Memoria e revitaliza.. - Portal da Educação do Campo
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Apresentação<br />
... aqui está, Companheira<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Ilhas de Abaetetuba,<br />
a primeira parte, coloca<strong>da</strong> a limpo, <strong>do</strong> processo de ME-<br />
MORIA E REVITALIZAÇÃO IDENTITÁRIA <strong>do</strong> Povo <strong>da</strong>s Ilhas,<br />
ten<strong>do</strong> em vista a organização <strong>do</strong> MOVIMENTO DOS<br />
RIBEIRINHOS E RIBEIRINHAS.<br />
Essa primeira cartilha diz respeito à MEMÓRIA <strong>do</strong> nascimento<br />
e consoli<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> município, e <strong>do</strong> movimento<br />
sócio-eclesial tão determinante ao longo desses últimos 20<br />
anos: 1985-2005. MEMÓRIA essa construí<strong>da</strong> por to<strong>do</strong>s nós:<br />
nos encontros de formação, pelo Arquivo Vivo, pelo<br />
STR-Abaetetuba, pela Z-14 pela CPT-Região Guajarina e<br />
pelos demais, cujos nomes vocês encontram na página <strong>da</strong><br />
"Bibliografia"<br />
A to<strong>do</strong>s eles e elas vai o nosso agradecimento!<br />
Para ser POVO faz-se necessário manter viva a Historia.<br />
Um Povo que não mantém viva sua história é um povo morto. É<br />
massa de manobra que qualquer politiqueiro ou agente religioso<br />
leva para onde quiser. A presente cartilha destaca o<br />
esforço de <strong>revitaliza</strong>ção de nossa história enquanto Povo <strong>da</strong>s<br />
Ilhas.<br />
Para ser MOVIMENTO, <strong>do</strong>s Ribeirinhos e <strong>da</strong>s Ribeirinhas<br />
<strong>da</strong>s<br />
Ilhas de Abaetetuba, é preciso ir mais a fun<strong>do</strong>. Ser<br />
MOVIMENTO pressupõe ter clareza <strong>do</strong> que queremos e<br />
construí-lo. Entretanto, essa clareza decorre <strong>da</strong> consciência<br />
de quem somos, <strong>do</strong> que mais nos caracteriza. O que será<br />
sistematiza<strong>do</strong> na próxima cartilha sobre REVITALIZAÇÃO<br />
IDENTITÁRIA.<br />
Por ora, Companheira<strong>da</strong>, aproveite bem desse<br />
instrumento. Que ele se torne também um estímulo para<br />
recor<strong>da</strong>r outros fatos, outras figuras de lideranças que<br />
contribuíram na construção <strong>do</strong> movimento social nas ilhas.<br />
Mas sobre tu<strong>do</strong>, não esqueça que ser MOVIMENTO pressupõe<br />
estar sempre em movimento. Ou seja, criar e re-criar a nossa<br />
identi<strong>da</strong>de ribeirinha, nossas expressões culturais, nossa<br />
relação com a terra, a água e o meio ambiente, nossa<br />
originali<strong>da</strong>de....<br />
....e façamos festa pela nascimento dessa Nova Criatura:<br />
o MOVIMENTOS DOS RIBEIRINHOS E RIBEIRINHAS <strong>da</strong>s Ilhas<br />
de Abaetetuba!<br />
Ilhas de Abaetetuba, 03-05<br />
de novembro de 2006 Equipe<br />
<strong>da</strong> CPT-região guajarina
Companheiros/as <strong>da</strong>s Comuni<strong>da</strong>des Eclesiais de Base e <strong>da</strong>s<br />
Igrejas Evangélicas <strong>da</strong>s Ilhas de Abaetetuba<br />
Desde o ano de 2003, a Comissão Pastoral <strong>da</strong> Terra, o Sindicato<br />
<strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res Rurais e a Colónia Z-14 de Abaetetuba,<br />
tomaram iniciativa de reunir os Ribeirinhos. O motivo é que<br />
estava-se inician<strong>do</strong> o pro-jeto de assentamento agro-extrativista a<br />
realizar-se em 20 ilhas de Abaetetuba. Fazia-se, então, necessário<br />
investir ain<strong>da</strong> mais na formação e na organização <strong>do</strong>s<br />
Ribeirinhos/as. Atualmente 12 <strong>da</strong>s 20 ilhas já foram incluí<strong>da</strong>s no<br />
projeto e as restantes ain<strong>da</strong> estão aguar<strong>da</strong>n<strong>do</strong> e dependen<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />
nossa organização e luta. De 2003 a 2005 já aconteceram 6<br />
encontros de ribeirinhos. Em um desses encontros percebeu-se a<br />
necessi<strong>da</strong>de de um movimento organiza<strong>do</strong> que desse força à nossa<br />
luta, ou seja, o MOVIMENTO DOS RIBEIRINHOS E RIBEIRINHAS DAS<br />
ILHAS DE ABAETETUBA. Por isso, é preciso que ca<strong>da</strong> ribeirinho e<br />
ribeirinha tenha clareza de sua identi<strong>da</strong>de, pois um ribeirinho tem<br />
quali<strong>da</strong>des, riquezas, valores, fraquezas, belezas que um colono e<br />
um citadino não têm.<br />
Resgatar a identi<strong>da</strong>de ribeirinha significa <strong>revitaliza</strong>r a cultura e<br />
a história de lutas desse povo. Uma pequena equipe se formou e<br />
está realizan<strong>do</strong> o resgate <strong>da</strong>s lutas. Enquanto isso, os participantes<br />
<strong>do</strong>s encontros de ribeirinhos vêm fazen<strong>do</strong>, a ca<strong>da</strong> encontro, a<br />
<strong>revitaliza</strong>ção cultural. Desse mo<strong>do</strong>, trabalhan<strong>do</strong> no resgate<br />
histórico e cultural, participan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s encontros de formação e<br />
<strong>da</strong>n<strong>do</strong> continui<strong>da</strong>de à nossa luta pela realização <strong>do</strong> projeto<br />
extrativista para as 20 ilhas, já estamos gestan<strong>do</strong> o nosso movimento<br />
que deverá ter o seu nascimento marca<strong>do</strong> por ocasião <strong>do</strong><br />
congresso <strong>do</strong>s ribeirinhos e ribeirinhas que acontecerá em <strong>da</strong>ta a<br />
ser marca<strong>da</strong>.<br />
Abaetetuba, 16 de outubro de 2005<br />
Para que nosso movimento seja forte e ver<strong>da</strong>deiro é preciso<br />
que to<strong>do</strong>s participem de um mo<strong>do</strong> ou de outro. É assim que<br />
sugerimos a participação de vocês através <strong>da</strong> seguinte pesquisa<br />
que faz parte <strong>da</strong> <strong>revitaliza</strong>ção cultural <strong>do</strong> povo ribeirinho. Participe<br />
você também com a alegria e o imenso prazer de ser Ribeirinho e<br />
Ribeirinha.<br />
PARA PESQUISAR<br />
1. Nomes <strong>da</strong> vegetação típica.<br />
2. Linguagem típica - expressões próprias -Apeli<strong>do</strong>s -<br />
Canções e Poesias<br />
3. Len<strong>da</strong>s, Contos e Crenças (superstições).<br />
4. Ciclos <strong>da</strong> Natureza.<br />
5. Culinária ribeirinha.<br />
6. Ferramentas de trabalho - Armadilhas para conseguir o<br />
alimento.<br />
7. Ribeirinhos de personali<strong>da</strong>de marcante, importantes na<br />
vi<strong>da</strong>, nas lutas <strong>do</strong> povo ribeirinho. - Biografias desses<br />
homens e mulheres.<br />
8. Folclore: cordões de boi, cordões de pássaros.<br />
9. Em sua locali<strong>da</strong>de existe algum sinal, alguma história, por<br />
exemplo, <strong>da</strong> Cabanagem, <strong>do</strong> tempo <strong>da</strong> Escravidão, <strong>do</strong>s<br />
indígenas. O que nos contaram sobre isso, nossos<br />
antepassa<strong>do</strong>s?<br />
Obriga<strong>da</strong> e BOA PESQUISA!<br />
Irmã Rosa (pela CPT-região guajarina)
A origem de Abaetetuba entrelaça-se com a história de<br />
Beja.<br />
Beja originou-se por volta de 1635 com o surgimento de uma<br />
aldeia de indígenas nómades, os Mortiguar, vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Marajó. Dita<br />
aldeia foi denomina<strong>da</strong> Samaúma, tornan<strong>do</strong>-se, tempo depois,<br />
Freguesia, com o nome de São Miguel de Beja.<br />
Na Vila de Beja morou o português Francisco de Azeve<strong>do</strong><br />
Monteiro que ganhou, na época, uma sesmaria, à sua escolha, na<br />
região <strong>do</strong> baixo Tocantins. Em 1745, marco histórico que define o<br />
começo de Abaetetuba, Francisco Monteiro e sua família seguiram<br />
