análise do impacto do rodízio no grau - Engenharia de Produção e ...

ANÁLISE DO IMPACTO DO RODÍZIO NO GRAU DE RISCO POSTURAL E DE
DESCONFORTO/DOR DE TRABALHADORES NA DESOSSA DE FRANGO
Deise Cristina Barth
deise_barth@yahoo.com.br
Lia Buarque de Macedo Guimarães, PhD, CPE
lia@producao.ufrgs.br
Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Av, Osvaldo Aranha 99 5 andar
Palavras-chave: rodízio, desossa de frango, desconforto/dor, risco postural, avaliação de satisfação.
Este artigo apresenta o método utilizado e os resultados obtidos no estudo dos efeitos do rodízio de atividades da linha
de produção do corte de filé, do setor de desossa de frangos de um frigorífico no vale do Taquari/RS. O planejamento
do rodízio entre os postos de trabalho objetivou a redução de risco biomecânico a partir da alternância de grupos
musculares envolvidos quando da realização das tarefas nos 12 postos de trabalho. O risco nos diferentes segmentos do
corpo nos diversos postos de trabalho foi avaliado com o protocolo de Rodgers (2006), a partir dos registros em vídeo
do trabalho realizado na linha de produção antes da intervenção, o que permitiu a elaboração do esquema de rodízio. O
efeito do rodízio foi avaliado considerando o nível de desconforto/dor (aferido com um protocolo adaptado de Corlett e
Bishop, 1976) e de satisfação de 22 funcionárias antes e depois da implantação de rodízio entre os 12 postos de
trabalho. Os resultados apontam que para as trabalhadoras que indicaram desconforto/dor, a intensidade reduziu após a
intervenção, tanto no início quanto no final da jornada, sendo menor principalmente nos punhos e mãos; braços e
cotovelos, ombros antebraços. As trabalhadoras mostraram-se satisfeitas com as melhorias ergonômicas implantadas
concluindo-se, portanto, que o rodízio favorece a redução dos riscos posturais e a satisfação no trabalho de desossa de
frango.
Key words: rotation, boning chicken, discomfort/pain, risk posture, assessment of satisfaction
This paper presents the method used and the results obtained in the study of the effects of job rotation during the
fillet cutting production line, of a poultry industry of the valley of the Taquari/RS. Rotation was planned in order to
reduce the risk posture of the different tasks carried on in the line. Risk levels of the different body segments were
the ones obtained by Rodgers (2006) protocol based on the anlysis of the videos recorded before the intervention.
Based on the evaluation of discomfort/pain (adapted from Corlett and Bishop, 1976), the results were compared
before and after the deployment of rotation of 22 workers from 12 workstations. In the case of the workers that
reffered pain, the intensity was lower after the intervention both at the beginning and at the end of the day, mainly
on the wrists and hands, arms and elbows, forearms and shoulders. Workers were satisfied with the ergonomic
improvements implemented, making it possible to assume that job rotation promotes both the reduction of risk
posture and workers' satisfaction in a poultry fillet boning productio line.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil produz, anualmente, mais de 9,33 milhões de
toneladas de carne de frango, 353 mil toneladas de
carne de peru e 26,5 bilhões de ovos. A avicultura
brasileira representa 55% da produção da América
Latina, mas o cenário econômico do segmento avícola
se apresenta em crescente elevação e tem marcado

presença no setor de exportação de carnes. O Brasil é o
maior exportador de carne de frango no mundo seguido
dos Estados Unidos, União Européia, Tailândia e China
(Figura 1). Atualmente, a produção avícola do país está
concentrada nas regiões sul e sudeste, onde estão
localizados os principais produtores e exportadores de
material genético avícola, ovos de consumo, frangos de
corte (carne) e produtos de aves (MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, 2008). A atividade gera mais de 4
milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil
(UBA, 2008).
A atual organização industrial do segmento avícola,
voltada a atender a crescente demanda e novos
mercados, acarretou em mudanças nos padrões de
produção. No entanto, apesar dos avanços no nível
tecnológico, representados pelo rígido controle de
refrigeração e pela mecanização da nórea
transportadora (sistema aéreo de transporte das aves ao
longo da linha de produção), entre outros, nenhum
avanço ocorreu no projeto de trabalho nos diversos
postos do setor avícola, sendo exigido dos
trabalhadores níveis cada vez maiores de produtividade
e qualidade de corte, às custas de trabalho intensivo e
desgastante nos moldes de um rígido sistema de
produção taylorista/fordista. Na maioria das empresas
do setor, é alta a incidência de distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORTs),
particularmente na extremidade superior (Silverstein,
1991). DORTs tais como síndrome do túnel do carpo,
tendinites, tenossinovites e tensões crônicas do
músculo, estão ligadas ao trabalho repetitivo, que
requerem posturas inábeis contínuas ou repetitivas
(ARMSTRONG et al., 1982).
