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GAZETA DIARIO 836

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06 Opinião Foz do Iguaçu, segunda-feira, 1 de abril de 2019<br />

Dr. Marcelo Azevedo<br />

DIREITO E INTERNET<br />

O Superior Tribunal de Justiça disponibiliza em<br />

seu site um estudo inédito que reúne 65<br />

julgamentos sobre crimes virtuais contra a honra,<br />

chamados de crimes por ofensas na internet. São<br />

casos de pessoas vítimas de ofensa, ameaça,<br />

calúnia, difamação, injúria e falsa identidade, tudo,<br />

evidentemente, postado. Essas ações judiciais<br />

geraram o pagamento de indenizações, a retirada<br />

de páginas do ar, a responsabilização dos agressores<br />

ou outras condenações em favor das vítimas.<br />

De acordo com o IBGE, mais de 50% dos<br />

brasileiros estão conectados à internet, e o Brasil é<br />

um dos países líderes em número de usuários de<br />

Facebook, Twitter e YouTube. Muitos dos crimes<br />

cometidos nesses meios de interação e<br />

comunicação ocorrem pela falsa sensação de<br />

anonimato e impunidade.<br />

"A internet não é um universo sem lei. Os julgados<br />

do STJ retratam o cenário atual no Brasil ao<br />

mostrarem que a internet é um espaço de<br />

liberdade, muito valioso para a busca de<br />

informações e o contato entre as pessoas, mas<br />

também de responsabilidade", explica o ministro<br />

Raul Araújo. "O Judiciário está atento ao direito<br />

das pessoas que têm a sua imagem violada. E os<br />

agressores, que imaginam estar encobertos pelo<br />

anonimato, serão devidamente responsabilizados<br />

por suas condutas", completa.<br />

O levantamento de ofensas na internet foi<br />

elaborado pelo STJ e integra o projeto Pesquisa<br />

Pronta, criado para facilitar o trabalho de<br />

interessados em conhecer a jurisprudência do<br />

tribunal. Os processos poderão ser acessados no site<br />

do STJ. No menu lateral, acesse Jurisprudência e,<br />

em seguida, Pesquisa Pronta. Os julgamentos<br />

sobre ofensas na internet estarão na seção<br />

"Assentos Recentes".<br />

Casos emblemáticos: uma adolescente, na<br />

época com 12 anos, foi exposta a forte<br />

constrangimento em virtude de perfil falso<br />

publicado em uma rede social que continha fotos<br />

dela (obtidas por um terceiro em sua página<br />

original) acompanhadas de textos com apelo<br />

sexual e com a indicação de que ela seria uma<br />

profissional do sexo. A menina foi atacada<br />

verbalmente na escola por seus colegas e, por causa<br />

das humilhações sofridas no ambiente escolar,<br />

negou-se a continuar os estudos. A família<br />

ingressou com ação indenizatória contra o<br />

provedor de acesso à página, que, mesmo<br />

informado sobre a irregularidade, não a retirou do<br />

ar. A empresa foi condenada a pagar R$ 30 mil<br />

como indenização à família.<br />

Em 2014, decisão do STJ determinou que outro<br />

provedor restituísse por danos morais o piloto<br />

Rubens Barrichello. A ação teve origem na<br />

constatação de que existiam comunidades e perfis<br />

falsos difamatórios contra ele. O esportista pediu o<br />

cancelamento dessas comunidades e dos perfis,<br />

mas não foi atendido. Na ação, pediu R$ 850 mil<br />

em benefício de sua honra e a exclusão das<br />

informações da rede social, sob pena de multa de<br />

R$ 50 mil todas as vezes que um novo perfil falso<br />

ou comunidade difamatória surgisse.<br />

Como agir<br />

A primeira medida a ser tomada pela pessoa que se<br />

sente lesada é notificar o provedor responsável pelo<br />

site ou rede social em que esteja publicado o<br />

conteúdo ofensivo. O internauta deve informar<br />

claramente o teor da mensagem ofensiva. Ao ser<br />

notificada, essa empresa tem o dever de ser ágil na<br />

retirada da página ofensiva e, ainda, identificar o<br />

IP do computador utilizado pelo agressor.<br />