numa embarcação à procura de um lugar que lhe servisse para o<br />
estabelecimento de sua sesmaria. Mas antes de chegar a Beja, vin<strong>do</strong><br />
de Belém, um temporal irrompeu, desvian<strong>do</strong>-o <strong>da</strong> rota e o fazen<strong>do</strong>-o<br />
chegar a uma ponta de terra (Jarumã), às margens <strong>do</strong> rio Maratauira,<br />
onde resolveu ficar. Com a aju<strong>da</strong> de seu pessoal e <strong>do</strong>s nativos, deu<br />
início à construção de uma capela, de taipa e barro, que dedicou a<br />
Nossa Senhora <strong>da</strong> Conceição. Com o passar <strong>do</strong>s anos, Monteiro, não<br />
conseguin<strong>do</strong> encontrar o que queria - as terras ricas em cravo, que<br />
era uma <strong>da</strong>s drogas <strong>do</strong> sertão - desiludi<strong>do</strong>, desistiu <strong>da</strong> sesmaria,<br />
voltan<strong>do</strong> de vez para Belém com sua família.<br />
Em 1773, famílias vin<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Marajó, acabaram por se instalar<br />
na antiga sesmaria de Francisco Monteiro, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> início a um<br />
povoa<strong>do</strong>. Entre elas, veio junto uma mulata de nome Mariana Brites<br />
que se juntou o André Soares<br />
Muniz, natural de Beja. Dessa<br />
união, nasceu uma menina -<br />
Tereza - que se casou com<br />
Manoel <strong>da</strong> Silva Raposo.<br />
Estimula<strong>do</strong> pela sogra,<br />
reconstruiu a capela de N a S a <strong>da</strong><br />
Conceição, alinhou as poucas<br />
casas <strong>do</strong> lugarejo, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> origem<br />
à primeira rua<br />
CRESCIMETO POPULACIONAL DE<br />
ABAETETUBA<br />
RECENCEAMENTO POPULAÇÃO<br />
ANO<br />
RECENCEADA<br />
1950 36.587<br />
1960 45.080<br />
1970 57.520<br />
1980 75.226<br />
1990 100.001<br />
2000<br />
119.072|<br />
<strong>do</strong> povoa<strong>do</strong>, hoje Travessa Pedro Rodrigues. Foi assim que começou<br />
Abaetetuba. O trabalho dele em prol <strong>do</strong> povoa<strong>do</strong> fez com que o<br />
governo lhe concedesse a posse <strong>da</strong> sesmaria que, anos antes, havia<br />
si<strong>do</strong> aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong> pelo Monteiro. Próximo ao final de sua vi<strong>da</strong>,<br />
Raposo a <strong>do</strong>ou à Mitra Diocesana.<br />
Vários fatos históricos ocorreram, então, envolven<strong>do</strong> a Vila de<br />
Beja, a Vila de Abaete, o município de Igarapé-Miri e de Belém.<br />
Incorporações, transferências, anexões e cancelamentos<br />
aconteceram entre o perío<strong>do</strong> de 1844 e 1930 quan<strong>do</strong>, de forma<br />
definitiva, o município de Abaete voltou a ganhar autonomia.<br />
Em 1895 o governa<strong>do</strong>r Lauro Sodré assinou a Lei n° 334 de 6 de<br />
julho, elevan<strong>do</strong> Abaete a categoria de ci<strong>da</strong>de, sen<strong>do</strong> instala<strong>da</strong><br />
oficialmente no dia 15 de agosto <strong>do</strong> mesmo ano. Em agosto deste<br />
ano, Abaetetuba completará 111 anos. Vivaaa!<br />
OS NOMES DE ABAETETUBA<br />
De JARUMÃ para povoa<strong>do</strong> de N a S a DA CONCEIÇÃO DO ABAETE para<br />
ABAETE para ABAETE DO TOCANTINS.<br />
JARUMÃ foi a beira na qual encostou Francisco Monteiro durante a<br />
tempestade de Belém a Beja. POVOADO N a S a DA CONCEIÇÃO DO ABAETE<br />
foi em honra de Nossa Senhora e por causa <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> rio. Logo ficou<br />
abrevia<strong>do</strong> para ABAETE. Sen<strong>do</strong> que pelo Decreto-Lei n° 4504 de 30 de<br />
setembro de 1943 não poderia haver no Brasil mais de uma ci<strong>da</strong>de ou vila<br />
com o mesmo nome, e por ser a Abaete <strong>do</strong> Monteiro a mais nova, ficou<br />
ABAETETUBA. Tal denominação foi sugestão <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r Jorge Hurley.<br />
E'a junção <strong>do</strong> nome Abaete mais TUBA, que em tupi significa "lugar de<br />
abundância". Tal denominação durou até 1961, quan<strong>do</strong> o dep. Wilson<br />
Pedrosa quis mu<strong>da</strong>r para ABAETE DO TOCANTINS. Em 1963 o dep. João Reis<br />
conseguiu que a ci<strong>da</strong>de e o município voltassem a se chamar<br />
ABAETETUBA, Denominação que perdura até hoje.
01. Abaetetuba<br />
02. Acará<br />
03. Afuá<br />
04. Alenquer<br />
05. Almeirim<br />
06. Altamira<br />
07. Anaj ás<br />
08. Ananindeua<br />
09. Augusto Corrêa<br />
010. Aveiro<br />
011. Bagre<br />
012. Baião<br />
013. Barcarena<br />
014. Belém<br />
015. Benevides<br />
016. Bom Jesus <strong>do</strong><br />
Tocantins<br />
017. Bonito<br />
018. Bragança<br />
019. Brejo Grande <strong>do</strong><br />
Araguaia<br />
020. Breves<br />
021. Bujaru<br />
022. Cachoeira <strong>do</strong> Arari<br />
023. Cametá<br />
024. Capanema<br />
025. Capitão Poço<br />
026. Castanhal<br />
027. Chaves<br />
028. Colares<br />
029. Conceição <strong>do</strong><br />
Araguaia<br />
030. Concórdia <strong>do</strong> Pará<br />
031. Curionópolis<br />
032. Curralinho<br />
033. Curuçá<br />
034. Dom Eliseu<br />
035. Faro
036. Garrafão <strong>do</strong> Norte 062. Ourém<br />
037. Gurupá 063. Ourilândia <strong>do</strong> Norte<br />
038. Igarapé-Açu 064. Paca já<br />
039. Igarapí-Miri 065. Paragominas<br />
040. Inhangapi 066. Parauapebas<br />
041. Irituia 067. Peixe-Boi<br />
042. Itaituba 068. Ponta de Pedras<br />
043. Itupiranga 069. Portel<br />
044. Jacundá 070. Porto de Moz<br />
045. Juruti 071. Prainha<br />
046. Limoeiro <strong>do</strong>Ajuru 072. Primavera<br />
047. Mãe <strong>do</strong> Rio 073. Redenção<br />
048. Magalhães Barata 074. Rio Maria<br />
049. Marabá 075. Ron<strong>do</strong>n <strong>do</strong> Pará<br />
050. Maracanã 076. Rurópolis<br />
051. Marapanim 077. Salinópolis<br />
052. Medicilândia 078. Salvaterra<br />
053. Melgaço 079. Santa Cruz <strong>do</strong> Arari<br />
054. Mocajuba 080. Santa Izabel <strong>do</strong> Pará<br />
055. Moju 081. Santa Maria <strong>da</strong>s Barreira<br />
056. Monte Alegre 082. Santa Maria <strong>do</strong> Pará<br />
057. Muaná 083. Santana <strong>do</strong> Araguaia<br />
058. Nova Timboteua 084. Santarém<br />
059. Óbi<strong>do</strong>s 085. Santarém Novo<br />
060. Oeiras <strong>do</strong> Pará 086. Santo António <strong>do</strong> Tauá<br />
061. Oriximiná 087. S. Caetano de Odivelas<br />
088 São Domingos <strong>do</strong> Capim 113. Cumaru <strong>do</strong> Norte<br />
. 089 São Félix <strong>do</strong> Xingu 114. El<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Norte<br />
. 090 São Francisco <strong>do</strong> Pará 115. Floresta <strong>do</strong> Araguaia<br />
. 091 São Geral<strong>do</strong> <strong>do</strong> Araguaia 116. Goianésia <strong>do</strong> Pará<br />
. 092 São João de Pirabas 117. Ipixuna <strong>do</strong> Pará<br />
. 093 São João <strong>do</strong> Araguaia 118. Jacareacanga<br />
. 094 São Miguel <strong>do</strong> Guamá 119. Marituba<br />
. 095 São Sebastião <strong>da</strong> Boa 120. N. Esperança <strong>do</strong> Piriá<br />
. Vista 121. Nova Ipixuna<br />
096 Sena<strong>do</strong>r José Porfírio 122. Novo Progresso<br />
. 097 Soure 123. Novo Repartimento<br />
. 098 Tailândia 124. Palestina <strong>do</strong> Pará<br />
. 099 Tomé-Açu 125. Pau D*arco<br />
. 100. Tucumã 126. Placas<br />
101. Tucuruí 127. Quatipuru<br />
102. Uruará 128. Santa Bárbara <strong>do</strong><br />
103. Vigia Pará<br />
104. Vizeu 129. Santa Luzia <strong>do</strong> Pará<br />
105. Xinguara 130. São Domingos <strong>do</strong><br />
106. Abel Figueire<strong>do</strong><br />
107. Água Azul <strong>do</strong> Norte<br />
Araguaia<br />
