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Magazine Outubro

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EGOBrazil <strong>Magazine</strong><br />

TEEN & KIDS<br />

Cuidados antes de presentear seu filho com<br />

um celular ou itens tecnologicos<br />

Qual a idade ideal para dar um celular<br />

de presente aos filhos? Essa<br />

dúvida costuma pairar sobre pais<br />

de crianças e de pré-adolescentes,<br />

cada vez mais cedo conectados à<br />

internet e às redes sociais.<br />

Em 2018, uma pesquisa brasileira<br />

que entrevistou mais de 2 mil pais<br />

apontou que quase todos os que<br />

tinham filhos entre 10 e 12 anos já<br />

ouviram pedidos das crianças por<br />

um smartphone próprio. E 72% delas<br />

já conseguiram ter um aparelho<br />

só seu. Até mesmo entre crianças<br />

de 4 a 6 anos, um quarto já tinha o<br />

próprio aparelho, apontava a pesquisa,<br />

chamada Panorama Mobile<br />

Time/Opinion Box.<br />

Só que a metade dos pais entrevistados<br />

não estava satisfeita: achava<br />

que os filhos usavam mais o smartphone<br />

do que deveriam.<br />

A questão não é trivial. Um estudo<br />

canadense publicado no início<br />

deste ano apontou que crianças<br />

pequenas que passam muito<br />

tempo usando celulares, tablets e<br />

outras telas podem ter atrasos no<br />

desenvolvimento de linguagem e<br />

sociabilidade.<br />

Hábitos digitais estão ‘atrofiando’<br />

nossa habilidade de leitura e compreensão?<br />

Por que pais do Vale do Silício estão<br />

restringindo uso de celulares e<br />

tablets pelos filhos<br />

Outra pesquisa, a TIC Kids Online,<br />

ouviu entre outubro de 2018<br />

e março deste ano 3 mil famílias<br />

brasileiras com filhos entre 9 e 17<br />

anos a respeito de seus hábitos na<br />

internet. Dois terços disseram usar<br />

a internet para fazer trabalhos escolares.<br />

Mas 16% das crianças e jovens entrevistados<br />

disseram ter visto online<br />

formas de machucar a si mesmo;<br />

14% tiveram contato com conteúdo<br />

que mostrava como cometer<br />

suicídio. Quase a metade viu alguém<br />

ser discriminado na internet<br />

nos últimos 12 meses. E 21% dos<br />

entrevistados disseram ter deixado<br />

de comer ou dormir por causa da<br />

internet.<br />

Isso não significa, porém, que a<br />

criança precise ser afastada do<br />

universo virtual. A seguir, seis precauções<br />

para pais que estejam discutindo<br />

se é ou não hora de ceder<br />

aos desejos das crianças e adolescentes<br />

por um celular próprio.<br />

Idade x maturidade<br />

Especialistas ouvidos afirmam que<br />

a posse de um celular próprio deve<br />

levar em conta não tanto a idade<br />

da criança, mas seu grau de maturidade<br />

em acessar o mundo que se<br />

abre com o smartphone.<br />

A criança entende os custos do celular<br />

e de seu uso e se mostra comprometida<br />

em cumprir com limites<br />

pré-estabelecidos de uso? Ela consegue<br />

tomar conta do aparelho (ou<br />

tem grande chance de ele acabar<br />

quebrado)? Ela já é capaz de gerenciar<br />

o próprio tempo, sendo<br />

capaz, por exemplo, de parar de<br />

trocar mensagens com amigos<br />

quando for hora da lição de casa?<br />

Ela se compromete a atender<br />

mensagens e telefonemas dos pais<br />

quando combinado? Ela já tem capacidade<br />

de entender os limites<br />

em se compartilhar informações<br />

privadas, como localização em<br />

tempo real, e já tem noções éticas<br />

sobre como se comportar em ambientes<br />

virtuais?<br />

E, é claro, existem as demandas de<br />

cada família.<br />

“Alguns pais querem que seus<br />

filhos tenham um telefone, para<br />

poder contatá-los a qualquer hora.<br />

Outros preferem esperar até que<br />

sejam adolescentes”, diz a cartilha<br />

da Connect Safely. “Para os pequenos,<br />

você pode avaliar a ideia de<br />

comprar um telefone com menos<br />

funcionalidades do que o smartphone.<br />

Embora eles permitam a<br />

troca de mensagens, servem principalmente<br />

para apenas telefonar<br />

as crianças não conseguirão baixar<br />

apps de terceiros, alguns não têm<br />

câmeras e são mais baratos.”<br />

Dito isso, é bom lembrar que antes<br />

dos 7 ou 8 anos as crianças ainda<br />

têm muita dificuldade em entender<br />

que o celular é mais do que um<br />

brinquedo e a ter autocontrole sobre<br />

o tempo ligado na tela, afirma<br />

a pediatra Evelyn Eisenstein, professora-associada<br />

da UERJ e que<br />

ajudou a elaborar o Manual Saúde<br />

de Crianças e Adolescentes na Era<br />

Digital, da Sociedade Brasileira de<br />

Pediatria.<br />

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