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A Vigilância Costeira no Litoral de Mira e os Problemas de ... - aamarg

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2.c) Extracção <strong>de</strong> inertes nas zonas fluviais, estuarinas e c<strong>os</strong>teiras subtraem quantida<strong>de</strong>s e<strong>no</strong>rmes<br />

<strong>de</strong> sediment<strong>os</strong> ao litoral. A quantificação das acções <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong> inertes, legais e ilegais, nas<br />

últimas décadas, ainda está por fazer.<br />

O Rio Douro que é o principal alimentador da linha <strong>de</strong> c<strong>os</strong>ta para sotamar – Sul – da sua foz, on<strong>de</strong> se<br />

inclui o Concelho <strong>de</strong> <strong>Mira</strong>, <strong>de</strong>bita actualmente apenas uma carga sólida <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 14% do que<br />

<strong>de</strong>bitaria sem todas as barragem, dragagens e extracção <strong>de</strong> inertes.<br />

3. Destruição das estruturas naturais – a <strong>de</strong>gradação antropogénica das formas c<strong>os</strong>teiras naturais,<br />

implica, por via <strong>de</strong> regra, taxas <strong>de</strong> recuo da linha <strong>de</strong> c<strong>os</strong>ta mais elevadas. Exempl<strong>os</strong>: pisoteio e<br />

veícul<strong>os</strong> todo-o-terre<strong>no</strong> nas dunas; estradas improvisadas e construção <strong>de</strong> edifíci<strong>os</strong> nas dunas e<br />

exploração <strong>de</strong> areia. Estas e muitas outras acções <strong>de</strong>gradativas das formas naturais subtraem ao<br />

litoral uma capacida<strong>de</strong> intrínseca <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.<br />

4. Obras pesadas <strong>de</strong> engenharia c<strong>os</strong>teira – basta o facto <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> estruturas estáticas e<br />

rígidas, inseridas num meio profundamente dinâmico, que é o litoral, para lhe causar perturbações.<br />

4.a) Molhes e quebra-mares - há que reconhecer que <strong>os</strong> molhes e quebra-mares d<strong>os</strong> port<strong>os</strong> são<br />

imprescindíveis para o <strong>de</strong>senvolvimento económico e social do país. Têm duas funções<br />

fundamentais: modificar as condições ocea<strong>no</strong>gráficas locais, para tornar mais segura a entrada do<br />

porto e a própria zona portuária; modificar as condições da dinâmica sedimentar, para fixar canais<br />

<strong>de</strong> navegação e minimizar o assoreamento. Tais estruturas perturbam a dinâmica intrínseca do<br />

litoral: modificam a <strong>de</strong>riva litoral, introduzindo fenóme<strong>no</strong>s <strong>de</strong> difracção, refracção e reflexão da<br />

agitação marítima; divergem para o largo as correntes da <strong>de</strong>riva litoral, <strong>de</strong>p<strong>os</strong>itando as areias a<br />

profundida<strong>de</strong>s em que dificilmente são remobilizadas; interrompem, quase por completo, a <strong>de</strong>riva<br />

litoral, pelo me<strong>no</strong>s, até à colmatação completa do molhe. No caso do porto <strong>de</strong> Aveiro, após a<br />

construção d<strong>os</strong> molhes <strong>de</strong> 1945 a 1950, houve forte incremento das taxas <strong>de</strong> recuo da linha <strong>de</strong> c<strong>os</strong>ta<br />

<strong>no</strong> litoral para Sul. Esta situação levou à construção <strong>de</strong> esporões na C<strong>os</strong>ta Nova, o que aumentou o<br />

recuo da linha <strong>de</strong> c<strong>os</strong>ta e consequente construção <strong>de</strong> mais esporões cada vez mais a sul. Imagine-se,<br />

como previsto, quando aumentarem <strong>os</strong> molhes do porto <strong>de</strong> Aveiro.<br />

