livro As Obras da Carne e os Frutos do Espirito

Ora, quantas vezes queremos tomar a justiça em nossas próprias mãos, impedindo que o Senhor a
tome por nós? É realmente muito difícil acatar a rebelião alheia com espírito de mansidão.
Entretanto, é mais um pedacinho da cruz do Senhor Jesus que temos que carregar, custe o que custar!
O apóstolo Pedro, que andou lado a lado com Jesus nos Seus três anos e meio de ministério, tinha
atitudes contrárias à mansidão, e quando, na prisão do Senhor Jesus, sacou da espada que trazia
consigo e feriu o servo do sumo sacerdote cortando-lhe a orelha, imediatamente recebeu uma
repreensão do Mestre: “... todos os que lançam mão da espada à espada perecerão.” (Mateus
26.52).
Quer dizer, Pedro acreditava que suas reações tinham que ter a mesma medida que as ações dos
outros contra ele. Não me admiro, portanto, que ele mesmo, depois de tantas lições práticas e
desenvolvimento espiritual constante, viesse a escrever: “seja, porém, o homem interior do
coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor
diante de Deus.”
(1 Pedro 3.4).
Ora, o que aprendemos agora teoricamente, mais cedo ou mais tarde haveremos de praticar, se
continuarmos desenvolvendo a nossa fé. Outrossim, é necessário nós nos despojarmos, de imediato,
das nossas espadas, antes de sermos consumidos por elas.
O cristão zeloso da sua fé sempre procura se apresentar diante deste mundo com o “bom perfume de
Cristo”, isto é, através de sua conduta simples e digna. Um testemunho autoconfiante de Deus, como o
Supremo Juiz, e uma atitude temperada fazem transparecer o autêntico seguidor do Senhor Jesus.
Estas qualidades cristãs enriquecem, quando as promessas de Deus são proclamadas. De que
adiantaria pregar a Palavra de Deus, orar pelos enfermos e doentes, orar, vigiar, jejuar e tudo o mais
na obra de Deus, se as atitudes são acompa-nhadas por uma espada que a qualquer momento pode
ferir o outro?
9 - Domínio próprio– este fruto do Espírito Santo significa um controle de si mesmo ante os
impulsos da carne que nos conduzem à morte. Todo cristão precisa autodisciplinar-se para poder
alcançar as vitórias por meio do Senhor Jesus.
O cristão vive num mundo hostil, onde se faz louco para o mundo e o mundo louco para ele. Estamos
neste planeta, porém não pertencemos a ele. Somos obrigados a obedecer às suas leis, mas elas são
totalmente contrárias às de Deus. Vez por outra somos colocados diante de situações que,
dependendo das nossas atitudes ou do nosso domínio próprio, exaltam nosso Senhor ou O
envergonham. Em Provérbios 16.32, encontramos as seguintes palavras: “Melhor é o longânimo do
que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade.”
De fato, não existe conflito mais renhido do que aquele que o homem trava consigo mesmo para
dominar os seus próprios instintos. Não fosse a atuação do Espírito Santo na alma do homem cristão,
este jamais conseguiria dominar a si mesmo.
Quando o apóstolo Paulo se refere à luta da carne contra o Espírito Santo e vice-versa (Gálatas 5.16-