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FEVEREIRO 2021 | EDIÇÃO N˚ 1
LINK
MAGAZINE
ÁFRICA
02
LINK
PESSOAS
& CONTEÚDOS
Há, nesta primeira edição da LINK,
mulheres fortes e poderosas, e do
mesmo modo delicadas e sensíveis.
Há actualidade. E também memórias.
Ligações à terra, Movimentos culturais,
História e Poesia. Damos valor
ao conteúdo, se for bem enformado,
melhor um pouco.
Gostamos de coisas belas, de energia
positiva e de talento. A LINK tem
carácter, é universal. Para que se leia,
se veja, e se entenda. Há um foco no
Mundo Novo. O Ambiente, o Desenvolvimento,
o Conhecimento e as Letras.
A Economia, e as Pessoas.
Não queremos uma “folha de alface”.
Algo com conduto. Queremos crescer.
E para isso precisamos de...
… está-se mesmo a ver.
RABISCOS *
A assinatura editorial é de Francisco
Figueiredo, que também escreve sob o
pseudónimo de @pacofigas.
Grafismo e paginação por Lisa Lopi.
E há ainda outras colaborações esporádicas.
* Estas notas são do Autor.
contacto:
franciscofigueiredo99@hotmail.com
-pacofigas2019@gmail.com
-00 238 9368394
LINK
03
DESCASCAR
ABACAXIS
por Ngozi Okonjo-Iweala
A expressão idiomática muito utilizada pelo português brasileiro, significa grosso
modo, resolver problemas.
Pela sua vida, percebe-se como esta mulher é mestre na actividade.
Tem descascado muitos.
Talvez por isso tenha sido chamada para dar conta de mais um. E que “senhor”
problema. Tema para uma grande mulher.
A Organização Mundial do Comércio está em crise, e a esta senhora de nome
Ngozi Okonjo-Iweala, calhou-lhe a “fava do bolo-rei”. O mundo está em guerra
comercial, e é preciso pacificá-lo. O que não seria possível se a Casa Branca
continuasse nas mãos daquele inquilino.
Nem a aproximação a tempos mais pacíficos, tão pouco a escolha desta
destacada líder nigeriana.
Naturalizada americana, mantém uma forte ligação à terra, onde teve uma infância
muito difícil. Como disse há uns anos numa entrevista, “conheceu a pobreza
em primeira mão”.
Viveu, então adolescente, a guerra civil do Biafra. Momentos que crê, a fortaleceram
e prepararam.
Tida como honesta, transparente e muito responsável, Okonjo-Iweala, está
mesmo convicta dos atributos definidores de uma liderança no feminino.
A mesma convicção tem um dos seus filhos. Uzodinma escreveu um dia, que a
sua mãe é “uma mulher muito poderosa. Ela sabe como quer que as coisas sejam
feitas, e se você não fizer do jeito dela, você está em apuros”.
Ele deve saber do que fala.
E esta ideia deve estar presente nas cabeças dos líderes, chineses e americanos,
principais players no tabuleiro do comércio internacional. Eles que se cuidem.
Ngozi Okonjo-Iweala é 3X1.
Mulher, Africana e Negra.
04
LINK
THE DESERT
Inspire & Inovate
Mil e uma ideias no deserto. Ou um
“deserto com ideias”.
Estas crescem na Namíbia. Em Palm
Springs, e em Al Ula.
Interactivas e Inovadoras Instalações.
Para onde estivermos virados.
O Sossusvlei Desert Lodge está, ou
pretende estar em perfeita harmonia
com o habitat instalado.
Segundo os seus promotores. O arquitecto
Jack Alexander e os Designers
da Fox Browne Creative, uma parceria
nascida em Joanesburgo.
Sabe o que é o minimalismo chique?!
That´s it.
Conforto com inspiração no deserto.
Sossusvlei fica no sul do Deserto do
Namibe, e este projecto chama a si um
comprometimento em colocar este
spot entre os destinos mais apetecidos
do mundo.
“Visto” daqui até parece uma miragem.
Mas à medida que nos “aproximamos”,
compreendemos como a renovação de
um hotel de deserto construído nos
anos 90, deixando por isso uma pegada
forte na paisagem, se apresenta como
uma imagem revigorada.
Outros recursos, novos materiais,
e menos marca humana neste longínquo
pedaço de terra.
