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GAZETA DIARIO 580

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16<br />

Internacional<br />

VIOLÊNCIA<br />

Foz do Iguaçu, quarta-feira, 16 de maio de 2018<br />

Imprensa internacional mostra<br />

cenário de desesperança em Gaza<br />

A tensão permanece na região após o Exército de Israel ter aberto fogo contra manifestantes palestinos<br />

Moisés Rabinovici<br />

Agência Brasil<br />

Os principais jornais<br />

internacionais destacam<br />

ontem (15) os impactos<br />

da transferência da Embaixada<br />

dos Estados Unidos<br />

de Tel-Aviv para Jerusalém,<br />

em Israel. A imprensa<br />

estrangeira menciona<br />

o reforço norte-americano<br />

às representações<br />

diplomáticas no Oriente<br />

Médio e, mesmo assim, o<br />

acirramento da onda de<br />

violência nos enterros dos<br />

mais de 50 mortos palestinos.<br />

Tudo acompanhado<br />

por milhares de palestinos<br />

Na imprensa internacional,<br />

a Faixa de<br />

Gaza e a agonia existente<br />

são apontadas como<br />

um cenário de miséria e<br />

falta de esperança com<br />

o bloqueio de Gaza, de<br />

um lado por Israel e outro<br />

pelo Egito. Os relatos<br />

destacam poucas<br />

horas de energia por dia,<br />

quando sem energia não<br />

há dessalinização da<br />

água; e assim não há<br />

água.<br />

A segunda-feira (14)<br />

data da abertura da embaixada<br />

em Jerusalém<br />

não poderia ter sido pior,<br />

coincidindo com a "Nakba,<br />

a Catástrofe", com<br />

que palestinos lembram a<br />

fuga e expulsão em massa<br />

com a guerra de independência<br />

de Israel, depois<br />

que a partilha da<br />

Palestina foi rejeitada<br />

pelos árabes na Organização<br />

das Nações Unidas<br />

(ONU), em 1948.<br />

Foto: Mohammed Saber/Agência EFE<br />

Protestos na Faixa de Gaza mataram 60 pessoas<br />

Em Isarel, o ex-embaixador<br />

americano no<br />

país Dan Shapiro perguntou:<br />

"Mas por que<br />

não em outro dia? Por<br />

que a provocação?".<br />

Para Shapiro, a Casa<br />

Branca deveria ter deixado<br />

claro que Jerusalém<br />

poderá vir a ser<br />

também capital da Palestina.<br />

O tom da imprensa<br />

Rússia quer mediação para evitar<br />

aumento de tensão no Oriente Médio<br />

A Rússia pediu ontem<br />

(15) que o chamado quarteto<br />

de mediadores - formado<br />

em 2002 e composto pela<br />

União Européia, Nações Unidas,<br />

Rússia e Estados Unidos,<br />

designado para promover a<br />

paz no Oriente Médio - evite<br />

ações que possam "inflamar"<br />

as tensões na região.<br />

O porta-voz do Kremlin,<br />

Dmitry Peskov, disse, durante<br />

entrevista coletiva,<br />

em Moscou, que estava muito<br />

preocupado com a morte<br />

de dezenas de palestinos.<br />

"Desde o início, Moscou<br />

expressou preocupações<br />

relacionadas às ações dos<br />

Estados Unidos que poderiam<br />

provocar uma escala-<br />

da de tensão no Oriente<br />

Médio. Infelizmente, foi<br />

exatamente assim que aconteceu.<br />

Essa situação e a<br />

morte de muitas dezenas de<br />

palestinos não podem deixar<br />

de causar nossa mais<br />

profunda preocupação",<br />

afirmou Peskov.<br />

israelense e norte-americana<br />

é semelhante: a<br />

ação é definida como<br />

"tragédia na Faixa de<br />

Gaza e festa em Israel".<br />

O Jerusalem Post, um<br />

dos principais veículos<br />

israelenses, publica uma<br />

foto de um grupo tentando<br />

romper a fronteira<br />

como justificativa para a<br />

reação israelense, quando<br />

muitos líderes mundiais<br />

perguntam "Por que<br />

usar balas de verdade<br />

contra a maioria de manifestantes<br />

desarmados?"<br />

Ao Washington Post,<br />

um jovem palestino explicou:<br />

"Não temos nada<br />

a perder". Pois, é muito<br />

difícil um jovem sair de<br />

Gaza e, se sair, conseguir<br />

voltar. "Não há empregos."<br />

Clima de tensão<br />

A tensão permanece na<br />

região, após o exército de<br />

Israel ter aberto fogo contra<br />

manifestantes palestinos.<br />

O governo israelense<br />

justificou a ação em "defesa<br />

de seu território" e afirmou<br />

que os protestos, denominados<br />

a "Grande Marcha<br />

de Retorno", foram coordenados<br />

pelo grupo extremista<br />

Hamas.<br />

Após a escalada de violência,<br />

gerada pela abertura<br />

da embaixada dos Estados<br />

Unidos em Jerusalém,<br />

o presidente da Autoridade<br />

Nacional Palestina, Mahmud<br />

Abbas, afirmou que os<br />

Estados Unidos não têm legitimidade<br />

para continuar<br />

na medição do conflito entre<br />

palestinos e Israel.<br />

O Hamas afirmou que<br />

planejava novos protestos<br />

na Faixa de Gaza. As forças<br />

israelenses mantêm-se posicionadas<br />

na fronteira entre<br />

Israel e a Cisjordânia. (Leandra<br />

Felipe — repórter da<br />

Agência Brasil)

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