131. Terra Alta<br />
108. Aurora <strong>do</strong> Pará 132. Terra Santa<br />
109. Bannach 133. Tracuateua<br />
110. Brasil Novo 134. Trairão<br />
111. Brejo Gde. <strong>do</strong> Araguaia 135. Ulianópolis<br />
112. Canaã <strong>do</strong>s Carajás 136. Vitória <strong>do</strong> Xingu
Do ARQUIVO VIVO: A história <strong>do</strong> movimento social nas Ilhas de Abaetetuba conta<strong>da</strong> por CONSOLA, ASSOPRA, ROMILDES,<br />
JOCILENE, RAIMUNDA, DÁRIO e PRETO<br />
Como é gostoso olhar o rio, lá <strong>da</strong> cabeça <strong>da</strong> ponte <strong>do</strong><br />
<strong>Campo</strong>mpema. Aquele sol brilhan<strong>do</strong> e nos aquecen<strong>do</strong>, os<br />
barquinhos passan<strong>do</strong> crian<strong>do</strong> movimentação e alegria no rio.<br />
enquanto o vento nos acaricia, arrepia nossos cabelos e joga pra<br />
bem longe o calor e o cansaço <strong>do</strong> dia. Existe uma coisa mais<br />
gostosa e poética <strong>do</strong> que ser ribeirinhos? Respon<strong>da</strong>-me!<br />
É por isso, companheiro, companheira, que estamos<br />
convi<strong>da</strong>n<strong>do</strong> você, que já participou <strong>do</strong>s encontros anteriores, para<br />
participar <strong>do</strong> "II Encontro <strong>do</strong>s Ribeirinhos e Ribeirinhas/2005".<br />
O encontro acontecerá:<br />
Dias: 2 e 3 de julho de 2005.<br />
Local: Centro Comunitário de <strong>Campo</strong>mpema.<br />
Inscrição: R$ 2,00 por pessoa.<br />
AAAS NÃO ESQUEÇA de levar os trabalhos que deixamos orienta<strong>do</strong>s<br />
no encontro anterior:<br />
1. A História <strong>da</strong>s lutas: este trabalho é <strong>da</strong>quela equipe forma<strong>da</strong><br />
pelas pessoas: Assopra, Dário, Consola, Raimun<strong>da</strong>, Josilene,<br />
Preto, Ró.<br />
Ir Rosa - pela CPT-regiâo guajarina<br />
O nosso "Arquivo Vivo", Consola, Assopra, Romildes, Jocilene, Raimun<strong>da</strong>, Dário e o Preto contam que:<br />
CENTRILHA<br />
Em 1982, sen<strong>do</strong> ano de eleições, começou a primeira<br />
discussão sobre possíveis candi<strong>da</strong>tos <strong>da</strong> zona rural, unifican<strong>do</strong><br />
o Centro e as Ilhas. Foi, então, que organizamos<br />
um grande encontro no Tipiti para debater o tema que<br />
deu origem ao movimento chama<strong>do</strong> CENTRILHA. Esta foi<br />
a primeira tentativa de unificação <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res rurais<br />
para fortalecer a nossa organização. Foi cria<strong>da</strong> uma<br />
coordenação com representantes <strong>do</strong> Centro e <strong>da</strong>s Ilhas.<br />
Pelo Centro, <strong>do</strong>na MARIA DA NAZARÉ MUNIZ, e pelas ilhas,<br />
ROMILDES ASSUNÇÃO TELES.<br />
No mesmo ano começamos uma nova luta pela melhoria<br />
de saúde e educação na zona rural e urbana. Para isso foi realiza<strong>da</strong><br />
uma viagem a Brasília com o objetivo de reivindicar<br />
nossos direitos. Foram representantes <strong>da</strong>s ilhas e <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.<br />
Isso resultou na contratação, pelo esta<strong>do</strong>, de 18 professores<br />
e 4 agentes de saúde para trabalhar nas ilhas; e as comuni<strong>da</strong>des<br />
de Genipaúba, Açacu, Arumanduba e Maracapucu<br />
Sagra<strong>do</strong> receberam o PPA-Programa de Produção Alimentar.<br />
Mas não durou muito tempo por falta de acompanhamento<br />
técnico e administrativo.
C. E. Bs.<br />
IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS<br />
ORGANIZAÇÕES COMUNITÁRIAS<br />
MOVIMENTO DOS PESCADORES<br />
A. M. I. A.<br />
A. P. T.<br />
Em 1985 nasceu uma nova esperança, trazi<strong>da</strong> por pequenas<br />
ORGANIZAÇÕES COMUNITÁRIAS. Entre outras, trabalhos em<br />
mutirão, caixa de saúde, barcos e farmácias comunitárias, cantinas<br />
comunitárias, can-tinão, e Rosa de Saron. No mesmo ano, fruto de<br />
um grande encontro, nasceu o MOVIMENTO DOS PESCADORES, sob a<br />
orientação <strong>do</strong> frei Alfre<strong>do</strong> <strong>do</strong> CPP-Conselho Pastoral <strong>do</strong>s Pesca<strong>do</strong>res.<br />
Este movimento nascia com o objetivo principal de afastar os<br />
pelegos <strong>da</strong> direção <strong>da</strong> Colónia <strong>do</strong>s Pesca<strong>do</strong>res. Esse Movimento era<br />
coordena<strong>do</strong> pela Paróquia <strong>da</strong>s Ilhas na pessoa <strong>do</strong> Pe José, Assopra e<br />
Ro com o apoio <strong>do</strong>s agentes, hoje advoga<strong>do</strong>s, António João e Sérgio<br />
Car<strong>do</strong>so <strong>do</strong> CPP.<br />
Nos anos a seguir, a luta <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res e a unificação <strong>do</strong><br />
movimento social continuou com sempre mais fervor. Disso<br />
nasceram várias associações e o fortalecimento <strong>do</strong> Movimento<br />
sindical, graças ao grande apoio <strong>do</strong> CPP, <strong>da</strong> FASE, <strong>do</strong> PT, <strong>da</strong>s<br />
Comuni<strong>da</strong>des <strong>do</strong> Centro e Ilhas, <strong>da</strong> diocese, <strong>do</strong> nosso bispo <strong>do</strong>m<br />
Ângelo Frosi e <strong>do</strong> SINTEPP.<br />
É nesse perío<strong>do</strong> que Ro foi convi<strong>da</strong><strong>do</strong> para trabalhar na<br />
Paróquia <strong>da</strong>s Ilhas (1987) como responsável <strong>do</strong> Movimento <strong>do</strong>s<br />
Pesca<strong>do</strong>res e Projetos Alternativos. O movimento crescia ca<strong>da</strong> dia e<br />
o Povo <strong>da</strong>s Ilhas se sentia ca<strong>da</strong> vez mais paróquia, mais Povo de<br />
Deus.<br />
Pelo que nosso arquivo "Arquivo Vivo" nos<br />
relata, parece que a 1a Assembléia <strong>do</strong> Povo de<br />
Deus <strong>da</strong>s Comuni<strong>da</strong>des Eclesiais de Base<br />
surtiu bom efeito nas ilhas de Abaetetuba.<br />
Veja o que Consola, Assopra, Romildes, Dário,<br />
Raimun<strong>do</strong>, Preto e Jocilene nos contam:<br />
Em 27 de julho 1986 conseguimos criar a AMIA -<br />
Associação <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s Ilhas de Abaetetuba. Foi cria<strong>da</strong><br />
em função <strong>da</strong> valorização <strong>do</strong> Povo <strong>da</strong>s ilhas que não estava<br />
juridicamente representa<strong>do</strong>. A AMIA possui hoje,<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 2.811 sócios.<br />
Com a AMIA conseguimos várias conquistas nas Ilhas: na área<br />
<strong>da</strong> saúde, <strong>da</strong> educação, <strong>do</strong> desenvolvimento produtivo e <strong>da</strong><br />
segurança. O primeiro presidente foi o Ro e Guito o vice. Em<br />
1988 foi cria<strong>da</strong> a APT - AÇÃO POPULAR TRANSFORMADORA. Esta<br />
sigla incomo<strong>da</strong>va muita gente e até a Igreja de Abaetetuba.<br />
Fizemos várias reuniões junto com o bispo até chegarmos a um<br />
acor<strong>do</strong> de tirar a letra "T", fican<strong>do</strong> o nome assim: AP - Ação<br />
Popular. Tivemos várias manifestações contra a então<br />
administração <strong>do</strong> prefeito João de Deus, com várias conquistas<br />
na zona rural e urbana como a contratação de 18 agentes de<br />
saúde e vários professores para as ilhas, to<strong>do</strong>s contrata<strong>do</strong>s pelo<br />
município através <strong>da</strong> AP. No ano seguinte ampliamos a nossa<br />
luta, realizan<strong>do</strong> um seminário em Abaetetuba com vários<br />
deputa<strong>do</strong>s estaduais, Miri-quinho, Maria Eunice Gouvêa, Romero<br />
Ximenes, Raimun<strong>do</strong> Santos e vários prefeitos e verea<strong>do</strong>res. Com<br />
isso conseguimos várias conquistas para o município e para a<br />
região.
