Explorando o espaço do som - Produção Áudio

O último dia do simpósio foi dedicado sobretudo à
sonificação de informação de várias fontes: (química,
celeste) e a ferramentas disponíveis no Kyma para o
efeito, através das apresentações de Steve Everett
(Music-Audio Research Center at Emory University,
USA), e do artista sonoro britânico Robert Jarvis, que
trabalhou entre outros com Brian Eno e Carla Scale-
tti. Durante a tarde a apresentação do Mark Nazemi
foi focada na utilização de ferramentas de criação e
manipulação sonora para o tratamento da dor crónica
seguida pela abordagem à integração do Kyma com
ferramentas de edição vídeo (Theo Lipfert) e a proposta
do Kyma como ferramenta generativa para interpretação
através da dança dos resultados sonoros desta
(Cristian Vogel - conhecido DJ e produtor de música
electrónica, que misturou, entre outros, Radiohead).
O simpósio terminou com um misto de concertos e
performances interactivas pelos seguintes artistas:
Scott Miller, Jon Bellona, Lukas Steiner, Pascal Barret
e Rudi Giot, e Hector Bravo Benard.
BALANÇO FINAL
No final do evento aproveitámos a oportunidade
para conversar brevemente com Eduardo Magalhães,
da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
(FEUP), o responsável pela organização do evento,
tendo mais tarde a conversa prosseguido com Carla
Scaletti e Kurt Hebel sobre o Kyma e outras questões
relacionadas.
Segundo Eduardo Magalhães, “a parte principal da
organização coube ao Mestrado em Multimédia da
FEUP, neste caso através de mim, naturalmente em
Pete Johnston, actual membro
da equipa de desenvolvimento da DiGiCo
é conhecido também como um “cientista
louco” do sound design e particularmente
na área do morphing de sinais áudio,
tendo desenvolvido o seu próprio
algoritmo e código para um dos módulos
mais populares do Kyma, o CrossFilter
parceria com a Symbolic Sound e com apoios do programa
UTAustin Portugal e da Fundação para Ciência
e Tecnologia (FCT). Devemos também referir a colaboração
importantíssima da Casa da Música, nomea-
damente através do Jorge Prendas, que revelou bastante
interesse no projecto, uma vez que o considerou
importante no âmbito de um ano dedicado à música
contemporânea, e que traria à Casa da Música pessoas
com trabalhos bastante interessantes. Por outro lado,
já tinham ouvido falar no sistema pelo pessoal da Digitópia
e estavam interessados em saber mais acerca do
mesmo, por isso resolveram acolher a nossa proposta”.
Sobre a escolha do Porto e nomeadamente da Casa da
Música, Eduardo Magalhães acrescenta que tudo foi
motivado por “curiosidade, por um lado, e por outro as
pessoas da organização já tinham estado envolvidas
no SMC2009 e apresentaram argumentos sólidos”.
Fazendo o balanço do evento e respectivo conteúdo,
este responsável não hesita em confirmar que
“correu tudo bastante bem”, realçando “sobretudo
o ecletismo do programa: workshops, performances,
how-to, teoria acústica, sonificação de informação
(transformação de dados científicos em sons), sound
design, composição, cinema, terapia, etc. A comida e
a hospitalidade do país estiveram também em destaque,
tendo sido deixadas palavras de grande apreço
pelo profissionalismo exemplar, apesar do ritmo relaxado
com que decorreu o evento”.
Quisemos aproveitar esta oportunidade de conversar
com Eduardo Magalhães também para saber mais
sobre os clientes da Symbolic Sound em Portugal e o
perfil dos participantes neste KISS 2011. Eduardo Ma-
Alguns dos setups
para o Kyma usados
nas performances
passavam por
sistemas mais
convencionais,
como o do músico
austríaco Lukas
Steiner, um
apaixonado da
síntese modular
mas que, tal como
a maioria dos
utilizadores do
Kyma hoje em dia,
apenas necessita
de um MacBook
Pro e do software
e hardware da
Symbolic Sound
A apresentação de Pete Johnston “aka morph master”
contribuiu para um dos melhores momentos
do KISS 2011
galhães confirma-nos que o Kyma tem já bastantes
utilizadores em Portugal, “tendo em conta a dimensão
do país”, embora não nos tenha precisado números.
“Os participantes foram sobretudo alunos e professores
de vários cursos relacionados com a música e
o som, músicos como John Paul Jones, Jeffrey Stolet,
(director e professor do curso de Intermedia Music Technology
- Oregon University), Scott Miller (director do
curso de composição musical - Minnesota University),
Pete Johnston da DiGiCo, etc. Ao todo, foram cerca de
20 portugueses e 60 estrangeiros”.
Ficam os nossos parabéns a Eduardo Magalhães e a
toda a organização deste evento.
www.symbolicsound.com
DEZEMBRO ‘11 | | 19