Menos é mais!
É o princípio. Todo o “desenho” inspirado
nas texturas do deserto.
E se resulta. Olhando cada vez mais
perto, concluímos; este é o refúgio!
A nossa imaginação coloca-nos de bom
grado neste conforto de luxo, mirando
as estrelas do imenso céu, e escutando
um silêncio a perder de ouvido. Posto
isto... deve haver forma de lá chegar!
E se nos virássemos para outras areias?!
Areias do Deserto em...
Desert X
É a Bienal do Deserto. A próxima, a terceira
edição, terá lugar no próximo
mês. Escreveremos sobre tal, precisamente
na edição de Março da LINK:
Um evento muito particular, assente
na organização de exposições de arte
contemporânea, vocacionadas para
activações no deserto.
Inatalações específicas e direccionadas,
peças exclusivas.
Arte pensada para o Deserto. É esse o
Conceito. Uma perfeita integração no
meio ambiente, e um respeito integral
pelas comunidades que lhes estão associadas.
LINK 05
A Bienal foi criada em 2017. Para chamar a atenção,
dar azo a conversa sobre condições ambientais,
sociais e culturais do séc. XXI.
Tendo a Arte Contemporânea, nas suas mais diversas
intervenções, como fio condutor.
Coachella Valey, de Palm Springs até ao Lago
Morto de Salton.
Durante 3 meses, a paisagem desértica, serviu de
“tela” para arte emergente.
Artistas, cujas instalações serviram para alargar
o debate, com questões tão actuais como as alterações
climáticas, migrações indígenas, ou o
turismo.
Uma outra maneira de ver o vale e reflectir sobre
questões sérias e divertidas através do olhar criativo
e do trabalho dos artistas participantes.
Tal como em 2019. Agora, a Bienal decidiu mudar-se
para outras areias.
Com algumas peças do escultor Christopher
Myers.
Foi em excursão. O cenário de destino foi Al
Ula, região de Medina na Arábia Saudita. Viagem
controversa, naturalmente, face ao cenário
de sistemática violação dos direitos humanos por
parte do país de acolhimento. Com co-curadoria
saudita, a primeira exposição de Arte Pública no
país.
Mais uma vez tentando dar respostas às questões
da actualidade.
That´s it! No Namibe, em Al Ula, areias que brilham
nas ideias do Deserto.
Perdoem-nos o trocadilho.
06
LINK
ÁGUA
Sem cheiro, sem cor, sem sabor. Assim é a água
potável.
Uma em cada três pessoas no Mundo não a conhece.
Na África Subsaariana, apenas 24% das pessoas tem
acesso ao precioso líquido.
Na Declaração Universal dos Direitos da Água lê-se
no artigo primeiro; “A Água faz parte do Património
do Planeta...”
Segundo a ONU, a falta de água afectará Cinco
Billões de pessoas até 2050.
LINK
07
A Árvore de Maathai
Pela Paz
Cinturão Verde. Como um enorme
ramo verde à volta da Terra.
The Green Belt Movement. Pelo Ambiente,
por uma África Verde, e pelos
direitos das Mulheres. Assim foi
o combate de uma vida. Da vida de
Wangari Maathai. Nos anos 70, um
movimento de mulheres, iniciou um
processo de plantação de árvores,
combatendo a desertificação do
Quénia. Este é o princípio do legado
de Maathai.
Pioneira em África na percepção da
importãncia para o continente, da
preservação da natureza. Ao mesmo
tempo que gerava um vasto movimento
associado à causa da libertação
da Mulher, como rastilho para
projectos de protecção ambiental.
A luta pela Iguladade de Género em
África, deve imenso aos passos dados
por Maathai. Com 24 anos, tornou-se
a primeira mulher africana
a licenciar-se em biologia. Dedicou-se à Medicina Veterinária. Regressou a sua
Nairobi. O seu activismo e luta pela liberdade, levam-na ao Parlamento, eleita
nas primeiras eleições livres do Quénia. A conservação das florestas, o Meio Ambiente,
a oposição ao regime opressivo e ditatorial no seu país, e a sua coragem,
são determinantes na concessão do Nobel da Paz. Em 2004. De novo, como a Primeira
de África. Haveria de se tornar Mensageira das Nações Unidas, convidada
pelo sul-coreano Ban Ki-moon.