Segundo Silverstein (1991), um estudo realizado nos
Estados Unidos, conduzido pelo Washington State
Departament of Labor and Industries, revelou que 79%
dos trabalhadores em frigoríficos de aves apresentaram
sintomas recorrentes no pulso e na mão num período de
12 meses, e mais de 60% deles relataram que o
problema interferia na sua habilidade de manter o ritmo
de trabalho. Isso ocorre porque as atividades
desempenhadas seguem a cadência acelerada do
processo de produção (geralmente definida pela
velocidade da nórea transportadora) envolvem atenção
e habilidade manual e, principalmente, movimentos
repetitivos dos membros superiores. A reclamação em
relação aos membros inferiores deriva da postura
estática, de pé, que os trabalhadores adotam durante
toda a jornada. Especialmente no caso da indústria de
processamento de frango, Armstrong et al. (1982) e
Silverstein et al. (1991), Juul-Kristensen et al. (2002)
entre outros, vêm chamando a atenção para os cinco
fatores de risco de distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORTs): movimentos
rápidos e repetitivos, posturas inapropriadas, uso de
força, falta de controle do ritmo de trabalho, além da
vibração.
Apesar dos sistemas de produção nas empresas de abate
e processamento de carnes serem organizados de tal
maneira que as atividades desenvolvidas apresentam
potencial de risco à saúde e à segurança dos
trabalhadores (MTE, 2004), no momento, a literatura
brasileira dispõe de poucas referências de estudos
ergonômicos (exemplos são Sant’ana, Walger (2001);
Passaglia, 2004; Guimarães et al., 2005) na área do
segmento avícola.
Delwing (2007) desenvolveu um estudo ergonômico no
setor sala de cortes de frango em um frigorífico do Vale
do Taquari, Rio Grande do Sul, e identificou que o
maior problema é a organização do trabalho,
principalmente a ausência da prática do rodízio de
funções, que promove o esforço estático sem a
possibilidade de alternância postural e diversificação
dos movimentos. Os itens mais importantes
identificados pelos trabalhadores na pesquisa de
Delwing (2007) foram (por ordem de importância): 1)
frio da sala de cortes; 2) dor e formigação dos braços,
ombro, costas; 3) velocidade muito rápida de produção
(ex.: a nória transporta os frangos a serem desossados a
uma velocidade de 6.000 frangos/h); 4) altura elevada
das mesas; 5) excesso de ruído dos ventiladores (que
gera dor de cabeça); 6) vento dos ventiladores; 7) falta
de rodízio entre as atividades realizadas na nórea e nas
mesas; 8) excesso de cobrança do auxiliar / falta de
preparo e educação do chefe; 9) pouca altura da mesa
superior para os trabalhadores mais altos; 10) falta de
espaço na mesa, o que dificulta os movimentos,
principalmente no final da linha de produção, onde
ocorre os gargalos, ou seja, acúmulos de produtos
denominados “capote”.
Dando prosseguimento ao estudo de Delwing (2007), e
motivado pelo número de queixas músculo-esqueléticas
e consultas médicas identificadas pelo serviço médico
de saúde ocupacional do mesmo frigorífico, este estudo
objetivou propor, implantar e avaliar a eficácia de um
sistema de rodízio na linha de corte de filé de frango do
frigorífico de aves localizado no vale do Taquari, RS. A
empresa ocupa a 23º colocação no ranking das maiores
empresas do sul do país, atuando também na área de
laticínios, rações e no ramo de soja. No segmento de
frango, a empresa está entre as três maiores produtoras
de capital privado nacional, competindo tanto no
mercado interno quanto no externo (leste europeu,
Oriente Médio, América Central, Europa, Japão e

países do continente africano), abatendo mais de 200
milhões de aves e mais de 600 mil suínos por ano.
2 MÉTODO
O estudo foi realizado na linha de produção do corte de
filé, setor de desossa de frangos. Optou-se por uma
linha de produção constante (a linha faz sempre o corte
de filé) tendo em vista que o mix de produtos
produzido no setor é bastante variável, pois processa
várias partes do frango, como coxas, sobrecoxas, asas,
filés de peito e dorso.
Para realização da pesquisa, primeiramente, foi
apresentada a proposta para a coordenação
administrativa e, posteriormente, para o supervisor do
setor e chefia de linha de produção. Os trabalhadores da
mesa de corte do filé foram convidados para participar,
de forma voluntária, de uma reunião onde foi explicada
e justificada a importância da colaboração de todos
durante pesquisa e intervenção na organização do
trabalho. Após acordados com a proposta de trabalho, o
estudo ocorreu conforme detalhado a seguir.
