Revista SUPERNOVA - v1. n.5
Destaques: Saúde mental e pandemia | Baixo Matão marca presença nas manifestações | Depoimentos dos estudantes no EAD Arte: - música: O Oceano Das Reflexão (OTempo Voa). - Dindicas - Cinebiografias - Evento de fotografia - como é seu EaD? Artigos: - O ativismo ambiental dentro e fora dos muros da universidade . - Comunicação como ferramenta de combate ao negacionismo - Manifestações 2021/1 - Entrevista com Caroline Lopes - psicóloga - Dinâmica molecular - III Escola Jayme Tiomno de Física Teórica - I Workshop da supernova Como citar: SUPERNOVA: revista do Cefisma. São Paulo, Sp: Cefisma, set. 2021. vol. 1, n.5. Disponı́vel em: http://cefisma.org.br/revista-supernova/. Acesso em: 18 set. 2021.
Destaques: Saúde mental e pandemia | Baixo Matão marca presença nas manifestações | Depoimentos dos estudantes no EAD
Arte: - música: O Oceano Das Reflexão (OTempo Voa). - Dindicas - Cinebiografias
- Evento de fotografia - como é seu EaD? Artigos: - O ativismo ambiental dentro e fora dos muros da universidade . - Comunicação como ferramenta de combate ao negacionismo
- Manifestações 2021/1
- Entrevista com Caroline Lopes - psicóloga
- Dinâmica molecular
- III Escola Jayme Tiomno de Física Teórica
- I Workshop da supernova
Como citar: SUPERNOVA: revista do Cefisma. São Paulo, Sp: Cefisma, set. 2021. vol. 1, n.5. Disponı́vel em: http://cefisma.org.br/revista-supernova/. Acesso em: 18 set. 2021.
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N º 5 S E T E M B R O 2 0 2 1
R E V I S T A D O C E F I S M A
S A Ú D E M E N T A L E A P A N D E M I A
MANIFESTAÇÕES
Baixo matão marca
presença nos atos do
primeiro semestre de
2021
O EAD NA USP
Alunos compartilham
fotos e depoimentos
do seu EAD
ARTE
Música escrita por
leitor Giovanni Shioli
Ramos, aluno do IAG
Sumário
Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
O ativismo ambiental dentro e fora dos muros
da universidade . . . . . . . . . . . . . 4
Comunicação como ferramenta de combate
ao negacionismo . . . . . . . . . . . 8
Manifestações 2021/1 . . . . . . . . . . . . . . 10
Entrevista: Caroline Lopes . . . . . . . . . . . . 16
Música: O Oceano Das Reflexão (O Tempo
Voa) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Dindicas - Cinebiografia . . . . . . . . . . . . . . 27
Evento de fotografia - como é seu EaD? . . . 30
A divulgação científica cresceu nos últimos
anos. Infelizmente, a pseudociência
cresceu ainda mais . . . . . . . . . . . . . . 33
Dinâmica molecular . . . . . . . . . . . . . . . . 36
III Escola Jayme Tiomno de Física Teórica . . 39
I Workshop da supernova . . . . . . . . . . . . . 40
Prestação de Contas - CEFISMA . . . . . . . . 41
Supernova
Editorial
Estamos colhendo os frutos de ter ignorado tantos
problemas no último um ano e meio agora: ansiedade,
depressão, sentimentos confusos e sobrepostos
que culminam numa desesperança. O resultado
mais triste de todo esse quadro foi a morte de colegas
por suicídio. Diante disso, precisamos nos perguntar:
toda essa cobrança e disposição para fingir
que tudo está normal, afinal, “a USP não pode parar”
durante a maior crise sanitária do século, vai resultar
em que exatamente?
Os professores tiveram que se adaptar ao momento
caótico e os alunos também, esse conjunto teve que
lidar com o famoso “eu finjo que ensino e vocês fingem
que aprendem”. Não importa se você tinha ou
não um lugar apropriado para estudar, se você tinha
acesso a internet e, o mais importante, se você tinha
em meio a tanta morte, saúde mental para continuar
vivendo normalmente em um ambiente que
não tinha nada de normal. Se não havia condições, o
conselho era claro: tranque a graduação e volte mais
tarde.
2
Só esqueceram de um pequeno detalhe. . . parte
considerável dos alunos dependem da universidade
para sua moradia, alimentação, transporte, entre
outros; auxílios esses fornecidos quando a graduação/pós
graduação NÃO estão trancadas. E é importante
lembrar do CRUSP, que continua não tendo
a devida atenção, com as marmitas de pouco valor
nutricional, tendo um colega já até encontrado um
inseto em sua comida. Aqui cabe também lembrar
do processo de despejo de estudantes, a reforma é
necessária, mas com diálogo e cuidando do abrigo
dessas pessoas.
Continuar a estudar normalmente enquanto uma
pandemia mata nossos amigos, familiares, chega a
ser desumano. Afinal, para fingir que a pandemia já
foi superada e seguindo em frente, ignoramos o luto.
O quanto desprezar esse sentimento pode nos afetar?
Quando soubemos da notícia de colegas que
morreram, isolaram o problema como se fosse algo
de um curso só, não existiu um pesar geral e uma
nota de luto da reitoria, seguimos com as aulas do
dia. Sufoco. Estamos mal, isso é fato, a universidade
pode não enxergar isso, mas não vamos nos calar
enquanto colegas nossos sucumbem à pressão e às
dificuldades deste momento tão difícil. Gostando
ou não, a USP terá que admitir a sua parcela de culpa
no caos de saúde mental em que seus alunos se encontram.
- Comissão Editorial da Revista Supernova
3
O ativismo ambiental dentro e
fora dos muros da universidade
Era quase entardecer quando caminhava
pelo morro da coruja. Lá, leves brisas
atravessavam as árvores tal como as
folhas se repousavam na grama. Tudo
parecia em equilíbrio. Subitamente, meu
coração disparou e meu olhar hesitou
em acreditar. Estava realmente vendo
aquilo? Era uma revoada de Tucanos,
tantos que se tornaram toda a imensidão
diante de mim. Seus grandes bicos
amarelos contrastavam com os raios solares
sugados pelo domínio de Jaci. Lembrei
da minha terra. Senti-me flutuando
nas nuvens como aquelas lindas aves, de
tanto encantamento. Voltando para minha
república, após um longo dia de estudos,
só conseguia pensar nisso. Porquê
parecia tão importante aquele acontecimento?
A natureza, além de toda sua
importância para nossa sobrevivência,
é o elemento formador da
nossa cultura. Nossas manifestações
e lembranças estão ligadas
ao ambiente em que vivemos,
que ao desaparecer, leva consigo
a nossa identidade. Essa tal natureza,
bela que só ela, transforma
até a poluição gerada nas avenidas
paulistanas em uma paleta de
cores surpreendente no céu, mas
não consegue proteger o brilho
das estrelas desses traiçoeiros gases
que ofuscam sua luz. Paralelamente
ao crescimento desses
tais gases, a terra da garoa foi perdendo
a sua essência, e chuviscos
só permanecem em seu nome.
Hoje, se tornaram tempestades e
enchentes que afetam principalmente
a população mais pobre,
que mora em regiões mais frágeis.
Talvez se atingissem a população
mais abastada, o problema
gerasse mais comoção. Mas esse
cenário está cada vez mais próximo:
no início de 2020, houve
uma grande enchente que atingiu
até a rua onde mora o prefeito de
BH, em uma das regiões mais ricas
da cidade.
O problema é coletivo, e só
com a colaboração de todos
pode ser combatido
Aquecimento global, mudanças
climáticas, excesso de lixo.. são
vários os coeficientes da era que
já chamamos Antropoceno. Onde,
ao invés de pensarmos com orgulho
nas grandes conquistas que
a humanidade construiu, denotamos
a destruição ambiental que
4
nos acompanha e já mostra resultados
catastróficos. Em razão
disso, é fundamental que possamos
fazer nossa parte contra esse
desprogresso. Pode parecer algo
muito distante, mas nós como jovens
universitários podemos fazer
muitas mudanças nesse cenário.
