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Página 02 www.CarapicuibaAgora.com Carapicuíba, <strong>31</strong> Agosto de <strong>2018</strong><br />
Ed.0006<br />
OPINIÃO<br />
Paulo Xavier de Albuquerque<br />
Políticas Públicas:<br />
Onde está a transparência?<br />
As sociedades contemporâneas<br />
se caracterizam<br />
por sua diversidade, tanto<br />
em termos de idade, religião,<br />
etnia, língua, renda,<br />
profissão, como de ideias,<br />
valores, interesses e aspirações.<br />
No entanto, os recursos<br />
para atender a todas as demandas<br />
da sociedade e seus<br />
diversos grupos, são limitados<br />
ou escassos.<br />
Como consequência, os<br />
bens e serviços públicos desejados<br />
pelos diversos indivíduos<br />
se transformam em<br />
motivo de disputa.<br />
Assim, para aumentar as<br />
possibilidades de êxito na<br />
competição, indivíduos que<br />
têm os mesmos objetivos tendem<br />
a se unir, formando<br />
grupos.<br />
Não se deve imaginar que<br />
os conflitos e as disputas na<br />
sociedade sejam algo necessariamente<br />
ruim ou negativo.<br />
Os conflitos e as disputas<br />
servem como estímulos<br />
a mudanças e melhorias na<br />
sociedade, se ocorrerem<br />
dentro dos limites da lei e<br />
Aprendendo a Empreender<br />
O poder do<br />
empreendedorismo<br />
Carismático, elegante<br />
e adorado por seus alunos,<br />
o economista austríaco<br />
Joseph Schumpeter<br />
foi uma das personalidades<br />
mais incomuns do<br />
século XX. Talvez tenha<br />
sido o pensador mais influente<br />
de todos os tempos<br />
quando se pensa em<br />
inovação, empreendedorismo<br />
e capitalismo. Para<br />
ele, o capitalismo tem<br />
como característica essencial<br />
uma força denominada<br />
processo de destruição<br />
criativa. Essa visão<br />
baseia-se no princípio<br />
de que o desenvolvimento<br />
de novos produtos,<br />
novos métodos de<br />
produção e novos mercados<br />
representa a destruição<br />
do velho para se<br />
criar o novo.<br />
O empreendedorismo<br />
deve ser encarado como<br />
saída para a mobilidade<br />
social ascendente, maneira<br />
para a população média<br />
construir riqueza.<br />
Mas por que o empreendedorismo<br />
e a inovação<br />
estimulam o desenvolvimento<br />
econômico?<br />
Preliminarmente, a resposta<br />
parece intuitiva: o<br />
empreendedorismo é essencial<br />
na promoção do<br />
crescimento econômico.<br />
Entretanto, a contribuição<br />
dos empreendedores<br />
é mais abrangente, podendo<br />
se destacar em<br />
quatro campos distintos:<br />
Investimento em produtos<br />
e serviços que as pessoas<br />
precisam - tradicionalmente,<br />
empreendedores<br />
criam novos negócios<br />
em resposta a necessidades<br />
não satisfeitas; Geração<br />
de emprego e renda -<br />
ao contratarem funcionários,<br />
as novas empresas<br />
criam oportunidades de<br />
trabalho, apoiando a melhoria<br />
da qualidade e padrão<br />
geral de vida das<br />
pessoas; Capacidade de<br />
transformar ideias em novos<br />
produtos e serviços é<br />
a principal fonte de prosperidade<br />
para qualquer<br />
economia; Impacto social,<br />
econômico e ambiental<br />
da inovação, que é<br />
crucial quando para enfrentar<br />
os desafios ambientais<br />
da atualidade -<br />
práticas de negócio inovadoras<br />
criam eficiência<br />
e conservam recursos,<br />
tendo impacto direto sobre<br />