2.1 Observação direta do trabalho realizado na
linha de produção de filé para levantamento das
atividades realizadas e identificação de medidas
ergonômicas corretivas
Foram realizadas avaliações sistemáticas na linha de
produção de corte do filé, o que permitiu identificar as
oportunidades de melhorias ergonômicas nos postos de
trabalho, as quais foram registradas na ficha de
avaliação para identificação de medidas ergonômicas
corretivas. Foram observadas questões relativas ao
dimensionamento dos postos e à organização do
trabalho. Algumas melhorias, tais como o ajuste da
altura da bancada de trabalho na linha de produção, e
recorte da mesma no posto 1 (contar e separar filé) de
trabalho foram contempladas em paralelo à introdução
do rodízio entre os postos.
2.2 Avaliação dos riscos posturais com o protocolo
de Rodgers (2006)
Foram feitas filmagens para avaliação dos riscos
posturais na linha de produção do corte de filé, com
base no instrumento de Rodgers (2006). Os registros
com câmera de vídeo foram realizados no mês de
janeiro de 2008 com autorização do supervisor e chefe
de produção e com auxílio do SESMT (técnico de
segurança). Foram filmadas todas as atividades
pertinentes à linha de produção do filé.
O instrumento considera o nível de esforço dos
segmentos corporais (coluna cervical; coluna dorsal;
ombros; cotovelo; punho, mãos e dedos; pernas, joelhos
e pés), duração do esforço (tempo), e freqüência desses
esforços, estabelecendo os níveis de risco associados
(de baixo risco a alto risco). A análise dos riscos dos
segmentos envolvidos nas diversas atividades permitiu
organizar um sistema de rodízio com seqüências de
trabalho em que ocorresse a alternância de grupos
musculares.
2.3 Avaliação psicofísica de dor/desconforto dos
trabalhadores pelo protocolo adaptado de Corlett e
Bishop (1976), antes e após a implantação do rodízio
O método de avaliação psicofísica de dor/desconforto
de Corlett e Bishop (1976) adaptado por Guimarães et
al. (2004) utiliza um desenho de um diagrama, dividido
em segmentos corporais (lado direito e esquerdo) cada
um com uma escala contínua de 9 cm, sendo o extremo
esquerdo, ou 0, (nenhum desconforto/dor) e o extremo
direito, ou 9, (muito desconforto/dor). Deve-se
preencher a planilha marcando somente na escala os
segmentos corporais afetados por algum desconforto. A
marcação depende da percepção individual de dor e/ou
desconforto, necessitando apenas fazer uma marcação
em qualquer ponto da escala que melhor represente sua
sensação.
Os trabalhadores registraram a sua percepção no início
e fim da jornada, em planilhas separadas, o que
possibilitou a avaliação pareada do ganho (ou não) de
dor em função da jornada de trabalho. O procedimento
foi seguido antes e 40 dias após a implantação de
melhorias ergonômicas, que englobou principalmente o
rodízio das tarefas identificadas na figura 1.
2.4 Avaliação da satisfação do trabalhador com a
intervenção realizada
Foi elaborado um questionário, composto por 15
questões, para avaliação quantitativa do conteúdo da
nova proposta de organização do trabalho (envolvendo
as demandas mental e física); do grau de
dor/desconforto físico; da satisfação dos trabalhadores
quanto às melhorias implantadas (tais como o ajuste da
altura na mesa/bancada de trabalho na linha de
produção e recorte na mesa no posto de trabalho de
contar e separar filé) mas, principalmente, da satisfação
com a instauração do rodízio de funções.
O questionário utiliza uma escala contínua de 15 cm,
com 2 âncoras (insatisfeito/satisfeito ou nada/ muito)
dependendo da questão.

2.5 Análise Estatística
Como o protocolo adaptado de Corlett e Bishop (1976)
foi analisado antes e 40 dias após a intervenção, no
início e final do turno de trabalho, foi possível analisar
os efeitos do rodízio considerando os fatores: turno de
trabalho, dia da semana, antes e após intervenção e
segmentos envolvidos.
Foi utilizada a análise estatística descritiva para
comparar se o desconforto/dor nos segmentos corporais
apontados pelos trabalhadores no diagrama adaptado de
Corlett e Bishop (1976) tem relação com os resultados
do protocolo Rodgers (2006) de risco postural.
O questionário de satisfação com as melhorias
implementadas e de conteúdo do trabalho também foi
submetido a uma análise descritiva dos dados, tendo-se
calculado as médias, desvios-padrão e coeficientes de
variação.
