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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO<br />
COLÉGIO PEDRO <strong>II</strong><br />
DIRETORIA-GERAL<br />
SECRETARIA DE ENSINO<br />
EXAME DE SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE CANDIDATOS<br />
À MATRÍCULA NA 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO<br />
- INFORMÁTICA -<br />
PROVA DE PORTUGUÊS - 2009<br />
UNIDADE ESCOLAR _______________________<br />
NOME DO(A) CANDIDATO(A): .….............................................................................<br />
..............................................................................................................................<br />
NÚMERO DA INSCRIÇÃO: .......................................................<br />
RIO DE JANEIRO, 14 DE DEZEMBRO DE 2008<br />
DADOS A SEREM PREENCHIDOS PELA BANCA EXAMINADORA:<br />
GRAU OBTIDO<br />
RUBRICA DOS EXAMINADORES:<br />
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..........................................................<br />
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COLÉGIO PEDRO <strong>II</strong> – MEC PORTUGUÊS – 2009<br />
1 a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO – INFORMÁTICA<br />
Texto I<br />
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25<br />
30<br />
35<br />
Meu herói, meu bandido<br />
Ele parece um gigante. Ou será apenas uma impressão, já que somos tão<br />
minúsculos diante <strong>de</strong>le? Não, não é impressão, ele é sim um gigante! É forte, mesmo<br />
quando magro. É sério, mesmo quando brinca. E sabe muito. Tem todas as respostas.<br />
Conhece todos os truques. Sabe on<strong>de</strong> a gente <strong>de</strong>ve sentar no estádio para evitar o tumulto<br />
<strong>de</strong> torcedores. Sabe que rua a gente <strong>de</strong>ve pegar para evitar congestionamento. Sabe como<br />
consertar o computador. Sabe exatamente quando vai chover. Nunca tem dor <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte.<br />
Nunca tem febre. Nunca mentiu. Nunca <strong>de</strong>ixou faltar nada em casa.<br />
Por quanto tempo dura esse <strong>de</strong>lírio? A infância toda. Nossas primeiras e mais fortes<br />
emoções foram provocadas por ele. A primeira sensação <strong>de</strong> respeito foi por ele. O primeiro<br />
medo foi <strong>de</strong>le também. Não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>cepcioná-lo. Ele faz tudo certo. Não permite que<br />
façamos <strong>de</strong> outro jeito. Mesmo que não sejamos mais do que meras crianças, ele exige <strong>de</strong><br />
nós o melhor que temos a dar. Ele não se contenta com pouco. Ele é o parâmetro. Ele é o<br />
cara. Nosso orgulho, nossa segurança.<br />
Nosso.<br />
E então o tempo passa e começamos a apren<strong>de</strong>r que não somos sua imagem e<br />
semelhança, já que, ao contrário <strong>de</strong>le, nós erramos à beça. Nós pedimos cola para<br />
conseguir passar <strong>de</strong> ano. Nós fumamos escondido. Nós pegamos o carro antes <strong>de</strong> ter<br />
carteira. Nós brigamos com nosso irmão. Nós <strong>de</strong>sejamos a namorada do próximo. Nós<br />
ultrapassamos o limite <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>. Nós somos adolescentes. E um dia surge a<br />
<strong>de</strong>sconfiança: será que ele também erra?<br />
Essa não. De herói a bandido. Ele, que não quer mais abrir a carteira pra nós. Ele,<br />
que todo dia dá sermão. Ele, que faz a mãe chorar. Ele, que implica com todos os nossos<br />
amigos. Ele, que reclama do nosso cabelo. Ele, que foi <strong>de</strong>mitido. Ele, que andou bebendo<br />
<strong>de</strong>mais. Ele, que teve que ir ao médico. Ele, que não é diferente <strong>de</strong> ninguém.<br />
Duríssima travessia esta, a que chamamos <strong>de</strong> “cair na real”. A gente cresce e o<br />
gigante se apequena, e passamos todos a ter o mesmo tamanho. Difícil pra ele, mais difícil<br />
pra nós. Como não nos sentirmos traídos? Como ele permitiu que nossas ilusões fossem<br />
ralo abaixo?<br />
Até que vem a maturida<strong>de</strong> e, com ela, os papéis se <strong>de</strong>finem, as proporções ganham<br />
sentido e clareza. Ninguém é herói, ninguém é bandido. Ele é um homem. Se as mães são<br />
tratadas como rainhas do lar para sempre, ele, ao contrário, ganha em humanida<strong>de</strong>. Ele se<br />
adapta ao nosso olhar, se ajusta. Passa a ser um <strong>de</strong> nós. O cara que viaja e volta. O cara<br />
que some e reaparece. O cara que mente e diz a verda<strong>de</strong>. O cara que tem certeza e tem<br />
