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10 Cidade Foz do Iguaçu, sexta-feira, 11 de janeiro de 2019<br />
Idgar Dias Junior<br />
Olá! Bom dia, leitor!<br />
'Carpe diem!'<br />
- Hoje, sexta-feira, dia 11 de janeiro, é celebrado o 'Dia do<br />
Controle da Poluição por Agrotóxicos';<br />
- Também hoje é comemorado o 'Dia Internacional do<br />
Obrigado'.<br />
Meu Brasil brasileiro<br />
O Ceará está ardendo em meio a uma onda de violência sem<br />
precedentes! E nessas horas não há como evitar a lembrança<br />
do que disse o ex-ministro Extraordinário da Segurança<br />
Pública do governo Michel Temer, Raul Jungmann, à rádio<br />
Jovem Pan quando 'confrontado com o argumento de que não<br />
é a população vitimada pelos criminosos que não se dá conta,<br />
mas que é o Estado que precisa cuidar melhor dos presídios':<br />
"Concordo. Mas o que acontece? Você já viu alguém se eleger<br />
pedindo votos para melhorar o sistema prisional? Qual foi a<br />
discussão que houve sobre o problema que eu acabei de<br />
colocar aqui? E eu não estou colocando ele porque eu gosto<br />
dele. Eu estou colocando porque eu tenho dados estatísticos<br />
na mão. Eu sei que a população se sente feliz, gratificada,<br />
quando se tira bandido da rua. Eu não estou discutindo isso,<br />
eu estou discutindo que ninguém fala do que tem dentro do<br />
sistema prisional e que hoje 40% dos presos que estão lá<br />
dentro não tem nenhuma condenação. Nenhuma condenação,<br />
porque o sistema judiciário não tem velocidade para fazer<br />
isso. Então 292 mil dos 726 mil presos hoje não tem<br />
nenhuma condenação. Então como o sistema prisional não dá<br />
voto, não tem charme, ninguém na política fala dele, o que<br />
acontece é a desinformação, enquanto que você está<br />
simplesmente cevando um monstro para nos devorar".<br />
Meu Brasil brasileiro (2)<br />
Como já afirmado pelo signatário, o Brasil - salvo raríssimas<br />
exceções - sempre teve gestores abaixo da crítica,<br />
despreparados, caipiras, provincianos, chinfrins e, pior, malintencionados.<br />
O caso atual dos presídios é evidência mais<br />
que contundente da tese: viraram escritórios do crime. É<br />
impossível haver a tal ressocialização de presos se o sistema<br />
nunca foi prioridade. Nosso sistema penitenciário encontrase<br />
no mesmo nível crítico e caótico em que estão o<br />
saneamento, a educação, a saúde, os transportes e a<br />
habitação, para ficar em alguns exemplos.<br />
Meu Brasil brasileiro (3)<br />
Veja, caro leitor, como o Brasil é um país mal gerido: se você<br />
já viajou ou conhece alguém que tenha viajado de avião, sabe<br />
da rigidez a que os passageiros são submetidos na hora do<br />
embarque (e não se está aqui a falar do que fazem as<br />
empresas aéreas com seus passageiros, ok? Esse é outro<br />
assunto!) em qualquer de nossos aeroportos. A lista de itens<br />
que não se deve e não se pode carregar em malas e<br />
bagagens está em todo canto. E todos temos que passar<br />
pelos detectores de metal e, em muitos dos casos, tirar cinto,<br />
relógio e sapatos na hora da averiguação. Tudo bem.<br />
Pergunta-se: por quais razões o mesmo procedimento não é<br />
utilizado nos presídios?<br />
Contato: idgar_dias@hotmail.com<br />
Veja A Gazeta na internet: www.gdia.com.br<br />
Que beleza: a sexta-feira chegou! Até amanhã, leitor!<br />
Sorte e saúde sempre!<br />
REALIDADE<br />
Pessoas em situação de rua ocupam<br />
marquise da antiga sede dos Correios<br />
Grupo de andarilhos e dependentes químicos estão no local desde o início<br />
da programação de Natal, realizada entre as praças Getúlio Vargas e da Paz<br />
