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Foz do Iguaçu, sábado e domingo, 6 e 7 de janeiro de 2018<br />
POLÍTICA<br />
Geral<br />
11<br />
Pedido de exoneração de Ricardo<br />
Barros não deve afetar saúde de Foz<br />
Ministro tem sido um grande parceiro, liberando recursos na<br />
área da saúde; saída do cargo deve ocorrer só em abril<br />
Adelino de Souza<br />
Freelancer<br />
A parceria entre a Prefeitura<br />
de Foz do Iguaçu e o Ministério<br />
da Saúde não deve ser afetada<br />
pela decisão do ministro<br />
da Saúde, Ricardo Barros, de<br />
deixar seu cargo à disposição<br />
do presidente Michel Temer.<br />
O Gazeta Diário conversou,<br />
no final da tarde de sexta-feira<br />
(5), sobre essa possibilidade,<br />
com o secretário<br />
municipal do Planejamento,<br />
Elsídio Cavalcante. Ele disse<br />
que Barros "tem sido um grande<br />
aliado da cidade, liberando<br />
verbas para a saúde desde a<br />
posse do prefeito Chico Brasileiro".<br />
E completou: "Não acredito<br />
que nossa cidade seja prejudicada,<br />
até porque o ministro<br />
disse que somente deixará<br />
o cargo em abril, quando precisará<br />
se desincompatibilizar<br />
para disputar a reeleição na<br />
Câmara dos Deputados".<br />
Na manhã do dia 29 de dezembro,<br />
Barros garantiu mais<br />
R$ 1 milhão para custear a<br />
rede hospitalar de Foz do<br />
Iguaçu. Nesse dia, o ministro<br />
recebeu o prefeito Chico Brasileiro<br />
e o secretário Elsídio<br />
Cavalcante em Brasília para<br />
tratar de diversos assuntos ligados<br />
a sua pasta.<br />
O ministro Ricardo Barros recebeu o prefeito Chico Brasileiro e o secretário Elsídio Cavalcante<br />
O valor anunciado por<br />
Barros será utilizado em cirurgias,<br />
exames e consultas<br />
especializadas realizados no<br />
Hospital Ministro Costa Cavalcanti.<br />
Com esse valor garantido<br />
pelo Ministério da<br />
Saúde, o município poderá<br />
aumentar o número de consultas<br />
especializadas da área<br />
de cardiologia, exames de<br />
alto custo e cirurgias eletivas,<br />
reduzindo o total de pacientes<br />
que esperam um longo<br />
período por esses procedimentos.<br />
"É uma grande conquista<br />
para saúde de Foz. O ministro<br />
Ricardo Barros nos atendeu<br />
muito bem e prontamente<br />
apoiou nosso pedido de um<br />
suporte financeiro para área<br />
especializada", comentou na<br />
ocasião o prefeito Chico Brasileiro.<br />
"Parceiraço"<br />
Na conversa de ontem<br />
com o Gazeta Diário, Elsídio<br />
Cavalcante afirmou que Ricardo<br />
Barros tem sido "um<br />
parceiraço de Foz do Iguaçu,<br />
atendendo a todos os pedidos<br />
do nosso prefeito na área da<br />
saúde".<br />
Entre os pedidos atendidos,<br />
Cavalcante citou a UPA<br />
24 Horas do Morumbi, inaugurada<br />
em setembro, que passou<br />
de classe 1 para classe 3.<br />
Durante a inauguração, Barros<br />
garantiu o repasse de R$<br />
500 mil mensais para a manutenção<br />
daquela unidade.<br />
Cavalcante citou também<br />
os demais recursos liberados<br />
pelo ministro, bem como as<br />
obras do Centro de Reabilitação<br />
e o auxílio nas negociações<br />
para transformar o Hospital<br />
Padre Germano Lauck<br />
em Hospital de Ensino. "Temos<br />
certeza que o ministro<br />
continuará ajudando Foz do<br />
Iguaçu até o último dia em<br />
que estiver no cargo. Esperamos<br />
que entre alguém com a<br />
mesma disposição do Ricardo<br />
Barros", concluiu Elsídio Cavalcante.<br />
Ministro diz<br />
contrariar "grandes<br />
interesses"<br />
Em outubro do ano passado, o<br />
ministro Ricardo Barros foi alvo de<br />
uma ação civil em que o Ministério<br />
Público de Pernambuco pediu seu<br />
afastamento cautelar. A promotoria<br />
acusou Barros de esvaziar a<br />
Hemobrás de suas atribuições<br />
constitucionais. A estatal é<br />
responsável pela produção de<br />
medicamentos hemoderivados.<br />
Na oportunidade, Ricardo Barros<br />
disse ter sido alvo da medida<br />
porque contraria grandes<br />
interesses. "O MPF tem atuado de<br />
forma intensa, e o TCU [Tribunal<br />
de Contas da União] também,<br />
tentando consolidar vantagens à<br />
empresa Shire. Nós não faremos<br />
isso", afirmou Barros.<br />
Segundo a procuradoria, Barros<br />
trabalha para transferir as<br />
instalações da empresa de<br />
Pernambuco para seu reduto<br />
eleitoral, o Paraná.<br />
"A Shire começou oferecendo R$ 30<br />
milhões em investimentos na<br />
Hemobrás. Atualmente está<br />
oferecendo R$ 300 milhões. Ainda<br />
assim não termina a fábrica de<br />
fracionamento lá em Pernambuco.<br />
Nós vamos apertar a negociação e<br />
conseguir concluir todo o sistema de<br />
sangue da Hemobrás. É preciso<br />
paciência e tranquilidade para que<br />
possamos tomar do investidor<br />
privado os recursos necessários e<br />
para que não fique lá uma parte da<br />
fábrica inacabada como é a atual<br />
proposta", declarou o ministro na<br />
ocasião.