Nesse sentido, contarei como o
ativismo ambiental despertou em
mim.
Clique sobre a imagem para acessar o
instagram do movimento e para saber mais
sobre a importância da coleta seletiva!
Em conversas com uma amiga,
Rubia, fui convidado por ela para
começarmos a recolher o plástico
que víamos no caminho para USP.
Morávamos juntos, e no caminho
que fazíamos, passando pela Corinto
para entrar pela portaria da
Vila Indiana, apesar de ser curto,
havia muito lixo jogado nas ruas.
Assim, as idas para a universidade
se transformaram em um ativismo
para uma cidade mais limpa. Além
disso, São Paulo me ensinou a separar
o meu resíduo. Com a coleta
seletiva passando no bairro semanalmente,
via naquela ação uma
forma de contribuir com o meio
ambiente. Porém, fomos interrompidos
pela pandemia.
Chegando na minha cidade natal,
Contagem-MG, senti falta dessas
ações. Aqui não havia coleta
seletiva. Pensando nisso, convidei
alguns amigos universitários
a buscar informações sobre isso.
E foi tudo do zero mesmo: ligando
para a secretaria do meio
ambiente e pesquisando na internet.
Assim, disseram que se a
demanda para a coleta viesse do
bairro poderiam disponibilizá-la, já
que ela já existia em pouquíssimos
locais da cidade. Então, nesse momento,
tudo começou: inauguramos
o que viera a se chamar Movimento
Cidade Sustentável. Estudamos
todos os impactos dos resíduos
e batemos de porta em porta
no meu bairro para explicar aos
moradores a importância da separação
do lixo reciclável. Foi um sucesso,
conseguimos a coleta seletiva
semanal no bairro e agora trabalhamos
com educação ambiental
nas casas, escolas e universidades
da região, em parceria com a
Secretaria de Meio Ambiente, na
figura da superintendência de resíduos
sólidos.
5
Assim, um problema percebido,
combatido em coletivo, se torna
política pública.
No momento em que percebemos
que atitudes tão simples
podem gerar impactos tão positivos,
nos engajamos ainda mais
no ativismo. Pensando nisso, entrei
na comissão de gestão ambiental
do IFUSP com meu amigo
Fernando Almeida. Comissão considerada
anteriormente Comissão
Fantasma por sua atuação desconhecida
no IF, hoje, graças ao
nosso empenho e a colaboração
do presidente da comissão, Professor
Cristiano Oliveira, estamos
divulgando o trabalho da supracitada
na gestão de resíduos perigosos
e com muitas pretensões para
a sustentabilidade no IF.
Criamos um site para dispor todas
essas transparências, clique
aqui!
Já pensou em um Instituto
mais sustentável?
Imaginem quanto resíduo é gerado
no bandejão da física. Se
ele fosse separado, poderia gerar
renda para catadores no caso
do resíduo seco. Como também,
gerar um adubo para alimentar
o crescimento de várias plantas,
no caso do resíduo orgânico. Sabendo
disso, segure o copo que
você utiliza no bandejão e o destine
para a lixeira correta espalhada
no IF! mas o ideal mesmo é
que você leve sua própria caneca,
para não gerar esse resíduo.
E parte da ideia para resolver a
questão dos orgânicos, é que seja
instalada uma composteira próximo
ao restaurante. Seria o local
ideal para você despejar os restos
de frutas, que após certo período,
transformaria-se em adubo
para a comunidade universitária
ou mesmo para uma horta também
localizada no instituto.
Além disso, por sugestão da
Ivanice Morgado, vale a pena
se pensar em um espaço verde
aberto aos estudantes no instituto.
Temos áreas livres no edifício central
que poderiam ser arquitetadas
como espaços de convivência, se
fossem colocados bancos e algumas
plantas.
Bom, são todas ideias ainda,
mas possíveis de serem colocadas
em prática, como visto em ações
parecidas que ocorrem em universidades
como a PUC-MG e a
UEMA. Estão sendo discutidas entre
os RDs da comissão de gestão
ambiental e o presidente. Aproveito
esse espaço para deixar meu
contato em caso de sugestões sustentáveis
para o instituto. Faça
sua contribuição, como a Ivanice,
para que essa construção seja democrática,
afinal, os ganhos serão
também coletivos.
Espero que esse relato possa de
alguma forma te influenciar, querido
leitor, a iniciar alguma ação
6
que busca resolver alguma demanda
que você considere importante,
seja ela educacional, ambiental
ou socioeconômica. Deixo,
por fim, uma frase do meu valioso
conterrâneo João Guimarães Rosa,
de seu poema Desenredo:
Todo abismo é navegável a
barquinhos de papel
Desejo, contudo, que esse
abismo seja a reconsideração da
nossa viagem.
- Keith Richard Brauer Sales
7
Comunicação como ferramenta
de combate ao negacionismo
Faça o seguinte exercício: explique
o seu campo de estudo
para uma pessoa sem escolaridade.
Pode parecer uma tarefa
fácil, mas não é. Comunicar de
forma clara e simples é difícil, mas
é algo essencial, principalmente
em um momento em que a ciência
e o que é verdadeiro estão sob
ameaça.
Escrevo para o Portal Tempo
em São Paulo. Para mim, é sempre
um desafio quando tenho de simplificar
para o público geral eventos
que aprendemos na língua do
“fisiquês”, mas me inspiro em alguns
profissionais que têm o dom
de fazer isso. Josélia Pegorim, da
Climatempo, por exemplo, sabe
muito bem como explicar os fenômenos
meteorológicos para quem
não entende as ciências atmosféricas:
lembro uma vez que ela
definiu uma área de baixa pressão
como “uma máquina de fazer
chuva”. Simples, direto e com
toda a informação necessária para
alguém que não precisa compreender
os detalhes da previsão do
tempo.
Porém Josélia Pegorim é uma
exceção. Como regra, temos profissionais
que partem do princípio
de que todos entendem o básico
de física e os conceitos gerais das
ciências que estudamos. Muitas
vezes, nós mesmos ficamos perdidos
no início do curso sem entender
o que os professores estão tentando
nos ensinar.
O problema se torna ainda
maior quando a falta de clareza na
passagem da informação se transforma
em uma grande fake news,
como ocorreu no início de julho
deste ano.
Patrícia Poeta é uma jornalista
da Rede Globo, ex-apresentadora
do tempo na emissora e bastante
reconhecida pelo seu profissionalismo.
Durante a apresentação
do seu programa semanal “É de
Casa”, afirmou que as baixas temperaturas
em grande parte do País
eram fruto de uma massa de ar frio
que veio do Hemisfério Norte. A
afirmação é absurda: o Hemisfério
Norte enfrentava, na mesma semana,
recordes de temperaturas
altas. Além disso, é praticamente
impossível que uma massa de ar
frio consiga vir do Hemisfério
8
Norte e derrubar as temperaturas
no Sul do Brasil a ponto de nevar,
por exemplo.
Diversas páginas de meteorologia
criticaram, e com razão, a informação
que foi ao ar. Ao ver
o vídeo, uma coisa me chamou a
atenção: Patrícia disse que havia
pesquisado para poder explicar o
fenômeno meteorológico. Mas de
onde será que ela tirou essa informação?
Horas após, encontrei a fonte
que Patrícia comentou: era uma
matéria da CNN. Um meteorologista
experiente do Instituto Nacional
de Meteorologia foi convidado
pelo jornal para explicar o
motivo do frio intenso. Em sua explicação,
ele afirmou que a frente
fria era tão forte que atravessou
a linha do equador, chegando ao
Hemisfério Norte, caminho contrário
do que foi falado no “É de
Casa”.
