09.01.2023 Views

Tijuca.Tenis.Club.2021.EBOOK

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Bruno Silva e Victor Melo<br />

<strong>Tijuca</strong> Tênis Clube<br />

Vejamos que esse perfil de transição entre o rural e o urbano<br />

pode ser identificado nos dados censitários coligidos por Abreu (1987)<br />

e Miyasaka (2016). Em 1906, o Distrito da <strong>Tijuca</strong> possuía 7.708 moradores,<br />

só menos do que a Candelária, que possuía uma área bem menor.<br />

Na zona urbana, possuía o segundo maior número de trabalhadores<br />

na agricultura, só perdendo para o fronteiriço Andaraí. Já se<br />

destacava, contudo, pelo contingente de operários.<br />

Em 1920, o distrito cresceu pouco, 11.484 moradores, mas mudou<br />

bastante a composição populacional: proporcional e comparativamente<br />

com as outras regiões da cidade e da zona urbana, reduziuse<br />

a proporção de habitantes que atuavam na agricultura e aumentou<br />

a de profissionais liberais. Uma observação importante: em 1940, já<br />

eram 64.499 moradores, um incremento notável.<br />

Já citamos na seção anterior que no processo de urbanização da<br />

<strong>Tijuca</strong> surgiram agremiações de diferentes perfis. Essas se inseriram<br />

num cenário em que no bairro melhor se estruturaram os entretenimentos<br />

públicos, se delineava uma “indústria dos lazeres” 49 . Por<br />

exemplo, foram criados vários cinemas: Pathé Cinematógrafo (1907),<br />

Royal (1909), Íris (1909), <strong>Tijuca</strong> (1909, um dos mais duradouros do<br />

bairro), Central (1909), Velo (1910) e o Haddock Lobo (1910)<br />

(CARDOSO; VAZ; AIZEN, 2003).<br />

Muitos cinemas, lanchonetes e lojas iriam ser abertas ao redor<br />

de um espaço que se tornou referência de lazer do bairro, a Praça Saens<br />

Peña, inaugurada em 1911, no lugar do antigo Largo da Fábrica<br />

de Chitas. Ajardinada, com coreto onde se apresentavam bandas de<br />

49<br />

. De acordo com Lefebvre (2008), a indústria dos lazeres “(...) se estende ao espaço<br />

desocupado pela agricultura e pela produção industrial clássicas. Para arquitetos e<br />

urbanistas ela tem um interesse que deve ser explicitado. Os lazeres exigem certas<br />

qualidades nos espaços” (p. 157).<br />

65

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!