3. RESULTADOS
3.1 Caracterização dos Sujeitos da amostra
A amostra composta de 22 trabalhadores da linha de
produção de corte do filé, setor desossa de frango,
apresenta grau de escolaridade entre ensino
fundamental incompleto até ensino médio completo. A
totalidade dos trabalhadores são mulheres entre 19 e 49
anos com uma média de 29,64 anos, 64% delas tem
primeiro grau completo e 36% o segundo grau. Elas
estão em média há 34 meses na função (entre 3 meses e
16 anos).
3.2 O trabalho na linha de produção do corte de filé
Na mesa do filé, são desenvolvidas 12 tarefas em 12
postos de trabalho ocupados por 22 trabalhadoras, no
sistema tradicional taylorista/fordista (um ser humano,
um posto, uma tarefa) com ciclos conforme a Figura 1.
As trabalhadoras recebem auxílio de homens que
trabalham como volantes na ponta das linhas para o
deslocamento de caixas plásticas (onde são
acondicionados os produtos que são preparados nas
mesas) para os carrinhos que levam ao setor de
embalagem secundária.
Posto Tarefa Descrição
P1
P3
P5
P7
P8
P11
P12
Contar e separar os
filés na esteira
P2 Retirar osso, asa, coxa.
Retirar a pele e refilar
filé
P4 Revisar filé
Embalagem congelado
/ resfriado
P6 Grampear
Montar bandeja
resfriado
Montar bandeja
econômica
P9 Pesar bandeja
P10 Embalagem 2,5 kg
Pesar embalagem 2,5
kg
Selar embalagem 2,5
kg
Total
Os filés são colocados e
separados manualmente sobre
a esteira 2 a 2
Cortar osso, coxa e asa
quando necessário, com uso
de faca.
Pegar o produto na esteira
com a mão e coloca sobre a
placa de nylon onde retira a
pele e após corta com a faca o
filé ao meio e devolve na
esteira.
Uso de faca na mão direita e
segura o produto com a mão
esquerda.
Pegar o filé da esteira com a
mão e revisa o produto
retirando cartilagem com
auxílio da faca ou tesoura se
necessário, e devolve para a
esteira.
Pegar o produto com a mão
(iscas de filé) e colocar dentro
da embalagem e após
acondicionar em caixa
plástica.
Pega embalagem com as mãos
gira a extremidade superior
para grampear na máquina,
em seguida acondiciona em
caixa plástica.
Pega com as mãos a peça da
esteira, avalia a peça, vira
extremidades para baixo, e
dispõe na bandeja que é
colocada em caixas plásticas.
(2 unidades)
Pega com as mãos a peça da
esteira, avalia a peça, vira
extremidades para baixo, e
dispõe na bandeja que é
colocada em caixas plásticas
(3 unidades).
Pega bandejas na mesa e
ajusta o peso determinado
retirando ou acrescentando
produto.
As peças são pegas na esteira
com uma mão e a outra segura
embalagem onde é
acondicionado o produto, que
depois é devolvido na esteira.
A embalagem e pega na
esteira com as mãos e
posicionada sob a balança
quando se ajusta o peso
retirando sobra ou colocando
o que falta com auxílio da
faca.
Selar a embalagem segurando
a extremidade aberta com as
duas mãos, após e colocar o
produto sobre a esteira que
leva o produto para o
congelamento.
Tipo
demanda
x'
Física
Tempo
Mental
Visual
Física
Física
Tempo
Mental
Visual
Física
Tempo
Física
Tempo
Física
Tempo
Mental
Visual
Física
Tempo
Mental
Visual
Física
Tempo
Mental
Visual
Física
Tempo
Física
Tempo
Mental
Visual
Física
Tempo
Visual
Física
Tempo
Tc (s) Nm Np
3 - 1
20 - 1
15 - 8
6 -
2
10 - 1
6 1 1
10 - 2
12 - 1
15 1 1
15 - 2
10 1 1
12 1 1
4 22
Figura 1 – Postos de trabalho ocupados pelos
trabalhadores. Notas: Tc = tempo de ciclo médio, Nm
= número de máquinas, Np = número de pessoas.

3.3 Proposta de melhorias
3.3.1 Planejamento do Rodízio
Com o objetivo de alargar (pela diversificação dos
movimentos) e enriquecer (pela diversificação do
conteúdo) o trabalho, o rodízio foi estruturado de forma
a balancear três parâmetros entre os 12 postos de
trabalho:
1) Tipo de movimentos utilizados em cada tarefa;
2) Tipo de demanda (física/ mental);
3) Tempo envolvido na tarefa.
A avaliação do risco postural, com base no protocolo
de Rodgers (2006), foi usada para classificar as
exigências biomecânicas nos diversos segmentos
corporais nos diferentes postos de trabalho e propor a
alternância entre tarefas críticas e as outras de menor
risco.