Para mim, que sou estudante
de meteorologia, a explicação foi
clara. Mas, para quem é leigo, a informação
foi totalmente confusa.
Pedi até para uma amiga, também
jornalista, me explicar o que
ela havia entendido e ela me falou
exatamente o que a Patrícia
Poeta apresentou no “É de Casa”.
Sei que, se tivesse pedido para outras
pessoas de fora da meteorologia,
elas provavelmente entenderiam
da mesma maneira.
Essa é uma lição muito valiosa
e importante. Como profissionais
formados em uma universidade
pública, temos a obrigação de explicar
para outras pessoas o nosso
campo de estudo. Em meteorologia
isso é muito importante: uma
comunicação clara pode ajudar as
pessoas a se proteger de uma situação
de tempo severo, agricultores
a tomar decisões corretas sobre
suas plantações ou o governo
a tomar providências para evitar
problemas relacionados ao clima.
Infelizmente, em nosso curso
faltam disciplinas que estimulem
a comunicação. Por outro lado, podemos
treinar: tente explicar mais
vezes o que você aprendeu para
pessoas de fora da bolha das ciências
exatas. Conhecimento é
para ser compartilhado, só com
uma comunicação clara poderemos
combater o negacionismo e
as fake news. Caso contrário, estaremos
sempre remando contra
a maré e esperando que um dia
as pessoas aprendam, por si sós, o
que já deveríamos ter mostrado e
explicado para elas.
- Beatriz Silva (jornalista, estudante
de meteorologia do IAG-
USP e editora-chefe da página
Tempo em São Paulo)
9
Manifestações 2021/1
A participação do Baixo Matão nas manifestações
do primeiro semestre de 2021
Foto de Iago Ribeiro
10
29 de maio
Eu tô aqui no ato, porque eu acho inadmissível a gente ter um governo
que não cumpriu com nenhuma atividade em relação às vacinas, não
teve nenhum compromisso em relação às vacinas. (...) E nessa situação
que a gente tá, milhares de mortos, e a gente era para ser exemplo, tá
ligado? É surreal o que o governo fez. É surreal um governo, durante
uma pandemia, fornecer um auxílio de trezentos reais e, por causa de
uma pressão, aumentou esse auxílio para seiscentos reais. É surreal que
o Brasil tenha voltado para o mapa da fome, agora. Então assim, é uma
política completamente genocida, completamente irresponsável, que
eu nem considero política. Não é, nem de direita, nem de esquerda.
Completamente irresponsável e, por isso, me faz vir às ruas hoje.
- Micaela, física licenciatura
Foto de Iago Ribeiro
11
Foto de Iago Ribeiro
Comparecer no ato foi importante para ver como, estamos em uma
situação delicada, uma vez que o descaso do governo mostrou como
não haverá saída dessa situação enquanto não houver mobilização
coletiva em massa, vide aumento das mortes pela covid enquanto há
ofertas de vacina para o país e outros países já apresentam programas
de imunização em massa; como também o retorno do Brasil para o
mapa da fome e agravamento desse quadro durante a pandemia.
12
-Luiz Rafael, oceanografia
Sou do CAMat, representando aqui a matemática. E é muito
importante a gente colar pra derrubar esse governo e proteger a
educação. É isso.
-Guilherme Zanfone, matemática
A importância de a gente estar aqui é porque a gente não pode aceitar,
enquanto população, ser dizimada e não fazer nada.
-Josep, bacharelado de física
A principal motivação que me fez
ir às manifestações do dia 29 foi
entender que a melhor maneira
de combater a pandemia é
enfrentar a gestão do Governo
Bolsonaro, nós passamos 15
meses presos e isolados em
nossas casas esperando o fim da
pandemia enquanto assistíamos,
sem poder fazer nada, às
atrocidades que esse governo
cometeu: O desamparo social, o
negacionismo científico, o
genocídio da população e o
fechamento de importantes
universidades do país, a idá às
ruas em meio a pandemia é um
ato de desespero e luta para
tentar barrar a política mais
mortal do mundo em relação a
pandemia.
-André, física, morador do CRUSP
Foto de Iago Ribeiro
13
Estar no ato do dia 29M é importante por isso: para lutar contra o que
nos mata todo dia um pouquinho. Para lutar pelos direitos dos pobres,
pretos, mulheres, indígenas. Para lutar e mostrar que o poder é do
povo! Nesse atual cenário que o Brasil se encontra parece que todas as
esperanças vão embora. Parece que nada que a gente fizer vai resolver.
É indignante, revoltante, vivenciar tudo isso. Não é uma vivência
individual, é coletiva. E estar presente num ato rodeada de pessoas que
acreditam nessas lutas, é esperançoso. É ver que estamos todo mundo
no fundo do poço, mas que só podemos sair disso se nos unirmos
contra esse governo genocida, se nos unirmos pedindo vacina no braço
e comida no prato, que é o mínimo que todas as famílias precisam ter.
E essa função é do Estado. Mas se o Estado faz o esforço de se esquecer
disso, nós vamos às ruas lembrá-lo! E o melhor: mostrando que somos
organizados, que no atual contexto de pandemia, conseguimos nos
reunir com segurança.
A rua é do povo!
-Priscila, licenciatura em física
19 de junho
Fotos de Carlos Chaves
14
3 de Julho 13 de Julho
24 de Julho
Fotos de Carlos Chaves
A luta ainda não acabou!
Participe do GT de comunicação do baixo matão contra Bolsonaro,
clique aqui!
15
Entrevista
Caroline Lopes,
Psicóloga
Caroline Lopes é psicóloga, formada em 2019 pelo Centro Universitário São
Camilo aqui em São Paulo, começou sua atuação na pandemia. Começou sua
formação em psicanálise, então hoje é psicanalista. É membra da associação
psicanalítica lacaniana.
ATENÇÃO: Essa entrevista pode conter assuntos sensíveis para
algumas pessoas. Será falado sobre suicídio e os recentes casos que
aconteceram na USP.
Pâmela Querido: Bom, tiveram
3 casos de suicídio entre
alunos da graduação da FFLCH,
e esses casos não são novos já
que em 2018 também tivemos
4 casos de suicídio em 2 meses.
Segundo dados parciais da pesquisa
de doutorado em farmácia
da perita criminal Maria Cristina
Franck, no primeiro semestre
de 2017 foram registradas
629 mortes por suicído sendo
104 de jovens nas idades entre
15 e 29 anos. Porque em ambientes
acadêmicos isso acontece
tanto e quais são os principais
gatilhos que levam o estudante
a essa situação?
Caroline Lopes: O que eu
penso sobre isso é que o suicídio
hoje ainda, ele é um tema tabu,
assim como muitos outros temas,
como a morte e gravidez na adolescência.
Enfim, vários desses temas
são tabus ainda na nossa sociedade,
infelizmente. Eu penso que
é por conta disso que tem consequências
ainda muito negativas
em relação a isso tudo. Quando se
fala de suicídio o que eu penso é
16
que são pessoas que não necessariamente
tem algum distúrbio
psicológico, alguma doença
que vai levar ao suicídio, não necessariamente
a doença mental ali
ou o distúrbio psicológico seria um
gatilho para o suicídio, né. Então
quando a gente fala de gatilhos
pra suicídio é uma coisa bastante
delicada por que pode ser qualquer
coisa, desde pequena, desde
grande, isso é a pessoa como um
indivíduo, como sujeito né, que
pode ser um gatilho diferente para
cada um. Cada um de nós estamos
inseridos numa sociedade
que gera muito mal na gente, e
esse mal estar é entendido, é lidado
por cada um de uma maneira
diferente, por isso que são
gatilhos diferentes. Mas, quando
a gente fala de suicídio, o que
eu penso é que a pessoa quando
tem ideações suicidas ou de fato
quando ela concretiza o ato do suicídio
é que ela chegou num nível
de sofrimento tão grande, num
mal estar tão grande em que ela
não via mais saída na vida, e a
morte passou a ser uma saída possível
né. E tem um tabu tão grande
em torno disso que às vezes as
pessoas não pensam que isso é
um ato também, é um ato humano,
suicídio é um ato humano.
