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Este é o projeto conhecido como "Kit Gay"

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Apresentação<br />

E<br />

m maio de 2004, o governo federal lançou o Brasil <strong>sem</strong> Homofobia – Programa de Combate à<br />

Violência e à Discriminação contra LGBT e Promoção da Cidadania Homossexual 1 , elaborado em<br />

estreita articulação com o movimento social LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais)<br />

e outras forças sociais e políticas. Esse Programa, verdadeiro marco histórico na luta de lésbicas, gays,<br />

bissexuais, travestis e transexuais, deve ser visto como um crucial e necessário avanço na ampliação e<br />

fortalecimento do exercício da cidadania por consolidar direitos políticos, sociais e legais tão arduamente<br />

conquistados pelo movimento LGBT brasileiro no enfrentamento à <strong>homofobia</strong> 2 .<br />

O Plano de Implementação proposto pelo Programa Brasil <strong>sem</strong> Homofobia recomenda em seu<br />

componente V – “Direito à Educação: promovendo valores de respeito à paz e à não discriminação por<br />

orientação sexual” – o fomento e apoio a cursos de formação inicial e continuada de professoras/es na<br />

área da sexualidade; formação de equipes multidisciplinares para avaliar os livros didáticos, de modo a eliminar<br />

aspectos discriminatórios por orientação sexual e a superação da <strong>homofobia</strong>; estímulo à produção<br />

de materiais educativos (filmes, vídeos e publicações) sobre orientação sexual e superação da <strong>homofobia</strong>;<br />

apoio e divulgação da produção de materiais específicos para a formação de professores; divulgação de<br />

informações científicas sobre sexualidade humana.<br />

Fica assim explícito o entendimento do governo brasileiro de que a <strong>escola</strong> atua como um dos principais<br />

agentes responsáveis pela produção, reprodução e naturalização da <strong>homofobia</strong>, não apenas no que<br />

se refere aos conteúdos disciplinares, mas também às interações cotidianas que ocorrem em seu interior<br />

e que são extensivas, também, ao ambiente doméstico. Nesse aspecto, a <strong>homofobia</strong> reflete a mesma lógica<br />

violenta de outras formas de inferiorização, como o racismo e o sexismo, cujo objetivo é <strong>sem</strong>pre o de<br />

desumanizar o outro. No entanto, observa-se uma diferença fundamental: enquanto uma vítima de racismo<br />

é acolhida e confortada por sua família, a vítima de <strong>homofobia</strong>, com raras exceções, não encontra em sua<br />

própria casa a compreensão e o apoio necessários para seu conforto. Depreende-se daí o papel fundamental<br />

que uma <strong>escola</strong> verdadeiramente cidadã tem de desnaturalizar a <strong>homofobia</strong> para além de seus muros.<br />

O Projeto Escola Sem Homofobia, financiado pelo Ministério da Educação através de recursos<br />

aprovados por Emenda Parlamentar da Comissão de Legislação Participativa, é uma ação colaborativa<br />

de âmbito nacional idealizada e implementada por organizações da sociedade civil (ABGLT – Associação<br />

1<br />

Disponível em: . Acesso em: outubro de 2009.<br />

2<br />

De modo geral, ao usarmos o termo <strong>homofobia</strong>, estamos abrangendo nele a lesbofobia e a transfobia (forte rejeição a lésbicas e a travestis<br />

e transexuais, respectivamente). Também quando usamos homofóbica/o, estamos incluindo lesbofóbica/o e transfóbica/o.<br />

8

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