Molhe e quebra-mar da Barra <strong>de</strong> Aveiro <strong>no</strong>tando-se o acentuado <strong>de</strong>sfasamento da linha <strong>de</strong> c<strong>os</strong>ta<br />

4.b) Obras pesadas <strong>de</strong> protecção c<strong>os</strong>teira.<br />

As obras pesadas <strong>de</strong> engenharia c<strong>os</strong>teira que são implantadas para acautelar o recuo da linha <strong>de</strong><br />

c<strong>os</strong>ta. No entanto funcionam, em geral, como indutores suplementares <strong>de</strong> intensa er<strong>os</strong>ão c<strong>os</strong>teira.<br />

São portanto gran<strong>de</strong>s responsáveis pelo recuo acelerado da linha <strong>de</strong> c<strong>os</strong>ta, tal como se tem<br />

verificado <strong>no</strong> concelho <strong>de</strong> <strong>Mira</strong> após a construção d<strong>os</strong> esporões do Areão, Poço da Cruz e Praia <strong>de</strong><br />

<strong>Mira</strong> sul..<br />

4.b) a) Estruturas transversais (esporões) – Nesta região, junto a estas estruturas, as areias<br />

acumulam-se a montante (Norte) relativamente ao sentido da <strong>de</strong>riva litoral, o que acarreta um<br />

incremento da er<strong>os</strong>ão a jusante, por vezes a <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> quilómetr<strong>os</strong>. Como consequência, há<br />

tendência para estas estruturas se multiplicarem. Só <strong>no</strong> concelho <strong>de</strong> <strong>Mira</strong> existem quatro esporões,<br />

construíd<strong>os</strong> ou reconstruíd<strong>os</strong> <strong>no</strong>s últim<strong>os</strong> 5 a<strong>no</strong>s. Dad<strong>os</strong> <strong>os</strong> preç<strong>os</strong> e<strong>no</strong>rmes <strong>de</strong>stas obras, cas<strong>os</strong> há<br />

em que <strong>os</strong> cust<strong>os</strong> das protecções ultrapassam largamente o valor real do que se pretendia proteger,<br />

como é o exemplo do esporão do Poço da Cruz..<br />

4.b) b) Estruturas longilitorais (paredões) – Têm consequências negativas não tão óbvias como <strong>os</strong><br />

esporões. Quando construídas em frente <strong>de</strong> camp<strong>os</strong> dunares, estas estruturas inibem a mobilização<br />

<strong>de</strong> areias que p<strong>os</strong>sibilitaria a regeneração da <strong>de</strong>riva litoral, evitando a er<strong>os</strong>ão c<strong>os</strong>teira a jusante. Com<br />

a diminuição da praia frontal, como acontece na Praia da Vagueira, as ondas ten<strong>de</strong>m a atacar com<br />

mais energia e formam-se mesmo correntes <strong>de</strong> retor<strong>no</strong> com elevado po<strong>de</strong>r remobilizador, que<br />

culminam na er<strong>os</strong>ão do litoral adjacente a uma ou ambas as extremida<strong>de</strong>s do paredão.<br />

Frequentemente o paredão começa a ficar <strong>de</strong>scalço e acaba por ce<strong>de</strong>r. Para evitar a er<strong>os</strong>ão <strong>no</strong>s<br />

flanc<strong>os</strong> são frequentemente associad<strong>os</strong> esporões a estas estruturas e há numer<strong>os</strong><strong>os</strong> exempl<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>no</strong>rte a sul do país, como também é exemplo a Praia da Vagueira.<br />

Paredão com esporão na Praia da Vagueira – um d<strong>os</strong> cas<strong>os</strong> mais problemátic<strong>os</strong> <strong>de</strong> er<strong>os</strong>ão c<strong>os</strong>teira a<br />

sul da Barra <strong>de</strong> Aveiro e on<strong>de</strong>, <strong>no</strong> entanto, se continua a <strong>de</strong>ixar construir próximo do paredão

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