Só que as pessoas pensam que o
não falar sobre isso vai evitar com
que as pessoas se suicidam, enfim
vai evitar com que fale mais,
e fale sobre métodos, e sobre possíveis
saídas no sistema. Mas, na
verdade, é ao contrário. Eu acho
que quando a gente fala sobre
isso, quando a gente dá espaço
para que a pessoa possa falar sobre
todo esse sofrimento que ela
tá tendo é quando ela se sente
acolhida, de fato, é quando ela
sente que esse ato que ela tá pensando,
que ela ta quase ali executando
é reconhecido e acolhido
pelas pessoas que estão próximas
a elas, e não rechaçado.
Então eu acho que no meio
acadêmico né, já que aqui é o foco,
eu penso que as pessoas são parte
dessa sociedade e então elas habitam
o meio acadêmico, outras
instituições, o ambiente organizacional...
Elas habitam todos esses
ambientes, e quando uma pessoa
se suicida vai um pontinho ai
para cada um desses lugares. O
que eu vejo das academias de maneira
geral é que é um ambiente
que além de todo esse mal estar
que a sociedade já produz, naturalmente,
pode ser um ambiente
que gere muito mais sofrimento
por que tem muita pressão, muita
cobrança; às vezes coloca uma expectativa,
uma idealização do que
deveria ser a vida acadêmica, e
cada um vai lidar com isso de um
jeito. Cada um vai encontrar as
suas saídas para isso, mas eu vejo,
principalmente falando da USP (e
conhecendo um
17
pouquinho por conta do que a
minha irmã me conta), eu vejo que
acaba tendo uma cobrança. Os
professores de maneira geral, ou
as pessoas que já estão formadas,
ou seguiram uma vida acadêmica
postulam isso como o único caminho
que a pessoa deveria seguir, e
eu acho que isso gera esse mal estar
quando não se consegue atingir
a nota que deveria, quando
não se consegue entrar no programa
de monitoria pra ter uma
bolsa, ou pra conseguir esses pontinhos
aí para ter uma vida acadêmica
desejada, almejada. Então
eu acho que isso vai gerando
mais mal estar ainda, e essas saídas
talvez, no meio acadêmico,
se encontrem cada vez mais altas
justamente por conta de todo
esse mal estar que a vida acadêmica
gera, essa expectativa de
uma vida acadêmica perfeita para
ser um bom profissional, ser alguém
na vida. Isso é muito delicado,
(...) porque a vida está além
disso tudo também. Cada um vai
lidar de um jeito mas é um ambiente
de muito sofrimento para algumas
pessoas, cada vez mais o
momento é de justamente oferecer
um acolhimento pra tudo isso.
Se o ambiente tem tanta pressão,
tanta cobrança, e tantas expectativas
colocadas, tanto sofrimento ali,
eu acho que as instituições em geral
poderiam oferecer esse acolhimento
no sentido de disponibilizar
apoios psicológicos, disponibilizar
rodas de conversa pros alunos falarem,
porque falar é uma saída possível.
Eric Frota: No início de 2020
a USP lançou a campanha “a usp
não pode parar” e já em fevereiro
deste ano foi noticiado no
G1 que o brasil tem o maior índice
de universitários que declaram
que a saúde mental foi afetada
pela pandemia chegando a
76%. A gente queria perguntar
porque a pandemia, ou especificamente
o ead, intensifica e
aumenta os casos de ansiedade
e depressão, principalmente no
meio acadêmico.
CL: Como era a vida antes da
pandemia? Era uma vida em que
as pessoas tinham muitas saídas
para tamponar o sofrimento, para
tamponar sentir um mal-estar, pra
tamponar a fala disso. Então, as
pessoas saiam, se encontravam
com os amigos, estavam mais próximas
de pessoas queridas... Hoje,
às vezes, é um ciclo muito estrito,
(...) com a pandemia o que eu vejo
é que a nossa vida mudou muito, e
a gente foi impossibilitado de poder
fazer muitas dessas coisas que
antes funcionavam como um escape
pra evitar lidar com esse malestar.
Então tudo isso ficou num
lugar só, e aí esse sofrimento que
já tinha antes, essas dores, angústias,
elas começaram a ser mais
18
aparentes. Não que elas não
estavam lá antes, mas é que deixou
de ter saídas pra não vê-las.
(...)Então isso foi escancarado né,
muitas pessoas frente a esse sofrimento
lidam de maneiras diferentes,
por isso que aumentam os casos
de ansiedade, depressão, suicídio,
pânico, e todos esses distúrbios
aí, transtornos psicológicos
denominados né. Mas isso a pandemia
já gerou por si só, porque
é um momento realmente muito
diferente para todos nós em que
a gente tá privado de fazer várias
coisas, em que de fato a gente
tem que pensar mais é no coletivo
do que em nós individual. Isso é
muito difícil né, porque vai contra
toda a sociedade que a gente vive
(que é individualista e tudo mais,
mas não precisa entrar nesse mérito).
Durante a pandemia, esses casos
já aumentaram e de novo, falando
do que que aconteceu na
academia, eu acho que antes, não
só na academia mas, por exemplo
com o trabalho, havia, mesmo
se fosse uma imposição simbólica,
aquilo de ‘você tem aula de tal a
tal horário’, ‘você vai estar no campus
e você vai voltar para sua casa’,
hoje não tem essa essa restrição.
Digamos assim, tudo o que você
faz é em casa, então eu vejo que
alguns estudantes têm se sentido
mais pressionados para entregar
resultados, uma vez que não há
desculpas para não estudar, uma
vez que não há desculpas para não
fazer alguma coisa... Então esse
ambiente que por um lado poderia
ser melhor para você ter mais
tempo para estudar, se organizar
melhor, estando em casa; por outro,
o que aconteceu para muitos
estudantes foi não ter um limite
em relação a isso, em relação
a essa cobrança de ‘por que
que eu não to conseguindo estudar’,
‘por que que eu não to conseguindo
tirar tal nota sendo que eu
estou em casa sem fazer nada’, né.
Tudo isso é claro que está muito
atrelado a todo o sofrimento que
já vinha, não só por conta da faculdade,
mas pela pessoa em si,
então tudo isso impacta os estudos,
tudo isso impacta na hora
de você fazer uma prova, de você
se dedicar aos estudos; é um outro
ambiente, uma outra situação.
Então eu acho que tudo isso tá
muito envolvido quando a gente
fala realmente desse aumento de
distúrbios psicológicos na academia,
porque a gente não tava esperando
que isso fosse acontecer
né, as faculdades não estavam esperando
que esse ensino EAD precisaria
ser uma alternativa em algum
dia, então tem muitos professores
e cursos que não foram preparados
metodologicamente para
serem EAD. Tudo isso impacta e
influencia na relação do aluno com
a academia durante a pandemia.
19
(...) Acho que ali tudo fica mais
intenso.
PQ: O que você acha da falta
de pronunciamento da USP em
relação aos acontecidos? Da visão
psicológica, qual o caminho
a seguir institucionalmente para
evitar a repetição dessa tragédia?
CL: Então, eu acho que não só
a USP, mas as instituições todas
(não só acadêmicas) tem que reconhecer
que as pessoas precisam
ser ouvidas. Não só a USP, porque
eu não sou de lá, então eu não
sei o porquê desse não pronunciamento.
