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Neurossífilis Roberto_Cetlin 2007ja - Neurologia - FMRP/USP

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<strong>Neurologia</strong>: ANCP<br />

<strong>Roberto</strong> Satler <strong>Cetlin</strong> – R2<br />

1


NEUROSSIFILIS – História:<br />

• Sífilis:<br />

– 2637 a.c. tratado Chinês<br />

– Nome: 1530 Poema de Girolano Fracastoro<br />

– 1822 Antoine-Laurent Bayle: PQU –<br />

descrição global da sífilis<br />

– 1905 Schandinne Hoffmann descobrem o<br />

agente etiológico<br />

– 1907 Erlich => 1a QT => Arsênico<br />

2


NEUROSSIFILIS – História:<br />

• Sífilis:<br />

– 1913 Nogushi => Treponema no cérebro<br />

de pacientes com PGP<br />

– 1928 Alexander Fleming => Penicilina<br />

– 1943 Mahoney, Arnold e Harris verificam<br />

ação eficaz da Penicilina no tto da sífilis.<br />

3


SÍFILIS- estágios de evolução<br />

4


Sífilis – acometimento do SNC<br />

• 1 o evento:<br />

– Processo inflamatório meníngeo<br />

• Sintomático: semelhante a meningite viral<br />

• Assintomático: somente alterações no LCR<br />

5


<strong>Neurossífilis</strong> – formas clínicas<br />

Meningovascular<br />

Parenquimatosa (geralmente mais<br />

tardias)<br />

6


<strong>Neurossífilis</strong> – Meningovascular<br />

• Ocorre 6 m a 10 anos após infecção<br />

• Meningite crônica associada a fenômenos arteríticos:<br />

– Sintomas dependem da artéria acometida...<br />

– Pode acometer medula => síndrome da artéria anterior da<br />

medula.<br />

7


<strong>Neurossífilis</strong> – Parenquimatosas<br />

• Ocorrem 15 a 20 anos após infecção.<br />

– Tabes dorsalis<br />

– Paralisia geral progressiva<br />

– Atrofia optica<br />

– Sífilis espinhal<br />

8


<strong>Neurossífilis</strong> – PGP inicial<br />

• Cefaléia, fadiga, insônia<br />

• QUADRO DEMENCIAL com início insidioso:<br />

– IRRITABILIDADE<br />

– Alterações de memória<br />

– Dificuldade de raciocínio/concentração<br />

– incapacidade<br />

– Alterações do comportamento<br />

– Redução da crítica/censura (comete pequenos delitos,<br />

atentados ao pudor, desrespeito a normas morais, etc...)<br />

9


<strong>Neurossífilis</strong> – PGP tardia<br />

• Sintomas PQU: quadros paranóides com alucinações<br />

visuais e/ou auditivas, MANIA (megalomania)<br />

• Demência (apraxias e agnosias)<br />

• Afasia<br />

• Disartria; fala apressada ou pouco compreensível<br />

• Tremor de ação; paresia de nncc<br />

• Convulsão/ abalos mioclônicos<br />

• Hiperreflexia, Babinski, pupilas de Argyll Robertson,<br />

perda do controle esfincteriano, hemiplegia, hemianopsia<br />

• EVOLUÇÃO: fraqueza, hipotonia difusa, confinamento no<br />

leito.<br />

10


<strong>Neurossífilis</strong> – Tabes dorsalis<br />

• Éuma síndrome radículocordonal<br />

posterior...<br />

• Ataxia sensitiva;<br />

• Dores espontâneas;<br />

• Hiporreflexia;<br />

• Pode haver incontinência<br />

urinária.<br />

• Sinal de LHERMITTE<br />

– Flexão cervical gera “choque”<br />

no dorso ou nos 4 membros.<br />

• Patologia:<br />

. Há lesão seletiva de neurônios<br />

dos gânglios sensitivos<br />

posteriores;<br />

. Lesão de fibras grossas:<br />

. Alteração da propriocepção;<br />

. Perda da inibição dolorosa<br />

sobre as fibras finas => dores<br />

lancinantes.<br />

. Ocorrência de lesões<br />

articulares.<br />

11


<strong>Neurossífilis</strong> – outras formas<br />

• Atrofia óptica<br />

• Lesão inflamatória do nervo<br />

óptico => gliose subpial,<br />

degeneração e fibrse.<br />

• Perda progressiva da visão uni e<br />

depois bilateral.<br />

• Contração progressiva do<br />

campo visual<br />

• Pode ocorrer com a Tabes<br />

dorsalis.<br />

• Sífilis espinhal<br />

• RARA<br />

• Lesão de fibras mielinizadas,<br />

sobretudo dos tratos<br />

corticoespinhais:<br />

“PARAPLEGIA ESPASTICA DE ERB”<br />

12


<strong>Neurossífilis</strong> – diagnóstico<br />

• PENSAR SIFILITICAMENTE!!!<br />

• Triagem com VDRL e FTA-abs no plasma.<br />

• Após, solicitar punção lombar:<br />

– Líquor com sinal de inflamação crônica:<br />

– Aumento da celuraridade => linfomononucleares<br />

– Hiperproteinorraquia<br />

– Índice de IgG pode ser positivo<br />

– É frequente presença de bandas oligoclonais!!!<br />

13


<strong>Neurossífilis</strong> – diagnóstico<br />

• BOC: são imunoglobulinas<br />

sintetizadas por poucos clones<br />

de plasmócitos, em resposta a<br />

presença de um antígeno único<br />

e altamente específico.<br />

• Se presentes isoladamente no<br />

LCR (ausentes no plasma), está<br />

relacionada à síntese intratecal<br />

de anticorpos.<br />

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<strong>Neurossífilis</strong> – diagnóstico: LCR<br />