No ano de 92 estavam em auge os projetos alternativos de<br />
geração de ren<strong>da</strong> com to<strong>do</strong> o apoio <strong>da</strong> Paróquia <strong>da</strong>s ilhas e <strong>da</strong><br />
pastoral social através <strong>da</strong> CPT diocesana. O grande desafio era o<br />
escoamento <strong>da</strong> produção, evitan<strong>do</strong> os marreteiros. Daí a discussão<br />
<strong>da</strong> integração <strong>do</strong>s municípios <strong>da</strong> região guajarina que desembocou<br />
na primeira experiência <strong>da</strong> Central de Comercialização.<br />
Para isso a diocese comprou um porto na beira-mar em Belém,<br />
com estância de desembarque e embarque para intercambiar<br />
produtos vários, sob a coordenação <strong>da</strong> CPT e <strong>do</strong> sr. Osni, responsável<br />
<strong>do</strong> porto. Mas a coisa não funcionou. Gente <strong>da</strong> família<br />
Palmeira, de Muaná, tomou os fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> porto.<br />
Em 1994 tivemos um grande prejuízo na luta <strong>do</strong> movimento<br />
social com a <strong>do</strong>ença <strong>do</strong> pe José, que agradecemos muito pela<br />
iniciativa que tomou em 1984, quan<strong>do</strong> alavancou o movimento<br />
social em Abaetetuba e junto com ele o Pe Humberto <strong>da</strong> paróquia<br />
<strong>do</strong> Centro, Pe Sérgio pela CPT, o nosso bispo Dom Ângelo Frosi, o<br />
António João e Sérgio Car<strong>do</strong>so <strong>do</strong> CPP e o grande amigo Pe Marcelo<br />
Zurlo, que apoiou os lagos <strong>da</strong> esperança <strong>do</strong>s projetos alternativos;<br />
deu to<strong>do</strong> o apoio na criação <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> Shalon compran<strong>do</strong><br />
to<strong>do</strong> o equipamento. Muito obriga<strong>do</strong>, Marcelo, por esta iniciativa<br />
sua, que vamos lembrar sempre enquanto existirmos.
Esta ban<strong>da</strong> veio animar as nossas Comuni<strong>da</strong>des, os encontros,<br />
o lazer. Veio profissionalizar vários amigos nossos <strong>da</strong>s ilhas, que<br />
hoje têm fama de grandes profissionais, como o Bico, Kaians e<br />
Dinho, que aprenderam com esta ban<strong>da</strong> durante a gerência <strong>do</strong> Ro.<br />
As Igrejas, seja <strong>da</strong> Assembleia de Deus com seus diferentes<br />
departamentos pastorais e a Católica, com suas Comuni<strong>da</strong>des<br />
Eclesiais de Base - CEB's, muito contribuíram com to<strong>da</strong> essa<br />
organização <strong>do</strong> movimento social <strong>da</strong>s Ilhas de Abaetetuba. A<br />
Palavra de Deus vivi<strong>da</strong>, estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, celebra<strong>da</strong> projetou luzes, gerou<br />
energias, sugeriu caminhos de organização e luta ao mesmo tempo<br />
em que alimentou a mística de ser Povo de Deus.<br />
Departamento<br />
Infantil<br />
Departamento<br />
Das Senhora s<br />
Departamento<br />
A<strong>do</strong>lescente<br />
Departamento<br />
<strong>do</strong>s Senhores<br />
A IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS<br />
A primeira Assembleia de Deus nas Ilhas de Abaetetuba foi<br />
fun<strong>da</strong><strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> de 50 na locali<strong>da</strong>de Rio Sarapuquara. Hoje a<br />
Assembleia de Deus nessa locali<strong>da</strong>de possui nove congregações<br />
sob a responsabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Pastor Manoel Couto Vilhena.<br />
Além destas, há, também nas Ilhas mais de três campos de<br />
trabalho <strong>da</strong> Igreja Evangélica Assembleia de Deus sen<strong>do</strong> no Rio<br />
Aju-aí, Rio Itacuruçá e Rio Urubuéua. Ca<strong>da</strong> <strong>Campo</strong> de trabalho<br />
tem um pastor e um número de congregações com suas<br />
organizações próprias.<br />
São os seguintes os departamentos pastorais <strong>da</strong> Igreja<br />
Evangélica Assembleia de Deus:<br />
Informações <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo Pastor Manoel Couto Vilhena<br />
Departamento<br />
Da Moci<strong>da</strong>de<br />
Escola<br />
Dominical
Igreja Católica e suas CEB's:<br />
Nos dias 15-16 de julho de 1982 foi celebra<strong>da</strong> a<br />
1 a Assembleia <strong>do</strong> Povo de Deus <strong>da</strong> Diocese de<br />
Abaete-tuba. Estavam presentes os delega<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s<br />
paróquias de Abaetetuba, Acará, Barcarena, Bujaru,<br />
Moju, e Tomé-Açú e <strong>do</strong>s Centros de Evangelização de<br />
Aba-etetuba-centro, Abaetetuba-ilhas, Tailândia e<br />
Vila Concórdia num total de quase 350 pessoas.<br />
Nesses três dias vimos os problemas que mais<br />
fazem sofrer o nosso povo e refletimos sobre a Palavra<br />
de Deu e o exemplo de Jesus Cristo: chegamos à<br />
conclusão de que, se queremos ser cristãos, não podemos<br />
ficar de braços cruza<strong>do</strong>s diante <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de<br />
que nos provoca, pelo contrário, devemos manifestar<br />
de maneira bem clara, que nós, Igreja, apostamos<br />
nos pequenos.<br />
Achamos que os caminhos mais importantes que<br />
nos aju<strong>da</strong>m a resolver os nossos problemas são:<br />
■ A FORMAÇÃO RELIGIOSA que crie uma CONS-<br />
CIÊNCIA CRITICA e ligue FÉ E VIDA<br />
■ AS COMUNIDADES<br />
■ A EVANGELIZAÇÃO<br />
EVANGELIZAÇÃO<br />
Recor<strong>da</strong>n<strong>do</strong> Jesus Cristo que veio ao mun<strong>do</strong><br />
para "evangelizar" os pobres, nós queremos levar<br />
uma "boa notícia" a to<strong>do</strong>s os irmãos que sofrem por<br />
qualquer tipo de opressão. Portanto :<br />
1. O compromisso com a Evangelização deve nos<br />
levar a assumir os problemas prioritários <strong>da</strong> nossa<br />
Diocese<br />
■ denuncian<strong>do</strong> as coisas erra<strong>da</strong>s que estão acontecen<strong>do</strong><br />
■ anuncian<strong>do</strong> um mun<strong>do</strong> novo<br />
■ apoian<strong>do</strong> e participan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s movimentos populares,<br />
sindicatos, associações de classe,<br />
etc. que lutam para construir este mun<strong>do</strong> novo<br />
onde não haverá mais oprimi<strong>do</strong>s.<br />
2. O cristão não age sozinho. Deus o colocou<br />
numa comuni<strong>da</strong>de e quer que trabalhe uni<strong>do</strong> a seus<br />
irmãos, assumin<strong>do</strong> tarefas e serviços na comuni<strong>da</strong>de e<br />
na socie<strong>da</strong>de. Indicamos alguns serviços mais comuns:<br />
saúde, catequese, promoção <strong>do</strong> sindicato livre desli<br />
ga<strong>do</strong> <strong>do</strong> governo, Comissão Pastoral <strong>da</strong> Terra (CPT),<br />
clube de mães, grupos de jovens, educação etc.<br />
A terra <strong>do</strong>s lavra<strong>do</strong>res <strong>da</strong> nossa Diocese está sen<strong>do</strong><br />
ameaça<strong>da</strong> e toma<strong>da</strong>: conscientizar os posseiros <strong>do</strong>s<br />
seus direitos, exigir um justo valor pelo produto <strong>do</strong><br />
trabalho, exigir e lutar pela reforma agrária, apoiar e<br />
participar <strong>da</strong> CPT, organizar a defesa <strong>da</strong> terra, etc.<br />
são tarefas que levam "boas notícias" aos pobres e<br />
portanto fazem parte integrante <strong>da</strong> Evangelização.