. .
Mas, de forma geral, principalmente
quando a gente fala de universidade,
em que tem pessoas
tão jovens que muitas vezes precisam
de apoio e não tem como
pagar por um serviço de psicoterapia,
ou uma análise fora da faculdade,
eu acho que é muito importante
que as instituições tenham
isso lá, tenham esse meio
em que as pessoas possam falar ali
dentro. Mesmo que não seja um
acompanhamento de muitos meses,
de muitas semanas, mas que
a pessoa ali dentro da instituição,
da academia, saiba que ela tem
um espaço em que pode conversar
com alguém sobre esse sofrimento
que está sentindo, né. Que
seja um apoio psicológico, que
seja um professor que se disponibilize
a atender alunos, que sejam
rodas de conversas com os alunos,
que sejam atividades. . . sei lá. . .
por semestre para que os alunos
falem como que está sendo. Não
em relação ao ensino só da faculdade,
mas em relação ao emocional,
à saúde mental, a como que
está sendo... Porque eu vejo que
a saída para isso de fato é falar. É
você ter um espaço para falar, ser
ouvido, e ser acolhido.
Vocês, alunos, fazem parte dela,
vocês são ela! O que eu vejo é que
precisa oferecer acolhimento, essa
escuta de alguma forma, isso não
não pode faltar. Não que isso vai
resolver o problema né, claro que
não, mas o fato de a pessoa saber
que ela tem onde falar e que ela vai
ser acolhida quando falar, que ela
não vai ser rechaçada quando falar
que está pensando em se suicidar,
por exemplo, isso pode mudar
muito a situação de uma pessoa
que realmente tá pensando em se
suicidar.
EF: Essas duas perguntas
serão mais pra amarrar tudo
mesmo. É.. O que você pode dizer
aos nossos leitores que estão
em situações de problemas
de saúde mental durante esse
momento difícil da universidade
+ pandemia. O que você falaria
para eles?
CL: O que eu gostaria de falar
com essas pessoas é que elas busquem
ajuda, que se não for possível
falar com um psicólogo, co-
20
eçar uma terapia, que elas falem
com amigos e com pessoas
que elas confiem. Eu acho que
ainda hoje têm muitas pessoas
que pensam que falar sobre esse
sofrimento, sobre coisas que estão
angustiando vai ser muito bobo.
Sabe? Tem muita gente que acha
que vai ser julgado quando fala
sobre isso, né. Acho que o mais
importante é a pessoa poder falar
para alguém que não vai julgar,
que não vai falar que ela. . . sei lá...
A gente escuta cada coisa... Que
depressão é falta de Deus, que a
pessoa precisa limpar a casa que
passa, sabe? Então eu acho que a
pessoa precisa encontrar alguém
com quem ela possa falar sobre
isso. (..) A saída é falar sobre isso,
buscar ajuda, e se sentir essa necessidade,
buscar um profissional
mesmo em que se sinta confortável,
se sinta acolhida. (..) Mesmo
que não resolva, ou cure, porque
eu acho que realmente isso também
é colocar uma expectativa
muito alta né, de ser curada sobre
todo esse sofrimento.. Ele sempre
vai existir, mas isso alivia muito
dessa pressão e dessa cobrança
toda, essa angústia tão forte que
às vezes impede mesmo a gente
de viver, que paralisa né. Então
para mim falar é... um caminho...
falar e ser ouvido e se ouvir falando
é um caminho muito possível
pra tentar amenizar algumas
questões.
PQ: Acho que para acabar é
por último assim mesmo. Já que
você disse um pouco sobre o que
fazer quando você se vê nessa situação,
o que a gente pode fazer
também quando sente que a
vida de um amigo está em perigo
por causa da sua saúde mental?
CL: Bom, é uma situação muito
delicada né... porque faz pouco
tempo eu presenciei virtualmente
uma situação disso... de uma pessoa
muito próxima que tava pensando
em se suicidar, foi mês passado
isso... E pra gente é uma situação
ainda muito delicada, porque
como eu falei no início né, é
um tabu muito grande... A gente
não quer que a pessoa se suicide,
a gente quer salvar a vida dessa
pessoa. Mas, de novo, quando a
gente pensa que o suicídio ele é
um ato humano, o que a gente
precisa oferecer para essa pessoa,
de fato, é uma escuta, um respeito,
pra que ela possa falar sobre esse
ato que tá pensando. Então para
nós é difícil, porque a gente realmente
quer impedir que a pessoa
faça isso... não que a gente não
possa fazer isso, tá? Claro que tem
como você talvez impedir que a
pessoa se suicide... você se mostrando
ali, acolhendo tudo isso, ouvindo,
se disponibilizando para estar
ao lado dela... Muitas vezes isso
é chave, isso é saída! É muito delicado
porque as pessoas, voltando
ao que eu falei
21
no começo, pensam que não
falar sobre isso vai evitar que a
pessoa se suicide, mas ao contrário...
A pessoa precisa saber
que quando ela falar pra alguém
que ela tá pensando em se suicidar,
essa pessoa vai ouvi-la e vai
respeitar, e não vai ficar falando
um monte de coisa, e julgando
para fazer com que ela se sinta
pior. É claro que a gente tem todas
as nossas questões pessoais
com a morte, e de querer impedir,
mas ficar apontando tudo isso
para ela às vezes não vai ser a melhor
saída naquele momento. (...)
A gente tem que se mostrar realmente
uma pessoa que está ali,
não só para esse momento, mas
realmente estar ali. . . falar: ‘ olha
eu estou aqui quando você quiser
conversar’ e não ficar falando:
‘ai me conta, me conta, me conta,
me fala me fala’, porque às vezes
a pessoa não vai querer falar
naquele momento, mas ela saber
que você tá ali, que tem outras
pessoas que a amam, que gostam
dela e que estão se disponibilizando
para ouvi-la, ajuda. É difícil
porque a gente acha que isso
não vai resolver. . . de fato às vezes
não vai resolver, a pessoa vai concretizar
o ato, mas muitas vezes a
pessoa saber que ela tem pessoas
ali junto com ela, já ameniza muito
esse sofrimento.
Então eu acho que é isso. E
se perceberem que alguém vai
cometer realmente, acione, por
exemplo o CVV, é uma boa saída.
São pessoas que estudam e estão
lá para acolher essas demandas de
suicídio. Às vezes quando esse sofrimento
tá muito grande é melhor
falar com o CVV do que falar com
alguém que vai falar ‘você é idiota,
porque está pensando em se matar?’.
É um acolhimento muito diferente.
Então acho que se mostrar
ao lado da pessoa respeitando
as decisões dela, acolhendo tudo
isso é uma saída para que a pessoa
lide de outra forma com o momento
que ela tá vivendo.
Contatos importantes:
Acolhimento Integrado IFUSP
CVV : Centro de Valorização da Vida
Disque 188
Chat
22
O Oceano Das Reflexão (O
Tempo Voa)
“O Oceano Das Reflexão (O Tempo Voa) ” - Aqui Não, Sistema! - Brasil:
Um Golpe Por Segundo
Clique aqui para ouvir a música completa
Autor: Giovani Ramos da Geofísica
“Pensamentos vem, pensamentos vão
Mergulho no Oceano Das Reflexão
O céu sorri, bate mó saudade
Nesse sistema reina a maldade
Nas idas e vindas desse mundão
Analisei e conclui é a mema repetição
Vem geração, vai geração, e o que muda?
