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Álvaro Zamarim<br />
Oh! Que saudades que tenho<br />
Da aurora da minha vida<br />
Da minha infância querida<br />
Que os anos não trazem mais!<br />
Naquelas tardes longas<br />
À sombra das palmeiras<br />
Debaixo dos prédios!<br />
Como eram belos os dias<br />
De despontar da desobediência<br />
Respira a alma inocência<br />
Como perfume de flor,<br />
O mar é piscina<br />
O céu uma cobertura azulada<br />
O mundo um condomínio<br />
A vida uma brincadeira<br />
Que domingos, que sol, que vida<br />
Que noites de joga na<br />
Naquela doce alegria<br />
Naquele ingênuo jogar<br />
O céu bordado d'estrelas<br />
A quadra de figurinhas cheias<br />
As crianças chutando a bola<br />
E sem provas para se preocupar!<br />
Os dias de minha infância!<br />
Oh! Meu céu de despreocupação!<br />
Que doce a vida era<br />
Nessa eterna manhã!<br />
Em vez de provas de agora,<br />
Eu nha nessas delícias<br />
De meus amigos e carrinhos<br />
E beijos de minha mãe!<br />
Livre filho de meus pais,<br />
Eu ia bem sa sfeito,<br />
De camisa 10 no peito,<br />
Pés machucados, braços ralados<br />
Correndo pela quadra de futebol<br />
A roa das chuteiras,<br />
Atrás da bola ligeira,<br />
Do prédio verde!<br />
Naqueles tempos ditosos<br />
Ia recolher as cartas<br />
Escondia os tapetes das vizinhas,<br />
Rezava as Aves Marias,<br />
Achava aquela mesma amiga linda,<br />
Adormecia sorrindo<br />
E despertava a pular.<br />
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