dúvida. Ele, que <strong>de</strong>sempenhou muito bem o papel que lhe cabia, que foi gigante quando era<br />
preciso. E, quando preciso, revelou que não sabia tudo, e que segue até hoje seu caminho<br />
ao nosso lado, sendo ora Golias, ora um humil<strong>de</strong> pastor.<br />
Nosso pai.<br />
Marta Me<strong>de</strong>iros. Revista O Globo, <strong>de</strong> 11/08/2007.<br />
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COLÉGIO PEDRO <strong>II</strong> – MEC PORTUGUÊS – 2009<br />
1 a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO – INFORMÁTICA<br />
Texto <strong>II</strong><br />
Filhos... Filhos?<br />
Melhor não tê-los!<br />
Mas se não os temos<br />
Como sabê-los?<br />
Se não os temos<br />
Que <strong>de</strong> consulta<br />
Quanto silêncio<br />
Como os queremos!<br />
Banho <strong>de</strong> mar<br />
Diz que é um porrete...<br />
Cônjuge voa<br />
Transpõe o espaço<br />
Engole água<br />
Fica salgada<br />
Se iodifica<br />
Depois, que boa<br />
Que morenaço<br />
Que a esposa fica!<br />
Resultado: filho.<br />
E então começa<br />
A aporrinhação:<br />
Cocô está branco<br />
Cocô está preto<br />
Bebe amoníaco<br />
Comeu botão.<br />
Texto <strong>II</strong>I<br />
POEMA ENJOADINHO<br />
Filhos? Filhos<br />
Melhor não tê-los<br />
Noites <strong>de</strong> insônia<br />
Cãs prematuras<br />
Prantos convulsos<br />
Meu Deus, salvai-o!<br />
Filhos são o <strong>de</strong>mo<br />
Melhor não tê-los...<br />
Mas se não os temos<br />
Como sabê-los?<br />
Como saber<br />
Que macieza<br />
Nos seus cabelos<br />
Que cheiro morno<br />
Na sua carne<br />
Que gosto doce<br />
Na sua boca!<br />
Chupam gilete<br />
Bebem xampu<br />
Ateiam fogo<br />
No quarteirão<br />
Porém, que coisa<br />
Que coisa louca<br />
Que coisa linda<br />
Que os filhos são!<br />
Vinícius <strong>de</strong> Moraes<br />
Revista O Globo, <strong>de</strong> 11/08/2007.<br />
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COLÉGIO PEDRO <strong>II</strong> – MEC PORTUGUÊS – 2009<br />
1 a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO – INFORMÁTICA<br />
QUESTÃO 1 (VALOR: 0,5)<br />
Há no segundo parágrafo do texto I uma frase que resume o que é apresentado a respeito da<br />
figura paterna, sob o olhar infantil, expressa no primeiro parágrafo. Transcreva essa frase.<br />
____________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________<br />
QUESTÃO 2 (VALOR: 0,5)<br />
No sexto parágrafo do texto I, há um período composto por subordinação que <strong>de</strong>fine com<br />
clareza o que é “cair na real”. Que período é esse?<br />
____________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________<br />
QUESTÃO 3 (VALOR TOTAL: 1,0)<br />
Já a partir do título do texto I, que introduz a idéia <strong>de</strong> pai herói da infância e pai bandido da<br />
adolescência, observa-se o emprego <strong>de</strong> uma figura <strong>de</strong> linguagem que sintetiza a visão que os<br />
filhos têm do pai durante a infância e durante a adolescência.<br />
a) Que figura <strong>de</strong> linguagem é essa? (VALOR DESTE ITEM: 0,5)<br />
____________________________________________________________________________<br />
b) Transcreva do penúltimo parágrafo uma passagem em que se empregou a figura apontada<br />
no item a. (VALOR DESTE ITEM: 0,5)<br />
____________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________<br />
QUESTÃO 4 (VALOR: 0,5)<br />
Depreen<strong>de</strong>-se da leitura do texto I a idéia <strong>de</strong> que os filhos, quando crianças, i<strong>de</strong>alizam a figura<br />
do pai e da mãe. O pai humaniza-se, à medida que os filhos crescem, mas a imagem da mãe<br />
continua sendo i<strong>de</strong>alizada.<br />
Transcreva do penúltimo parágrafo APENAS a oração subordinada adverbial que confirma o<br />
fato <strong>de</strong> a imagem da mãe permanecer inalterada.<br />
____________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________<br />
QUESTÃO 5 (VALOR TOTAL: 1,0)<br />
Embora os textos I e <strong>II</strong> tratem da relação pais-filhos, essa temática é apresentada a partir <strong>de</strong><br />
pontos <strong>de</strong> vista distintos. Indique quem se expressa respectivamente:<br />
a) no texto I - __________________________________; (VALOR DESTE ITEM: 0,5)<br />
b) no texto <strong>II</strong> - ___________________________________. (VALOR DESTE ITEM: 0,5)<br />
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COLÉGIO PEDRO <strong>II</strong> – MEC PORTUGUÊS – 2009<br />
1 a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO – INFORMÁTICA<br />
QUESTÃO 6 (VALOR TOTAL: 1,0)<br />
No texto <strong>II</strong>, o eu lírico reflete sobre a paternida<strong>de</strong>.<br />