A polícia ainda molha de sangue a rua
Farda suja, mais sujo é o verme que usa
Você não liga porque a vida não é a sua
Além dos milhões de exterminados
Tem seus familiares com o psicológico abalado
Diabo engravatado comanda o Inferno
E os demônios fardados que faz lotar o necrotério
No Congresso eu vejo rostos falsos
Sorrisos deixando ao vivo o extermínio ironizado
Diz que segue Jesus torturado mas celebra torturador
Família Bolsonaro um dos gerador da dor
Eu vejo na lágrima da trabalhadora humilhada
Assediada pelo chefe de terno e gravata
Eu tô cansado de vê fins de semana trágicos
23
Tretas por motivos bestas, monstros sendo criados
Sonhos metralhados, faltando comida no prato
Burguês e militar no Palácio do Planalto
Luta de classes, trabalho de base é a solução
Sem união é impossível a Revolução, a Revolução
Pensamentos vem, pensamentos vão
Mergulho no Oceano Das Reflexão
O céu sorri, bate mó saudade
Nesse sistema reina a maldade
Pensamentos vem, pensamentos vão
Mergulho no Oceano Das Reflexão
O céu sorri, bate mó saudade
Nesse sistema reina a maldade
Analisando os futuros do passado
Tava tudo desde o início planejado
Capitalismo selvagem, corpos descartáveis
Objetificação da mulher, crocodilagem
Padrões pra gerar lucro, morte e sofrimento
Até nos sentimento é colocado um preço
Eu vejo a verme apaizana exterminando o mano
Que tava de moto voltando do trampo
Depois de desaparecido na RECORD a filmagem
Sua família não acreditando que era seu cadáver
Pra verme que te matou não aconteceu nada
O que restou foi só a sua coroa desolada
Pro bilionário foi risada, audiência e lucro
Brasil: Um Golpe Por Segundo
Pedem calma enquanto tem gente morrendo
E o extermínio acontecendo
O bolsonarismo foi bem implantado
Uma atmosfera que se instalou por contágio
Apoiado nos fundos monetário da burguesia
Manipularam parte do povo da periferia
24
Induzindo o exterminado a votar no exterminador
Família Bolsonaro um dos gerador da dor
Pensamentos vem, pensamentos vão
Mergulho no Oceano Das Reflexão
O céu sorri, bate mó saudade
Nesse sistema reina a maldade
Pensamentos vem, pensamentos vão
Mergulho no Oceano Das Reflexão
O céu sorri, bate mó saudade
Nesse sistema reina a maldade
O Tempo Voa
O Tempo Voa, o sistema extermina
Massacres naturalizados, País Das Chacinas
O Tempo Voa, a saudade bate
Nesse sistema não existe verdadeira liberdade
O Tempo Voa, a chuva molha
A cada dia aumenta minha revolta
O Tempo Voa, a fumaça sobe
Aproveite viver enquanto cê ainda pode
O Tempo Voa, as vez nóis não percebe
Se tô conformado, tô inerte
O Tempo Voa, as pedras se move
Na nossa morte pokos se comove
O Tempo Voa, as folhas cai
O vento sopra tudo que vai
O Tempo Voa, akeles momentos nunca vai voltar
Aproveite o presente, seu fim não tente facilitar
Pode pah
O Tempo Voa"
25
O que é o Projeto?
Aqui Não, Sistema! É um projeto, se pá o início de um grupo de rap,
aonde seus integrantes são sobreviventes dos campos de extermínio
brasileiros. Comecei a meter marcha escrevendo o primeiro som ’Istopim’
no final de 2018, mais precisamente em outubro na época das
"eleições"que colocaram o Bolsonazi na presidência. Então comecei a
escrever um álbum de nome ’Brasil: Um Golpe Por Segundo’ Hoje quase
3 anos depois: é um álbum duplo contendo mais de 30 músicas. Alguns
sons tem participação de camaradas de luta:
Daqui de Piracicaba-SP: O mano Guizão do Jardim Caxambu, Zona
Sul. E minha camarada Mayra Kristina (nóis dois somos da kebrada Santa
Fé 1, região Novo Horizonte, Zona Oeste).
Também ta envolvido outro mano do ABC Paulista região metropolitana
de São Paulo: Camarada Marcelinho da Vila São José.
’Aqui não, sistema. Aqui é Capão Redondo original’ ’Num Impurra Ki
É Pió’ - Trilha Sonora Do Gueto
26
Dindicas - Cinebiografias
A sétima arte pode ser uma ferramenta
poderosa de aproximação da ciência com a
sociedade. Uma maneira de realizá-la é por
meio da dramatização de biografias de cientistas
renomados. É importante, porém,
lembrar que filmes biográficos são obras de
ficção e que, embora baseados na vida de
alguém, não tem compromisso fixo com a
verdade, além de estarem recheados de estereótipos.
Contudo, podem ser um convite
interessante à ciência, além de sua função
de entretenimento. Selecionei algumas,
sempre convidando o leitor a pesquisar
mais a fundo os biografados pós filme.
1. O Jogo da Imitação /
The Imitation Game
Benedict Cumberbatch dá um show de
atuação, vivendo o Matemático e Cientista
da Computação Alan Turing. O filme mostra
seu trabalho na decodificação das máquinas
Enigma, decifrando mensagens nazistas,
contribuindo para a vitória dos Aliados
na Segunda Guerra. Outra luta de
Turing que o filme aborda se deu em sua
vida pessoal, sofrendo inúmeras represálias
por sua homossexualidade. E fofoca: dizem
que o símbolo da Apple foi escolhido em
sua homenagem. . . o motivo? Assista e descubra!
Dindara Galvão é aluna do
bacharelado em Física, e faz
pesquisas na área de intersecção
entre Arte e Ciência. Ama e se
aventura pelas mais diversas
artes, sendo o Teatro e a Pintura
suas maiores paixões. Se
considera uma
"Pseudo-Cinéfila"e as DinDicas
surgiram da necessidade que
sentia de compartilhar os filmes
que a impactavam com outras
pessoas. Não descarta a
possibilidade de fazer uma
segunda graduação em
Audiovisual, e inclusive dirigiu e
produziu o curta-metragem em
realidade virtual 360°, exibido
internacionalmente: "Women in
Science"(disponível no YouTube).
27
2. Uma mente brilhante
/ A Beautiful
Mind
Ainda dentro da matemática ,
vemos John Nash, um dos matemáticos
mais importantes da história.
Se não sabe nada da vida
de Nash, pare a leitura aqui e siga
para o próximo item e só volte depois
de assistir. Não aguenta de
curiosidade?! Bem, digamos que
o ponto alto da narrativa é a forma
como borra a fronteira da sanidade
de Nash ao longo dos anos, retratando
de maneira criativa a sua
luta com a esquizofrenia.
3. Estrelas além do
tempo / Hidden Figures
O título em inglês resume bem
a proposta do filme, que retrata
três matemáticas da NASA : Katherine
Johnson, Dorothy Vaughan e
Mary Jackson, cujos cálculos foram
imprescindíveis para o avanço
dos EUA na corrida espacial. Tudo
isso em meio a um período de
extrema segregação racial, onde
até mesmo atividades cotidianas
eram vividas pelos negros com humilhação.
28
4. Alexandria / Agora
Hipátia de Alexandria, primeira
mulher matemática documentada,
astrônoma e filósofa. Lecionava
na escola platônica em uma
época em que o direito ao conhecimento
era negado às mulheres,
sofreu também perseguição de religiosos
fanáticos, retratando a intolerância
da época e marcando o
fim da Antiguidade Clássica.
5. Radioactive
Tendo estreado recentemente,
Radioactive traz, em uma narrativa
envolvente, a vida da Física
e Química, duplamente laureada
pelo Nobel, Marie Curie. Enfatiza
o legado de seus trabalhos, porém
peca em alguns aspectos biográficos.
Vale lembrar que não foi o primeiro
filme a retratar a vida da
cientista. Convido o leitor a assistir
outras obras também, principalmente
os filmes de 1943 e
2016, para ter a percepção do
quanto cada biografia é olhar para
o biografado pelas lentes do cineasta
bem como um retrato de sua
época de produção.