Pela importância que a política sempre tem e de<br />
mo<strong>do</strong> especial neste ano de eleições, os cristãos têm<br />
o dever de "evangelizar" a política:<br />
■ adquirin<strong>do</strong> uma educação política através <strong>da</strong><br />
prática <strong>da</strong> mesma<br />
■ conscientizan<strong>do</strong> o povo a respeito <strong>da</strong> política<br />
■ denuncian<strong>do</strong> a politicagem<br />
4. A luta por um justo salário, por condições de<br />
emprego, pela defesa <strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r,<br />
deve encontrar to<strong>do</strong> o apoio <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des e <strong>do</strong>s<br />
cristãos. Neste trabalho o cristão e as comuni<strong>da</strong>des<br />
se unem a outros grupos existentes que tenham a<br />
mesma finali<strong>da</strong>de de libertar.<br />
COMUNIDADE<br />
1. A Assembleia reconhece a importância <strong>da</strong> Comuni<strong>da</strong>de<br />
e pede aos agentes de pastoral que dêem<br />
às comuni<strong>da</strong>des o primeiro lugar no seu trabalho,<br />
mesmo à custa de deixar de la<strong>do</strong> outras ativi<strong>da</strong>des.<br />
2. Para que a comuni<strong>da</strong>de seja autêntica deve:<br />
■ Dar testemunho <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> cristã<br />
■ Participar plenamente <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> povo<br />
■ Ficar aberta ás necessi<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s outros<br />
■ Depositar sua confiança nos pequenos<br />
■ Ter AÇÃO, ou seja, engajar-se nas lutas justas<br />
<strong>do</strong>s homens entre os quais vive.<br />
3. To<strong>da</strong>s as comuni<strong>da</strong>des <strong>da</strong> Diocese participem<br />
<strong>da</strong> mesma caminha<strong>da</strong> para manifestar e reforçar a<br />
união.<br />
4. Na comuni<strong>da</strong>de o cristão aprende a se engajar<br />
e encontra a sua vocação. Os agentes <strong>da</strong> pastoral e<br />
os anima<strong>do</strong>res de comuni<strong>da</strong>de, assim como os pais,<br />
os mestres, etc. não esqueçam que nenhuma<br />
comuni<strong>da</strong>de é completa enquanto não tiver pessoas<br />
para to<strong>do</strong>s os serviços. O serviço sacer<strong>do</strong>tal e o<br />
testemunho religioso deve receber especial atenção.<br />
5. A comuni<strong>da</strong>de precisa ser dirigi<strong>da</strong> por pessoas<br />
empenha<strong>da</strong>s. Portanto as Paróquias e a Diocese<br />
dêem to<strong>do</strong> o apoio a cursos e ativi<strong>da</strong>des para a formação<br />
<strong>do</strong>s dirigentes.<br />
6. Nas locali<strong>da</strong>des em que não há ain<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de,<br />
a comuni<strong>da</strong>de mais próxima se preocupe de<br />
formar outra.<br />
FORMAÇÃO RELIGIOSA<br />
1. Formação Religiosa não significa apenas conhecimento<br />
<strong>da</strong> <strong>do</strong>utrina cristã. Pelo contrário se trata<br />
de uma educação que leva o cristão a <strong>da</strong>r testemunho<br />
na sua vi<strong>da</strong> pessoal, familiar, profissional,<br />
social e política.<br />
2. O cristão seja fiel à sua missão e acompanhe<br />
a caminha<strong>da</strong> <strong>da</strong> Igreja, fortalecen<strong>do</strong> na fé e sem temer<br />
obstáculos, perseguições e traições para assim<br />
cumprir sua missão evangeliza<strong>do</strong>ra.<br />
3. A formação religiosa exige um bom conhecimento<br />
<strong>da</strong> Bíblia e <strong>da</strong> <strong>do</strong>utrina <strong>da</strong> Igreja uni<strong>da</strong> a um<br />
bom conhecimento <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, para <strong>da</strong>r uma resposta<br />
evangélica aos problemas concretos.
4. Rádio, televisão, jornais, etc. não trazem o<br />
pensamento de Deus e <strong>da</strong> Igreja, portanto o cristão não<br />
se deixe levar pela ideologia <strong>do</strong>minante, pelo contrário,<br />
se informe e se forme sobre os <strong>do</strong>cumentos de sua<br />
Igreja, dentro de sua comuni<strong>da</strong>de.<br />
5. A formação religiosa deve criar no cristão uma<br />
consciência critica sobre a reali<strong>da</strong>de política e os outros<br />
problemas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em que vive.<br />
6. Sempre seja feita a ligação entre evangelho e<br />
vi<strong>da</strong>, entre fé e vi<strong>da</strong>, entre fé e política, fé e lutas<br />
populares... Também a liturgia seja feita a partir <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />
FERRAMENTAS<br />
Estas metas serão atingi<strong>da</strong>s mediante o uso de<br />
meios eficazes. A Assembléia propõe:<br />
1. A Diocese crie equipes competentes para<br />
promover o trabalho traça<strong>do</strong> acima:<br />
o Equipe de defesa <strong>do</strong>s direitos humanos e<br />
problemas sociais<br />
o Equipe <strong>da</strong> pastoral operária<br />
o Equipe <strong>da</strong> orientação vocacional<br />
o Equipe de formação de anima<strong>do</strong>res de<br />
Comuni<strong>da</strong>des<br />
o Equipe <strong>da</strong> pastoral de saúde<br />
o Equipe <strong>da</strong> pastoral <strong>da</strong> terra (CPT)<br />
o Equipe <strong>da</strong> pastoral <strong>da</strong> educação<br />
o Equipe <strong>da</strong> pastoral <strong>da</strong> juventude<br />
o Equipe <strong>da</strong> pastoral <strong>da</strong> criança<br />
o equipe <strong>da</strong> pastoral de saúde<br />
o equipe <strong>da</strong> pastoral <strong>da</strong> terra (CPT)<br />
o equipe <strong>da</strong> pastoral <strong>da</strong> educação<br />
o equipe <strong>da</strong> pastoral <strong>da</strong> juventude<br />
o equipe <strong>da</strong> pastoral <strong>da</strong> criança<br />
2. As aulas de religião na escola e a<br />
catequese sejam liberta<strong>do</strong>ras e vivas<br />
3. As equipes paroquiais façam mais<br />
encontros nas comuni<strong>da</strong>des<br />
4. Para melhorar o conhecimento <strong>da</strong> religião<br />
e <strong>do</strong>s problemas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> sejam forma<strong>da</strong>s<br />
bibliotecas nas paróquias e nas comuni<strong>da</strong>des;<br />
sejam ministra<strong>do</strong>s cursos e palestras.<br />
5. Fazer denúncias e críticas através de<br />
jornais, cartazes, passeatas e abaixo-assina<strong>do</strong>s.<br />
6. Está na hora de a diocese ter o seu jornal<br />
diocesano para informar e formar.<br />
7. Faça-se um congresso diocesano de<br />
jovens.<br />
8. Sejam prepara<strong>da</strong>s ou forneci<strong>da</strong>s apostilas<br />
e outros subsídios sobre: sacramentos, catequese<br />
liberta<strong>do</strong>ra, Bíblia, grandes projetos, situação<br />
atual mecanismos que oprimem o povo, saúde,<br />
sindicato, etc.
