Looping Kids - Especial Mostra de Festa Infantil - Baixa

cultura
dos filhos, fotos dele e também uma foto com várias
crianças em uma inauguração. “Nós quisemos deixar
esses quadros aqui para manter a essência. Essas
crianças brincaram neste quintal”, relata a proprietária
da loja. “O Seo Milton era passarinheiro. Muitas
coisas nós fazemos referências a passarinhos aqui
dentro. Mais do que devolver a casa para Londrina,
a gente fez uma devolução simbólica emocional, de
afeto”, acrescenta.
“Na parte arquitetônica não mexemos em nada, só
fizemos adequações. Quando essa família saiu daqui,
virou comércio. O primeiro aluguel foi para a Vasp,
que fez várias transformações e adequações. Essa
casa não tinha os lambris, ainda que Artigas tenha
colocado no projeto”, explica.
“Ainda tem muito o que fazer. Nós também queremos
montar um pequeno museu de brinquedos
e já estamos fazendo uma pequena cafeteria. Isso
é muito grande, mas nós curtimos muito e fazemos
com muito cuidado.” Sobre o pequeno museu, Denise
conta que a loja já ganhou alguns brinquedos e que
muitas pessoas querem levar os brinquedos para morarem
na Ciranda. “Queremos passar essa sensação
de nostalgia e conforto.”
Dentro da loja, tudo foi muito planejado e escolhido
a dedo. “Na Ciranda não tem nada à toa. É tudo muito
cuidado. E sou eu mesma que cuido de tudo. Tem muito
trabalho em todo lugar. Nós que fazemos a parte de
seleção de livros. Nossa livraria é muito escolhida.
São mais de seis mil títulos. A Leidi que trabalha comigo
já está no mercado livreiro desde os 15 anos de
idade. A gente é super cuidadoso com os livros, chato
mesmo. O universo está cheio de coisas, você pode
comprar um determinado tipo de produto dentro de
uma mega store ou você pode procurar algo mais
cuidado na loja menorzinha. Há parceiros bacanas de
quem compra e quem você quer ver florescer. Essa
aqui tem um sentido e um propósito e isso se amplia
no setor educativo, mas hoje a gente tem uma rede
de educativos, o WhatsApp possibilitou isso. Existe
uma troca de informações muito grande. A gente está
cuidando disso. É um trabalho de resistência mesmo.
O que a gente faz de agrupar é que é o trabalho. É
esse cuidado. E a gente curte, viu?”, afirma Denise.
Tem também uma árvore dentro da loja com várias
pelúcias de animais brasileiros pendurados nela.
“Todo o material foi feito pelo Poka Marques. A tinta
da árvore foi pensada, feita à base de pedra ferro. E
a árvore é de um ipê roxo, que tem outro significado
e também tem todo um cuidado. Ela ficou plantada
aqui dentro. E agora ela foi criada para isso mesmo,
para colocarmos os animais nela. E se você abraçar
o tamanduá não vai querer largar”, brinca.
Há muitos itens de pequenos produtores, marcas
brasileiras e de educação na Loja Ciranda. Além disso,
a comerciante afirma que a tecnologia proposta nas
feiras de brinquedos é enorme. “Se deixar, ela invade
sua vida mesmo. Eu faço um trabalho de resistência.
Temos pouquíssimas coisas tecnológicas aqui.
Brinquedo nenhum brinca sozinho. É necessária a
interação aqui na Ciranda. Também não trabalhamos
com personagens constituídos. Porque o personagem
[ AGO 2018 ]
60 PALHANo