12 ABRIL 2022 CELEBRIDADE EMOÇÕES E SENTIMENTOS JULIANA PAES JÁ ENCERROU SUA PA<strong>RT</strong>ICIPAÇÃO NAS GRAVAÇÕES DE “PANTANAL”, MAS SE SENTE BASTANTE CONECTADA COM A REGIÃO por Geraldo Bessa / TV Press A televisão tem um tempo contado e escasso em seus bastidores. Isso, inclusive, não é nenhuma novidade para Juliana Paes, que está no vídeo há mais de 20 anos. Por isso mesmo, a atriz soube se adaptar rapidamente ao ritmo acelerado dos trabalhos de “Pantanal”, atual novela das nove. Escalada para viver a mítica Maria Marruá, ela, que chegou bastante impactada ao bioma no Mato Grosso do Sul, precisou conciliar a construção de sua personagem com a escala de gravações. “Chegamos em cima do laço no Pantanal. Foi tipo chegamos num dia e começamos a gravar no dia seguinte cedo. Compor, para mim, é um processo contínuo. Todo dia eu acrescentava um ingrediente novo ao meu caldeirão (risos). Ia observando as pessoas que trabalhavam com a gente, o ambiente. Tudo isso ajuda demais. É uma salada e a gente não para de criar o tempo inteiro”, defende. Baseada na obra original de Benedito Ruy Barbosa, a atual novela das nove é assinada por Bruno Luperi. Na trama, Maria Marruá é uma mulher que leva uma vida sem qualquer luxo ou conforto. Ainda assim, se considera feliz, ao menos até enterrar cada um dos três filhos que tinha. Ao ficar grávida de Juma, papel de Alanis Guillen, recebe a filha acreditando ser uma maldição, em um parto na beira do rio com o intuito de colocá-la dentro de uma canoa e empurrá-la para que a correnteza a levasse. O destino, contudo, trata de juntá-las. “Eu criei a Maria como uma mulher forjada na dor. Não é natural perder três filhos. Trabalhei muito esse lugar da perda, da solidão... Mesmo com todas as dores, ela consegue encontrar o amor. É quando a Juma nasce”, ressalta. VOCÊ ESTAVA DE FOLGA DO VÍDEO DESDE O FIM DE “A DONA DO PEDAÇO”. DE QUE FORMA O CONVITE PARA “PANTANAL” CHEGOU ATÉ VOCÊ? O convite veio de um jeito inesperado: a gente estava, ainda, vivendo os efeitos da pandemia, em casa, e eu recebi uma mensagem do Rogério (Gomes, diretor artístico), nosso Papinha amado, querido. “Ju, queria falar com você sobre ‘Pantanal’”, e eu fiquei pensando: “O que será?”. Eu não fazia ideia. Sabia que já estavam produzindo, que já tinham algumas pessoas escaladas. Eu liguei de volta e ele falou: “Sei que você veio de uma batida e tal, mas acho que já deu tempo de descansar. Eu queria muito que você fizesse a Maria Marruá”. Acho que eu não o esperei falar por mais 10 segundos. Eu disse sim. Ele falou: “É uma participação, porque a Maria morre no início da segunda fase”. Isso, porém, não era problema nenhum para mim. POR QUÊ? É uma personagem maravilhosa e eu sabia que tinha sido vivida pela Cássia (Kis), porque eu tenho algumas lembranças da primeira versão. Eu sou tão fã da Cássia! Já tive a oportunidade de falar isso para ela. Por isso, falei: “Óbvio que eu vou aceitar esse desafio”, porque quando é uma personagem que já foi vivida por alguém de quem você é tão fã, tão apaixonado, vira um desafio em dobro. Eu me senti muito lisonjeada, desafiada e com muita vontade de fazer essa Maria Marruá. QUANDO A PRIMEIRA VERSÃO FOI AO AR, VOCÊ TINHA 11 ANOS. QUE TIPO DE MEMÓRIAS VOCÊ CARREGA DA OBRA ORIGINAL DO BENEDITO? Eu lembro muito que a casa dava uma parada; todo mundo parava para assistir. Acho que, talvez, movidos não só pela trama, mas pelo torpor que causava aquela linguagem diferente da novela. Era um momento de contemplação. Se escutava menos gente falando e você escutava uma música tocando um tempão. Você via imagens mais extensas, o tuiuiú, o jacaré, a arara. Causava nas pessoas uma sensação diferente. Meu pai, que nunca foi de ver novela, parava para ver “Pantanal”. Meu pai, na verdade, passou a ver novela quando eu comecei a fazer (risos). Eu e minha mãe sempre fomos noveleiras (risos). Acho importante esse “remake” investir na memória afetiva do público. “Pantanal” toca em um lugar de muita emoção. Acho que a novela vai ser uma novidade para as novas gerações, mas vai ter um lugar de memória de um público cativo. Um telespectador emocionado de <strong>rev</strong>isitar essa história. Essa novela tem uma sensação
ABRIL 2022 13 Divulgação No ar em “Pantanal”, Juliana Paes se despe de vaidades para viver a sofrida Maria Marruá A apresentadora também trabalha ao lado da jornalista Natália Leite na “Escola de Você”, uma plataforma voltada ao empreendedorismo feminino