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Nota sobre a Variação dos Custos Médicos-Hospitalares (VCMH)<br />

variação de preço e de quantidade per capita (que em saúde se denomina de frequência de utilização).<br />

Isso porque mesmo que os preços dos insumos estejam estáveis ou mesmo declinantes,<br />

a variação da frequência influencia a variação da despesa total. Um índice que mede a variação<br />

da despesa tem a seguinte estrutura:<br />

∆C=∆P+∆Q+∆P*∆Q<br />

Onde: ∆ é variação, C é despesa, P é preço e Q é frequência<br />

Nota-se que a variação da despesa é a soma da variação dos preços (inflação) com a variação<br />

da frequência, somando-se ainda o efeito cruzado da variação de preço na variação da frequência.<br />

Por isso, a variação da despesa é maior do que a soma da variação simples do preço e da frequência.<br />

Esses componentes contribuem para que, em geral, a variação das despesas médico-hospitalares<br />

per capita seja superior à inflação da economia. A variação da despesa somente seria igual à<br />

variação dos preços (inflação) se não houvesse variação da frequência.<br />

A VCMH mede a variação das despesas assistenciais per capita de operadoras, por isso ela não<br />

é passível de comparação com a variação dos índices de preços, como o IPCA, nem mesmo com<br />

algum de seus componentes, como o de saúde que mede a variação dos preços de seus componentes,<br />

já que uma variação na frequência de utilização tem importante impacto no resultado.<br />

Um exemplo simples é apresentado no quadro 1.<br />

Quadro 1 – Exemplo de impacto do aumento da frequência de utilização<br />

No ano 1 as pessoas faziam 4 consultas/ano e o valor da consulta era R$100. O gasto<br />

por pessoa era de R$ 400/ano.<br />

No ano 2 as pessoas passaram a fazer 5 consultas (25% a mais), e o valor da consulta<br />

passou para R$120 (20% a mais).<br />

O preço da consulta aumentou 20%, no entanto não é correto dizer que a despesa<br />

assistencial aumentou 20%, pois, nesse caso, se desconsidera o aumento da utilização.<br />

Agora as pessoas gastam R$600/ano, o que representa um aumento de 50% nas<br />

despesas assistenciais das operadoras.<br />

Fonte: Elaboração própria IESS<br />

2. EVOLUÇÃO DA FREQUÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE 2010 A 2018<br />

Como a frequência de utilização por parte do beneficiário no plano de saúde influencia na variação<br />

das despesas médicas, é importante entender como esse item tem evoluído ao longo do<br />

tempo. Na Tabela 1, observa-se a frequência de utilização dos dados de beneficiários fornecidos<br />

pela ANS, que são compostos por 80,5% de planos coletivos (ANS, 2019). A frequência de utilização<br />

na tabela é a média de vezes que o beneficiário realiza o procedimento por ano. Também é<br />

apresentada a frequência para a amostra de beneficiários de planos individuais que constitui a<br />

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