a qualidade e custo<br />
de vida das pessoas. Em<br />
contrapartida, é fundamental<br />
reconhecer que o<br />
empreendedorismo e inovação<br />
dependem do<br />
acesso e participação.<br />
Empreender significa<br />
desenvolver uma ideia,<br />
transformando-a em um<br />
negócio. Para que os empreendedores<br />
possam<br />
dar vida às suas ideias, é<br />
indispensável a existência<br />
de um ambiente de<br />
negócios apropriado. Sob<br />
condições adequadas, ao<br />
propor soluções inovadoras<br />
para os desafios cotidianos,<br />
os empreendedores<br />
têm um poder incrível<br />
de servir à sociedade e<br />
garantir prosperidade econômica.<br />
E como vaticinou<br />
Schumpeter: "A competição<br />
que mantém um homem<br />
de negócios acordado<br />
não é a dos concorrentes<br />
baixando o preço,<br />
mas de pessoas empreendedoras<br />
tornando seu<br />
produto obsoleto".<br />
Andriei José Beber é<br />
professor da Fundação<br />
Getúlio Vargas<br />
Vaquinho Gama é Empresário, formado em Gestão Imobiliária,<br />
Bacharel em Direito e Diretor Social da Associação<br />
Comercial e Empresarial de Carapicuíba<br />
desde que não coloquem<br />
em risco as instituições.<br />
Assim, o interesse público<br />
– o qual, por sua vez,<br />
reflete as demandas e expectativas<br />
da sociedade –<br />
se forma a partir da atuação<br />
dos diversos grupos.<br />
Durante a apresentação<br />
de suas reivindicações os<br />
grupos tentam obter apoio<br />
de outros grupos, mas também<br />
sofrem oposição daqueles<br />
que têm outras reivindicações<br />
contrárias.<br />
O interesse público se forma,<br />
portanto, por meio da<br />
disputa de todos os grupos<br />
da Sociedade Civil Organizada.<br />
Considerando os conceitos<br />
acima citados, vemos<br />
que para execução da ação<br />
do prefeito do município de<br />
Carapicuíba ao inaugurar<br />
a iluminação publica na<br />
Estrada da Fazendinha,<br />
Jacaranda, Av. Marginal do<br />
Cadaval, Av. Dep. Emilio<br />
Carlos, entre outras, esqueceu-se<br />
de fazer a citação<br />
da obras, esclarecendo a<br />
população os seguintes<br />
itens: quando foi aberta a<br />
licitação para execução<br />
da iluminação, quais as<br />
empresas que participaram?<br />
Quem ganhou a licitação?<br />
Qual valor da obra licitada?<br />
Qual prazo para entregada<br />
obra?<br />
E de quem é a responsabilidade<br />
de publicar no canal<br />
de transparência da prefeitura<br />
do município de Carapicuíba.<br />
Conforme lei Nº<br />
12.527de 2011, e decreto<br />
7.724 de 16/05 2012, regulamentando<br />
o artigo 5º inciso<br />
XXXIII; artigo 37, para-<br />
VAI DAR O QUE FALAR!<br />
Provocações - Racismo existe no Brasil<br />
ou seria apenas “mimimi” dos negros?<br />
Por Dra. Naiane Marques<br />
Certamente você já deve<br />
ter se deparado com manchetes<br />
em jornais que relatam:<br />
“Homem negro sofre racismo<br />
em loja”, “negro é vítima de<br />
racismo em universidade pública”,<br />
“criança negra é vítima<br />
de racismo em lanchonete”,<br />
”jogador é chamado de macaco<br />
durante partida de futebol”,<br />
“jovem negro morre violentamente<br />
espancado em São<br />
Paulo por policiais”, “templo<br />
de religião matriz africana é<br />
apedrejado”, e centenas de outras<br />
barbaridades, isso demonstra<br />
que precisamos tomar<br />
uma atitude, precisamos<br />
mudar <strong>AGORA</strong>!<br />
A questão da etnia vem<br />