Bruno Soares<br />
Reportagem<br />
A programação das<br />
festas de final de ano que<br />
ainda ocorre entre as praças<br />
Getúlio Vargas e da<br />
Paz acontece em paralelo<br />
à aglomeração de pessoas<br />
em situação de rua<br />
que ocupam a marquise<br />
da antiga sede dos Correios<br />
da JK, no centro de<br />
Foz do Iguaçu. Diariamente<br />
a população e os<br />
turistas que frequentam a<br />
região decorada com luzes<br />
e acessórios natalinos<br />
convivem com a triste realidade<br />
de andarilhos e<br />
dependentes químicos que<br />
dormem, alimentam-se e<br />
consomem entorpecentes<br />
no local sem o menor<br />
constrangimento.<br />
A reportagem do jornal<br />
Gazeta Diário visitou<br />
a área, na tarde de ontem<br />
(10), e observou a realidade<br />
denunciada por comerciantes<br />
e frequentadores<br />
do espaço. "Agora<br />
está até vazio. Tem momentos<br />
do dia que fica<br />
cheio, com mais de 20<br />
pessoas. É um contraste<br />
muito grande porque de<br />
um lado estamos com a<br />
beleza das luzes do Natal<br />
e do outro, a realidade<br />
de gente que precisa de<br />
ajuda para sair dessa condição",<br />
compartilhou Augusto<br />
Marcelo Ribeiro,<br />
comerciante que atua<br />
próximo à sede antiga<br />
Por volta das 14h de ontem, dois homens dormiam no local ocupado por lixo;<br />
comerciantes afirmam que espaço chega a contar até com 20 pessoas<br />
dos Correios, que se encontra<br />
fechada há anos.<br />
O local está completamente<br />
sujo, e o mau cheiro<br />
predomina. Em meio a<br />
restos de comida, bebidas<br />
alcoólicas e acessórios<br />
para consumo de crack,<br />
dois homens dormiam no<br />
local por volta das 15h.<br />
"À noite a situação piora.<br />
É um pouco constrangedor.<br />
Isso influencia<br />
muito negativamente<br />
para a imagem da nossa<br />
cidade. Ainda mais por<br />
recebermos nossos turistas<br />
aqui e eles presenciarem<br />
uma cena dessas.<br />
Lamentável", criticou<br />
Brenda Dias, moradora<br />
de Foz que se dirigia com<br />
sua família para passear<br />
na Feirinha da JK.<br />
No momento da apuração<br />
da reportagem, alguns<br />
andarilhos que chegaram<br />
para se acomodar<br />
no espaço questionaram<br />
a razão das fotos que<br />
eram feitas para ilustrar<br />
esta matéria. Após ser<br />
explicado o motivo, criticaram<br />
a falta de atenção<br />
do poder público. "Deveria<br />
ter algum tipo de ajuda.<br />
Ninguém está na rua<br />
porque gosta, porque<br />
quer. Eu sou alcoólatra e<br />
dependente químico. Não<br />
tenho dinheiro para bancar<br />
meu tratamento. Acabo<br />
vindo aqui para beber<br />
e depois vou para casa<br />
dos meus parentes. Quando<br />
está ruim lá, eu venho<br />
para cá. É o nosso ponto<br />
de encontro", afirmou um<br />
homem, que não quis revelar<br />
seu nome.<br />
Procurada, a assessoria<br />
de comunicação da<br />
prefeitura informou que<br />
"a abordagem social do<br />
município já esteve por<br />
diversas vezes no local<br />
oferecendo atendimento<br />
a essas pessoas em casas<br />
de passagem, mas eles se<br />
recusam".<br />
Por meio de nota, a<br />
prefeitura declarou que<br />
"a Secretaria Municipal<br />
de Assistência Social<br />
oferta diversos serviços<br />
para a população em situação<br />
de rua, desde a<br />
busca ativa ao acompanhamento<br />
especializado.<br />
O Centro Pop é a porta<br />
de entrada dos usuários<br />
em situação de rua. No<br />
local são ofertados serviços<br />
de proteção social especial<br />
de média complexidade,<br />
com atividades<br />
de resgate e fortalecimento<br />
de vínculos".