GAZETA DIARIO 888

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06 Opinião Foz do Iguaçu, terça-feira, 4 de junho de 2019
Crise muito feia
Desde que assumiu a prefeitura
de Ciudad del Este, Miguel Prieto só
escuta o lamento de comerciantes
e de comerciários. Os patrões temem
perder os negócios; os empregados,
os empregos. E não poderia
ser diferente, pois há quem assegure
que esta é a pior crise de todos
os tempos. Prieto é o prefeito
de todos.
Brasileiros
Uma fatia significativa da mão
de obra atuante em CDE é "importada"
do Brasil. A massa de trabalhadores
é a primeira a entrar na
mira das demissões. Poucos imaginam
a dimensão da onda que está
movendo-se contra o lado brasileiro.
A crise no comércio de CDE afeta
o transporte na zona primária, os
hotéis dedicados aos compristas,
estacionamentos, vendedores ambulantes,
casas de câmbio e o "serviço
formiga", que apesar de ilegal
sustenta muitas famílias. E os milhares
de brasileiros desempregados
no comércio vão trabalhar
onde?
Em Brasília
O Corvo colheu uma informação
interessante: a crise na fronteira causada
pelo dólar nas alturas já chamou
a atenção de ministros brasileiros.
É o tipo de assunto que pode virar
em bolha, porque as operações
de fronteira combatem o crime, mas
a rede é de malha tão fina que acaba
ajudando na quebradeira do comércio.
Nada escapa às batidas nas
estradas; se os produtos ultrapassarem
o valor das cotas, não possuírem
comprovantes de compra e caracterizarem
venda nos grandes
centros brasileiros, não vão adiante.
Mas o Paraguai também não vai
querer que o Brasil relaxe o combate
ao contrabando, né?
No buraco
É tamanha a pressão em cima
do prefeito de CDE, Miguel Prieto,
que segundo disseram ao Corvo ele
já andou desabafando se de fato valeu
a pena ter disputado as eleições.
A lista de problemas é assustadora,
a começar pelas dívidas contraídas
pelo município e que superam em
muito a capacidade de a cidade honrar
as contas. Ontem isso já deu o
que falar, pois deve sobrar para os
funcionários. Não há grana suficiente
para cobrir os compromissos com
a folha. No Paraguai a Lei da Moratória
não pode ser aplicada facilmente.
A palavra por lá é "calote".
Cadê?
Muita gente foi feliz da vida até o
ponto do ônibus esperando viajar
nos veículos novinhos. Contaram
para o Corvo que a operação de
estreia ficou para a quarta-feira.
Uma festa
Uns parentes do Corvo foram ao
Parque Nacional na tarde de domingo
e resolveram encarar um "busão"
de volta para o hotel. Ele estava
lotado de gringos de todas as nacionalidades
e havia até cantoria. Alguém
gritou: "Quem aqui mora em
Foz?". Ninguém levantou a mão. O
motorista e o cobrador vivem em
Santa Terezinha de Itaipu.
Maratona
Um evento como o de domingo
faz a diferença. Havia gente de muitos
estados brasileiros e de quase
todas as cidades paranaenses; cerca
de 4.500 inscritos. Algumas padarias
estavam simplesmente impossíveis
de frequentar. O mistoquente
foi o campeão dos atletas que
resolveram dar aquele tapinha na
fome antes do percurso. O povo da
região prestigiou em peso.
Registro do dia
A Junta Municipal de Presidente
Franco prestou uma bela
homenagem ao ex-intendente
(prefeito) Reinerio Santacruz
Mendonza, com o título de
"Cidadão Ilustre de Presidente
Franco", Paraguai, por sua luta
pela criação da segunda ponte,
com a incansável ajuda de Sergio
Lobato Machado, convidado
especial para o ato. O vereador
Celino Fertrin representou o
Legislativo de Foz.
Beltrame e o Orçamento
Participativo
No final de semana, o prefeito Chico Brasileiro
promoveu uma grande reunião, no Porto Meira,
sobre o Orçamento Participativo. Outras reuniões já
foram realizadas com a presença do secretariado.
O que ninguém sabe é que a lei do Orçamento
Participativo é de autoria do ex-vereador Sérgio
Beltrame. Em 1999 ele apresentou a Lei nº 26, que
foi aprovada pela Câmara.
A lei previa a participação direta da comunidade
por meio de conselhos e reuniões nos bairros. É o
que está acontecendo. Há 20 anos, Beltrame já
pensava que o certo era a comunidade discutir em
que seu dinheiro deve ser investido. Precisou todo
esse tempo para ser colocado em prática. Mas
antes tarde do que nunca!
Vergonha
Pois veja, Corvo, as taxas para manter
um veículo já nos custam os olhos
da cara, no mais emplacamento, seguro,
pedágios, buracos na pista, mecânicos
caros, multas de pardais nas
ruas e estradas, estarfis, e ainda temos
que aguentar os mordedores na
Ciretran? Essa gente tem mais é que
perder o emprego!
Maurício Veiga
O Corvo responde: três servidores
do Detran em Foz foram condenados a
perder o cargo; terão ainda de pagar
multa de R$ 10 mil, o que muita gente
considera pouco, diante da quantidade
de "dentadas". Há quem encare o serviço
público como uma oportunidade de
enriquecer. Isso revolta quem paga impostos
e essa enormidade de taxas para
manter um veículo.
Reservas
Corvo, não entendi esta. Os shows
na Fartal não seriam de graça? Então
por que a gente tem que reservar e
por que alguns estão esgotados? Não
é só ir chegando e assistindo?
Vanessa Leitão
O Corvo responde:
o evento é organizado
e há capacidade
de público. Decerto
a organização quer
disciplinar o fluxo de
pessoas e em razão
disso pede que as pessoas
retirem os ingressos
antecipadamente
ou façam a reserva
deles. Os shows são
gratuitos, menos
para os que optarem
por ocupar camarotes
e espaços VIPs.
Quero adotar uma praça
Corvo, bem bacana esta iniciativa de poder
adotar uma praça. Eu e meus vizinhos estamos
pensando em fazer um mutirão para adotar
um espaço na Vila Yolanda. E será que podemos
colocar infraestrutura, do tipo uma quadra
de esportes?
Luiz Laércio Vargas
O Corvo responde: o leitor deve procurar a
prefeitura. Imaginamos que o projeto de "adotar
uma praça" é para embelezá-la, cuidar do jardim,
plantar árvores, instalar no máximo bancos
para o descanso e usufruir a natureza. Para outras
obras, o ideal é conversar antes com a prefeitura.
Seu Neymar
Como pode, hein Corvo, esses jogadores de
futebol já possuem tudo o que querem e no fim
se envolvem em escândalos de suposto estupro?
Que situação!
Joanilson Ribeiro
O Corvo responde: é uma situação muito nebulosa,
com a antecipação de um julgamento nas
redes sociais. Deve haver cautela em casos assim,
a começar por investigações. É muito cedo para
formar opinião acerca do caso.
Sérgio Beltrame foi autor da lei do Orçamento Participativo em Foz