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Agenda Cultural de dezembro 2017

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H I S TÓ R I A E PAT R I M Ó N I O<br />

<strong>de</strong>zembro<br />

UMA JANELA PARA O ARQUIVO<br />

DEUS GUARDE A V. EX.ª…<br />

CORRESPONDÊNCIA OFICIAL RECEBIDA EM PONTE DE SOR EM<br />

MEADOS DO SÉCULO XIX<br />

LOCAL: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL<br />

«Deus guar<strong>de</strong> a V. Ex.ª» era uma forma <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spedimento frequentemente usada no final das<br />

missivas oficiais no século XIX. Entre as séries<br />

documentais mais completas dos fundos da Câmara<br />

Municipal e da Administração do Concelho <strong>de</strong> Ponte<br />

<strong>de</strong> Sor, à guarda do Arquivo Histórico Municipal,<br />

encontram-se as <strong>de</strong> correspondência recebida,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos <strong>de</strong> 1830. Nesta mostra <strong>de</strong>stacamos<br />

três documentos <strong>de</strong>ssas séries, dos anos <strong>de</strong> 1864 e<br />

1865, que sobressaem quer pelos elementos<br />

gráficos que incluem, raros neste tipo <strong>de</strong> fonte, quer<br />

pela curiosida<strong>de</strong> dos temas. Um <strong>de</strong>les é um ofício<br />

enviado à Administração do Concelho <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong><br />

Sor pelo Governo Civil <strong>de</strong> Portalegre (3 novembro<br />

1864), com um alerta e mandato <strong>de</strong> captura do<br />

«falsário» Mâncio Rodrigues Monteiro, cujo para<strong>de</strong>iro se <strong>de</strong>sconhecia (suspeitavase<br />

que tivesse fugido dos Açores para o continente ou para o estrangeiro) e que era<br />

procurado por crimes <strong>de</strong> burla. Ao ofício anexavam-se um edital impresso, com a<br />

<strong>de</strong>scrição do criminoso, e uma fotografia <strong>de</strong>ste (ver imagem), «malfeitor» bem<br />

falante e <strong>de</strong> «maneiras insinuantes e amáveis». Outro documento curioso é uma<br />

carta escrita à Câmara Municipal por José Maria da Silva, <strong>de</strong> Lisboa (20 agosto<br />

1865), pedindo o <strong>de</strong>senho do brasão <strong>de</strong> armas da vila <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Sor, para uma<br />

coleção que estava a fazer. Em resposta, a Câmara lamentava não dispor da<br />

informação pretendida, mas enviava o <strong>de</strong>senho das armas existentes no edifício dos<br />

Paços do Concelho <strong>de</strong> então, hoje inexistente, correspon<strong>de</strong>ntes ao brasão régio.<br />

Também já não existem atualmente as antigas Casas da Câmara <strong>de</strong> Galveias, em<br />

cujo piso superior funcionou a escola primária, após a integração <strong>de</strong>sta freguesia no<br />

concelho <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Sor (1836). Em 1865, a Junta <strong>de</strong> Paróquia queixava-se à<br />

Câmara <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Sor por a arrendatária do piso inferior ali fazer lume e o fumo<br />

danificar as pare<strong>de</strong>s da escola e os materiais escolares.<br />

Esta mostra trimestral, patente no átrio do Centro <strong>de</strong> Artes e Cultura, visa chamar a atenção<br />

para o trabalho realizado no Arquivo Histórico Municipal, divulgando o património<br />

documental e histórico do concelho.<br />

6 - <strong>Agenda</strong> <strong>Cultural</strong> CMPS - <strong>de</strong>zembro <strong>2017</strong>

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