GAZETA DIARIO 802
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06 Opinião Foz do Iguaçu, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019<br />
Balançando<br />
O assunto político neste amanhecer de segunda-feira<br />
é a permanência ou não do ministro da<br />
Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo<br />
Bebianno, um dos homens fortes do governo<br />
Bolsonaro. Há controvérsias e muita coisa que nós,<br />
pobres mortais, não sabemos. Se comparado aos<br />
apóstolos, ele seria algo como "Paulo", pois acompanhou<br />
de cabo a rabo a peregrinação do presidente<br />
na campanha. Foi nesse período que conquistou<br />
a antipatia do clã. Os filhos queriam uma<br />
coisa, e Bebianno propunha outra. A cabeça deve<br />
rolar, e Jair Bolsonaro terá defesa ampla e irrestrita<br />
para o posicionamento, baseado nas acusações<br />
de benefício às candidaturas laranjas.<br />
Os apóstolos<br />
"Pedro" é o Onyx Lorenzoni, e ele teria insistido<br />
pela permanência de Bebianno, mas há fontes<br />
que dizem o contrário. Aliás, muita gente fez<br />
choradeira pela permanência do ministro, mais<br />
para marcar posição política do que para outra<br />
coisa. Dizem que o afastamento de Gustavo<br />
reaproximaria o vice, general Mourão, do clã e<br />
pacificaria o Planalto. Se todos os desafetos dos<br />
filhos de Bolsonaro seguirem pelo mesmo caminho,<br />
há quem garanta que haverá uma reforma<br />
ministerial antes do terceiro mês de governo.<br />
Como disse Mourão, não demora, o Bolsonaro<br />
acerta a molecada.<br />
Diplomacia<br />
As especulações dão conta de que Bebianno<br />
assumirá uma embaixada brasileira em algum país<br />
europeu. Dependendo de onde instalar-se, vamos<br />
saber a gravidade do entrave. Se ele for destacado<br />
para Portugal, França, Itália, Alemanha,<br />
Espanha, ou Inglaterra, será na verdade premiado.<br />
Na terrinha...<br />
Em Foz do Iguaçu, as atenções estão centradas<br />
no início do penúltimo ano do governo Chico Brasileiro<br />
e de que maneira ele empreitará as grandes<br />
obras, ou as principais promessas de campanha.<br />
Contaram para o Corvo que não falta esperança,<br />
mas é preciso ficar com um olho no peixe e outro<br />
no gato. Boa parte das fichas está depositada na<br />
relação com o Governo do Estado, e não se sabe<br />
ao certo o ritmo das batidas do coração; parece<br />
que ele ainda está um tanto descompassado.<br />
Esforço<br />
O deputado Hussein Bakri está concentrando<br />
esforços numa aproximação, mas precisa ajeitar o<br />
tecido partidário; ele carece de uma hábil costura.<br />
Em sua última visita, Bakri conversou com as duas<br />
frentes do PSD e teve lá alguns resultados positivos<br />
(prefeitos e vereadores que declararam oposição).<br />
O líder do governo na Assembleia é um<br />
homem paciente, mas nem tanto se jogarem bola<br />
nas suas costas. Entre outras, o governo não tem<br />
paciência para lidar com diz que diz; quer mais é<br />
tocar a vida e colocar os projetos em prática.<br />
Cuidado<br />
O povo do PSD nativo que trate de armar uma<br />
roda para fumar o cachimbo da paz, pois segundo<br />
consta não há muita paciência por parte de<br />
vários observadores, sobretudo em véspera de<br />
ano eleitoral. Ratinho está em velocidade supersônica,<br />
acima dos 1.000 km/h; e a turma de Foz,<br />
em passo de jabuti. Isso pode ser complicado.<br />
Sem a Pecúlio<br />
O que seria de Foz do Iguaçu<br />
caso não houvesse a Operação Pecúlio?<br />
O Corvo não gosta muito de<br />
conjecturar, mas certamente Reni<br />
Pereira teria se reelegido prefeito;<br />
a esposa Cláudia estaria na<br />
Assembleia Legislativa, e com muita<br />
força, graças à amizade com o<br />
governador; a Câmara Municipal<br />
teria outra constituição, pois não<br />
sofreria renovação, e todos os que<br />
estão hoje no poder estariam na<br />
ala da oposição, e fatalmente unidos.<br />
Todos no mesmo barco.<br />
Corvo famoso<br />