Reparou, Companheira e Companheiro <strong>da</strong>s Ilhas de Abaetetuba, como o Movimento Social nas ilhas<br />
evoluiu? Da Centrilha (1982), para as Organizações Comunitárias (1985), para o Movimento <strong>do</strong>s<br />
Pesca<strong>do</strong>res (1985), para a AMIA (1986) para a AP (1988)
Z - 14, hoje.<br />
Data de Fun<strong>da</strong>ção: 23 de abril de<br />
1923<br />
Secretarias: 32<br />
N° aproxima<strong>do</strong>, de sócios: 3.200<br />
Locali<strong>da</strong>des onde há secretarias:<br />
Maúba<br />
Paruru<br />
Ajuaí<br />
Tucumanduba<br />
Caria<br />
Maracapucu Palmar<br />
Anequara<br />
Urucuri<br />
Sapucajuba<br />
Prainha<br />
Rio Doce<br />
Rio <strong>da</strong> Prata<br />
Urubuéua Fátima<br />
Açacu<br />
Capim<br />
Igarapé São José<br />
Xingu<br />
Caripetuba<br />
Arumanduba<br />
Guajarazinho<br />
Nazaré Costa Maratauíra<br />
<strong>Campo</strong>mpema Alto<br />
<strong>Campo</strong>mpema Baixo<br />
Costa Si ri tuba<br />
+<br />
+<br />
Rio Siritiba<br />
Tabatinga<br />
Jarumã<br />
Pin<strong>do</strong>bal<br />
Guajará de Beja<br />
Urubuéua Cabeçeira<br />
Vila de Bela<br />
Sede Z-14
Se lembra, irmão, os 120 homens trabalhan<strong>do</strong> duro<br />
durante <strong>do</strong>is meses na construção <strong>da</strong> estação? E a festa<br />
bonita no dia <strong>da</strong> inauguração, debaixo de uma chuva<br />
torrencial? Pois bem, veja no que deu!<br />
Em 1993 começou a primeira experiência <strong>da</strong> piscicultura no município de<br />
Abaetetuba. Foi nos rios Genipauba, <strong>Campo</strong>mpema e Urubueua Cabeceira, fazen<strong>do</strong> o<br />
peixamento desses lagos, exatamente em 02/05/93. Em setembro, tivemos a<br />
oportuni<strong>da</strong>de de participar de um seminário promovi<strong>do</strong> pela Prefeitura e o POEAAA com<br />
o tema "Desenvolvimento Sustentável <strong>da</strong> Amazónia", com a presença de vários<br />
municípios <strong>da</strong> região guajarina. O movimento de Abaetetuba se articulou com Barcarena<br />
e outros municípios, onde passamos a proposta de implantar um sistema de rádio rural<br />
nas Ilhas de Abaetetuba e uma estação de piscicultura para o Baixo Tocantins. A rádio, o<br />
POEAAA não começou, porém a estação, com muita luta <strong>do</strong> Movimento, conseguimos<br />
trabalhar. Primeiro foi feita uma visita em vários municípios <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> per ver<br />
experiências em laboratórios de inseminação artificial de peixes. Uma comissão de<br />
técnicos em piscicultura ficou encarrega<strong>da</strong>. Entre os técnicos, Raul <strong>do</strong> POEAAA, Assis <strong>da</strong><br />
EAAATER-Abaetetuba, e entre os piscicultores, Ro, Casa-grande, Carlito <strong>do</strong> Urubueua<br />
Cabeceira e Marcelo de Barcarena e, pela primeira vez, piscicultores de Igarapé-açu,<br />
Terra Alta e Primavera.<br />
Precisamente em janeiro de 94, começou o primeiro trabalho de roçagem <strong>da</strong> área <strong>da</strong><br />
estação, com várias pessoas trabalhan<strong>do</strong>. Em segui<strong>da</strong>, começou-se as obras de<br />
construção <strong>da</strong> estrutura <strong>do</strong> laboratório e a construção de <strong>do</strong>is viveiros (lagos) para a<br />
reprodução de alevinos. Trabalhamos na área direto, durante <strong>do</strong>is meses, com 120<br />
homens, segun<strong>do</strong> um cronograma. No finalzinho de março de 94 foi feita uma grande festa<br />
de inauguração <strong>da</strong> ESTAÇÃO DE PISCICULTURA DO BAIXO TOCANTINS, POR SINAL, por<br />
baixo de uma grande chuva durante o dia to<strong>do</strong>!
Foi feita uma celebração muito bonita pelo Pe José,<br />
Pe Marcelo, e Pe A<strong>do</strong>lfo. Em segui<strong>da</strong>, a festa <strong>do</strong> Povo <strong>da</strong>s<br />
Ilhas com a presença de várias autori<strong>da</strong>des estaduais,<br />
federais e municipais e <strong>da</strong> mídia televisiva e escrita. Deu<br />
uma grande repercussão em Abaetetuba. No mesmo ano<br />
ain<strong>da</strong> criamos a famosa APROCIA com a responsabili<strong>da</strong>de<br />
de gerenciar a estação, de fazer convénios e <strong>da</strong>r<br />
legali<strong>da</strong>de jurídica à própria estação. A coisa não foi bem<br />
compreendi<strong>da</strong>, mas, mesmo assim, se criou em função de<br />
representar os piscicultores. O primeiro presidente foi o<br />
Ró.<br />
O ano de 1995 foi complica<strong>do</strong> para o Movimento social<br />
nas Ilhas. A nossa luta começou a diminuir por causa <strong>da</strong><br />
fragmentação <strong>do</strong> Movimento. Motivo: disputas entre<br />
parti<strong>do</strong>s políticos e suas lideranças. To<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong><br />
queren<strong>do</strong> ser o "pai <strong>da</strong> criança", um queren<strong>do</strong> ser melhor<br />
que o outro. Foram feitas várias tentativas de unificação,<br />
porém não se conseguiu. Conseguíamos discutir, mas na<br />
hora de estruturar, logo já abortava. A Paróquia <strong>da</strong>s Ilhas<br />
começou a fazer suas modificações , a botar exigências.<br />
Aí começou a perder suas lideranças mais antigas, substituin<strong>do</strong><br />
com novas. No final de '95, Ró pediu demissão <strong>da</strong><br />
paróquia, porque não foi possível se a<strong>da</strong>ptar às mu<strong>da</strong>nças<br />
feitas. No ano seguinte, porém foi trabalhar na CPT<br />
- diocese de Abaetetuba com o objetivo de implantar a<br />
piscicultura na região guajarina. Hoje podemos dizer que<br />
atingimos os nove municípios <strong>da</strong> região, realizan<strong>do</strong> vários<br />
seminários sobre piscicultura, até extrapolar a região,<br />
chegan<strong>do</strong> até o Marajó: Ponta de Pedras, Muaná, São Sebastião<br />
de Boa Vista, Curralinho, Cametá, Tucumã, Santa<br />
Izabel e Castanhal.
Em 1997 a CPT entrou como parceira <strong>da</strong><br />
Estação de Piscicultura, que estava passan<strong>do</strong><br />
por grandes dificul<strong>da</strong>des. Conseguimos redefinir<br />
as parcerias, onde foi defini<strong>do</strong> o papel de ca<strong>da</strong><br />
uma. Nisto conseguimos, pela primeira vez,<br />
fazer uma desova de alevinos na história <strong>da</strong><br />
Estação. Tivemos a presença de várias autori<strong>da</strong>des<br />
e <strong>da</strong> imprensa. Foi um sucesso a<br />
primeira desova! No ano seguinte conseguimos<br />
um projeto via CPT e a RRR - Rete Radie Resch<br />
italiana para a compra de duas bombas para<br />
cavar e limpar os lagos de forma mecaniza<strong>da</strong> e<br />
um outro projeto para a recuperação <strong>da</strong> Estação<br />
e a compra de um outro terreno.<br />
Em 2000, com a saí<strong>da</strong> <strong>do</strong> POEMA, ficamos<br />
sem técnicos. Tentamos um projeto com a<br />
Eletronorte, mas não deu certo.<br />
Era para <strong>da</strong>r tu<strong>do</strong> certo, no entanto...<br />
Em 2003 começou uma grande desunião<br />
entre a APROCIA e as demais enti<strong>da</strong>des<br />
fun<strong>da</strong><strong>do</strong>ras <strong>da</strong> Estação.<br />
Conclusão: hoje a APROCIA e a Estação<br />
estão totalmente isola<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Movimento social<br />
<strong>da</strong>s Ilhas.<br />
Que pena!