Quando morreu, com 71 anos, Maathai colaborava num projecto da ONU, para a
plantação de 1 bilhão de árvores.
08
THE GREAT GREEN WALL
Novo Mundo
LINK
Antes que este Novo Mundo não chegue a Velho...
… e Morra!
É disto que se trata, e aqui lhe escrevemos. Ao ler, faça de conta que esta carta
lhe é dirigida. Em forma de Aviso. Ainda vamos a tempo. Para evitar a total
degradação. A Grande Muralha Verde é um símbolo global para que possamos
superar a nossa maior ameaça. Nós!
What is this?!
A ambição não se mede em quilómetros. É em sonhos. E este é de uma dimensão
épica. Porque é de muitos, para outros tantos. Edifício em movimento
para fazer crescer um enorme muro verde com 8000 quilómetros.
Isso, leu bem. Oito mil. Em apenas 10 anos, e numa fase muito embrionária, a
iniciativa já se mede em resultados. Vida. Em formas de vida. Novas vidas, nas
agrestes e degradadas paisagens do norte de África. Começando por fornecer
segurança alimentar, fomentando emprego e prometendo estabilidade.
Razões para manter quem vive ao longo deste Caminho Verde. Contra as
secas, a fome, as guerras e as migrações. E tão urgente ainda, as Alterações
Climáticas.
Este Muro é dos bons, pode e deve ser uma Solução. Depois de concluída, a
Grande Muralha Verde será a Maior Estrutura Viva da Terra, três vezes o
tamanho da Grande Barreira de Corais.
Um movimento que brota do chão, e que ao logo do imenso Sahel, pretende
ligar e envolver 11 países, desde o mais ocidental Senegal ao Djibouti na ponta
leste. Fazendo crescer uma parede verde, de esperança contra esta pobreza
absurda.
Todos, embora por vezes não pareça, queremos um Mundo melhor, mais
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ENTREVISTAS com GÉNERO
Yara dos Santos
África diz; Esta Mulher é Nossa!
Relações Públicas, Assessora e Consultora de Comunicação.
Especialista em Protocolo do Estado e Empresarial.
Colaborou com a Presidência da República e Governos.
Presidente da Associação de Relações Públicas de Cabo Verde.
Escritora. Tem 6 livros publicados.
Um sonho muito acalentado. Eu sou uma Sonhadora.
Sonhar... Sonhar... O meio onde cresci tem muita influência. A minha
mãe professora, um tio jornalista que escrevia para o “Voz do Povo”,
e um pai que me incentivou muito a ler. Eu lia muito. E punha-me a
imaginar;
Yara, será que és capaz de escrever assim?
E assim foi, passei a minha infância e juventude a participar em
actividades culturais e académicas.
Gosto muito de comunicar, de contactar, de estabelecer ligações, e
desse modo, a escrita representou esse caminho.
Escrevo para manter relações de proximidade, de solidez e de confiança.
Com um determinado público alvo.
Cada obra, significa estar mais perto das pessoas. Poder ir às escolas,
poder participar em debates...
E os meus livros, são muitas vezes utilizados por estudantes da área
das Relações Públicas. Aqui e em Portugal.
O privilégio de uma infância rica. Foi fundamental.
A escola primária – a minha professora ainda hoje é especial - foi
uma motivação excelente na descoberta da minha imaginação. Eu
adorava a redacção, a produção escrita.
Lembro-me de sonhar, de viajar no tempo. É tão bom!
Um aprendizado constante.
Queremos provocar para aprender.
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LINK
“Eu adoro ser Mulher.
Gosto de ser Eu. Gosto de mim.
Não gosto de Máscaras.
Sou eu.”
LINK 11
Quero relacionar-me com o Mundo.
E gosto muito do colectivo. Escrever e defender
causas em que acredito.
União é tão importante. Sou convidada para “obras
a várias mãos ”, vamos lá... e isso significa que o
meu trabalho está a gerar valor.
Acrescentar riqueza e impactar a vida dos outros.
É nossa obrigação contribuirmos para o desenvolvimento
colectivo.
Para a felicidade do maior número de pessoas.
Tenho uma espécie de lema, que é o Espírito de
Vitória e de Conquista.
