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06 Opinião Foz do Iguaçu, sábado e domingo, 4 e 5 de maio de 2019<br />
Dureza<br />
A decisão de Chico Brasileiro<br />
de suspender o<br />
atendimento hospitalar<br />
para outras cidades da região<br />
não foi bem recebida<br />
por alguns prefeitos e políticos<br />
em Curitiba. Ele deu<br />
prazo até 30 de maio para<br />
os municípios "encontrarem<br />
uma solução". O Corvo<br />
recebeu algumas ligações<br />
tratando do assunto.<br />
Mas será que na hora de o<br />
doente ou acidentado entrar<br />
pela recepção do Hospital<br />
Municipal alguém<br />
terá coragem de impedir<br />
ou mandar de volta? É<br />
uma situação complicada.<br />
Queda de braço<br />
Muita gente está com<br />
um pica-pau atrás da orelha,<br />
questionando a<br />
encrenca que está se formando<br />
entre Foz e Governo<br />
do Estado. A pergunta<br />
é: será que isso vai dar certo?<br />
O fato é que no meio<br />
disso há uma porção de<br />
bicudos do lado de fora,<br />
doidinhos para ver uma<br />
guerra entre o Governo de<br />
Estado e Foz, a começar<br />
pelas rusgas criadas em<br />
torno do Chico Brasileiro.<br />
O que ele precisa é uma<br />
conversa tête-à-tête com o<br />
governador, algo definitivo,<br />
não à base de corda roída,<br />
pronta para estourar<br />
em algum momento. Que<br />
barbaridade isso!<br />
Paz<br />
O leitor deve considerar<br />
a dificuldade histórica<br />
que há nesse relacionamento<br />
entre Foz e o governo<br />
do Paraná. E não é de<br />
hoje. É difícil os prefeitos se<br />
entenderem com os governadores.<br />
Ai que saudades<br />
dos tempos de paz! Haja<br />
sensibilidade para entenderem<br />
que a cidade é diferente<br />
das demais. O certo<br />
seria declarar Foz uma cidade-estado,<br />
ou seja, um<br />
distrito independente do<br />
Paraná, com política tributária<br />
diferenciada. Talvez<br />
assim a coisa andasse. O<br />
problema é que não vai demorar<br />
e, além de prefeito,<br />
vão querer eleger um governador<br />
para a cidade,<br />
aos moldes de Brasília. Aí<br />
danou-se de vez. Pensa?<br />
Moção de apoio a<br />
Vermelho<br />
A Câmara de Vereadores de<br />
Itaipulândia aprovou uma moção de<br />
apoio ao deputado federal Vermelho<br />
pelo projeto que possibilitará a reabertura<br />
da Estrada do Colono. A proposta<br />
já foi apoiada na Comissão de<br />
Transportes e segue agora para a Comissão<br />
de Meio Ambiente. Os vereadores<br />
afirmaram que essa estrada<br />
é uma antiga aspiração dos moradores<br />
da região e vai ajudar o desenvolvimento<br />
do Oeste e Sudoeste.<br />
E vem mais<br />
Outras moções assim devem<br />
acontecer rotineiramente daqui em<br />
diante, pois todas as cidades do Oeste<br />
e Sudoeste são diretamente beneficiadas<br />
com a abertura da Estrada do<br />
Colono. O movimento deve engrossar<br />
paralelamente às votações.<br />
Fundamental<br />
Muitas das cidades das duas regiões<br />
evocam o apelo ambiental sustentável,<br />
e é o que propõe a discussão<br />
na Comissão de Meio Ambiente.<br />
A Estrada do Colono, convertida na<br />
versão "parque", será mais uma área<br />
de proteção ambiental, e isso é bem<br />
recebido pelos deputados que integram<br />
o grupo que defende o desenvolvimento<br />
junto com a conservação<br />
da natureza.<br />
Centrão<br />
Este Corvo conversou com alguns<br />
deputados por esses dias e perguntou:<br />
"Você pertenceu ao centrão"? A<br />
resposta foi "não". Daí mandou outra<br />
pergunta: "O senhor é governista"? A<br />
resposta: "Já fui, agora nem tanto". E a<br />
última pergunta: "Então o senhor é<br />
oposicionista"? E a resposta de novo<br />
surpreendeu: "Jamais". Tá difícil entender<br />
a posição de muitos deputados e<br />
senadores.<br />
Modus operandi<br />
Mas o que parece ser uma guerra às vezes não passa de discussão em razão de<br />
ajustes. E não é fácil para as prefeituras lidarem com as mudanças de filosofia no<br />
governo. Um governador, assim que vence uma eleição, tem o direito de experimentar<br />
novos modelos e tentar encontrar solução para as secretarias em crise,<br />
como é o caso da Saúde. É bom que se frise que a crise de gestão não ocorre apenas<br />
