05.02.2019 Views

Conquista da água de produção: o sonho de permanecer na própria comunidade

Esse boletim conta, de maneira breve, a história do casal Claudenice e Antônio. Com ausência de políticas de convivência com o Semiárido, Antônio foi obrigado a migrar por 10 anos, na busca do sustento de sua família. Agora, com a conquista da água de produção de alimentos e com a capacitação para construir tecnologias sociais, como as cisternas de placas de cimento, esperam ter uma melhor qualidade de vida na própria comunidade.

Esse boletim conta, de maneira breve, a história do casal Claudenice e Antônio. Com ausência de políticas de convivência com o Semiárido, Antônio foi obrigado a migrar por 10 anos, na busca do sustento de sua família. Agora, com a conquista da água de produção de alimentos e com a capacitação para construir tecnologias sociais, como as cisternas de placas de cimento, esperam ter uma melhor qualidade de vida na própria comunidade.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Agroecologia no Semiárido (CASA), o casal acredita ser uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família, especialmente a partir <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação do quintal produtivo. A este<br />

respeito, Clau<strong>de</strong>nice argumentou:<br />

Mesmo faltano <strong>água</strong>, eu já planto e crio um poquim, aqui no meu quintal. Agora, com a caxa <strong>de</strong><br />

<strong>produção</strong>, eu vou fazê horta e plantá um pouquim <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> coisa: cebola, alho, coento, tomate, pimentão,<br />

rucla, mandioca, milho e outras coisa, para o consumo <strong>de</strong> casa. Primeiro produzí pra família e <strong>de</strong>pois o<br />

que sobrá a gente ven<strong>de</strong>. Agora eu tenho a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, que tem a caixa que vai construir e se Deus<br />

abençoá que ela ficar cheinha, aí fica muito bom pra fazê o plantio <strong>da</strong>s horta. Não vai precisá comprá <strong>na</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e niguém <strong>da</strong> conta, não. Às vezes a gente vê tantas coisa boa lá <strong>na</strong> fera e às vez não leva nem um<br />

pouco, por que não tá po<strong>de</strong>no. Falta dinheiro. E tem vez que tem falta <strong>de</strong> verdura em Sebastião<br />

Laranjeiras. Então eu quero produzí aqui e é sem veneno. Com veneno fais mal pras pessoa. As pessoa<br />

já an<strong>da</strong> tudo duente por causa <strong>de</strong> veneno que tem <strong>na</strong>s verdura.<br />

Além <strong>da</strong> conquista <strong>da</strong> cister<strong>na</strong>, é importante ressaltar que Antônio teve a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> participar do<br />

curso <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> pedreiros do P1+2 e já está trabalhando <strong>na</strong> construção <strong>da</strong>s cister<strong>na</strong>s <strong>de</strong> outros/as<br />

moradores/as <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que tem contribuído significativamente para a melhoria <strong>da</strong> ren<strong>da</strong><br />

familiar. Antônio espera que a partir <strong>da</strong> <strong>produção</strong> do quintal e <strong>da</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> construção <strong>de</strong><br />

cister<strong>na</strong>s, não seja mais preciso migrar em busca <strong>de</strong> sustento para a família.<br />

Eu fiz um curso <strong>de</strong> pedreiro para construir cister<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>produção</strong>. O curso eu fiz por que eu já trabaei um pouco nela,<br />

<strong>na</strong> <strong>de</strong> 16 mil. Aí eu incaxei e tô fazeno umas. Acho melhor<br />

ficar aqui <strong>na</strong> cister<strong>na</strong>, que fica mais perto <strong>da</strong> família e no corte<br />

<strong>de</strong> ca<strong>na</strong> e <strong>na</strong> laranja, fica muito longe. Se tiver oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

eu vou continuar fazendo cister<strong>na</strong>, que quando eu vou pro<br />

corte <strong>de</strong> ca<strong>na</strong> eu passo sete, oito mês, 10 mês sem vim aqui. Eu<br />

já migrei pra Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e São Paulo.<br />

Só vem no fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> safra. Às vez fica num lugar que nem tem<br />

si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> telefone. Também com a cister<strong>na</strong> calçadão, eu acho<br />

que vai melhorar bastante coisa. A gente vai plantá horta, uma<br />

mandioca, plantá alguma coisa, pra vê se dá uma rendinha.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!