Baixe o Caso Clínico - Unioeste
Baixe o Caso Clínico - Unioeste
Baixe o Caso Clínico - Unioeste
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Apresentação de <strong>Caso</strong><br />
<strong>Clínico</strong><br />
L.E.M.D.A.P.<br />
De Oliveira,J.V.C¹; SILVA, M.T.B¹; NEGRETTI, Fábio².<br />
¹Acadêmicas do curso de Medicina da UNIOESTE.<br />
²Professor de Anatomia e Fisiologia Patológica da UNIOESTE.
Identificação do paciente<br />
L.R., feminino, 61 anos, casada. Natural<br />
do RS, residente em Três Barras do<br />
Paraná. Trabalha no lar, possui 1º grau<br />
incompleto. Nega tabagismo, etilismo,<br />
casos de CA na família e histórico de<br />
cirurgia prévia.
Queixa Principal<br />
Trauma em mama direita, há um a seis<br />
meses, apresentando dor local.
História da moléstia atual<br />
Em janeiro de 2008, a paciente procurou o<br />
CEONC, aos 59 anos, apresentando lesão<br />
ulcerativa na mama D, com nódulo grande<br />
e endurecido e apresentando dor local.
Hipóteses diagnósticas
Hipóteses diagnósticas<br />
Doença de Paget;<br />
Ectasia dos ductos mamários;<br />
Carcinoma invasivo;<br />
Necrose gordurosa;<br />
Mastite granulomatosa;<br />
Papiloma.
10/01/2008<br />
Ao exame físico:<br />
Lesão externa em mama direita,<br />
com “peau d’orange”.
Exames Complementares<br />
10/01/2008:<br />
Punção aspirativa por agulha fina de mama direita. (PAAF)<br />
-Tumor <strong>Clínico</strong> de mama a esclarecer.<br />
- Espécime consiste em 3 esfregaços de lâminas; coloração pelo método<br />
de Harris-Shorr. O exame citológico demonstra fundo com hemácias e<br />
material cianófilo e proteináceo. A celularidade é escassa e composta por<br />
linfócitos, macrófagos e hemácias. Ausência de células epiteliais ou<br />
neoplásicas no material analisado.<br />
- Não há indício de MALIGNIDADE.<br />
- Conclusão: Quadro citológico indicativo de processo inflamatório.<br />
- Nota: <strong>Caso</strong> persista dúvida quanto à natureza da lesão, sugerimos<br />
repetir punção ou realizar biopsia.
Exames Complementares<br />
Complementare<br />
12/02/2008:<br />
Biópsia aberta<br />
Diagnóstico: carcinoma ductal pouco diferenciado grau 3<br />
pelo sistema de Elston/Ellis infiltrando pele.<br />
Sistema de Elston/Ellis: graduação histológica que considera<br />
formação tubular, pleomorfismo nuclear e índice mitótico.
01/04/2008 :<br />
Exames Complementares<br />
Raio – X de tórax<br />
Infiltrado peribronquiolar em lobos.<br />
Ecografia de Abdomen<br />
Esteatose Hepática Leve<br />
Colecistopatia Calculosa<br />
Cisto em cavidade Pélvica
Quimioterapia Neoadjuvante<br />
02/06/08 Aumento da massa tumoral.<br />
Sem condição de mastectomia.<br />
Caxol 210 g<br />
02/07/08: Boa resposta; diminuição do volume tumoral.<br />
Prosseguiu quimioterapia.<br />
04/08/08 Sem queixa; prosseguiu quimioterapia.<br />
04/09/08<br />
06/10/08 Lesão permanece grande.<br />
Mastectomia.
Quimioterapia Neoadjuvante<br />
É uma quimioterapia que antecede a mastectomia,<br />
feita em pacientes com tumores de mama localmente<br />
avançados. O objetivo é tornar viável a ressecção ou<br />
diminuir o tamanho do tumor. Após o término da<br />
quimioterapia neoadjuvante, o paciente deve esperar no<br />
mínimo 21 dias para a realização da cirurgia, para o<br />
reestabelecimento das funções imunológicas.
