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GAZETA DIARIO 484

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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 18 de janeiro de 2018<br />

ESTELIONATO<br />

Cartório alerta para golpe do<br />

título protestado na fronteira<br />

Tabelionato de Foz do Iguaçu já registrou dez casos somente neste mês;<br />

criminosos se passam por credores ou funcionários de cartório para cobrar dívidas<br />

Da redação<br />

Reportagem<br />

Receber um telefonema e<br />

ser informado de que há títulos<br />

protestados em seu nome<br />

que precisam ser pagos com<br />

urgência. Muitos iguaçuenses<br />

têm sido vítimas desse golpe,<br />

aplicado em todo o Brasil e já<br />

bastante conhecido pela polícia.<br />

Os criminosos utilizamse<br />

das mais diversas artimanhas<br />

e argumentos para convencer<br />

seus alvos de que a cobrança<br />

é verdadeira. Sem conhecimento<br />

jurídico, a pessoa<br />

acaba caindo na conversa e<br />

entregando dinheiro para "livrar"<br />

o nome.<br />

O Tabelionato de Protesto<br />

de Títulos de Foz do Iguaçu<br />

tem sofrido com essa situação.<br />

Somente neste mês já foram<br />

mais de dez casos envolvendo<br />

o nome do cartório. Uma das<br />

vítimas foi o próprio tabelião<br />

do local, Ricardo Alexandre<br />

Costa, que procurou o jornal<br />

Gazeta Diário para alertar a<br />

população.<br />

"Esses estelionatários emitem<br />

boletos com cobranças de<br />

protesto a partir de dados falsos.<br />

Eu fui uma das vítimas,<br />

registrei o boletim de ocorrência<br />

junto à Polícia Civil e então<br />

pude constatar a gravidade<br />

desse fato. A população precisa<br />

estar alerta, portanto a<br />

nossa recomendação é a de que<br />

as pessoas, assim que receberem<br />

uma notificação e suspeitarem,<br />

verifiquem a autenticidade<br />

do protesto junto ao cartório<br />

de protesto e jamais façam<br />

o depósito de qualquer<br />

valor sem a devida confirmação",<br />

explicou Ricardo.<br />

O esquema é comandado<br />

por quadrilhas que detêm certo<br />

conhecimento jurídico e se<br />

aproveitam da ignorância e ingenuidade<br />

das vítimas. Para<br />

aplicar o golpe, os criminosos<br />

se passam por funcionários de<br />

uma empresa de cobrança ou<br />

por um empregado do próprio<br />

tabelionato, informam o cartório<br />

onde está o suposto título<br />

protestado, o nome do<br />

tabelião e o endereço do local.<br />

Para não deixar dúvidas,<br />

os estelionatários fornecem<br />

ainda um número de telefone<br />

falso para retorno. No momento<br />

em que a pessoa entra<br />

em contato novamente, fala<br />

com outro membro da quadrilha<br />

que confirma as informações<br />

anteriores. Muitas quadrilhas<br />

tiram informações sobre<br />

os protestos em editais<br />

publicados em jornais e ligam<br />

para o alvo ou mandam e-<br />

mails já sabendo de todos os<br />

dados pessoais e do valor devido.<br />

Foto: arquivo<br />

Tabelionatos não ligam nem mandam e-mails.<br />

Avisos de protestos são feitos apenas por carta de<br />

intimação ou publicação em edital<br />

O tabelião Ricardo Costa<br />

esclarece que os cartórios não<br />

fazem esse tipo de ligação, visto<br />

que são proibidos de repassar<br />

ou solicitar qualquer tipo<br />

de informação desta forma.<br />

"Os tabelionatos mandam<br />

uma intimação, que é entregue<br />

no endereço da pessoa. O<br />

pagamento de qualquer título<br />

é feito via boleto e jamais<br />

por transferência ou depósito<br />

bancário, portanto, se receber<br />

uma solicitação do tipo, desconfie<br />

e procure imediatamente<br />

o cartório citado para esclarecer<br />

a dúvida", alertou.<br />

Para evitar cair no golpe da<br />

falsa cobrança, é preciso ficar<br />

atento e jamais fornecer dados<br />

via telefone ou internet sem<br />

conferir a fonte solicitante. Os<br />

telefones oficiais de todos os<br />

cartórios podem ser consultados<br />

no site do Conselho Nacional<br />

de Justiça (CNJ): http://<br />

www.cnj.jus.br/, Tribunal de Justiça<br />

do Paraná (TJPR): https://<br />

www.tjpr.jus.br/ e IEPTB/PR:<br />

www.paranaprotesto.com.br.<br />

Cidade<br />

09<br />

Credores não<br />

precisam mais<br />

pagar as custas<br />

do protesto<br />

A recuperação de créditos ficou<br />

mais fácil no Paraná após a Lei<br />

19.350/2017 sancionada pelo<br />

Governo do Estado, que permitiu<br />

a isenção, mediante convênio, da<br />

cobrança antecipada das custas<br />

do protesto de títulos. A<br />

ferramenta tem sido bastante<br />

eficiente com índice de<br />

recuperação de crédito superior a<br />

65% dos títulos sendo resolvidos<br />

em até três dias úteis.<br />

"Agora é possível recuperar<br />

créditos, dívidas engavetadas<br />

sem a barreira de custo. Isso foi<br />

conseguido através de uma<br />

parceria firmada com o Instituto<br />

de Estudos de Protestos de<br />

Títulos do Brasil (IEPTB), que<br />

abriu as portas de todos os<br />

cartórios do estado e de outras<br />

regiões e quebrou aquela<br />

barreira do 'colocar dinheiro bom<br />

em cima de dinheiro ruim'",<br />

contou o tabelião Ricardo Costa.<br />

O cartório de Foz já havia<br />

adotado a medida por meio de<br />

um convênio firmado entre a<br />

Associação Comercial e<br />

Empresarial de Foz do Iguaçu<br />

(ACIFI) e a Associação Comercial<br />

e Empresarial de Santa<br />

Terezinha de Itaipu (ACISTI).<br />

Agora com a sanção da nova lei,<br />

mais pessoas e empresas poderão<br />

ser beneficiadas, bastando fazer<br />

um convênio com o cartório para<br />

a gratuidade ser concedida sem<br />

quaisquer restrições de valores.<br />

"A utilização do protesto para<br />

cobrar dívidas é uma maneira<br />

segura, rápida e eficaz de<br />

recuperar créditos. Algo muito<br />

positivo, pois ajuda a<br />

movimentar a economia do país<br />

e permite que as empresas<br />

continuem no mercado",<br />

destacou Ricardo.

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