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visto que a clandestinidade coloca em risco comunidades que moram próximas a<br />
esses estabelecimentos.<br />
“O problema é muito maior do que parece. O botijão de gás é seguro.<br />
Contudo, o armazenamento e a venda de forma irregular têm um alto risco de<br />
explosão”, alerta.<br />
De acordo com um dossiê preparado por donos de revendas cadastradas na<br />
ANP, existem diversos armazéns, botecos, farmácias, depósitos e até uma<br />
funerária que comercializam botijões de gás na capital baiana. “Os<br />
estabelecimentos vendem produtos sem controle e segurança. Só Deus para proteger.<br />
Um simples acidente pode causar uma explosão e colocar um bairro todo pelos<br />
ares”, dimensiona Antônio Cruz, proprietário de cinco revendas autorizadas da<br />
Nacional Gás Butano. “Sem falar que o mercado informal de GLPs também prejudica a<br />
economia do estado. Só nas minhas lojas, temos um prejuízo de 40% em média por<br />
mês”, avalia Cruz. Ele conta que há revendas clandestinas que se camuflam atrás de paredes<br />
pintadas com a logomarca da distribuidora e alguns<br />
vendedores chegam até a confeccionar fardas para evitar suspeitas. “É sempre<br />
bom o consumidor procurar saber a procedência do GLP que está adquirindo”,<br />
aconselha Cruz. O coordenador da ANP destaca que o comprador deve também<br />
observar a presença do lacre de segurança e do selo da empresa no botijão. “Isso<br />
é importante porque os clandestinos fazem de tudo. Tiram metade do produto e às vezes chegam<br />
até a colocar água para aumentar o peso do GLP”, revela<br />
Neves. Cada botijão de gás comporta 13kg do produto e muitos revendedores<br />
clandestinos vendem com somente 8kg.<br />
Comercialização é feita nas ruas<br />
A venda ilegal de botijões de gás é feita abertamente nas ruas de<br />
Salvador. Na Rua do Cabeça, no Largo Dois de Julho, por exemplo, num caminhão<br />
particular, sem logotipo algum, dezenas de botijões são armazenados e vendidos<br />
sem a menor fiscalização. Até em bairros nobres, como a Pituba, é possível ver<br />
o produto sendo comercializado no meio da rua, estocado um sobre o outro nas<br />
calçadas.<br />
No entanto, de acordo com o chefe de manutenção preventiva da<br />
Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom), Nelson<br />
Oliveira Junior, a fiscalização é feita quase que diariamente, principalmente<br />
após denúncias encaminhadas pela sociedade. “O ideal é que a população ligue<br />
para a Sucom e forneça o endereço do local. A partir disso iremos até o lugar e<br />
checaremos se ele está ou não irregular”, promete Oliveira Júnior.<br />
Ele explica que é totalmente inaceitável que qualquer estabelecimento<br />
comercial venda botijões de gás, já que é exigido das revendas um alvará de<br />
funcionamento dado pela Sucom com base nas normas de segurança.<br />
Segundo o coordenador regional da ANP, a fiscalização também é feita<br />
pelo órgão, mas o mercado informal está muito organizado. ‘‘Estamos agora