29/10/08 – 09/01/09 Pós mastectomia: Sem queixa.<br />
Prosseguiu tratamento com Caxol 210g.<br />
02/02/09 – 24/03/09 Tratamento radioterápico<br />
Acelerador de 4MeV<br />
Plastão direito + FSC
03/02/2009<br />
Material recebido: recebido:<br />
Laudo anatomopatológico<br />
Procedimento diagnóstico em biópsia simples de mastectomia<br />
radical + esvaziamento axilar direito. direito<br />
Macroscopia:<br />
Material recebido previamente fixado em formalina tamponada a<br />
10% e consiste de produto de mastectomia radical direita com<br />
conteúdo axilar ipsilateral pesando 1245g e medindo 26,5 x 19,0<br />
x 10,8cm.Exibe 10,8cm.Exibe<br />
fuso de pele que mede 19,0 x 10,0cm e apresenta<br />
superfície epidérmica com coloração pardacenta. Note-se lesão<br />
vegetante pardo-acastanhada medindo 8,0 x 2,6cm, distando 2,5cm<br />
da margem lateral mais próxima e que atinge mamilo e aréola.<br />
Nota-se mamilo medindo 1,8 x 1,6cm. A aréola não analisável<br />
devido alteração pela lesão. Ambos mostram-se infiltrados.
Laudo anatomopatológico<br />
Aos cortes nota-se uma formação tumoral medindo 13,0 x8,5 x<br />
6,3cm.Dista 0,1cm da margem cirúrgica profunda e atinge as<br />
demais margens. Apresenta-se de forma estrelada, com margens<br />
mal definidas, tipo “infiltrativo”. Nódulo único, consistência<br />
elástica, sem áreas de necrose ou hemorragia.Todas as margens<br />
cirúrgicas estão infiltradas pelo tumor. O tecido adiposo axilar<br />
mede 11,5 x 6,0 x 4,5cm e é constituído por tecido adiposo<br />
amarelado e untuoso. Este foi seccionado por níveis: NI: 04<br />
linfonodos que medem 3,8 x 2,0cm e 1,0 x 1,0cm; NII: 08<br />
linfonodos que medem entre 2,5 x 2,0cm e 0,6 x 0,5cm; NIII:<br />
05 linfonodos que medem entre 2,0 x 1,0cm e 0,5 x 0,4cm.<br />
Cortes revelam aproximadamente 11 nódulos satélites que<br />
medem entre 2,0 x 1,5cm e 0,6 x 0,5cm, com as mesmas<br />
características do tumor.O mais próximo dista 1,3cm da margem<br />
da lesão.
Conclusão:<br />
Carcinoma ductal infiltrativo, pouco diferenciado, multifocal<br />
extenso.Grau III [formação tubular 3, pleomorfismo nuclear 3,<br />
contagem mitótica 3]. Mede 13cm no maior eixo.<br />
Presença de êmbolos angiolinfáticos.<br />
Presença de infiltração neoplásica em pele, aréola, mamilo e<br />
músculo peitoral.<br />
Margens cirúrgicas: pele: livres e distantes.<br />
lateral: livres e distantes.<br />
profunda: livres, mas próximas da<br />
neoplasia.<br />
Linfonodos(esvaziamento axilar):presença de metéstases em<br />
10 dentre 17 linfonodos(10/17).<br />
Tec. Mamário: fibrose estromal colagênica moderada;<br />
inflamação crônica moderada.
ESTADIAMENTO TNM:<br />
Estadio IIIc:<br />
pT4b: Edema (inclusive "pele de laranja”<br />
‘peau<br />
d'orange’), ou ulceração da pele da mama,<br />
ou nódulos cutâneos satélites confinados à<br />
mesma mama.
ESTADIAMENTO TNM:<br />
pN3:Metástase pN3: em 10 ou mais linfonodos axilares<br />
homolaterais;<br />
pMx: A presença de metástase à distância não pode<br />
ser avaliada.<br />
Grau III
FATORES DE RISCO CARCINOMA DE<br />
MAMA EM GERAL:<br />
IDADE: pico entre 50 e 60 anos.<br />
IDADE:<br />
HISTÓRIA FAMILIAL: cerca de 1/3 das mulheres com<br />
carcinoma mamário tem hist´´oria familial de um ou<br />
mais parentes de primeiro grau com a mesma<br />
neoplasia, embora somente 5 a 10% desses casos seja<br />
de CA de mama hereditário.<br />
INFLUÊNCIAS HORMONAIS: estimulação<br />
estrogênica prolongada atuando em um tecido<br />
geneticamente sucetível(o epitélio mamário possui<br />
receptores para estrógenos e responde aos estímulos<br />
destes).
CARCINOMA DUCTAL<br />
INFILTRATIVO<br />
Corresponde a 75% dos casos de carcinoma de<br />
mama;<br />
Caracteriza-se por um grupo heterogêneo de<br />
lesões;<br />
Ausência de achados morfológicos que<br />
permitam enquadrá-lo em um dos subtipos<br />
especiais.
www.inca.gov.br