"A pessoa atingida sempre terá o direito da reparação<br />

ao dano causado à sua imagem e de buscar a<br />

responsabilização do agressor até mesmo para evitar<br />

que ele persista em sua atuação ilícita." Em caso de<br />

dúvidas, o recomendado é que a vítima consulte o<br />

serviço de um advogado. (Com informações da<br />

Assessoria de Imprensa do STJ.)<br />

Dúvidas e comentários, por gentileza, para a<br />

redação e também para: azevedo06@hotmail.com.<br />

Marcelo Azevedo é advogado (OAB.74325)<br />

especializado em direito empresarial e processo penal,<br />

atua em reestruturação de operações empresariais e<br />

está especializando-se em direito de internet.<br />

Israel<br />

Francamente, este Corvo<br />

vive a ansiedade de início de<br />

governo, mas olhando para o<br />

cenário político surge a pergunta:<br />

é hora de o presidente<br />

Bolsonaro viajar a Israel para<br />

devolver a cortesia do primeiro-ministro<br />

Benjamin<br />

Netanyahu, que prestigiou a<br />

sua posse? Vai ver pedirá a ajuda<br />

do Mossad para descobrir<br />

quem são os traíras em seu<br />

partido na votação da reforma<br />

da Previdência. Desse jeito,<br />

Bolsonaro vai conseguir quebrar<br />

o recorde de FHC, coisa<br />

que muito lhe rendeu críticas<br />

no exercício dos mandatos.<br />

O amor pelos<br />

caminhoneiros<br />

Foi um dos assuntos do final<br />

de semana. Decerto temendo<br />

uma crise em decorrência<br />

das novas modalidades<br />

no aumento do diesel, o ministro<br />

da Infraestrutura, Tarcísio<br />

Freitas, desabafou: "O presidente<br />

ama muito os caminhoneiros".<br />

O resultado é que os<br />

caminhoneiros não gostaram<br />

muito dessa revelação de<br />

amor, por tabela, e querem<br />

discutir frente a frente, com os<br />

capitães Jair e Tarcísio, a funcionalidade<br />

do "vale-Petrobras",<br />

também conhecido como<br />

"vale-caminhoneiro".<br />

Direita ou esquerda?<br />

Até o momento, a declaração<br />

do chanceler Ernesto Araújo<br />

vai para a pole do ranking<br />

das mancadas em 2019. Ele<br />

afirmou que o nazismo e o fascismo<br />

eram movimentos "de<br />

esquerda". Isso causou certo<br />

desconforto entre sociólogos e<br />

historiadores. Benito Mussolini<br />

e Adolf Hitler, por exemplo, deploravam,<br />

metiam o pau,<br />

execravam, queimavam livros<br />

de socialistas, comunistas,<br />

marxistas e ícones da esquerda.<br />

Araújo trocou a direita pela<br />

esquerda, ao tentar explicar<br />

como uma coisa acaba virando<br />

outra, o tipo de mutação<br />

meio que inexplicável. Seria<br />

mais ou menos afirmar que<br />

amanhece quando o Sol se esconde.<br />

Ninguém entendeu. O<br />

diplomata deve estar curtindo<br />

pós-asneira. Mas o Corvo tem<br />

uma explicação plausível para<br />

defender o ministro, que, aliás,<br />

é muito inteligente: ele sofre<br />

do distúrbio da dislexia.<br />

Vou de ônibus<br />

Uma foto "fala alto"<br />

quando o assunto é o transporte<br />

em Foz: ônibus lotados<br />

até quando transportam autoridades.<br />

Aliás, no dia em<br />

que a população topar com<br />

figuras como Chico Brasileiro,<br />

Bobato, secretários e<br />

demais pessoas públicas<br />

passando pelas roletas dos<br />

ônibus e acomodando-se<br />

nos assentos disponíveis,<br />

poderemos dizer que o<br />

transporte de Foz é de ponta.<br />

Veja, nada contra o esforço<br />

das empresas e a fiscalização<br />

do Foztrans, o fato<br />

é que, em geral, o transporte<br />

só funciona quando todos<br />

usam e sabem das necessidades<br />

de investimentos, o<br />

que querem os usuários, as<br />

dificuldades enfrentadas<br />

pelos prestadores de serviço<br />

e a justiça na formulação<br />

das tarifas; ela não deve pesar<br />

no bolso de quem é<br />

transportado e menos machucar<br />

quem transporta. Na<br />

Suíça, Suécia, Noruega, Alemanha,<br />

