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GAZETA DIARIO 478

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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 11 de janeiro de 2018 Cidade 07<br />

IMBRÓGLIO<br />

Ex-funcionários do Provopar criticam sindicato<br />

por falta de informação em ação trabalhista<br />

Trabalhadores aguardam desde outubro informações sobre a ação coletiva ajuizada<br />

após o não pagamento de salários atrasados pela entidade<br />

Bruno Soares<br />

Reportagem<br />

Não bastasse o transtorno<br />

e o prejuízo de serem demitidos<br />

sem o recebimento<br />

de salários e benefícios trabalhistas<br />

garantidos em lei,<br />

profissionais colocados na<br />

rua pela direção do Provopar<br />

em outubro passado sofrem<br />

ainda com a falta de informação<br />

por parte do sindicato<br />

que deveria representar a<br />

categoria em uma ação trabalhista<br />

coletiva movida contra<br />

a ONG e a prefeitura para<br />

que os valores sejam pagos<br />

da forma devida.<br />

A informação foi confirmada<br />

na manhã de ontem<br />

(10), após o jornal Gazeta<br />

Diário entrevistar cinco dos<br />

30 trabalhadores demitidos<br />

pela presidente do Provopar,<br />

Esther Dias, e que aguardam<br />

na Justiça a garantia de que<br />

receberão seus direitos.<br />

"Desde que estive no sindicato<br />

da última vez, em meados<br />

de novembro, nunca<br />

mais entraram em contato<br />

comigo para nada. Liguei lá<br />

diversas vezes para o Luiz, e<br />

nunca tive retorno. É uma<br />

situação muito ruim. Estamos<br />

sem saber o que irá<br />

acontecer conosco. Nossas<br />

vidas estão paralisadas", reclamou<br />

Benedita Maria de<br />

Jesus Santos, demitida do<br />

Foto: Roger Meireles<br />

Trabalhadores demitidos sem o pagamento de salários sofrem ainda com falta de informação;<br />

enquanto isso, sedes ocupadas pelo Provopar até 2017 seguem sem utilização<br />

zer. Avalio tudo isso como<br />

um ato de muito desrespeito<br />

por parte da entidade que<br />

não nos paga o que deve. Falta<br />

de caráter, de competência.<br />

Já o sindicato não se posiciona<br />

sobre nada, ao menos<br />

não para comigo", pontuou<br />

Maura da Silva, ex-instrutora<br />

de artes do Provopar.<br />

De acordo com reportagem<br />

já publicada por este jornal,<br />

a dívida trabalhista do<br />

Provopar com os funcionários<br />

demitidos gira em torno de<br />

R$ 450 mil. Desde que fe-<br />

Provopar após atuar por cinco<br />

anos como auxiliar de<br />

cursos da entidade.<br />

O Luiz mencionado por<br />

ela é Luiz Carloz Queiroz,<br />

diretor secretário do Sindicato<br />

dos Trabalhadores em Turismo<br />

e Hospitalidade de Foz<br />

do Iguaçu (STTHFI). Procurado<br />

pela reportagem, o sindicalista<br />

atendeu de forma ríspida<br />

a ligação após ser informado<br />

sobre as queixas dos<br />

trabalhadores e se limitou a<br />

afirmar que não poderia tratar<br />

do assunto naquele momento.<br />

O espaço permanece<br />

aberto para manifestação do<br />

sindicato sobre o caso.<br />

Outra crítica feita ao ST-<br />

THFI partiu da ex-auxiliar de<br />

cursos do Provopar Maria<br />

das Graças Alves Gomes<br />

Brau. Após 12 anos de trabalho<br />

na ONG, a profissional<br />

foi demitida e continua<br />

desempregada desde então,<br />

assim como todos os demais<br />

trabalhadores ouvidos ontem.<br />

Para ela, o sindicato não<br />

tem representado da melhor<br />

forma os interesses dos demitidos.<br />

"Tanto que não me<br />

sinto representada por eles.<br />

Não nos ligam para informar<br />

absolutamente nada. Do outro<br />

lado, o Provopar também<br />

não se manifesta. Estamos<br />

numa situação muito ruim e<br />

constrangedora. Graças ao<br />

meu marido é que temos conseguido<br />

manter nossas contas<br />

em casa. É muito triste<br />

trabalhar e não receber. Não<br />

estou pedindo nada de ninguém,<br />

apenas quero meu direito",<br />

desabafou.<br />

A maioria dos trabalhadores<br />

demitidos está com três<br />

salários atrasados, sem o recebimento<br />

de férias, 13º e<br />

multa rescisória. A única garantia<br />

intermediada pelo ST-<br />

THFI foi o pagamento do fundo<br />

de garantia e a entrada<br />

para o seguro-desemprego.<br />

"Vejo que não sei o que fachou<br />

suas portas, a presidente<br />

da entidade, Esther Dias,<br />

não se manifesta publicamente<br />

sobre nenhuma das questões<br />

relacionadas à instituição.<br />

Além da dívida trabalhista,<br />

o Provopar está condenado<br />

na Justiça a devolver cerca<br />

de R$ 250 mil para a prefeitura<br />

por "atividades pagas<br />

e que não foram devidamente<br />

realizadas conforme pactuado"<br />

em convênio. A situação<br />

é investigada pelo Ministério<br />

Público do Paraná por meio<br />

de um inquérito civil.

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