sendo discutida no mundo<br />
todo, inclusive no Brasil, que é<br />
um país mestiço, onde ocorre<br />
a mistura, principalmente, de<br />
negros, brancos e índios. Por<br />
mais que se diga que todas as<br />
pessoas são iguais, independente<br />
da cor de sua pele, o<br />
racismo continua existindo.<br />
Músicas, brincadeiras, piadas<br />
e outras formas são usadas<br />
para discriminar os negros. Até<br />
mesmo a violência se faz presente,<br />
sem nenhum motivo lógico,<br />
sinceramente, do ponto<br />
de vista racional e cientifico,<br />
não consigo entender uma<br />
pessoa racista, acredito que<br />
são pessoas com alguma anomalia<br />
intelectual.<br />
Você acha uma pessoa<br />
racista “burra”?<br />
teria algum problema<br />
intelectual?<br />
Parece grosseiro dizer isso<br />
né?!, Calma! Vamos lá, vou te<br />
ajudar responder essa pergunta.<br />
Um estudo dirigido pelos<br />
pesquisadores Gordon Hodson<br />
e Michael A. Busseri do<br />
departamento de Psicologia<br />
da Universidade Brock, que foi<br />
publicado pela revista Psychological<br />
Science, após esse estudo,<br />
os pesquisadores chegaram<br />
á conclusão que as<br />
pessoas menos inteligentes se<br />
sentem atraídas por ideologias<br />
preconceituosas, porque<br />
estas exigem menos esforços<br />
Reprodução<br />
intelectuais, pois oferecem estruturas<br />
ordenadas e hierarquizadas,<br />
onde o indivíduo<br />
pode se sentir mais confortável.<br />
O que você acha dessa<br />
informação dos<br />
pesquisadores?<br />
Você acredita que<br />
seja falta de inteligência?<br />
Com o anseio de extinguir o<br />
racismo no Brasil, surgiram<br />
após a abolição da escravatura,<br />
diversos movimentos que<br />
lutam incansavelmente para<br />
combater este câncer da nossa<br />
sociedade, os papéis sociais<br />
desses movimentos são fundamentais,<br />
até porque, se não<br />
fosse por esses movimentos,<br />
muito provavelmente uma mulher<br />
negra como eu, jamais<br />
poderia estar levantando esse<br />
tipo de assunto hoje.<br />
Por outro giro, com o surgimento<br />
desses movimentos, surge<br />
às pessoas extremistas, segundo<br />
alguns desses movimentos<br />
que dizem defender os<br />
direitos dos negros, seria impossível<br />
pessoas brancas serem<br />
simpatizantes ao movimento<br />
negro, os brancos<br />
não poderiam tratar de questões<br />
raciais, tem os mais “atuantes”<br />
que pregam que pessoas<br />
negras não deveriam<br />
se relacionar com brancos,<br />
pois se assim o fizer, seriam<br />
“palmiteiros”.<br />
Para mim, isso não faz o<br />
menor sentido, se estamos lutando<br />
contra esse câncer da<br />
sociedade, toda ajuda é válida,<br />
precisamos nos unir, juntos<br />
somos fortes, eu te convido<br />
a fazer parte, que tal mudar a<br />
sua casa? Que tal criar filhos<br />
não racistas? Isso é legal, eu te<br />
garanto! Se você conscientizar<br />
seus filhos, certamente eles<br />
não serão racistas, a educação<br />
tem que iniciar dentro dos<br />
nossos lares. Comprometa-se<br />
comigo! Tente isso ainda hoje!<br />
Posso contar com<br />
a sua ajuda?!<br />
Agora que você já se comprometeu<br />
em lutar contra este<br />
“câncer”, que é o racismo, é<br />
importante você usar o seu<br />
lugar de fala, Djamila Ribeiro,<br />
filosofa e feminista negra, primeira<br />
a tratar no Brasil, sobre<br />
lugar de fala, vai nos ensinar<br />
que quando falamos de direito<br />