Finlândia e em mais<br />

países assim, é normal encontrar<br />

autoridades no metrô,<br />

ônibus e em outras mobilidades<br />

públicas. Como a<br />

coluna foi elaborada no final<br />

de semana, não foi possível<br />

saber o autor do registro.<br />

Mas, claro, este Corvo concederá<br />

o devido crédito,<br />

como manda o figurino.<br />

1º de abril<br />

Qualquer coisa que algum político prometa<br />

hoje, mais do que nunca, haverá motivos para a<br />

desconfiança, afinal de contas é o Dia Internacional<br />

da Mentira! Portanto, caríssimo prefeito Chico,<br />

evite falar em asfaltamento e outras querências<br />

populares que andam arrastando-se igual a bichopreguiça.<br />

Os contribuintes vão pegar no seu pé.<br />

Questão de<br />

horário<br />

Sim, o Corvo já<br />

"pegou" ônibus várias<br />

vezes e só não se<br />

movimenta assim<br />

porque sai pouco da<br />

toca. Para o registro<br />

dos leitores, há períodos<br />

em que é necessário<br />

viajar em<br />

pé, mas também<br />

existem horários em<br />

que os coletivos estão<br />

"batendo lata",<br />

ou seja, vazios. Essa<br />

desproporcionalidade é o foco de constante atenção<br />

dos empresários do setor e isso implica debates<br />

com os gestores públicos. Em Foz, como há<br />

um empresário no processo de intervenção, com<br />

o apoio do poder público, é possível que encontrem<br />

solução para prover mais conforto aos usuários.<br />

Bom, em pouco mais de dois meses, até veículos<br />

com ar-condicionado foram adquiridos, que<br />

é para ver a diferença.<br />

Inauguração<br />

Sobre o passeio de ônibus em que as autoridades<br />

experimentaram o veículo novo e o conforto<br />

do ar-condicionado, contaram para o Corvo que<br />

faltou desodorante! Com tantos braços de<br />

marmanjos levantados, o cheirinho de cecê impregnou<br />

geral. No mais, um vereador ocupou o<br />

espaço de quatro pessoas por causa do tamanho<br />

do nariz.<br />

Povo atento<br />

Se depender dos alertas da população, a administração<br />

de Foz deverá jogar as mãos para o<br />

céu. Quando o cidadão reclama, manifesta a indignação,<br />

fica bem mais fácil localizar um problema.<br />

Vai ver o povo sofreu tanto com os três anos e<br />

meio do Reni no poder que não pestaneja quando<br />

algo, hoje, não está bem. Dá-lhe reclamação!<br />

Logicamente isso acaba ocupando o espaço nos<br />

meios de comunicação. Jornal, TV, rádio ou blogue<br />

que não manifesta a reclamação do contribuinte<br />

apanha na audiência e perde a credibilidade. Mas<br />

as reclamações (e também sugestões) estariam<br />

mexendo com a estrutura de governo. O prefeito<br />

Chico pensa em dar um jeito de ampliar a função<br />

da ouvidoria, o que seria muito bom. Entre as<br />

ideias, ele está pensando em imprimir um cartão<br />

com o seu telefone pessoal, tipo: "O prefeito resolve".<br />

Se é ele quem vai atender às ligações, já<br />

são outros quinhentos. De qualquer forma isso<br />

ajuda numa aproximação bem maior. Dá o telefone<br />

pro Corvo, que a gente divulga no ato!<br />

Protetor Jorge<br />

Enquanto vereador, ele praticamente sumiu do ambiente que envolve o abandono<br />

de animais e questões correlatas à área, o que é muito sério em Foz do Iguaçu.<br />

Largar bichos em terrenos baldios, em frente de residências e em bairros distantes<br />

é algo usual; uma maldade que mereceria uma pena bem severa. Mas depois<br />

de perder o cargo, ele volta a aparecer no contexto de "protetor". Taí algo que o<br />

eleitor deve levar mais a sério: não mandar para a Câmara gente que presta<br />

serviço em ONGs e entidades das mais diversas; em geral, gente assim some<br />

depois de virar político. Muita gente tinha saudade do Protetor Jorge cuidando de<br />

gatos e cachorros, mas ninguém parece sentir falta dele na Câmara.

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