• VDRL:<br />

Não treponêmico<br />

Muito específico – quase<br />

100%<br />

Pouco sensível – 30 a 70%:<br />

presença de muitos falso<br />

negativos.<br />

Maior chance de ser negativo<br />

em casos iniciais ou em<br />

pacientes imunossuprimidos.<br />

• Outros:<br />

• Reação de Wasserman:<br />

– Fixação do complemento.<br />

Proteína Tau: está aumentada<br />

na NEUROssífilis... (estudo<br />

pequeno) em relação à sífilis<br />

sem envolvimento do SNC<br />

Mais sensível que o VDRL...<br />

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<strong>Neurossífilis</strong> – diagnóstico: LCR<br />

• FTA-abs:<br />

Treponêmico<br />

IFI<br />

Mais sensível, porém menos<br />

específico que o VDRL (se +,<br />

não confirmam o diagnóstico).<br />

Por isso, sua dosagem no<br />

plasma é imperativa!<br />

• Outros;<br />

Hemaglutinação passiva;<br />

TPI (teste de imobilização do<br />

treponema):<br />

Mais sensível e específico;<br />

Maior dificuldade técnica;<br />

Maior custo!!!<br />

Menor disponibilidade.<br />

Proteína Tau: está aumentada<br />

na neurossífilis... (estudo<br />

pequeno)<br />

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<strong>Neurossífilis</strong> – diagnóstico: LCR<br />

• Pela Diretriz européia:<br />

– VDRL +<br />

Ou<br />

- pleocitose e FTA-abs positivo no LCR e<br />

índice de IgG presente... (favorecem o<br />

diagnóstico)<br />

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<strong>Neurossífilis</strong> - Imagens<br />

• TCC e RM:<br />

– São exames inespecíficos!!!<br />

– Sem achados particulares dessa enfermidade.<br />

– Pode haver hidrocefalia => ex vacuum ou pelo<br />

processo inflamatório meníngeo crônico.<br />

– Atrofia cortical de predomínio fronto-temporal.<br />

• SPECT: hipoperfusão fronto-temporal.<br />

18


<strong>Neurossífilis</strong> - Imagens<br />

Atrofia frontotemporal Hipoperfusão frontotemporal<br />

19


<strong>Neurossífilis</strong> – diagnóstico diferencial<br />

• Diversas formas de demência<br />

pré senil:<br />

– complexo de Pick, Alzheimer,<br />

demências vasculares<br />

• Hidrocefalia de pressão normal<br />

• Outras encefalites crônicas:<br />

– HIV, Lyme, doença priônica,<br />

neuromicoses, etc...<br />

• Favorece demência<br />

sifilítica:<br />

Presença de LCR inflamatório;<br />

Ac positivos no sg e LCR;<br />

Rápida progressão;<br />

Início pré senil (30 a 50 anos)<br />

• Demência por HIV:<br />

Progressão mais insidiosa;<br />

Apatia prevalece sobre agitação<br />

Imunossupressão grave<br />

presente (CD4 < 200/mm3 )<br />

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<strong>Neurossífilis</strong> – Tratamento<br />

• Penicilina cristalina IV, 24 milhões<br />

UI/dia, de 4/4 h, por 14 a 21 dias.<br />

É O TTO DE ESCOLHA<br />

(penicilina procaína também pode ser usada)<br />

• Alternativas:<br />

Eritromicina, doxiciclina, cloranfenicol<br />

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<strong>Neurossífilis</strong> – acompanhamento<br />

• Deve ser feito por 3 anos após tto:<br />

– Sorologias séricas de 3/3 meses no 1o ano e<br />

de 6/6 meses nos 2 anos seguintes.<br />

– LCR de 6/6 meses => o melhor e mais rápido<br />

marcador de resposta terapêutica é o desaparecimento da<br />

pleocitose.<br />

– O VDRL pode permanecer positivo por anos, significando<br />

somente cicatriz sorológica...<br />

22


<strong>Neurossífilis</strong> – prognóstico<br />

• Depende da precocidade do diagnóstico<br />

e do tratamento!!!<br />

• O tratamento adequado, no mínimo,<br />

impede a progressão da doença.<br />

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<strong>Neurossífilis</strong> - importância<br />

• Aumento da incidência nas últimas<br />

décadas.<br />

• Alterações nas formas clássicas de<br />

apresentação:<br />

– Antes: vasculite e tabes dorsalis<br />

– Hoje: PGP, alterações comportamentais<br />

– FATORES: HIV, uso de antibióticos.<br />

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