Agenda Ponte de Sor - janeiro 2018

E X P O S I Ç Õ E S - I N A U G U R A Ç Õ E S
janeiro
UMA JANELA PARA O ARQUIVO
DEUS GUARDE A V. EX.ª…
CORRESPONDÊNCIA OFICIAL RECEBIDA EM PONTE DE SOR EM
MEADOS DO SÉCULO XIX
LOCAL: ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL
«Deus guarde a V. Ex.ª» era uma forma de
despedimento frequentemente usada no final das
missivas oficiais no século XIX. Entre as séries
documentais mais completas dos fundos da Câmara
Municipal e da Administração do Concelho de Ponte
de Sor, à guarda do Arquivo Histórico Municipal,
encontram-se as de correspondência recebida,
desde os anos de 1830. Nesta mostra destacamos
três documentos dessas séries, dos anos de 1864 e
1865, que sobressaem quer pelos elementos gráficos
que incluem, raros neste tipo de fonte, quer pela
curiosidade dos temas. Um deles é um ofício enviado
à Administração do Concelho de Ponte de Sor pelo
Governo Civil de Portalegre (3 novembro 1864), com
um alerta e mandato de captura do «falsário»
Mâncio Rodrigues Monteiro, cujo paradeiro se desconhecia (suspeitava-se que
tivesse fugido dos Açores para o continente ou para o estrangeiro) e que era
procurado por crimes de burla. Ao ofício anexavam-se um edital impresso, com a
descrição do criminoso, e uma fotografia deste (ver imagem), «malfeitor» bem
falante e de «maneiras insinuantes e amáveis». Outro documento curioso é uma
carta escrita à Câmara Municipal por José Maria da Silva, de Lisboa (20 agosto
1865), pedindo o desenho do brasão de armas da vila de Ponte de Sor, para uma
coleção que estava a fazer. Em resposta, a Câmara lamentava não dispor da
informação pretendida, mas enviava o desenho das armas existentes no edifício dos
Paços do Concelho de então, hoje inexistente, correspondentes ao brasão régio.
Também já não existem atualmente as antigas Casas da Câmara de Galveias, em
cujo piso superior funcionou a escola primária, após a integração desta freguesia no
concelho de Ponte de Sor (1836). Em 1865, a Junta de Paróquia queixava-se à
Câmara de Ponte de Sor por a arrendatária do piso inferior ali fazer lume e o fumo
danificar as paredes da escola e os materiais escolares.
Esta mostra trimestral, patente no átrio do Centro de Artes e Cultura, visa chamar a atenção
para o trabalho realizado no Arquivo Histórico Municipal, divulgando o património
documental e histórico do concelho.
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