Enviaram para este colunista uma charge que estava<br />
circulando nas redes sociais. Ela ilustra a vereadora<br />
Inês embaixo da mesa, supostamente procurando uma<br />
escuta, e em cima o Corvo ouvindo tudo, com fones<br />
de ouvido. Um desenho, diga-se, hilário e que confirma<br />
a influência desta pequena ave de rapina sanguinolenta.<br />
Acontece que o Corvo é da paz e, apesar das<br />
críticas ao microuniverso político de Foz, não é inimigo,<br />
tampouco desafeto, dos coadjuvantes. Todos são<br />
tratados com respeito e de acordo com os preceitos<br />
morais. No mais, o Corvo não precisa de escuta, pois<br />
possui informantes credíveis.<br />
E a escuta?<br />
Falar nisso, quando é que sairá um laudo, ou opinião técnica, sobre o<br />
"trubisco" encontrado no gabinete, grudado com fita crepe? E o que era<br />
aquilo, afinal? Tudo bem que depende da polícia científica, pois foi instaurado<br />
um procedimento, mas aqui entre nós, qualquer lojinha de eletrônica, ou<br />
de reparo de celulares, mataria a charada instantaneamente. Mas como a<br />
polícia faz tudo pelas vias legais, vamos aguardar.<br />
Operação Pecúlio<br />
O Corvo escreveu, mas muita gente não acreditou. Houve telefonemas e<br />
recados tirando sarrinho, como se este colunista estivesse "brincando com<br />
coisa séria". "Se os juízes, procuradores, advogados e até os delegados disseram<br />
que a Pecúlio já foi encerrada, lá vem você com essa história?", foi o que<br />
disse um leitor, incrédulo com a possibilidade de novas fases da famosa<br />
operação, que mudou, inclusive, a cara da cidade.<br />
A realidade<br />
É pra ver como o poder causa deformações.<br />
Se não existisse a Pecúlio,<br />
Paulo e Chico estariam unidos e, junto<br />
com eles, todos os setores produtivos<br />
preparando-se para um novo embate.<br />
Paulo nem teria se machucado na Justiça,<br />
porque os resultados estão provando<br />
que nem havia necessidade de<br />
prejudicá-lo. Mas é melhor pensar que<br />
a Operação Pecúlio surgiu para colocar<br />
as coisas no seu devido lugar, fazendo<br />
justiça e provendo uma limpeza<br />
no trato com a coisa pública. Uma<br />
grande limpeza, diga-se.<br />
Dona Philomena<br />
No sábado à noite, em grande noite social, as famílias tradicionais de Foz<br />
do Iguaçu se reuniram para comemorar os 90 anos de dona Philomena Morello<br />
Raffagnin! A sala estava<br />
simplesmente<br />
lotada com<br />
iguaçuenses de todas<br />
as correntes, a<br />
exemplo de amigos<br />
de toda a região.<br />
Dona Filó é uma unanimidade<br />
em matéria<br />
de respeito, amizade<br />
e, antes de<br />
tudo, trabalho. Um<br />
exemplo para os filhos,<br />
netos, bisnetos<br />
e a quem conhece<br />
a história da cidade.<br />
A matriarca da<br />
família Rafagnin foi<br />
a principal<br />
incentivadora e<br />
batalhadora em<br />
cada um dos negócios<br />
empresariais e<br />
que empreenderam<br />
sucesso, cujo nome<br />
tornou-se uma marca homogênea em toda a cidade. Falou Foz, lembrou<br />
Rafagnin, com um ou dois "efes", com ou sem o "gê".<br />
Tradição<br />
Apenas para lembrar ou levar ao conhecimento dos que não sabem, a<br />
marca "Rafain" é escrita com o jeitinho e o mesmo tipo de letra ao qual o<br />
saudoso Olímpio assinava os papéis. Os filhos e genros fizeram questão de<br />
copiar a grafia para a marca. E quem abraça dona Philomena hoje sente o seu<br />
mágico vigor, força, postura de chefe de uma família que muito fez e faz pela<br />
cidade. Acreditem, dona Philomena ainda trabalha, está ativa, dá pitacos,<br />
puxa orelhas e empresta sua experiência nos momentos de dúvida, alegria e<br />
tristeza. Ai de quem a contrarie ou não ande na linha! Aqui todos os presságios<br />
de felicidade e vida longa à dona Philomena!<br />
Mas e a Pecúlio?<br />
Não vamos esquecer as delações, depoimentos<br />
em juízo, oitivas e que tudo isso pode converter-se<br />
em sentenças. Mas paralelamente há os inquéritos<br />
e cada frase, envolvimento de outras<br />