E está presente em todos os meus projectos, daí
ser-me muito difícil dizer qual dos meus livros é o
mais importante.
De todas as minhas publicações, o “Inspirar” acaba
por ser especial, porque é como um agradecimento
à vida, e às pessoas que fazem parte dela.
Os seus contributos e os meus ganhos.
A partilha, o meu percurso, e os testemunhos de
pessoas que me acompanham desde sempre.
Nós somos o resultado das nossas vivências, das
nossas experiências, das relações que estabelecemos,
dos locias que visitamos.
A Vida é uma Dádiva. Uma benção.
Perfeita e Maravilhosa.
Uma inspiração permanente. Que advém da nossa
capacidade de contemplarmos o bom. O Belo!
Retirar o melhor de cada um, ver de forma positiva.
Temos de ter referências. Modelos inspiradores.
Mas Pessoas Reais!
A família, os meus vizinhos, os colegas de trabalho...
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LINK
Mulher
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Quero ser respeitada, contribuir
e estar disponível para um mundo
melhor.
O mundo é feito de Homens e Mulheres.
Numa lógica do bem-estar
comum.
Machismo em Cabo Verde?
O país não foge à regra. Há umas sociedades
onde o machismo é mais
disfarçado... mas repare, é preciso
conhecer Cabo Verde, e perceber
que os Chefes de Família, como se
diz... são mulheres.
O crescimento da Sociedade Cabo-verdiana
é muito marcado pelo
papel das mulheres. A história de
Cabo Verde é a história da Mulher
Cabo-verdiana.
A Assumpção das Mulheres. Das
mulheres assumirem as suas casas,
as suas
filhas, os projectos de vida.
Foram elas que tomaram o país em
suas mãos. É fundamental reconhecer
este facto. Lá está, por uma
questão de equilíbrio, de equidade,
de igualdade.
Chamar a Mulher a um outro papel.
Na vida pública, nas grande decisões
e intervenções. Tem que haver
uma tradução em áreas-chave.
Precisamos de espaço. Estamos
preparadas. Somos capazes.
Precisamos de um país mais equilibrado,
mas equitativo.
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LINK
Yara, o Indivíduo.
A Marca.
Eu dou. E isso é a minha marca. Realização colectiva. E o Amor. Dar e Receber.
África
Completamente africana. É assim que me
sinto. Com um olhar no mundo.
África diz; Esta mulher é nossa! Acreditar
em nós, e termos orgulho nas nossas origens.
Temos que conhecer o nosso potencial.
A nossa Cultura. Há gente muito boa
nas Lideranças Africanas.
“Temos que ter a casa arrumada”!
Ditaduras, democracias, países em guerra, genocídios... o que África tem
vivido, e ainda vive, nas últimas décadas.
Já viu?! É preciso que os líderes olhem para dentro, façam o essencial, o que tem
que ser feito para valorizarem as suas sociedades e comunidades. Temos que
trabalhar a pujança do continente. Investirmos em nós.
“Eu tenho de resolver os meus problemas “. Daí “o arrumar a casa”!
Os números e as pessoas.
Crescimento económico vs Desenvolvimento social.
Nós sabemos que a Mudança, tem o seu tempo de maturação. Não há milagres.
Tem que haver um contributo de todos. De cada um de nós. Darmos o nosso
melhor. Sermos cidadãos militantes.
Os números nem sempre têm significado. Per si, podem não dizer nada...
…. muitas vezes são fabricados, frutos de estratégias de comunicação. Não! Enquanto
profissional de Relações Públicas, entendo que toda a
comunicação tem que ser baseada na verdade.
LINK
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É fundamental que os números reflitam, redução da pobreza, eliminação da
pobreza extrema, que os indicadores na prática, signifiquem melhoria das
condições de vida das pessoas. São as pessoas que interessam.
Vejo um país em paz, com estabilidade social, estamos protegidos, ancorados
numa constituição que nos permite a liberdade, a participação cívica.
Somo jovens, podemos sonhar e crescer. E ter espaço para realizarmos esses
sonhos. Temos que nos fazer ouvir! Aqui, e no mundo.
Temos que despertar e estarmos disponíveis para o mundo.
Porque dando o nosso melhor, podemos conservar a nossa identidade, a nossa
origem, as nossas raízes.
Não vejo as fronteiras territoriais, como limite para os meus sonhos.