Eaí?! Gostou das dicas? Já conhecia todos? Quer ver mais dicas minhas
por aqui? Sugestões para o próximo tema?
Manda um alozinho! Quem sabe não nos vemos na próxima viagem!
- Dindara Galvão
Contato:
dindara.galvao@usp.br
@dindara.galvao
@din.dicas
29
30
A divulgação científica cresceu
nos últimos anos. Infelizmente,a
pseudociência cresceu ainda
mais
Uma análise de 6.007 vídeos
no YouTube mostrou que os canais
de pseudociência cresceram
muito mais em visualizações e em
número de inscritos quando comparados
aos canais de divulgação
científica entre 2017 e 2020.
A eleição presidencial americana
em 2016 deu vida a um
termo até então pouco difundido:
fakenews. Com a eleição de Jair
Bolsonaro, esse conceito encontrou
espaço e ganhou força também
no Brasil. Além dele, também
cresceu a difusão de informações
erradas ou descontextualizadas
pelas redes sociais aliada a
uma crise de confiança na ciência.
Quem não se lembra das variadas
divulgações de que tal remédio
ou tratamento curaria pessoas
infectadas com o coronavírus?
As razões para o funcionamento
destes supostos medicamentos
são diversas, mas todas
caem sobre o mesmo conceito:
pseudociência. Paradoxalmente, a
pseudociência ganhou espaço no
mesmo período que aumentou o
consumo de informação científica
pela internet através da divulgação
científica.
É diante desse contexto que
foi realizada a pesquisa apresentada
no artigo “Uma comparação
das visualizações e inscrições
em canais brasileiros de divulgação
científica e de pseudociência
no YouTube”, publicado na revista
Journal of Science Communication
América Latina (JCOM AL). Os
resultados apontam que de 2017
a 2020 a divulgação científica em
média triplicou de tamanho em
número de visualizações e inscrições
nos canais. Contudo, canais
de pseudociência quintuplicaram
o número de visualizações e setuplicaram
em número de inscritos.
Para selecionar os canais, o
autor optou por escolher aqueles
em maior número de inscritos -
pelo menos 350.000 inscritos - e
frequência mínima de publicação
33
de 1 vídeo ao mês considerando
todo o tempo de existência do canal.
Após isso, as informações dos
6.007 vídeos foram coletadas através
da API (do inglês Application
Programming Interface) do próprio
YouTube.
O entendimento de divulgação
científica e pseudociência
para a escolha dos canais
De modo geral, mesmo que
não haja um consenso preciso sobre
o que seja divulgação científica
– pois este depende de quem
o define; se são cientistas, jornalistas
ou educadores, por exemplo –
o artigo concebe a divulgação científica
como “uma atividade de
partilha social do saber ou do conhecimento
científico que se destina
ao público geral”. Com isso,
é escolhido os canais que fazem
parte do projeto do ScienceVlogs
Brasil (SVBR). O SVBR é uma rede
colaborativa que surgiu como iniciativa
de divulgadores científicos
brasileiros que utilizam principalmente
da plataforma do YouTube
para apresentar informação científica
de qualidade. Os canais de
DC e suas respectivas temáticas
foram: Drauzio Varella – Saúde; Ciência
Todo Dia – Diversos; Canal do
Schwarza – Astronomia; Canal do
Pirulla – Diversos.
Diferentemente da DC, a pseudociência
serve como fonte de desinformação
e engano à utilização
de conceitos próprios de contextos
científicos a fim de apresentar
ou determinar encaminhamentos
para vida como sendo frutos da
ciência ou de pesquisa com métodos
científicos. Embora a demarcação
da pseudociência seja
uma questão delicada, ela costuma
apresentar alguns aspectos
gerais como o uso de uma linguagem
complexa e afirmações de
que os resultados são “comprovados
cientificamente”, além de se
basearem em rumores como fontes
de confirmação dos fatos. De
forma geral as pseudociências não
apresentam métodos experimentais
rigorosos.
Os canais de pseudociências foram
selecionados a partir do uso
das palavras-chave: lei da atração,
reprogramação mental; mudança
de DNA, cura quântica e poder
da física quântica. Os canais de
pseudociência foram: Luz da Serra;
TV Lei da Atração; Regina Tavares;
Elainne Ourives.
O que dizem os dados
O artigo apresenta os dados em
14 gráficos e uma tabela. Todos os
dados foram coletados em 01 de
maio de 2020. A análise das informações
apresentadas permite
concluir que:
1) Em relação ao número de visualizações:
na média, os canais
de DC apresentam fator de crescimento
de 3,2 quando considerado
o crescimento proporcional em re-
34
lação ao número de visualizações
(quanto que cada canal cresceu
relativamente ao seu próprio tamanho).
Por outro lado, o fator de
crescimento dos canais de pseudociência
foi de 5,5.
2) Em relação ao número de
inscritos: na média, o grupo dos
4 canais de divulgação científica
apresentou um fator de crescimento
no número de inscritos de
3,2. Por outro lado, o grupo dos 4
canais de pseudociência apresentou
um fator de crescimento de
7,5.
Para além dos dados
O artigo retrata uma pesquisa
inicial na área, e há necessidade
de mais pesquisas quantitativas e
qualitativas, que busquem analisar
outros parâmetros e justificar
as razões que levaram ao crescimento
conforme relatado.
Há diversos fatores que influenciam
nas métricas de visualizações
e inscrições, tais como: o uso de
anúncios, a monetização do canal,
a promoção de vídeos, e características
dos complexos algoritmos
utilizados pelo YouTube.
Além disso, as razões que levam
usuários a consumir o conteúdo
dos canais no YouTube são
complexas, e devem ser consideradas
juntamente ao crescimento
do acesso à internet, a popularização
da plataforma, a crenças individuais,
ao contexto social e político,
ao investimento financeiro realizado
para divulgação, a concorrência
entre os canais, entre muitos
outros fatores que estão associados
e refletem no número de visualizações
e de inscrições.
- Daniel Trugillo M. Fontes
35
Dinâmica molecular
Durante a graduação, tive a
oportunidade de fazer parte de
projetos que complementaram
minha formação e deram maior
sentido aos estudos. Fiz uma iniciação
científica (IC) no Dept. de
Física dos Materiais e Mecânica
(DFMT) que possibilitou a compreensão
e aplicação do que estudei
nas matérias; obtive assim
grande motivação para continuar
no curso. Acredito que fazer uma
IC ou um projeto de extensão na
graduação é uma importante experiência
que proporciona conhecimento
mais profundo acerca de
áreas específicas da Física, além de
um primeiro contato com a atividade
acadêmica. Essa experiência
pode ajudar na decisão de continuar
ou não no ramo após a graduação.
Conheci meu orientador, Caetano
Miranda, em meu segundo
ano de graduação por conta do
projeto de extensão Cri@tividade,
que relaciona física e música por
meio da sonificação. Me interessei
pela ideia do processo de sonificação
que consiste em utilizar
sons para transmitir e/ou representar
dados, que podem abranger
desde partículas elementares,
física nuclear, sistemas biológicos
a galáxias e cosmologia. Em seguida
iniciei minha IC, na qual
trabalhei por dois anos e que tinha
como tema a dinâmica molecular
do gás natural confinado
em nanotubos de carbono. Além
de todo conhecimento com técnicas
e linguagem computacionais,
pude desenvolver experiência
com apresentação, ao expor
meu trabalho para um público de
áreas completamente diferentes
em eventos como o SIICUSP.