1ºH P6 1ºH P3 1ºH P6
2ªF
2ºH P2 2ºH
3ªF
P5
4ªF
2ºH P2
3ºH P3 3ºH P4 3ºH P3
4ºH P5 4ºH P2 4ºH P5
1ºH P3 1ºH P6 1ºH P3
5ªF
2ºH P5 2ºH
6ªF
P2
SAB
2ºH P5
3ºH P4 3ºH P3 3ºH P4
4ºH P2 4ºH P5 4ºH P2
HORÁRIOS
POSTO
TAREFA
1ºH Entrada até banheiro 3ºH
2ºH Pós banheiro até almoço 4ºH
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12
Separar filés (2 a 2)
Retirar osso, coxa, asa
Retirar pele e cortar ao meio
Revisão
Embalagem resfriado
Escala nº 1
4º Horário Retorno banheiro até a saída
Grampear embalagem
Organização do trabalho períodos de pausa e intervalo:
1º Horário Entrada até a pausa para banheiro
2º Horário Retorno banheiro até almoço (intervalo)
3º Horário Retorno almoço até pausa banheiro
Montar bandeja resfriado e congelado
Montar bandeja econômica
Pós almoço até banheiro
Pesar bandeja
Pós banheiro até saída
Figura 2 – Organização de horários no setor sala de
cortes
Embalar 2,5 kg
Pesar embalagem 2,5 kg
Selar embalagem 2,5 kg
O rodízio previu que as 22 trabalhadoras da linha de
produção do corte de filé ocupassem os 12 postos de
trabalho de forma alternada durante a jornada.
Objetivou-se uma máxima alternância de movimentos
durante a jornada, e não permitir que as trabalhadoras
rodassem apenas dia após dia. Respeitou-se a atual
organização de trabalho em relação aos horários de
pausas e intervalos durante a jornada de trabalho.
A figura 2 apresenta uma das 22 escalas que foram
distribuídas às trabalhadoras. Elas se dispuseram a
seguir a nova proposta de organização de trabalho,
contemplando 4 funções com exigências diferentes.
3.3.2 Melhorias ergonômicas nos postos de trabalho
Com base nos registros da ficha de avaliação dos postos
de trabalho, foram propostas algumas melhorias
simples nos postos de trabalho, tais como a aquisição
de mais estrados (como opção de ajuste pessoal na
altura da bancada) e a aquisição de mais cadeiras (para
possibilitar o trabalho sentado ou em pé quando a
atividade permitir). No entanto, apenas as seguintes
melhorias foram contempladas durante a intervenção
do rodízio (registro nas figuras 3 e 4):
- ajuste altura da mesa/bancada de trabalho na linha de
produção em 93 cm;
- recorte na mesa no posto 1 (contar e separar filés) de
trabalho para melhora da postura adotada na dinâmica
de trabalho, como mostra as figuras 3 e 4. O recorte
permitiu um melhor acesso aos filés de frango que
deverão ser contados e separados, fazendo com que o
trabalhador não tenha que se debruçar sobre a mesa.
Essa melhoria foi feita somente no posto 1, pois nos
demais postos de trabalho as atividades são realizadas
sobre bancada, assim como a tarefa do posto 3 (retirar a
pele e refilar filé), realizada sobre a placa de nylon.

Figura 3 - Posto de trabalho P1 antes da intervenção
Figura 4 – Posto de trabalho P1 depois da intervenção
3.4 Resultados de avaliação de dor/desconforto antes
e após a intervenção ergonômica
A análise dos dados do protocolo adaptado de Corlett e
Bishop (1976) mostrou que as dores ou não são
percebidas ou são sentidas com bastante intensidade
(chegando em alguns casos próximo ao máximo da
escala, que variava de 0 a 9 de intensidade). Quando o
desconforto/dor foi mencionado, a comparação entre os
períodos antes e depois da intervenção indicou redução
da intensidade, principalmente nos punhos e mãos;
braços e cotovelos, ombros antebraços, após a
intervenção, tanto no início quanto no final da jornada.
Uma análise mais detalhada dos dados e uma posterior
investigação junto aos trabalhadores e serviço médico
da empresa deverá ser feita para permitir melhor
entender porque a percepção de dor/desconforto é tão
variável. A análise do trabalho e a revisão de literatura
levam a esperar que houvesse uma maior
homogeneidade nas respostas.
3.5 Resultados do protocolo de risco postural de
Rodgers (2006)
Os resultados de risco postural com base no protocolo
de Rodgers (2006), na figura 5, classificam os postos de
trabalho na linha de produção do filé conforme a
exigência biomecânica dos segmentos do corpo
humano, quanto à prioridade de intervenção ou
mudança no posto. A classificação considera B =
prioridade Baixa; M = prioridade Moderada; A =
prioridade Alta.
