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estaleiros navais artesanais de madeira no norte de portugal

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mundo da pesca. Também na construção isso se<br />

<strong>no</strong>ta. Embora existam escolas <strong>de</strong> carpintaria naval<br />

<strong>no</strong>s centros do FORPESCAS são poucos os alu<strong>no</strong>s<br />

para estes cursos, os que se graduam não têm<br />

emprego <strong>no</strong>s <strong>estaleiros</strong> <strong>navais</strong>. O futuro para estes<br />

<strong>estaleiros</strong> e para os <strong>no</strong>vos carpinteiros <strong>navais</strong> não se<br />

apresenta risonho, as perspectivas são <strong>de</strong> continuada<br />

redução <strong>de</strong> encomendas em carteira.<br />

Os operários especializados, carpinteiros <strong>de</strong><br />

limpos, calafates, carpinteiros <strong>de</strong> enxó etc. etc., à<br />

medida que se reformam não são substituídos, assistindo-se<br />

à ocupação do seu lugar por outros operários<br />

não especializados, <strong>de</strong>sempenhando estas <strong>no</strong>vas<br />

funções, reflectindo-se esse não investimento em<br />

operários especializados <strong>no</strong> produto final. A embarcação.<br />

A par do <strong>de</strong>clínio da construção naval em<br />

ma<strong>de</strong>ira, aliada a diversos factores não me<strong>no</strong>s<br />

importantes, não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> referir um que<br />

<strong>no</strong>s merece também uma reflexão: a falta <strong>de</strong> matérias-primas.<br />

A falta <strong>de</strong> matérias-primas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e<br />

quantida<strong>de</strong>, em particular as ma<strong>de</strong>iras que se utilizam<br />

na construção naval, Pinheiro Bravo (5) ,<br />

Pinheiro Manso (6) , e Carvalho (7) , tem vindo a crescer,<br />

fruto <strong>de</strong> politicas florestais <strong>de</strong>sa<strong>de</strong>quadas, cortes <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>iras efectuados em altura <strong>de</strong>sapropriadas, resinagem<br />

das ma<strong>de</strong>iras etc. esta situação tem levando<br />

os <strong>estaleiros</strong> a introduzir <strong>no</strong>vas ma<strong>de</strong>iras estrangeiras,<br />

Cambala, Austrália, Aloma, Bilinga todas <strong>de</strong><br />

maior duração e resistentes, mas mais caras, em<br />

substituição das ma<strong>de</strong>iras dos <strong>no</strong>ssos pinhais, matas<br />

e florestas. Aqui a política florestal é conivente,<br />

satisfazendo interesses <strong>de</strong> grupos económicos internacionais,<br />

que privilegiam a plantação maciça <strong>de</strong><br />

Eucaliptal em <strong>de</strong>trimento das espécies autóctones,<br />

aliada a vagas sucessivas <strong>de</strong> incêndios <strong>de</strong> origem<br />

mais que duvidosa, que juntos, também contribuem<br />

para o rol das dificulda<strong>de</strong>s na indústria naval artesanal<br />

em ma<strong>de</strong>ira.<br />

A RECONVERSÃO E NOVAS OPORTUNIDADES<br />

Os <strong>estaleiros</strong> <strong>navais</strong>, <strong>no</strong>meadamente os <strong>de</strong><br />

maior importância consciente das dificulda<strong>de</strong>s do<br />

5. Pinus Pinaster.<br />

6. Pinus Pinea.<br />

7. Querqus Robur.<br />

João Baptista<br />

39<br />

ARDENTIA<br />

sector buscam <strong>no</strong>vas soluções que lhes permitam a<br />

sobrevivência e a manutenção dos seus postos <strong>de</strong><br />

trabalho.<br />

Assim a par da introdução das <strong>no</strong>vas ma<strong>de</strong>iras<br />

o que já se vem fazendo ao longo <strong>de</strong> décadas e<br />

cada vez com uma maior percentagem em <strong>de</strong>trimento<br />

das nacionais, assistimos por força da utilização<br />

mais polivalente das embarcações e da melhoria dos<br />

postos <strong>de</strong> trabalho, a modificações nas estruturas<br />

das obras mortas das embarcações sendo o convés<br />

coberto a ma<strong>de</strong>iras na base dos contraplacados<br />

marítimos primeiro, chapa i<strong>no</strong>x posteriormente, e<br />

recentemente, cerca <strong>de</strong> 1995 até à data, à introdução<br />

do alumínio marítimo, primeiro para cobertura do<br />

convés e ponte, <strong>de</strong>pois para a construção integral<br />

das embarcações.<br />

A introdução do alumínio marítimo foi e é<br />

um passo <strong>de</strong> gigante para o futuro dos <strong>estaleiros</strong><br />

<strong>navais</strong>, é pioneiro neste tipo <strong>de</strong> construção o estaleiro<br />

Sicnave Lda. em Vila do Con<strong>de</strong>.<br />

Aqui também se assistiu a etapas evolutivas,<br />

primeiro os barcos que se construíram foram as<br />

<strong>de</strong><strong>no</strong>minadas voadoras com motor fora <strong>de</strong> borda,<br />

em ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>pois em contraplacado marítimo que<br />

ainda se constroem, e finalmente o alumínio.<br />

Inicialmente pequenas embarcações na<br />

or<strong>de</strong>m dos 7 metros com motores fora <strong>de</strong> borda,<br />

<strong>de</strong>pois com motores interiores, maiores <strong>de</strong> 10, 12<br />

metros até gran<strong>de</strong>s embarcações maiores <strong>de</strong> 20<br />

metros.<br />

Estaleiro Sicnave Lda. Uma embarcação sendo reparada<br />

Abril <strong>de</strong> 2004

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