E Portugal?!
Portugal é uma extensão da minha existência. É a minha segunda casa.
Ao nível da minha profissão de Relações Públicas, estou em contacto permanente
com Portugal, estabelecendo pontes, trocando experiências...
Por muitas voltas que dê, passo sempre por Portugal. É um palco de eleição.
O meu próximo projecto editorial, está na forja, é uma parceria com Lisboa.
Estou a desenvolver com Portugal um projecto editorial que é um desafio muito
ambicioso.
A pandemia do Covid – 19 condicionou os projectos fora de Cabo Verde
E a Política?
Se reparar, eu faço política. A minha intervenção social, e o meu percurso, são
activismo político. Eu sou militante da cidadania. Atenta, interessada e disponível.
Com foco na consolidação da democracia. E contra a corrupção!
Mulher
Sou feliz e abençoada por Deus.
Acredito mesmo que cada dia é uma oportunidade para nos tornarmos melhores.
Em todos os capítulos. A minha missão de vida, é poder ajudar os
outros a serem mais felizes. Acredito piamente no Amor.
Apesar de vivermos num mundo digital, não podemos actuar em função de
“likes”. Temos que ser coerentes, autênticos e verdadeiros.
Para mim, a vida é uma celebração. Se cada um de nós fizer a sua parte, estamos
a contribuir para um mundo melhor.
Obs;esta conversa foi realizada ao abrigo da boa Comunicação.
A acção de Comunicar.
16 LINK
Local: Liceu Domingos Ramos
e Seminário de São José
Maquilhagem/Penteado:Lucy Afrodite
Traje: Zany Confecções
Fotos: Alexander Manykin
LINK
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UM DESAFIO
África 2021 – A Incerteza das Contas.
Seria o princípio de uma década promissora
para África. A Covid – 19 terá
condicionado a esperança?!
Nos próximos anos, o crescimento
económico deveria ser mais significativo
do que em outras regiões do globo,
mas o continente negro tem outras
prioridades.
No topo da escada da ambição, elevar
a fasquia do Desenvolvimento Sustentável.
Não há outra opção, do que
apostar em políticas comuns de prosperidade.
É forçoso que África perceba
que faz parte do papel, e não apenas
por estar escrito em vários acordos,
Aprofundar a Boa Governança.
E as palavras-chave são inclusão, democracia
e segurança. E como o fim da
corrupção, é ainda uma meta tão
longínqua. O mundo está a mudar.
África também. É preciso entender as
Tendências Demográficas, para vencer
desafio da Transformação Económica.
Emprego, desenvolvimento humano,
urbanização. Educação
Emergência; Apelo permanente ao
Combate às Mudanças Climáticas.
Medidas que envolvam todos. Acções
locais para uma compreensão global.
A Quarta Revolução Industrial.
Ela estava aí.
E muitos líderes e gestores olham para
ela e para as novas tecnologias, como
parte da solução para o Grande Desafio
Africano.
África avança. O seu papel é cada vez
mais forte na Economia Global. A
região tem que se mostrar, e achar-se
importante.
O continente africano continua a abrigar
7 das 10 economias com o mais
rápido crescimento no mundo.
Ainda neste contexto, e segundo o
FMI, as previsões apontavam para que
no próximo ano todos os PALOP-
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa,
à excepção da Guiné-Bissau,
registassem um crescimento das suas
economias.
Cabo Verde, berço da LINK, deveria
crescer bem acima da média dos seus
congéneres.
A incerteza tomou conta de todas as
contas que se façam.
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LINK
O RATO
Lembrar o Velho ANO Novo
Ainda estarão lembrados da imprevisibilidade com que abrimos 2020, e à certeza
no fechar...
… a distância não é grande. Estamos tão desgraçadamente perto. Não saímos
do mesmo lugar.
2020 foi o Ano do Rato na China.
Ano próspero, tudo indicava. Revelou-se uma calamidade. Para o Mundo. Para
a China nem tanto. Mesmo assim estejamos com o Rato. Ou com os ratos.
O rato é o primeiro signo do horóscopo chinês, o que pressupõe um ciclo de
renovação. Há duas características que facilmente podemos atribuir ao animalzinho
que faz a mulher subir para a cadeira de vassoura na mão.
O rato é criativo e auto-confiante.