pessoas, provas materiais, papéis, gravações, tudo<br />
isso está sendo minuciosamente estudado. Analisando<br />
as denúncias que se tornaram objetos das<br />
ações e a maneira como o assunto foi conduzido<br />
antes e depois da configuração dos réus, ainda há<br />
muita lenha para queimar e em setores que ainda<br />
não foram abordados. O que está sendo publicado<br />
aqui é da cabeça do Corvo; aliás, muito<br />
antenada e centrada nos acontecimentos. Este<br />
colunista antecipou boa parte do que foi acontecendo.<br />
Paulo "free"<br />
O termo correto seria "solto", mas não no sentido<br />
de prisão, e sim de desimpedimento, ao poder<br />
agir livremente no campo político, sem os direitos<br />
reprimidos. Os leitores estão bem sintonizados<br />
com o pensamento do Corvo. Um leitor<br />
enviou a seguinte cartinha e pediu para não ser<br />
identificado: "Prezado Corvo, e agora? Como vai<br />
ficar a consciência das pessoas que pressionaram<br />
o ex-prefeito e ajudaram ele ser afastado. Porque<br />
a torcida contra foi puramente pelo interesse político,<br />
né Corvo, quando uma maioria expressiva<br />
dos iguaçuenses queria que ele voltasse ao poder,<br />
principalmente depois da passagem do Reni<br />
Pereira, mal escolhido pelos iguaçuenses. Na minha<br />
opinião, se tivessem escolhido o Chico naquela<br />
época, não estaríamos nessa amargura,<br />
porque agora, depois da rebordosa, está difícil<br />
arrumar a cidade. E se o Paulo provar inocência<br />
no outro processo que resta, como olharemos<br />
para as pessoas que o prejudicaram?".<br />
Destino<br />
Uma sociedade justa, com mentes arejadas,<br />
trataria do assunto de uma maneira bem simples:<br />
baniria da vida pública quem cometeu injustiças<br />
contra alguém que se destacou na gestão pública,<br />
pois é o tipo de revanchismo que só prejudica a<br />
cidade. Agora, conjecturar o que "não aconteceu"<br />
é um exercício que acaba irritando, subestimando<br />
a capacidade de muita gente. O Corvo o fez<br />
(hoje) por pura necessidade de mexer com a opinião<br />
pública.<br />
Festival do Humor<br />
O que o Corvo tem a relatar sobre os acontecimentos<br />
que envolvem o maior evento que esta<br />
cidade já realizou é o que diz a Justiça, ou seja, o<br />
que é a verdade: das 23 denúncias realizadas contra<br />
o evento e seus organizadores, 22 caíram por<br />
terra; os réus foram inocentados ou as "irregularidades"<br />
não conseguiram ser provadas. E olha que<br />
já caíram denúncias cabeludas, vergonhosas, sobretudo<br />
porque não foram provadas, e isso deveria<br />
ser convertido em denunciação caluniosa, porque<br />
usaram a máquina pública contra inocentes<br />
com o objetivo de prejudicar pessoas que apenas<br />
ajudaram a cidade. E agora?<br />
Âmbito geral<br />
Embora as denúncias, a dor de cabeça e o pior,<br />
o fato de o evento acabar por causa de inveja e<br />
picuinha, a população lamenta, pois sabe o quanto<br />
a iniciativa foi importante. Neste último episódio,<br />
com a absolvição de Paulo Mac Donald, muitas<br />
pessoas telefonaram ou enviaram comunicados<br />
registrando isso, ou seja, empatia com o esforço,<br />
com o Festhumor, lamentando os ocorridos.<br />
Para que se tenha ideia, a recente discussão<br />
tratava de um custo total do evento em torno de<br />
R$ 200 mil. Eventos semelhantes custam algo em<br />
torno de R$ 5 milhões, R$ 6 milhões... até R$ 10<br />
milhões. O Festival do Humor das Cataratas foi a<br />
solução mais barata, rápida e eficaz para erradicar<br />
as acusações contra Foz sobre um ridículo vínculo<br />
com o terrorismo. É bom que as pessoas que se<br />
sentiram desconfortáveis com o sucesso do evento<br />
e não se conformaram com a sua realização<br />
comecem a se preparar para o resultado final. Independentemente<br />
se o desfecho for ruim ou bom,<br />
já há um saldo muito positivo para os<br />
organizadores e envolvidos: não praticaram crimes,<br />
e sim foram enxovalhados injustamente.