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GAZETA DIARIO 903

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Foz do Iguaçu, terça-feira, 25 de junho de 2019<br />

Geral<br />

03<br />

MOBILIZAÇÃO<br />

Greve dos servidores estaduais<br />

começa nesta terça-feira<br />

Educadores fazem ato público em frente ao Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu<br />

Da assessoria<br />

Reportagem<br />

Servidores estaduais<br />

iniciam greve por tempo<br />

indeterminado a partir<br />

desta terça-feira, 25. A<br />

paralisação deve envolver<br />

profissionais da educação,<br />

segurança pública,<br />

saúde e outras categorias.<br />

O Paraná conta com<br />

286 mil funcionários públicos,<br />

entre trabalhadores<br />

em atividade e aposentados.<br />

Em Foz do Iguaçu,<br />

professores, pedagogos e<br />

agentes educacionais da<br />

rede estadual de ensino<br />

fazem ato público em<br />

frente o Núcleo Regional<br />

de Educação (NRE), para<br />

marcar o início da paralisação,<br />

nesta terça-feira,<br />

às 9h. Em seguida, os<br />

educadores instalam o<br />

"QG da Greve", acampamento<br />

na Praça da Paz,<br />

para reunir a categoria e<br />

organizar ações na comunidade.<br />

A pauta da greve que<br />

unifica os servidores é a<br />

cobrança da data-base,<br />

reposição das perdas da<br />

inflação prevista em lei.<br />

Desde 2016 o Governo<br />

do Paraná não reajusta<br />

os salários, que acumulam<br />

defasagem de mais<br />

de 17%. Conforme estudo<br />

técnico feito para sindicatos,<br />

os funcionários<br />

públicos estaduais perdem<br />

mais de dois salários<br />

por ano devido à falta<br />

da recomposição salarial.<br />

"Quando era deputado<br />

estadual e durante a<br />

campanha eleitoral, ano<br />

passado, o governador<br />

Ratinho Junior se comprometeu<br />

em dialogar,<br />

negociar e sanar a dívida<br />

com os servidores",<br />

expõe Cátia Castro, presidenta<br />

da APP-Sindicato/Foz.<br />

"Mas isso não<br />

aconteceu, e o débito do<br />

Governo do Paraná<br />

com os trabalhadores<br />

está aumentando", sublinha.<br />

Conforme Cátia Castro,<br />

os sindicatos têm demonstrado<br />

que há recursos<br />

para o pagamento da<br />

data-base. "A arrecadação<br />

do governo aumentou,<br />

basta olharmos os reajustes<br />

das tarifas e preços<br />

de serviços públicos.<br />

Ao não fazer novos concursos<br />

e deixar de pagar<br />

direitos — como licenças,<br />

progressões e promoções<br />

que não são efetivadas a<br />

alguns setores —, o estado<br />

vem 'economizando',<br />

o que desmonta o argumento<br />

da falta de recursos",<br />

afirma.<br />

Foto: Marcos Labanca/assessoria<br />

Servidores vão fazer ato público em frente ao<br />

Núcleo Regional de Educação de Foz<br />

Comparação<br />

Com base em dados<br />

oficiais, levantamento do<br />

Departamento Intersindical<br />

de Estatística e Estudos<br />

Socioeconômicos<br />

(Dieese) mostra a evolução<br />

das tarifas e preços<br />

de serviços públicos entre<br />

janeiro de 2015 e março<br />

de 2019. No período,<br />

o custo de água e esgoto<br />

subiu 30,71%; o pedágio,<br />

21,95%; o gás de cozinha,<br />

22,42%; e a gasolina,<br />

15,04%. Enquanto isso,<br />

o salário dos servidores<br />

sofreu perda de poder<br />

aquisitivo de 17,02%.<br />

O comparativo mostra<br />

ainda que uma merendeira<br />

com salário de R$ 1.015<br />

perde, por ano, R$<br />

2.302,50 por causa da falta<br />

de reposição da database.<br />

A remuneração de<br />

uma professora com pósgraduação<br />

e 15 anos de<br />

magistério é de R$ 2.872,71,<br />

mas deveria ser de R$<br />

3.362,21 se fosse aplicada<br />

a correção da inflação. Essa<br />

servidora perde R$ 6.525,03<br />

anualmente.<br />

Movimento unificado<br />

De acordo com o Fórum<br />

de Entidades Sindicais<br />

(FES), que congrega<br />

sindicatos em todo o<br />

estado, a greve unificada<br />

dos servidores conta com<br />

a adesão de 28 entidades<br />

representativas de trabalhadores<br />

do setor público.<br />

Além da suspensão<br />

das atividades laborais,<br />

os servidores da segurança,<br />

proibidos pela Justiça<br />

de fazer greve, participam<br />

do movimento de<br />

forma diferenciada.<br />

Hussein Bakri reafirma disposição<br />

ao diálogo com servidores<br />

O líder do governo na Assembleia Legislativa,<br />

deputado Hussein Bakri (PSD), tem se mostrado<br />

aberto ao diálogo com o Fórum das Entidades<br />

Sindicais do Paraná (FES) desde o início do atual<br />

mandato. Sua articulação tem sido elogiada,<br />

inclusive, por parlamentares da oposição e pelo<br />

próprio funcionalismo. No entanto Bakri é taxativo<br />

em afirmar que, se houver deflagração de greve por<br />

parte dos servidores, qualquer negociação com o<br />

governo estará automaticamente encerrada.<br />

Bakri defende que já houve avanços, como o não<br />

desconto salarial da paralisação de 29 de abril e a<br />

revogação da decisão da PGE que prejudicava os<br />

PSSs. Além disso, ele vê com estranhamento a<br />

possibilidade de greve com apenas seis meses de<br />

mandato do governador Ratinho Junior (PSD). "A<br />

greve é o último instrumento que você usa. Não<br />

estamos com salários atrasados nem nada. O<br />

governo ficou de fazer uma proposta até o fim do<br />

mês, e não está em pauta só o reajuste. Agora, se<br />

houver greve, zera toda a conversa, claro."<br />

Bakri: "Agora, se houver greve, zera toda a conversa"

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