E a história está cheia deles, tão conhecidos, especialmente das crianças. Nas
Américas, e na Europa.
Há o Stuart, elegante e carismático e que foi adoptado pela família Little...
… quem não se recorda do Speedy González, o mais rápido de todos os ratos,
mexicano de gema, e criado para atazanar o espírito dos gatos yankees.
Cansado de ser perseguido, Fievel fugiu da Rússia para os Estados Unidos, no
Conto Americano de Spielberg.
Hanna & Barbera, juntaram um gato e um rato na famosa dupla de detectives,
Snooper e Blabber. Correu bem, como já tinha acontecido uns anos antes.
Reparem... Jerry, um dos mais simpáticos e divertidos ratinhos, nasceu em 1940.
Tom, o gato, continua na sua peugada.
Cantando e rindo, alcançou fama mundial, o italiano Topo Gigio. O ratinho de
olhos azuis.
Nenhum atingiu o patamar de Mickey Mouse, criado quase há um século por
Walt Disney. Uma das mais importantes personagens do Mundo da Animação.
Um símbolo da riqueza de Hollywood. Bom para os negócios.
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Teria sido da fortuna o Ano do Rato, que afinal, tanto azar nos provocou.
Por ora façamos como ele, espreitemos pelo buraco da parede. À cautela.
Estejamos atentos.
Para que a vida não vire uma nova “ratoeira”. *
* ninguém gosta de ratos. Todos gostam de Ratos.
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LUÍS LOFF de Vasconcelos
O Homem das Mil e Uma Ilhas
LINK
Há quem diga em cada homem uma ilha … quem defenda que cada um de nós
parte de um continente... uma ilha por inteiro, vamos lá.
A essência. Somos a soma de vários “viveres”.
Neste sentido, a “conta” de Loff de Vasconcelos apura um grande resultado final.
Filho único. Nasceu no Maio, é da Brava por adopção, fez-se jovem na Praia,
mas foi São Vicente que o inspirou, onde criou e soltou a sua verve.
Pelo Jornalismo e pela Escrita. Pelo Serviço Público e pelo Direito. Pelo Ensino.
Também pela Meteorologia e pelo Comércio.
Por tudo isto e pelas Causas. E Consequências.
“ …as riquezas do mundo não me seduzem, nem me preocupam; mas se nada ou
muito pouco desejo para mim, ambiciono muito para a minha pátria”.
Ambição partilhada por tantos de uma geração de ouro das letras, da polémica
e do combate por uma certa liberdade. Com Eugénio, poeta maior, Loff também
ele membro de uma elite cultural nativista, pugnaram por justiça e independência.
E a Liberdade do Pensamento, conceito na génese da “Revista de Cabo Verde”,
criada por Loff no clarear do século XIX, com o propósito de “passar em revista
todos os assuntos de interesse geral para Cabo Verde, nos seus variados ramos”.
Era assim apresentada. Pioneira do Jornalismo Livre, como patenteava Eugénio
na estreia da publicação. “A falta de um jornal redigido
com desassombro, independência e critério, fazia-se, de
há muito, sentir entre nós; e o aparecimento da Revista
de Cabo Verde deve ser saudado como um desapontar
d’aurora.”
“A Opinião” e “O Independente“, sob o cunho e pelo
punho de Loff, foram igualmente títulos de referência
de uma época pujante. Loff de Vasconcelos deixou
uma marca forte e apontou caminhos para o caminho
da irreverência, ousadia e liberdade. Como o Jornalismo
deve ser. Livre. Já tanto se escreveu e disse sobre
os seus escritos, provavelmente faltará no seu país um
“retornar a Loff”.
Algo como uma revisitação constante à sua obra, perpetuada no ensino, na instrução
e na formação. Uma “primeira pedra” lançada com um busto do autor
a instalar no Mindelo, terra onde criou e deixou raízes.
LINK 21
Malangatana
Art Institute Chicago
Dois bronzeados e enormes leões
ladeiam o pórtico do majestoso e
histórico edifício de Chicago. Confesso;
se há locais que gostaria mesmo de
visitar, sem dúvida o Art Institute da
icónica cidade do Illinois, faz parte da
tabela das escolhas.
