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Os olhos do menino brilharam. O bem-te-vi,
emocionado, disse ao menino para correr. Vovó
Ana deveria estar preocupada e a noite vinha
ganhando o céu.
E foi o que Artur fez. Ao lado dele, uma coruja
murucututu, de grandes olhos redondos, e uma
orelhuda lhe apontavam o caminho, traçado por
centenas de pirilampos brilhantes.
Enquanto se afastava, ouvia uma coleção de
vozinhas distantes que lhe falavam como sussurros:
— Vá, Artur, não se esqueça de nós, nunca
mais... nunca mais... Volte sempre.
Na serra já fazia frio, as pedras estavam, cada vez
mais, lisas e úmidas. Não fossem os pirilampos com
suas luzinhas verdes, seria completa, a escuridão. E
foi assim, iluminado pelas pequenas lanternas dos
insetos e com o auxílio das corujas que Artur desceu
a serra e chegou em casa, ainda com tempo, para
jantar com sua avó.
—Meu netinho, quanta aflição eu senti. Que
bom que está em casa.
Quando Vó Ana percebeu que Artur trazia o
famoso potinho, ela sorriu e percebeu que seu
netinho havia crescido e aprendido a lutar pelas
coisas que eram suas.
Artur tomou banho e se arrumou para
jantar. Mas agora estava mesmo curioso para
saber o que tinha dentro daquele potinho. Então,
o colocou sobre a mesa, retirou a tampa e, aos
poucos, viu sair de dentro dele umas plaquinhas
mágicas e falantes, de várias formas, de acordo
com o tamanho das palavras escritas nelas.
Na primeira plaquinha que saiu do pote, estava
escrita a palavra ARTUR. A plaquinha falava:
— O que é,o que é, que está escrito aqui?
O sonho do menino era aprender a ler e a
escrever e, imediatamente, compreendeu estar ali o
seu nome:
— É o meu nome... o meu nome: Artur!
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