Os níveis de prioridade alta e média ocorrem
principalmente para os membros superiores, como era o
esperado. Ressalta-se, no entanto, que o risco postural
nos membros inferiores não pode ser ignorado, porque
é médio, possivelmente em função do efeito do trabalho
estático pela postura de pé adotada durante a jornada.
Postos
Segmentos
Pescoço
Ombros
Costas
P2 – Retirar osso, asa
coxa
P3 – Retirar pele e
refilar filé
P5 - Embalar congelado
e resfriado
P9 – Pesar bandeja
econômica
P11 – Pesar embalagem
2,5 kg
P12 – Selar embalagem
2,5 kg
M M M B B B B B B M M M
D A B M B B B B B M M A M
E A B M B B B B B B B M M
A M M M B M B B M M M B
Braços/ D B M A M B A B B M B M M
Cotovelos E B M A B B A B B B B M M
Punhos/
mãos e
M M A M M A A M M M M B
dedos E M B A B B A B B M M M B
D M M M M M M M M B M M M
Pernas/ joelhos
E M M M M M M M M B M M M
Tornozelos
pés e dedos
D
P1 – Contar e separar filés
P4 – Revisar filé
P6 - Grampear
P7 – Montar bandeja resfriado
P8 – Montar bandeja econômica
P10 – Embalar 2,5 kg
D M M M M M M M M B M M M
E M M M M M M M M B M M M
Figura 5 - Resultados do protocolo de risco postural de
Rodgers aplicado antes da intervenção para avaliar os
segmentos corporais que poderiam ser comprometidos
na realização das tarefas nos diferentes postos de
trabalho, Notas: B = prioridade Baixa; M = prioridade
Moderada; A = prioridade Alta

3.6 Comparação dos resultados do protocolo de
avaliação psicofísica de dor/desconforto adaptado de
Corlett e Bishop (1976) com os do protocolo de risco
postural de Rodgers (2006)
Uma posterior análise buscou relacionar os segmentos
de maior desconforto/dor apontados no protocolo
adaptado de Corlett e Bishop (1976) com as regiões
corporais identificadas pelo protocolo de risco postural
de Rodgers (2006).
Os segmentos referidos como de maior desconforto/dor
pelo protocolo adaptado de Corlett e Bishop (1976)
considerando-se a ordem de importância foram: ombro
direito, mão esquerda, costas média e inferior,
antebraços, punhos predomínio direito, pescoço,
pernas, braço esquerdo, mão direita e cervical.
O protocolo de Rodgers (2006) em todos os postos
aponta um maior risco nos membros superiores. No
entanto, deve-se ressaltar a carga física/postural nos
membros inferiores em todos os postos de trabalho, em
razão de o trabalho ser desenvolvido a maior parte do
tempo em pé.
No posto 1 (contar e separar filé), o protocolo Rodgers
(2006) aponta a região dos ombros e costas como risco
postural alto, sendo moderado para punhos, mãos e
pernas. Esse resultado confirma os sintomas
identificados no protocolo de desconforto/dor adaptado
de Corlett e Bishop (1976) nos segmentos de ombros e
região cervical, observando que a tarefa exige extensão
do braço para pegar o produto e posicioná-lo na esteira,
ainda associado a movimentos de desvio de punhos e
preensão da mão.
No posto 2 (cortar osso, asa, coxa) o risco postural
conforme Rodgers (2006) é considerado moderado para
as regiões do pescoço, costas e braços. Nesta função
existe uma variabilidade de movimentos realizados
com faca, como flexão e desvio de punho, preensão da
mão, porém sem exigência de ritmo intenso de
trabalho. Este posto assume uma tarefa de revisão do
produto que será processado na linha de corte.
Os segmentos classificados no protocolo de Rodgers
(2006) como de maior exigência no trabalho de
processamento de carnes é o posto 3 (retirar a pele e
refilar filé). Este faz exigência da pega contínua da faca
com uma mão e o produto com a outra, são observados
movimentos críticos de desvio ulnar, preensão e o
puxar. A classificação do protocolo determina risco
moderado a alto para as regiões de punhos e mãos;
braços e cotovelos, ombros; costas e cervical. Os
segmentos pernas e pés podem se justificar pelo
trabalho em pé. Os sintomas apresentados no protocolo
de desconforto/dor possivelmente podem estar
associados aos gestos críticos solicitados durante a
preensão da mão e movimentos de desvio do punho que
mantém a pega da faca e ainda o ombro do mesmo
membro que estabiliza o movimento a ser realizado.
O posto 4 (revisar filé) onde é realizada a revisão do
produto, apresenta risco postural baixo na maioria das
regiões corporais, sendo de risco moderado para costas
determinado pela postura estática, confrontando com os
sintomas presentes na região das costas no protocolo de
Corlett e Bishop (1976). Os segmentos do braço e
punho direito são mais solicitados durante a atividade
de pega do produto na esteira, quando exige
movimentos de extensão do braço e preensão da mão.
