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Ele passa assim seu tempo a ir e voltar do céu para o
mundo sem jamais permanecer aqui por muito tempo,
para grande desespero de seus pais, desejosos de ter
numerosos filhos vivos, para assegurar a continuidade
da família sobre a terra.
Esta crença se encontra entre os akan, (2) onde a mãe
é chamada awomawu (ela bota os filhos no mundo
para a morte). Os ibo chamam os abíkú deogbanje, os
haucás de danwabi e os fanti, kossamah (3). Sua
presença entre os Mossi foi estudada por M. Houis (4).
Encontramos informações a respeito dos àbikú em
algumas histórias (itan) de Ifá, sistema de adivinhação
dos iorubá, praticada pelos babalaôs (pai-do-segredo)
que transmitem de geração em geração um enorme
"corpus" de histórias tradicionais, classificadas nos
duzentos e cinqüenta e seis odu ou sinais de Ifá (5).
Oito deste itan são dados no fim destes artigo, nos
seus textos originais iorubá, com a sua tradução para o
português.
Estas histórias mostram que os abíkú ou eméré (112)
(6) formam sociedades no céu (egbé òrun), presididas
por lyajansa (a mãe-se-bate-ecorre) para os meninos (V
11 112 e 76) e olókó (chefe da reunião) para as
meninas (VI3 e V111/77), mas é Aláwaiyé (Rei de
Awayé) (V11/17) que as levou ao mundo pela primeira
vez na sua cidade de Awaiyé (V11118).