ARQUIA RIBEIRINHOS<br />
Fórum Nordeste Paraense e Região Guajarina<br />
Como diz a música: Sonho que se sonha só<br />
Pode ser pura ilusão. Sonho que<br />
se sonha juntos É sinal de<br />
solução.<br />
O nosso "Arquivo Vivo" - Consola, Assopra, Romildes,<br />
Jocilene, Raimun<strong>da</strong>, Dário e o Preto nos contam conquistas<br />
importantes obti<strong>da</strong>s nas Ilhas no perío<strong>do</strong> que vai de 99 a 2005.<br />
Desta vez, conquistas com um toque diferente: a <strong>revitaliza</strong>ção<br />
<strong>da</strong>s Comuni<strong>da</strong>des Quilombolas e a redescoberta <strong>do</strong>s Ribeirinhos<br />
como grupo cultural. Veja o que nos contam:<br />
O ano de 99 começou bem para o Movimento social nas<br />
Ilhas com a consoli<strong>da</strong>ção de uma uni<strong>da</strong>de bastante séria entre<br />
STR, CPT, Z-14, AMIA, ADEMPA, ARQUIA, CONFRUTA e Centro<br />
Tipiti, porém ca<strong>da</strong> uma com sua especiali<strong>da</strong>de. No mesmo ano a<br />
CPT começou, junto com o STR e a Paróquia <strong>da</strong>s Ilhas, a<br />
trabalhar um projeto de regularização fundiária nas áreas de<br />
Remanescentes de Quilombos envolven<strong>do</strong> nove Comuni<strong>da</strong>des<br />
<strong>da</strong>s Ilhas, segun<strong>do</strong> um levantamento antropológico <strong>do</strong> NAEA<br />
Núcleo de Altos Estu<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Amazônia. Aí começou o trabalho.<br />
Foi muito legal. Só que depois a Paróquia <strong>da</strong>s Ilhas saiu, por<br />
motivo de falta de recursos humanos e econômicos, fican<strong>do</strong> só<br />
STR e CPT.<br />
No mesmo ano a CPT deu início a um outro debate sobre a<br />
regularização fundiária em terras de marinha. De primeiro teve<br />
uma reação contrária, mas depois conseguimos encaminhar. Aí<br />
veio o primeiro encontro de articulação em Castanhal, onde<br />
participaram, de Abaetetuba, Assopra, Zema, Tuna e Ro. Em<br />
segui<strong>da</strong> chamamos para definir a deman<strong>da</strong> de dez Ilhas, ten<strong>do</strong><br />
parceiros STR, Z-14, CPT, AMIA, ADEMPA e a Paróquia.
Em 2000 foi a primeira ocupação no INCRA<br />
<strong>do</strong> Movimento social chama<strong>do</strong> de FÓRUM DO<br />
NORDESTE PARAENSE E REGIÃO GUAJARINA.<br />
De Abaetetuba foram 14 pessoas: Ro, Iza,<br />
Assopra, RosinaL<strong>do</strong> e Lin<strong>do</strong>, Antônio, os filhos<br />
<strong>do</strong> Cileno e <strong>do</strong> Emiliano, Baljeiro, Camalio,<br />
Harol<strong>do</strong>, Tatu Empilha<strong>do</strong>, Cristo e Gregória. Foi<br />
entregue a primeira deman<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Ilhas no<br />
INCRA e negocia<strong>do</strong> as ilhas para serem<br />
trabalha<strong>da</strong>s.<br />
Em 2001 foi cria<strong>da</strong> a ARQUIA - Associação<br />
<strong>do</strong>s Remanescentes de Quilombos <strong>da</strong>s Ilhas de<br />
Abaetetuba, com os objetivos de administrar as<br />
terras <strong>do</strong>s Quilombos, de buscar projetos de<br />
geração de ren<strong>da</strong> e de resgatar a cultura negra. 0<br />
primeiro presidente foi o Gersino. Conseguimos<br />
vários projetos como rabeta, barco, manejo de<br />
açaí, piscicultura, criação de galinhas brancas e<br />
gigantes negras, porcos e viveiros de mu<strong>da</strong>s.<br />
No ano seguinte, a primeira grande conquista<br />
<strong>da</strong> ARQUIA, CPT e STR: 2 títulos de<br />
reconhecimento de <strong>do</strong>mínio para os<br />
Remanescentes de Quilombos! Foi feita uma<br />
grande festa de comemoração desta conquista.<br />
O 1 o título envolveu as Comuni<strong>da</strong>des<br />
Quilombolas de Genipaúba, Acaraqui,<br />
Tauerá-açu, Arapauzinho, baixo Itacuru-çá, Médio<br />
Itacuruçá e Alto Itacuruçá.<br />
O 2 o , as Comuni<strong>da</strong>des Quilombolas de Nossa<br />
Senhora <strong>do</strong> Bom Remédio e Assacu.
Já em 2003 a luta mais intensiva foi a <strong>do</strong>s<br />
assentamentos para os Ribeirinhos. Tivemos<br />
que chegar até Brasília. Fomos Zema, Assopra<br />
e Ró, com dinheiro <strong>da</strong>s Enti<strong>da</strong>des e <strong>do</strong>s próprios<br />
Ribeirinhos, Não tivemos aju<strong>da</strong> de nenhum<br />
político, com exceção <strong>da</strong> sena<strong>do</strong>ra Ana<br />
Júlia, que deu a passagem de avião pro Zema<br />
voltar com urgência e registrar sua candi<strong>da</strong>tura<br />
no Conselho Tutelar. Fora disso, não tivemos<br />
apoio de nenhum político paraense em na<strong>da</strong>.<br />
Esta luta é <strong>do</strong>s Ribeirinhos e <strong>da</strong>s Enti<strong>da</strong>des que<br />
nos apóiam.<br />
As primeiras cestas básicas começamos a<br />
receber em setembro de 2003, no Tabatinga e<br />
<strong>Campo</strong>mpema, durante 7 meses.<br />
Após esse perío<strong>do</strong>, foram cria<strong>do</strong>s 2 PAEs -<br />
Projetos de Assentamentos Extrativistas em<br />
Tabatinga e <strong>Campo</strong>mpema.<br />
O primeiro foi no Tabatinga: R$ 688.200,00 de<br />
fomento foram pagos para os assenta<strong>do</strong>s e foi inicia<strong>do</strong><br />
o projeto de construção <strong>da</strong>s casas. Foi aprova<strong>do</strong><br />
o PDA-Projeto de Desenvolvimento <strong>do</strong> Assentamento,<br />
o PU-Plano de Utilização <strong>do</strong>s recursos naturais, com<br />
assistência técnica gratuita até 31 de dezembro de<br />
2007, e a criação <strong>da</strong> APANSLI-Associação Projeto de<br />
Assentamento N a S a <strong>do</strong> Livramento.<br />
O segun<strong>do</strong> projeto foi aprova<strong>do</strong> em 2005 para<br />
<strong>Campo</strong>mpema, no valor de R$ hum milhão e 115 mil<br />
reais, com aprovação <strong>do</strong> PDA e PU, a criação <strong>da</strong><br />
APA-ESBIA - Associação Projeto de Assentamento São<br />
Benedito <strong>da</strong>s Ilhas de Abaetetuba.<br />
Além disso, nesse mesmo ano tivemos a alegria<br />
<strong>do</strong> PT ganhar a prefeitura. Mas vamos ver o que o<br />
bicho vai <strong>da</strong>r.<br />
Mas essa alegria to<strong>da</strong> pelas conquistas provocou<br />
alguns problemas, que resultaram na saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> AMIA<br />
e <strong>da</strong> ARQUIA <strong>da</strong> articulação <strong>do</strong> Movimento Social nas<br />
Ilhas de Abaetetuba.<br />
Enquanto agradecemos o nosso ARQUIVO VIVO - Consola, Assopra, Raimun<strong>do</strong>, Pre¬to, Ro,<br />
Josilene e Dário - faz-se necessário completar a história conta<strong>da</strong> por eles. No final de 2005<br />
foram cria<strong>do</strong>s mais projetos de assentamentos extrativistas nas Ilhas, en¬volven<strong>do</strong> 2.543<br />
famílias, perfazen<strong>do</strong> a um total de 20.011 hectares. As ilhas são: Xingu, Nazaré Costa, Sirituba,<br />
Palmar, Quianduba, Sapucajuba, Rio <strong>da</strong> Prata e Capim.<br />
Para essas ilhas já está empenha<strong>do</strong> um crédito apoio de 3 milhões e 600 mil reais e para o<br />
projeto de habitação 5 milhões e 500 mil reais.<br />
VIVA OS RIBEIRINHOS E AS RIBEIRINHAS!
Nessa história to<strong>da</strong>, o STR - Abaetetuba<br />
teve um papel determinante. Veja alguns <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />
sobre sua situação hoje:<br />
DADOS GERAIS DO SINDICATO DOS TRABALHA-<br />
DORES RURAIS DE ABAETETUBA<br />
Data de fun<strong>da</strong>ção: 30 de julho de 1972<br />
Número de Delegacias Sindicais: 29<br />
Número, aproxima<strong>do</strong>, de sócios: 13.000
Em 2005 os ribeirinhos convi<strong>da</strong>ram a CPT Região<br />
Guajarina para <strong>da</strong>r início a um projeto de formação<br />
para os Ribeirinhos e as Ribeirinhas, em 3 etapas com<br />
os objetivos de:<br />
. • Re-vitalizar a identi<strong>da</strong>de ribeirinha<br />
• Fun<strong>da</strong>r o Movimento <strong>do</strong>s Ribeirinhos <strong>da</strong> região<br />
Guajarina<br />
• Criar relações e companheirismo com os demais<br />
Movimentos Ribeirinhos <strong>da</strong> região amazônica.<br />
Durante os encontros de formação foram trabalha<strong>da</strong>s<br />
as seguintes questões:<br />
• O que mais caracteriza o meu lugar de moradia;<br />
• Como ribeirinho que sou <strong>da</strong>s Ilhas de<br />
Abaetetuba, me identifico com...<br />
• O que me diferencia de um mora<strong>do</strong>r <strong>da</strong> Colônia<br />
é...<br />
• O que os não-ribeirinhos pensam <strong>do</strong>s ribeirinhos<br />
• Como ribeirinho que sou não abro mão de...<br />
• Se tivesse que escolher um símbolo para os Ribeirinhos,<br />
escolheria...<br />
No segun<strong>do</strong> semestre de 2006 é previsto o 1 o Congresso<br />
<strong>do</strong>s Ribeirinhos
Até este momento vimos a história <strong>do</strong> Movimento Social conta<strong>da</strong> por nosso arquivo vivo, Igrejas e enti<strong>da</strong>des pre sente s ao<br />
proce sso:<br />
■ Arquivo vivo: Consola, Dário, Assopra, Romildes, Jocilene, Raimun<strong>da</strong> e Preto<br />
■ Igrejas: Assembléia de Deus e Católica<br />
■ Movimentos Sociais: CENTRILHA, CEB's, ORGANIZAÇÕES COMUNITÁRIAS, MOVIMENTO DOS PESCADORES, AMIA, APT, Z-14,<br />
APROCIA, STR, ARQUIA e FÓRUM NORDESTE PARAENSE E REGI ÃO GUAJARINA.
