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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 18 de janeiro de 2018<br />
ESTELIONATO<br />
Cartório alerta para golpe do<br />
título protestado na fronteira<br />
Tabelionato de Foz do Iguaçu já registrou dez casos somente neste mês;<br />
criminosos se passam por credores ou funcionários de cartório para cobrar dívidas<br />
Da redação<br />
Reportagem<br />
Receber um telefonema e<br />
ser informado de que há títulos<br />
protestados em seu nome<br />
que precisam ser pagos com<br />
urgência. Muitos iguaçuenses<br />
têm sido vítimas desse golpe,<br />
aplicado em todo o Brasil e já<br />
bastante conhecido pela polícia.<br />
Os criminosos utilizamse<br />
das mais diversas artimanhas<br />
e argumentos para convencer<br />
seus alvos de que a cobrança<br />
é verdadeira. Sem conhecimento<br />
jurídico, a pessoa<br />
acaba caindo na conversa e<br />
entregando dinheiro para "livrar"<br />
o nome.<br />
O Tabelionato de Protesto<br />
de Títulos de Foz do Iguaçu<br />
tem sofrido com essa situação.<br />
Somente neste mês já foram<br />
mais de dez casos envolvendo<br />
o nome do cartório. Uma das<br />
vítimas foi o próprio tabelião<br />
do local, Ricardo Alexandre<br />
Costa, que procurou o jornal<br />
Gazeta Diário para alertar a<br />
população.<br />
"Esses estelionatários emitem<br />
boletos com cobranças de<br />
protesto a partir de dados falsos.<br />
Eu fui uma das vítimas,<br />
registrei o boletim de ocorrência<br />
junto à Polícia Civil e então<br />
pude constatar a gravidade<br />
desse fato. A população precisa<br />
estar alerta, portanto a<br />
nossa recomendação é a de que<br />
as pessoas, assim que receberem<br />
uma notificação e suspeitarem,<br />
verifiquem a autenticidade<br />
do protesto junto ao cartório<br />
de protesto e jamais façam<br />
o depósito de qualquer<br />
valor sem a devida confirmação",<br />
explicou Ricardo.<br />
O esquema é comandado<br />
por quadrilhas que detêm certo<br />
conhecimento jurídico e se<br />
aproveitam da ignorância e ingenuidade<br />
das vítimas. Para<br />
aplicar o golpe, os criminosos<br />
se passam por funcionários de<br />
uma empresa de cobrança ou<br />
por um empregado do próprio<br />
tabelionato, informam o cartório<br />
onde está o suposto título<br />
protestado, o nome do<br />
tabelião e o endereço do local.<br />
Para não deixar dúvidas,<br />
os estelionatários fornecem<br />
ainda um número de telefone<br />
falso para retorno. No momento<br />
em que a pessoa entra<br />
em contato novamente, fala<br />
com outro membro da quadrilha<br />
que confirma as informações<br />
anteriores. Muitas quadrilhas<br />
tiram informações sobre<br />
os protestos em editais<br />
publicados em jornais e ligam<br />
para o alvo ou mandam e-<br />
mails já sabendo de todos os<br />
dados pessoais e do valor devido.<br />
Foto: arquivo<br />
Tabelionatos não ligam nem mandam e-mails.<br />
Avisos de protestos são feitos apenas por carta de<br />
intimação ou publicação em edital<br />
O tabelião Ricardo Costa<br />
esclarece que os cartórios não<br />
fazem esse tipo de ligação, visto<br />
que são proibidos de repassar<br />
ou solicitar qualquer tipo<br />
de informação desta forma.<br />
"Os tabelionatos mandam<br />
uma intimação, que é entregue<br />
no endereço da pessoa. O<br />
pagamento de qualquer título<br />
é feito via boleto e jamais<br />
por transferência ou depósito<br />
bancário, portanto, se receber<br />
uma solicitação do tipo, desconfie<br />
e procure imediatamente<br />
o cartório citado para esclarecer<br />
a dúvida", alertou.<br />
Para evitar cair no golpe da<br />
falsa cobrança, é preciso ficar<br />
atento e jamais fornecer dados<br />
via telefone ou internet sem<br />
conferir a fonte solicitante. Os<br />
telefones oficiais de todos os<br />
cartórios podem ser consultados<br />
no site do Conselho Nacional<br />
de Justiça (CNJ): http://<br />
www.cnj.jus.br/, Tribunal de Justiça<br />
do Paraná (TJPR): https://<br />
www.tjpr.jus.br/ e IEPTB/PR:<br />
www.paranaprotesto.com.br.<br />
Cidade<br />
09<br />
Credores não<br />
precisam mais<br />
pagar as custas<br />
do protesto<br />
A recuperação de créditos ficou<br />
mais fácil no Paraná após a Lei<br />
19.350/2017 sancionada pelo<br />
Governo do Estado, que permitiu<br />
a isenção, mediante convênio, da<br />
cobrança antecipada das custas<br />
do protesto de títulos. A<br />
ferramenta tem sido bastante<br />
eficiente com índice de<br />
recuperação de crédito superior a<br />
65% dos títulos sendo resolvidos<br />
em até três dias úteis.<br />
"Agora é possível recuperar<br />
créditos, dívidas engavetadas<br />
sem a barreira de custo. Isso foi<br />
conseguido através de uma<br />
parceria firmada com o Instituto<br />
de Estudos de Protestos de<br />
Títulos do Brasil (IEPTB), que<br />
abriu as portas de todos os<br />
cartórios do estado e de outras<br />
regiões e quebrou aquela<br />
barreira do 'colocar dinheiro bom<br />
em cima de dinheiro ruim'",<br />
contou o tabelião Ricardo Costa.<br />
O cartório de Foz já havia<br />
adotado a medida por meio de<br />
um convênio firmado entre a<br />
Associação Comercial e<br />
Empresarial de Foz do Iguaçu<br />
(ACIFI) e a Associação Comercial<br />
e Empresarial de Santa<br />
Terezinha de Itaipu (ACISTI).<br />
Agora com a sanção da nova lei,<br />
mais pessoas e empresas poderão<br />
ser beneficiadas, bastando fazer<br />
um convênio com o cartório para<br />
a gratuidade ser concedida sem<br />
quaisquer restrições de valores.<br />
"A utilização do protesto para<br />
cobrar dívidas é uma maneira<br />
segura, rápida e eficaz de<br />
recuperar créditos. Algo muito<br />
positivo, pois ajuda a<br />
movimentar a economia do país<br />
e permite que as empresas<br />
continuem no mercado",<br />
destacou Ricardo.