No entanto, a tarefa permite uma dinâmica de trabalho
alternada entre os dois membros.
No posto 5 (embalar congelado e resfriado) Rodgers
(2006) classifica risco baixo para quase todos
segmentos dos membros superiores por determinar
movimentos dinâmicos durante a atividade. O
segmento do punho apresenta risco moderado, pois está
envolvido na pega e desvio de punho para colocar o
produto na embalagem. Nesta situação os desconfortos
apontados podem estar presentes nas mãos e punhos
bilaterais pela sustentação da embalagem em uma das
mãos e pela preensão da outra.
O protocolo de Rodgers (2006) identificou o posto 6
(grampear) como de risco alto para os segmentos
braços, punhos e mãos, pela exigência de desvio ulnar e
torção do punho ao grampear a embalagem, o que pode
justificar o desconforto apresentado no diagrama de
desconforto/dor. Apresenta risco moderado na região
das costas que pontua provável desconforto
desencadeado pela postura em pé exigida durante a
jornada de trabalho.
Os postos 7 (montar bandeja resfriado) e 8 (montar
bandeja econômica) apresentam o mesmo processo de
trabalho. O protocolo de Rodgers (2006) classifica
como risco moderado nos segmentos de punho e mão
direita pela pega do produto na esteira e ainda pela
cadência imposta pela máquina. A montagem de
bandejas envolve uma diversidade de movimentos
(extensão do braço, flexão de punho, preensão e desvio
ulnar) durante sua atividade, porém sem uso da faca e
aplicação de força, o que determina um provável
desconforto distribuído nos membros superiores de
intensidade leve.

No posto 9 (pesar bandeja econômica) a
disponibilidade para o trabalho sentado é maior, sendo
que o protocolo de Rodgers (2006) aponta como risco
moderado na região do ombro e braço direito, costas e
punhos; condição observada durante a pega da bandeja
na bancada. Os desconfortos apontados correspondem
aos mesmos segmentos solicitados (predomínio
membro superior direito) para a realização do trabalho
no posto.
A ação desenvolvida para a realização da tarefa no
posto 10 (embalar 2,5 kg) é considerada no protocolo
Rodgers (2006) como de risco moderado para os
segmentos pescoço, ombro direito, costas e punhos. Os
sintomas apresentados no diagrama de desconforto/dor
nos segmentos citados podem estar associados aos
riscos posturais, visto que a tarefa exige postura estática
da região dorsal, movimentos de desvio de punho e
pega com mão direita para acondicionar os produtos na
embalagem que é mantida pelo outro membro.
No posto 11 (pesar 2,5 kg) o risco postural identificado
no protocolo de Rodgers (2006) é considerado
moderado para todas as regiões corporais, sendo mais
acentuado em ombro direito que aponta risco alto
devido à exigência de força no membro superior
durante a pega da embalagem sobre a esteira. O tempo
prolongado e associado à repetitividade neste posto,
possivelmente determina os desconfortos referidos nos
segmentos dos membros superiores no protocolo
adaptado de Corlett e Bishop (1976).
No posto 12, (selar embalagem 2,5kg) o protocolo de
Rodgers (2006) considera a tarefa como de risco
moderado para os segmentos de pescoço, ombros e
braços, que podem estar associados aos desconfortos
apresentados na mesma região no diagrama adaptado
de Corlett e Bishop (1976), devido à postura estática
frente à máquina e realização de movimentos
repetitivos pela exigência do mesmo grupamento
muscular. Observa-se que o posto oferece alinhamento
dos segmentos corporais, porém o trabalho exige ritmo
acelerado.
Conforme as classificações identificadas pelo protocolo
de Rodgers (2006), verifica-se que os segmentos
apresentados como risco postural de alto a moderado
são apontados também no protocolo adaptado de
Corlett e Bishop (1976) como de maior desconforto,
confirmando-se a hipótese de que o risco postural pode
vir sinalizado por desconforto/dor osteomuscular. Além
disso, confirma os achados de Calegari (2003) e
Guimarães (2004) de que a avaliação subjetiva é
consistente com a avaliação biomecânica, pois
identifica os segmentos corporais mais solicitados
durante a realização das tarefas e a suscetibilidade a
disfunções osteomusculares.