À boca <strong>da</strong> noite, depois <strong>do</strong> trabalho, já cansa<strong>do</strong>s, sentamos à porta de nossa casa e ficamos olhan<strong>do</strong> o pôr <strong>do</strong><br />
sol, as estrelas no céu, a lua refleti<strong>da</strong> no rio. E que gostoso é sentir no rosto a brisa que passa. Por isso amamos<br />
a nossa terra e a nossa vi<strong>da</strong> com to<strong>do</strong> o<br />
gosto de ser ribeirinhos, ribeirinhas." (Maria José e Suziane - alunas <strong>da</strong> 7. a série -<br />
GEEM - Rio Maúba)<br />
POPULAÇÃO RESIDENTE DAS ILHAS DE ABAETETUBA<br />
ILHAS FAMILIAS HOMENS MULHERES ADULTOS CRIANÇAS<br />
Ajuaí 460 1.500 1.720 1.345 927<br />
Arumanduba 500 1.400 1.600 2.141 1.419<br />
Bacuri 300 1.000 1.100 1.449 931<br />
<strong>Campo</strong>mpema 240 880 800 709 561<br />
Caripetuba 400 1.450 1.350 1.808 1.552<br />
Capim 130 410 500 632 446<br />
Furo Grande 400 1.300 1.500 1.827 1.168<br />
Guajarazinho 472 1.774 1.530 963 689<br />
Maracapucu Palmar 160 600 520 894 683<br />
Nazaré Costa Maratauíra 300 1.053 1.047 1.042 721<br />
Paçoca 06 20 26 27 19<br />
Paruru 757 2.479 2.820 3.212 1.765<br />
Piquiarana 300 1.200 900 1.798 1.088<br />
Quianduba 600 2.00 2.100 1.683 1.837<br />
Rio <strong>da</strong> Prata 200 600 800 517 464<br />
Sapucajuba 650 2.300 2.550 1.430 1.034<br />
Si ri tuba 246 1.022 700 1.180 891<br />
Tabatinga 124 400 468 876 1.522<br />
Uruá 220 790 750 831 629<br />
Xingu 120 400 440 561 530<br />
Totais 6.585 20.580 23.221 24.925 18.876
"Essa água que brilha moven<strong>do</strong>-se nas correntes e nos rios não é simplesmente<br />
água. É o sangue <strong>do</strong>s nossos antepassa<strong>do</strong>s...<br />
O murmúrio <strong>da</strong> água é a voz <strong>do</strong> pai <strong>do</strong> meu pai. Os rios são nossos irmãos. Eles<br />
saciam nossa sede.<br />
Os rios levam nossas canoas e alimentam nossos filhos e filhas.<br />
Digam a seus filhos que os rios são irmãos nossos... Tratem os rios com a gentileza<br />
com a qual tratariam a um irmão..."<br />
(Cacique Seatle -1854)
To<strong>do</strong>s: Nossa água, nossa vi<strong>da</strong>!<br />
Rio Pará Rio Cuitininga s<br />
Igarapé ^ Urubuquara Igarapé ^ Ajuazinho<br />
Baía <strong>do</strong> Capim Rio Bacuri V<br />
Igarapé ^ Maninho Igarapé ^ São João<br />
Costa Maratauíra Rio Panacuerazinho S<br />
Igarapé ^ <strong>do</strong> Coelho Igarapé ^ Vilar<br />
Costa Sirituba Rio Ajuaí s<br />
Igarapé ^ Acapu Furo S <strong>do</strong> Capim<br />
Costa Marapatá Rio Tucumenduba s<br />
Igarapé ^ Aná - Açu Furo s <strong>do</strong> Açacu<br />
Rio <strong>da</strong> Prata Rio Quianduba s<br />
Igarapé / Sarapuquara Furo ^ <strong>do</strong>s Careca s<br />
Rio Urubuéua Rio Maracapucu s<br />
Igarapé s Pin<strong>do</strong>ba Furo ^ <strong>do</strong> Urucum<br />
Rio Xingu Rio Paruru s<br />
Igarapé S Açu Furo S <strong>do</strong> Bacabal<br />
Rio São José Rio Itacuruçá s<br />
Igarapé s Jacarequara Furo V <strong>do</strong> Maúba<br />
<br />
<br />
Rio Caratateua<br />
Rio Açacu<br />
<br />
<br />
Rio Tauerá-Açu s<br />
Rio Anequara s<br />
<br />
<br />
Igarapé s Simão<br />
Igarapé s Genipaúba<br />
<br />
<br />
Furo < <strong>do</strong> Samaúma<br />
Furo / s <strong>do</strong> Uruá<br />
Rio Caripetuba Rio Jarumã s<br />
Igarapé s Moju-Mirim Furo s <strong>do</strong> Limão<br />
<br />
<br />
Rio Paramajó<br />
Arumanduba<br />
<br />
<br />
Rio Abaeté s<br />
Rio Tabatinga s<br />
<br />
<br />
Igarapé < Curuperé<br />
Igarapé / s Bacuri<br />
<br />
<br />
Furo s são Bento<br />
Furo s Pai Pedro<br />
Rio Açacuera Rio Jupariquara s<br />
Igarapé s Tauerá-Açu Furo s Maracapucu<br />
<br />
<br />
Rio <strong>Campo</strong>mpema<br />
Rio Abaeté<br />
<br />
<br />
Rio Prainha <<br />
Rio Sirituba / s<br />
<br />
<br />
Igarapé s Aricuru<br />
Igarapé s Bom Jesus<br />
<br />
<br />
Furo s Piquiarana -<br />
Mirim Furo s Japariquara<br />
Rio Belchior Rio s<br />
Igarapé V Caputeua Furo s Grande<br />
Rio Acaraqui Tucumandubazinho<br />
Rio Guajarazinho s<br />
Igarapé s Acaputeua Furo s Pinheiro<br />
Rio Curuperé Rio Doce s<br />
Igarapé s Piraminha Furo V Tucumã<br />
Rio Piquiarana Rio Sapucajuba V<br />
Igarapé s Grande Furo s <strong>do</strong> Boto<br />
Rio Ipanema Igarapé V Tauá Igarapé s Capitão Furo s Gentil
Arquivo <strong>da</strong> CPT região Guajarina: pastas: "Abaetetuba" e "Ribeirinhos";<br />
CONSOLA, DARIO, ASSOPRA, ROMILDES, JOCILENE, RAIMUNDA, PRETO: Arquivo Vivo;<br />
Diocese de Abaetetuba: Arquivo;<br />
AAACHADO, J. (1986) - Terra de Abaetetuba; O Município de Abaetetuba: Geografia física e <strong>da</strong><strong>do</strong>s estatísticos. Ed. Arquimia;<br />
SILVA, R. Paracampos <strong>da</strong> (2004) (técnico responsável; CREA/PA n° 12.763-D) - Ilhas de Abaetetuba - Pará. Mapa elabora<strong>do</strong> a<br />
partir de levantamento realiza<strong>do</strong> com GPS, utilização de imagem de satélite Landsat TM - 5 e ain<strong>da</strong> com imagens obti<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s<br />
cartas 1:100.000 <strong>do</strong> IBGE. Trabalho de campo realiza<strong>do</strong> por comissões de Ribeirinhas e Ribeirinhos nas 20 Ilhas <strong>do</strong> município<br />
de Abaetetuba e pelas Professoras <strong>da</strong>s Escolas Municipais, durante o perío<strong>do</strong> de 2005-2006;<br />
VILHENA, M. Couto de: A Igreja Evangélica Assembléia de Deus (informes).