a) Entre os versos 1 e 25, há um substantivo que <strong>de</strong>nota o incômodo <strong>de</strong> ter filhos. Retire-o do<br />
texto. (VALOR DESTE ITEM: 0,5)<br />
____________________________________________________________________________<br />
b) Entre os versos 26 e 50, há dois adjetivos utilizados para <strong>de</strong>monstrar que o eu lírico<br />
i<strong>de</strong>ntifica duas faces contraditórias do filho. Retire-os do texto. (VALOR DESTE ITEM: 0,5)<br />
____________________________________________________________________________<br />
QUESTÃO 7 (VALOR: 0,5)<br />
As duas últimas falas do pai do texto <strong>II</strong>I, os quatro primeiros versos do texto <strong>II</strong> e o próprio título<br />
do texto I <strong>de</strong>ixam entrever a seguinte semelhança em seus conteúdos:<br />
a) a relação pais-filhos é marcada pela contradição.<br />
b) pais e filhos nunca conseguirão se enten<strong>de</strong>r.<br />
c) a relação pais-filhos é marcada por enfrentamentos.<br />
d) pais sempre serão heróis para seus filhos e vice-versa.<br />
Total obtido nas questões:<br />
Total obtido na redação:<br />
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COLÉGIO PEDRO <strong>II</strong> – MEC PORTUGUÊS – 2009<br />
1 a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO – INFORMÁTICA<br />
REDAÇÃO (VALOR: 5,0)<br />
Nas últimas décadas, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> família vem passando por mudanças que alteram<br />
os relacionamentos entre seus membros e também permitem a construção <strong>de</strong> novos<br />
valores.<br />
Consi<strong>de</strong>rando os textos apresentados nesta prova, redija um texto dissertativoargumentativo<br />
sobre o papel da família na transmissão <strong>de</strong> valores para as crianças e os<br />
jovens.<br />
Seu texto <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>senvolvido observando as seguintes orientações:<br />
• conter obrigatoriamente argumentos que sustentem suas opiniões;<br />
• ter entre 20 e 25 linhas;<br />
• ter no mínimo três parágrafos;<br />
• ser em prosa;<br />
• ter um título;<br />
• estar <strong>de</strong> acordo com a norma padrão para a modalida<strong>de</strong> escrita;<br />
• apresentar letra legível e não conter rasuras.<br />
ATENÇÃO: Você po<strong>de</strong> aproveitar as idéias contidas nos textos, mas não po<strong>de</strong> copiar<br />
passagens <strong>de</strong>les.<br />
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1 a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO – INFORMÁTICA<br />
R A S C U N H O<br />
• Utilize este espaço para RASCUNHO (não será consi<strong>de</strong>rado para efeitos <strong>de</strong> correção).<br />
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1 a SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO – INFORMÁTICA<br />
R E D A Ç Ã O<br />
• Esta folha, com seu texto <strong>de</strong>finitivo, será corrigida pela Banca Examinadora.<br />
• Passe o texto a limpo com atenção.<br />
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO<br />
COLÉGIO PEDRO <strong>II</strong><br />
DIRETORIA-GERAL<br />
SECRETARIA DE ENSINO<br />
EXAME DE SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE CANDIDATOS À<br />
MATRÍCULA NA 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO - 2009<br />
ÁREA DE FORMAÇÃO: INFORMÁTICA<br />
INSTRUÇÕES PARA A PROVA DE PORTUGUÊS<br />
1. O fiscal distribuirá o Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> <strong>Prova</strong>s com três textos, sete questões e um tema para<br />
redação.<br />
2. Verifique se as questões estão numeradas corretamente e se existem erros <strong>de</strong><br />
impressão. Se notar alguma falha, comunique imediatamente ao fiscal.<br />
3. Faça a sua prova, obrigatoriamente, com caneta esferográfica azul ou preta.<br />
4. Os três últimos candidatos que ficarem na sala só po<strong>de</strong>rão sair juntos, quando o fiscal<br />
encerrar os trabalhos<br />
5. As respostas que ultrapassarem as linhas indicadas não serão consi<strong>de</strong>radas.<br />
BOA PROVA!<br />
Desligue o celular durante a prova.<br />
Não utilize corretor.<br />
Não consulte livros ou ca<strong>de</strong>rnos.<br />
Não peça esclarecimentos <strong>de</strong> qualquer<br />
espécie, porque enten<strong>de</strong>r as questões faz<br />
parte da interpretação.<br />
Não entregue a prova antes dos 30 (trinta)<br />
minutos iniciais.<br />
Você tem 2 (duas) horas para fazer a prova.<br />
Aguar<strong>de</strong> autorização para iniciá-la.<br />
Leia todas as perguntas com atenção e responda<br />
com calma.