Atualmente há um crescente
interesse em desenvolver nanotecnologias
que possam capturar
e armazenar gases do efeito estufa
tais como metano (CH 4 ) e
dióxido de carbono (CO 2 ), tanto
da atmosfera como do interior da
terra. Nanotubos de carbono, que
podem ser compreendidos como
folhas de grafeno enroladas de
forma cilíndrica, surgiram como
uma grande promessa para o desenvolvimento
de novos dispositivos
de separação de gases devido
a sua grande capacidade de adsorção,
propriedades de transporte
rápido de massa e resistência mecânica.
Em meu trabalho estudei
as propriedades de armazena-
36
Ilustração do sistema investigado
mento e transporte do gás natural
nessas nanoestruturas por
meio de simulações de dinâmica
molecular clássicas utilizando o
software LAMMPS. O gás natural é
um combustível fóssil encontrado
na natureza que resulta da degradação
de matéria orgânica, composto
em sua maior parte por CH 4
e em parte por CO 2 .
Simulações moleculares são
uma ferramenta importante para
a compreensão dos mecanismos
por trás de processos químicos
e físicos, fornecendo informações
em nível atômico que muitas vezes
não são obtidas por meio
de experimentos. A qualidade
desse entendimento e a possibilidade
de prever os resultados depende
da qualidade da aproximação
usada para descrever as interações
atômicas. Assim, o campo
de força escolhido deve descrever
corretamente as interações
entre os átomos da simulação,
sendo, portanto, um elemento
chave para que a modelagem molecular
apresente resultados coerentes
com dados experimentais,
e possa ser então validada.
Na primeira parte da minha
pesquisa, tive os primeiros contatos
com as técnicas computacionais
através do estudo dos gases
em sua fase bulk; tive como objetivo
validar os potenciais escolhidos
para descrever o CO 2 e CH 4 .
A fase bulk é a mais simples que
simulei por ser um sistema composto
somente por moléculas em
uma caixa sem paredes, com condições
periódicas de contorno. Tal
sistema é o reservatório de moléculas
apresentado na figura. Os resultados
que obtive de densidade,
coeficiente de difusão e função de
distribuição radial das moléculas
de CO 2 e CH 4 puros e em misturas,
se mostraram compatíveis
com os valores tabelados experimentais
do NIST, para diversas
37
temperaturas e pressões.
A segunda parte de meu trabalho
foi estudar tais gases, puros
e em misturas, agora confinados
em nanotubos de carbono, em um
sistema tal como apresentado na
figura. Obtive a densidade radial
das moléculas no interior do tubo
a partir de uma ferramenta que
analisa a trajetória de cada molécula
durante a simulação. Foi possível
obter a estruturação média
dos gases que compõem o gás natural
no interior do tubo. Para descrever
as interações entre o fluido
e o material, utilizei um potencial
da literatura, entretanto, atualmente
estou trabalhando, junto
ao laboratório SAMPA, em um artigo
que propomos nosso próprio
potencial para descrever tais interações.
Para isso, realizei cálculos
de primeiros princípios, a DFT,
em conjunto a GCMC*. A partir
dos gráficos de densidade radial
das moléculas e de da distribuição
angular do CO 2 no interior do
nanotubo de carbono, pude perceber
certa afinidade do CO 2 com
as paredes, enquanto que o CH 4
localiza-se mais ao centro e próximo
às paredes. Tais resultados
podem levar ao desenvolvimento
de membranas para filtrar o CO 2
do gás natural.
- Teresa Lanna
38
III Escola Jayme Tiomno de
Física Teórica
02 a 06 de Agosto de 2021
Na primeira
semana
de
agosto ocorreu
a III Escola
Jayme
Tiomno de
Física Teórica,
organizada
pela Dead Physicists Society.
Ela contou com cursos que abordaram
diversos ramos modernos
da Física, que foram ministrados
em reuniões virtuais síncronas por
pós-graduandos e professores. Os
minicursos foram:
• Aspects of Experimental High
Energy Physics
• Cosmologia
• Introdução ao Efeito Casimir
• Introdução aos Fundamentos
Filosóficos da Mecânica
Quântica
• Introdução à Física do Estado
Sólido
• Introdução à Teoria de Gauge
Matemática
• Introdução à Teoria de Supercordas
• Métodos Algébricos da Física
Teórica
• Nonlinear Phenomena in Biology
• Transições de Fase
As vídeo aulas dos cursos ficarão
disponíveis no canal do You-
Tube da Dead Physicists Society.
Já notas de aula e demais referências
podem ser encontradas na
própria página da escola.
Outras atividades dessa entidade
podem ser conhecidas em
sua página. Caso algum leitor
queira sugerir (ou ministrar) seminários,
eventos, ou até mesmo
de minicursos para uma próxima
edição da escola, entre em contato
conosco pelo email: lambdadps@gmail.com
39
I Workshop da supernova
Como um presente de boas vindas
aos ingressos USP de 2021 e
um agradecimento aos nossos leitores
fiéis, no mês de Abril a comissão
editorial da Revista SuperNova
organizou um super workshop!
No dia 24/04/21, começamos
às 10h, com o setor de Redação
nos proporcionando uma conversa
esclarecedora com os RDs da
Biblioteca do IF e IAG, com a participação
do RD da Pós na Biblioteca
do IFUSP, Martim Zurita e a
RD suplente da Graduação na Biblioteca,
Marina Izabela!
Às 14h da tarde foi a vez do setor
de Divulgação com um bate
papo sobre engajamento de mídias
sociais voltadas à divulgação
científica. Nossos convidados foram:
Luiz Henrique Querido, engenheiro
de produção e coordenador
de mídias pagas na Agência
de Marketing Digital Rocky; Jaqueline
Cuevas Cortes, estudante
de relações públicas e voluntária
na área de comunicação em projetos
de extensão; Jessé Stenico e
Paulo Lombardi, da meteorologia
no IAG-USP e co-administradores
da página “Por que Raios?”; e Marcelo
Rubinho, doutorando em Astrofísica
e divulgador no canal Astrotubers!
Antes de fechar o evento, o setor
de Diagramação fez um minicurso
de LaTeX que atraiu a
maioria de nossos inscritos do
workshop e foi um grande sucesso!
Os nossos professores, Pedro
Felix, licenciando em Física
pelo IF-USP e diretor do setor
de diagramação e Ivanice A. Morgado,
bacharelanda de Física pelo
IF-USP e corpo do setor de diagramação
começaram a aula às 18h!
Tudo isso foi gravado! E os links
estão disponibilizados abaixo!
Aproveitamos para agradecer publicamente
todos os nossos convidados
e todos aqueles que se inscreveram
nas atividades e fizeram
todo o trabalho fazer sentido no
fim do dia! Ano que vem tem mais!
Clique aqui para a atividade
da manhã, conversas com os RDs
da biblioteca do IF/IAG
Clique aqui para a atividade
da tarde, bate-papo sobre engajamento
de mídias sociais voltadas
à divulgação científica
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Prestação de Contas - CEFISMA
Para ter mais informações sobre os projetos da atual direção do
Cefisma acesse nosso portal de transparência clicando aqui.
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Expediente:
Jornal SUPERNOVA
Veículo de circulação interna do Centro Acadêmico do Instituto de
Física - Universidade de São Paulo.
Diagramação
Pedro H Felix Gomes
Ivanice A Morgado
Redação
Ana Clara de Paula Moreira
André Campanelli
André Vieira
Pâmela R Querido
Denis Piton
Divulgação
Pâmela R Querido
Eric Frota de Sousa
Diretora Geral
Ivanice A Morgado
Contato:
supernova@cefisma.org.br
CEFISMA - Centro Acadêmico do Instituto de Física da USP
Rua do Matão, 1371 - Cidade Universitária São Paulo 05508 – 090
Brasil
Como citar? SUPERNOVA: revista do Cefisma. São Paulo, Sp: Cefisma, 17 set.
2021. Vol.2, N.5. Disponível em: http://cefisma.org.br/revista-supernova/. Acesso
em: 17 set. 2021.