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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018<br />
Estadual 13<br />
SAÚDE<br />
Doação de órgãos cresce e<br />
bate novos recordes no Paraná<br />
Devido a um conjunto de ações para favorecer este tipo de procedimento, o estado se<br />
mantém como o segundo com melhor desempenho do país na área de doação<br />
ANPR<br />
Reportagem<br />
O ano de 2017 foi de<br />
recordes no Estado para os<br />
transplantes de rins<br />
(482), fígado (265) e coração<br />
(39). Devido a um<br />
conjunto de ações para<br />
favorecer este tipo de procedimento,<br />
o Paraná se<br />
mantém como segundo<br />
Estado com melhor desempenho<br />
do país na área<br />
de doação, de acordo com<br />
a Associação Brasileira de<br />
Transplantes de Órgãos.<br />
Na comparação com<br />
2016, o Estado teve um<br />
crescimento de 12,5%, passando<br />
de 718 para 808<br />
transplantes de doadores<br />
mortos realizados. Se comparado<br />
com o ano de 2010,<br />
quando houve 184 procedimentos<br />
no Paraná, o aumento<br />
e chega a 340%. De<br />
acordo com a coordenadora<br />
do Sistema Estadual de<br />
Transplantes (SET), Arlene<br />
Badoch, esses aumentos<br />
só foram possíveis graças<br />
a um conjunto de fatores.<br />
"Desde de 2011, trabalhamos<br />
diferentes pilares.<br />
Investimos muito na educação<br />
permanente das equipes<br />
que atuam nos hospitais<br />
e também realizamos<br />
um trabalho efetivo com o<br />
transporte dos órgãos, tanto<br />
terrestre quanto aéreo. E<br />
com isso esses resultados<br />
foram alcançados", destaca<br />
Badoch.<br />
Receptores<br />
Cristiane Aparecida Toledo,<br />
23 anos, faz parte dos<br />
bons números de 2017. No<br />
ano anterior, a auxiliar de<br />
produção que vive em São<br />
José dos Pinhais recebeu<br />
um rim. O transplante foi<br />
necessário pois ela nasceu<br />
com apenas um rim, que<br />
parou de funcionar aos 19<br />
anos. "Fiquei muito mal e<br />
Cristiane Aparecida Toledo, 23 anos, faz<br />
parte dos bons números de 2017<br />
minha rotina teve que<br />
mudar. Minha vida ficou<br />
muito corrida, eu vivia na<br />
hemodiálise. Com o transplante<br />
tudo mudou, e para<br />
melhor!", conta.<br />
O aposentado de 58<br />
anos João Valentim Lovato,<br />
morador de Curitiba, recebeu<br />
um coração no final<br />
do ano passado. Em 2001<br />
ele sofreu um infarto e, desde<br />
então, seu coração deixou<br />
de funcionar efetivamente.<br />
Para ele, o transplante<br />
possibilitou diversas<br />
renovações. "Depois que<br />
consegui este novo coração,<br />
voltei a andar e posso ir<br />
onde eu quero. O transplante<br />
me possibilitou voltar<br />
a viver", fala.<br />
Doações<br />
Além dos órgãos, tecidos como a córnea, pele,<br />
ossos, valvas cardíacas e tendões também podem<br />
ser doados. Todas as doações são feitas por meio do<br />
Sistema Estadual de Transplantes, que é<br />
encarregado pela coordenação e gerenciamento da<br />
fila de quem espera por um órgão no Paraná.<br />
No Brasil, a doação de órgãos depende do<br />
consentimento da família, e é com isso que as<br />
Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos<br />
e Tecidos e a Organização de Procura de Órgãos<br />
trabalham dentro dos hospitais. Após a detecção<br />
da morte encefálica no paciente, essas equipes são<br />
responsáveis pelo processo de acolhimento da<br />
família e também da oferta para a doação de<br />
órgãos do paciente.<br />
Segundo a enfermeira do Sistema Estadual de<br />
Transplantes Luana Cristina Heberle, as equipes<br />
acolhem as famílias desde o momento da morte,<br />
ajudam no processo de luto e reforçam a<br />
importância da doação de órgãos. "Apesar de ser<br />
um momento difícil para a família, a<br />
conscientização deve ser feita, pois existem vidas<br />
que serão salvas com a doação dos órgãos",<br />
salienta.<br />
Novidade<br />
O Paraná realizou seu primeiro transplante em<br />
1959, de córnea. Entre 2010 e 2017 a média de<br />
transplantes por ano quase quintuplicou. Para a<br />
coordenadora do Sistema Estadual de<br />
Transplantes isso é motivo de orgulho. "É uma<br />
prova de que o nosso trabalho está sendo realizado<br />
com sucesso", finaliza.<br />
A partir de 2018, o Estado passa a fazer também o<br />
transplante de pulmão - único ainda não ofertado<br />
no Paraná. O procedimento ocorrerá no Hospital<br />
Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na<br />
Região Metropolitana de Curitiba.