Um acervo de mais de 300 mil obras,
nata da pintura americana, como Edward
Hopper, ou a maior colecção impressionista
fora de Paris, com Van
Gogh, Monet ou Renoir, bem como
uma notável mostra de arte milenar,
parecem razões de peso para agendar
a viagem. Seguramente teremos muito
tempo para isso. De facto, será preciso
muito tempo, para ver tudo. Deixemos
para outra visita. O que nos trouxe
hoje às margens dos Grandes Lagos,
foi a arte africana. Malangatana esteve
aqui.
O ano passado Chicago recebeu a
fantástica pintura do artista moçambicano.
Ora, para quem como eu não visitou
Chicago, e muito menos esteve perto
do Art Institute, pedimos que tome
este caminho, e siga o link;
https://www.artic.edu/exhibitions/9169/malangatana-mozambique-modern
Isto é o programa das festas Mozambique Modern by Malangatana, que esteve
em exibição entre 30 de Julho e 16 de Novembro.
Uma delícia para os olhos. O melhor do pintor, como por exemplo, O Feiticeiro,
ou a Purificação da Criança, de 1962.
Valeu. Mesmo.
O Art Institute reabriu em pleno a 11 de Fevereiro, após ter tido muitos dos seus
eventos condicionados pela pandemia. Havemos de lá ir. Com certeza. Enquanto
não der, vamos pelo Google Play que tem uma aplicação que nos leva a passear
pelos corredores, salas e colecções. Que tal?
Encontramo-nos lá. Na esquina da Avenida Michigan...
22
LINK
OS LIVROS
de INÊS RAMOS
Inês Ramos deixou a sua marca.
Mulher de armas. O Livro é uma arma,
e esta mulher está bem armada. Há lá
melhor do que o Livro, para tocar e
marcar. Esta designer chegou ao país
há 10 anos. Procurou por poesia
Cabo-verdiana. Encontrou.
No Centro Cultural... ... Português!
A Inês Ramos volta às origens.
Os livros vão com ela. É de crer que os
Cabo-verdianos sintam a sua falta. As
escolhas de Inês Ramos.
Os 5 mais da Literaura Cabo-verdiana
em Língua Portuguesa.
Germano Almeida, Oswaldo Osório,
José Luís Tavares, Jorge Carlos Fonseca,
Arménio Vieira.
A ordem é aleatória. Ou não.
Pegou nos seus livros, nos dos amigos,
nos de autores consagrados, nos de
escritores desconhecidos... e montou
a Feira do Livro. Que durou 9 anos.
Quase todos os fins de semana.
Aqui, acolá...ou acoli. O Palácio Ildo
Lobo, no Plateau, foi o seu habitat natural.
Onde mostrou e vendeu pela última
vez no penúltimo domingo de um
ano triste.
Na véspera, recebeu a cortês visita de
Jorge Carlos Fonseca. Presidente, escritor,
poeta, leitor. Talvez tenha faltado
uma da Câmara da Praia. Talvez,
escrevo eu.
LINK 23
HISTÓRIAS DA NOSSA TERRA
O Casamento
de Orisa e Tiago
na Igreja Matriz.
@pacofigas
Foi a 9 de Janeiro.
Um sábado. Como outro sábado qualquer em que a Igreja do Plateau
abre as portas, estende o tapete vermelho até ao altar, onde tantos
noivos juram fidelidade e apostam que serão felizes para sempre.
Na sáude e na doença. Lá estão eles. Casados de fresco. Rodeados
de amigos e de outros, que se enfileiraram para uma foto, um beijo,
ou um abraço.
Orisa e Tiago deram o nó. E aguardaram sentados na traseira de um
descapotável vermelho que, num alegre e ruidoso desfile os haveria
delevar ao copo d´água. Em Ponta D´ Água.
Foi assim, na nossa terra.
EM MARÇO NA LINK
TUTU SOUSA
Na sua rua, a ligar o Mundo
Diz-se um puro cabo-verdiano.
Tem origens em Angola e Portugal. Pelos avós.
A mãe biológica é do Sal, o pai de São Nicolau.
Foi nascer a São Vicente.
Com dois anos mudou-se para a Praia, onde
ganhou a sua mãe de sempre.
A sua Terra é Branca... o bairro onde cresceu,
vive... e há-de morrer.
No número 4 da Rua D´Arte.
Começou cedo a construir pontes, a fazer “links”.
@pacofigas