3.7 Resultados do questionário de satisfação e de
conteúdo de trabalho após intervenção ergonômica
Foram respondidos 22 questionários, correspondendo a
100% do total dos trabalhadores que participaram da
análise e compõe o quadro da linha de produção da
mesa do filé, na tabela 1. Os resultados mostram que as
respostas são consistentes (coeficiente de variação e
desvio padrão são pequenos) para a maioria dos itens, à
exceção dos itens como: rodízio da cadeira, nível de
frustração, os estrados, número de cadeiras, movimento
repetitivo e espaço de trabalho. A abertura da mesa no
Posto 1 foi uma melhoria simples que teve alta
aceitação (media 12,6 na escala de um máximo de 15)
e, o mais importante, as trabalhadoras ficaram
satisfeitas com o rodízio implementado (média 11,3
com o rodízio; 10,3 com o número de pessoas no
rodízio e 10, 1 com a organização do rodízio; 10,2 com
a organização do trabalho na mesa, na escala de um
máximo de 15). É interessante notar que o trabalho
demanda esforço físico e mental acima da média (9,3
na escala de 15) e as pessoas gostam (atinge média 13,1
na escala) do trabalho que realizam.
Tabela 1 - Resultados dos questionários após
intervenção ergonômica

4. CONCLUSÃO
O presente estudo teve como objetivo propor, implantar
e avaliar a eficácia de um sistema de rodízio na linha de
corte de filé do setor de desossa de frango de um
frigorífico de aves localizado no vale do Taquari, RS.
Para tanto, foi estudado o trabalho, considerando
inclusive as seqüências das atividades e o tempo de
trabalho nos postos da linha de produção do corte de
filé. Para a proposição de um rodízio que
proporcionasse a alternância de posturas, utilizou-se
protocolos de avaliação de desconforto/dor adaptado de
Corlett e Bishop (1976) e de risco dos segmentos
corporais proposto por Rodgers (2006) para identificar
os segmentos mais comprometidos em cada posto de
trabalho.
A análise do risco postural apontou os segmentos
punhos, braços e ombros, seguidos de coluna e pernas
como principais envolvidos nas tarefas desempenhadas
na linha de produção do filé. Este resultado está de
acordo com a literatura (Armstrong, Silverstein, 1991;
Delwing, 2007) e consolida a percepção de
desconforto/dor das 22 trabalhadoras da linha de
produção de corte do filé. O desconforto/dor foi medido
com o protocolo adaptado de Corlett e Bishop (1976),
antes e após 40 dias da implantação do rodízio, no
início e final do turno de trabalho. Quando houve
referência a desconforto/dor, os segmentos apontados
com maior intensidade foram o ombro direito, mão
esquerda, costas média e inferior, antebraços, punhos
predomínio direito, pescoço, pernas, braço esquerdo,
mão direita e cervical.
A média do desconforto/dor se apresentou menor após
a intervenção do rodízio, tanto no início e no final do
turno, como ainda em relação aos segmentos
analisados, demonstrando que a intervenção realizada
na linha de produção de corte do filé reduziu a
intensidade de dor de seus trabalhadores durante todo o
turno de trabalho. Em relação aos fatores turno e dia da
semana, e analisando segmentos em relação ao turno
observou-se que a média do desconforto/dor é quase
sempre maior no final do turno, reforçando que a
intensidade de dor aumenta ao longo do turno.
A nova proposta de trabalho em rodízio permitiu a
alternância de posturas e uma maior diversidade de
movimentos durante o mesmo turno de trabalho. Entre
outras melhorias implantadas, destaca-se o recorte na
mesa no posto 1 (contar e separar filés) na linha de
produção do corte de filé, reduzindo o risco postural
para ombros; e ainda o ajuste da altura da mesa para
melhorar a postura de trabalho que antes comprometia
o segmento cervical e região dorsal dos trabalhadores
mais altos.
O estudo foi considerado significativo pelos resultados
de redução de dor/desconforto e de satisfação dos
trabalhadores com as melhorias implantadas. Os
trabalhadores da linha de produção do corte de filé
consideraram a intervenção importante para a melhoria
das condições e organização do trabalho, repercutindo
no aumento da satisfação, o que deve impactar
positivamente na continuidade do rodízio e, em
conseqüência, na redução de queixas e absenteísmo no
setor.
5. REFERÊNCIAS
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B. J.; KILBOM A.; KUORINKA I. A; SILVERSTEIN
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2003. 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
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GUIMARÃES, L.B.M.; ALBANO, F.M.; VAN DER
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PASSAGLIA, L. F.. Análise da introdução de pausas
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Monografia de graduação em Engenharia de Produção.
Universidade Federal de Viçosa – MG. 2004.
SANT’ANA, M. A.; WALGER, C. A. P.. Avaliação
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Anais ENEGEP, 2001
SILVERSTEIN, B. A.; FINE, L. J.; ARMSTRONG, T.
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Syndrome. New York: American Journal Industrial
Medicine. v.11, n. 3, 1987.
UNIÃO BRASILEIRA DE AVICULTURA.
Disponível em: < http://www.uba.org.br/>. Acesso em:
14/01/2008.