à existência digna, à voz, estamos<br />
falando de lócus social, de<br />
como esse lugar imposto dificulta<br />
a possibilidade de transcendência,<br />
em outras palavras,<br />
não tem a ver com uma visão<br />
essencialista de que somente o<br />
negro pode falar sobre racismo,<br />
por exemplo, o importante<br />
é que possamos entender qual<br />
é o nosso lugar de fala.<br />
Não estou me manifestando<br />
contra os brancos sinceros<br />
quando digo que, como membros<br />
de organizações pretas,<br />
geralmente a própria presença<br />
dos brancos sutilmente torna<br />
as organizações pretas<br />
menos eficazes. Mesmo a presença<br />
dos melhores Homens<br />
brancos dificulta a descoberta<br />
pelos negros do que precisam<br />
fazer e particularmente<br />
do que podem fazer... por si<br />
mesmos, trabalhando para<br />
si mesmos, entre a sua própria<br />
espécie, em suas próprias<br />
comunidades.<br />
grafo 3º, inciso II, e artigo<br />
2016, paragrafo 3º da CF.<br />
É inegável que a iluminação<br />
da cidade beneficia<br />
uma parcela da população,<br />
porém não atende<br />
toda cidade entrando ai o<br />
conflito dentre os grupos<br />
sociais, ou seja, as outras<br />
áreas que não foram atendidas<br />
necessitando que<br />
seja esclarecido para a população<br />
de onde veio o<br />
dinheiro?<br />
Quando este dinheiro foi<br />
depositado na conta da prefeitura?<br />
Se você não cuidar, as mídias<br />
sociais farão você odiar as<br />
pessoas que estão sendo oprimidas,<br />
e amar aquelas que<br />
estão oprimindo.<br />
O papel da OAB-Carapicuíba,<br />
através da COMISSÃO DA<br />
IGUALDADE RACIAL é que possamos<br />
incluir, nos unir, a ideia<br />
não é só na defesa dos direitos<br />
dos Advogados (as) negros,<br />
não queremos dividir brancos<br />
e negros, a nossa missão como<br />
membros de tal comissão, utilizando-se<br />
do nosso lugar de<br />
fala é estarmos na sociedade<br />
combatendo este mal, repugnamos<br />
todo e qualquer tipo de<br />
preconceito, independente se<br />
for de raça, credo, cor, etnia,<br />
como estabelece a lei 7.716/<br />
89 e outros dispositivos legais,<br />
nos ajude a fiscalizar e denunciar<br />
o racismo.<br />
Enfim, cada pessoa pode<br />
fazer a sua parte, acabando<br />
com qualquer tipo de discriminação<br />
que existe, com qualquer<br />
tipo de preconceito que<br />
sente, percebendo que todos<br />
nós somos iguais, independente<br />
de raça, credo, idade, condição<br />
social ou opção sexual.<br />
Esse é o primeiro passo para<br />
que cada um respeite os direitos<br />
dos outros. O direito de um<br />
acaba quando começa o do<br />
outro. E com a população conhecendo<br />
seus direitos e praticando<br />
seus deveres ela fica<br />
mais unida. E a voz que grita<br />
para que os direitos humanos<br />
sejam exercidos soará bem<br />
mais alta, pois já diz o ditado:<br />
“A união faz a força”.<br />
Conclui-se, racismo existe<br />
SIM! Não se trata de “mimimi”,<br />
se você é uma pessoa racista,<br />
nos ajude amando o próximo,<br />
mesmo que esse “próximo”<br />
seja negro, o amor não tem<br />
cor! Não seja vítima dessa<br />
doença que mata tantas pessoas<br />
em nosso País.<br />
Naiane Marques<br />
Advogada, membro<br />
efetivo na comissão<br />
da igualdade<br />
racial -OAB<br />
Carapicuiba.<br />
Militante no<br />
movimento negro SP.<br />
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