com Foz, mas em todo relacionamento entre governo e cidades. É logo que se<br />
acertam (ou se matam).<br />
Ciúme<br />
Naturalmente, o desempenho do Vermelho<br />
parece preocupar algumas pessoas.<br />
Nota-se que há um certo esforço em<br />
desconstruir a sua imagem, o que parece<br />
não funcionar. O deputado não dá bola, segue<br />
em frente trabalhando pelas regiões e<br />
diversas cidades que o escolheram como<br />
representante.<br />
Gafe<br />
Dizem que o ministro da Educação deu<br />
pulos dentro das calças ao levar uma senhora<br />
bola nas costas: ele errou feio ao comentar<br />
os custos com a aplicação das provas<br />
nas escolas. Afirmou seguidamente que<br />
o governo gastaria R$ 500 mil, quando o<br />
número era mil vezes maior. As provas custarão<br />
R$ 500 milhões. Que fiasco! Isso quer<br />
dizer que o ministro da Educação, Abraham<br />
Weintraub, não fazia ideia do que estava<br />
falando, o que não pega nada bem.<br />
Brigão<br />
O sarrinho da semana foi aplicado pelo<br />
cientista político Alberto Almeida, ao divulgar<br />
o histórico escolar do ministro da Educação:<br />
"Ele era bom de balbúrdia", ironizou,<br />
usando a mesma palavra com que<br />
Abraham Weintraub descreveu universidades<br />
para justificar corte de verbas. "Pelo<br />
histórico escolar do ministro, faz sentido<br />
o ódio ao ensino superior e a universidades",<br />
comentou o jornalista George Marques.<br />
Seria mais hilário se o assunto não<br />
fosse tão triste, ou seja, o fato de cortarem<br />
verbas de universidades.<br />
Do "túnel do tempo"<br />
Muita gente não acredita piamente<br />
em duas coisas: o homem ter pisado na<br />
Lua e o início da construção da segunda<br />
ponte ligando Foz ao Paraguai. Sobre a<br />
ponte, muita gente mudou de ideia depois<br />
que Itaipu entrou na discussão.<br />
"Agora vai", dizem. Mas para ilustrar o<br />
quanto essa epopeia atormentou a cabeça<br />
dos iguaçuenses, o Corvo publica<br />
uma foto de 1993, quando já festejavam<br />
a construção da bendita segunda ligação.<br />
O ex-presidente do Paraguai Juan<br />
Carlos Wamosy comemora o lançamento<br />
da obra com Sérgio Lobato Machado<br />
e o então prefeito de Presidente Franco,<br />
com a maquete do projeto em frente.<br />
Lá se passaram 26 anos!<br />
O "Senhor Ponte"<br />
É assim que Lobato é lembrado por<br />
muitos, porque se não fosse a persistência<br />
e a insistência dele, provavelmente ainda<br />
não teríamos a Ponte Tancredo Neves,<br />
que liga Foz a Puero Iguazú, na Argentina.<br />
Aqui está a prova de mais um<br />
feito do iguaçuense. Diga-se, a nova ponte<br />
será construída ao feitio da maquete e<br />
no mesmo lugar batalhado pelo Sérgio.<br />
O abnegado iguaçuense hoje cuida dos<br />
netinhos, lê, caminha e recorda os amigos.<br />
Ele abriu o baú de recordações para<br />
o Corvo.<br />
Como seria?<br />
Corvo, é verdade, o que seria de Foz<br />
sem Itaipu? Seríamos esta cidade enorme,<br />
com largas avenidas, ou estaríamos<br />
igual Guaíra, meio que entrevada? Falando<br />
nisso, por que Guaíra não é como Foz,<br />
se possui tantos atrativos, fronteira com<br />
o Paraguai e divisa com o Mato Grosso?<br />
Diga aí, seu Corvo?<br />
Gustavo Vias Marcolino<br />
35 anos!<br />
Corvo, penso que há motivos de sobra<br />
para comemorar. Eu fui barrageiro e<br />
jamais imaginei o que seria Itaipu pronta,<br />
gerando energia. Me aposentei antes do<br />
final da "obra". Era assim que chamávamos<br />
a binacional, de "obra". O que lembro<br />
bem é que andávamos pela cidade<br />
em reboques, puxados por caminhões.<br />
Era uma loucura. Fico feliz com o resultado.<br />
Queria desejar os meus parabéns à<br />
gloriosa Itaipu!<br />
Luiz Macedo<br />
O Corvo responde: Guaíra não é uma<br />
cidade entrevada, como o leitor descreveu;<br />
pelo contrário, é uma importante localidade<br />
paranaense. Perdeu com a inundação<br />
das Sete Quedas, porque em algum momento<br />
era mais visitada que Foz e possui<br />
muitos hotéis. Complementando, é difícil<br />
imaginar como seria Foz sem Itaipu, mas<br />
por questões de localização pode crer, não<br />
seria muito diferente de hoje. O fato é que<br />
os 35 anos de geração de Itaipu mexeram<br />
com o imaginário dos leitores.