou seja,<br />

com características de conformação ligadas ao trabalho de<br />

“puxar cargas pesadas” (FIGURA 3.)<br />

134 Marcha News XXXVI - Outubro 2017

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