VI JIC - Univasf
VI JIC - Univasf
VI JIC - Univasf
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>VI</strong> <strong>JIC</strong><br />
<strong>VI</strong> Jornada de Iniciação Científica da UNIVASF<br />
<strong>VI</strong> <strong>JIC</strong>/UNIVASF<br />
18 e 19 de outubro de 2011 – Juazeiro – BA<br />
ATI<strong>VI</strong>DADE ANTINOCICEPTIVA DAS FASES OBTIDAS POR PARTIÇÃO DO<br />
EXTRATO ETANÓLICO DE HYMENAEA MARTIANA (FABACEAE)<br />
Maria Eduarda Gomes da Cruz Silva 1 ; Amara Caroline Barbosa de Oliveira 1 ; Pedro Guilherme<br />
Sousa de Sá 1 ; Amanda Leite Guimarães 1 ; Ana Paula de Oliveira 1 ; Xirley Pereira Nunes 1 ; Jackson<br />
Roberto Guedes da Silva Almeida 1<br />
1 Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (NEPLAME), UNIVASF, Petrolina-PE.<br />
Introdução<br />
O homem sempre utilizou os vegetais como fonte de sobrevivência, servindo como<br />
medicamentos para promover recuperação ou manutenção da saúde, para alimentação, entre<br />
outros (ALMEIDA, 2006). Dados da literatura revelam que cerca de 75% dos compostos puros<br />
naturais que são empregados na indústria farmacêutica, foram isolados seguindo recomendações<br />
da medicina popular (CECHINEL-FILHO; YUNES, 1998).<br />
Existe uma ampla quantidade e variedade de plantas com efeitos medicinais catalogadas<br />
em várias regiões do nosso país (SOARES et al., 2009), em vista disso, foi que se resolveu<br />
estudar a espécie Hymenaea martiana, a qual é conhecida popularmente como jatobá e bastante<br />
utilizada na medicina popular como analgésica e antiinflamatória. O gênero Hymenaea pertence à<br />
família Fabaceae, possui cerca de 15 espécies (JAYAPRAKASAM et al., 2007), envolvendo treze<br />
espécies neotropicais, das quais nove são encontradas na bacia Amazônica (MELO et al., 2004).<br />
O tronco de espécies desse gênero libera uma resina utilizada popularmente para tratar distúrbios<br />
estomacais, bronquite e feridas, além de já ter sido relatada atividade analgésica e antiinflamatória<br />
no extrato hidroalcoólico da casca (NOGUEIRA et al., 2001).<br />
Materiais e Métodos<br />
O material botânico foi coletado em Petrolina em novembro de 2009. Uma exsicata da<br />
planta está depositada no Herbário Vale do São Francisco (HVASF) sob o número 6444. As<br />
cascas do caule secas e pulverizadas foram extraídas sucessivas vezes por maceração em EtOH<br />
a 95% e, após a evaporação do solvente, obteve-se o Extrato Etanólico Bruto (EEB). O EEB foi<br />
particionado com hexano, clorofórmio e acetato de etila, em ordem crescente de polaridade,<br />
obtendo-se as respectivas fases.<br />
Com o EEB realizou-se uma avaliação fitoquímica preliminar dos constituintes químicos,<br />
visando identificar as principais classes de compostos presentes.<br />
A atividade antinociceptiva do EEB de H. martiana e das fases obtidas por partição foi<br />
avaliada pelo método das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético, utilizando grupos<br />
de camundongos (n=6), que receberam injeção via intraperitoneal de ácido acético 0,9%. O<br />
protocolo experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVASF com o<br />
número 024240408.<br />
Resultados e Discussão<br />
A triagem fitoquímica revelou a presença de saponinas, flavonoides, taninos condensados<br />
e triterpenos pentacíclicos livres, que conferem ao EEB da Hymenaea martiana, suas<br />
propriedades farmacológicas.<br />
De acordo com os resultados da Tabela 1, todos os extratos demonstraram atividade<br />
antinociceptiva em diferentes proporções, reduzindo de forma significativa as contorções<br />
abdominais induzidas por ácido acético quando comparadas ao grupo controle (p < 0,01). A<br />
atividade analgésica periférica foi demonstrada pelos efeitos inibitórios das contorções<br />
abdominais, possivelmente pela inibição da síntese de prostaglandinas.<br />
Anais da <strong>VI</strong> <strong>JIC</strong>/UNIVASF 1
No teste das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético, o grupo que apresentou<br />
melhor resultado foi o da fase hexânica nas doses de 100 e 200 mg/kg (93,19% e 100% de<br />
inibição, respectivamente), com potencial superior ao padrão ácido acetilsalicílico, e na dose de<br />
200 mg/Kg, igual ao potencial da morfina, como se pode observar na Tabela 1.<br />
Tabela 1. Efeito antinociceptivo de Hymenaea martiana no teste das contorções abdominais induzidas por<br />
ácido acético em camundongos.<br />
Grupos Dose (mg/kg) Nº. de contorções % Inibição<br />
Controle --- 17,17 ± 5,18 ---<br />
Hm-EtOH 100 8,00 ± 3,54** 53,40<br />
200 1,33 ± 1,33** 92,25<br />
400 2,17 ± 1,98** 87,36<br />
Hm-Hex. 100 1,17 ± 0,65** 93,19<br />
200 0,00 ± 0,00** 100<br />
Hm-AcOEt 100 1,50 ± 1,50** 91,26<br />
200 3,00 ± 1,34** 82,53<br />
Morfina 10 0,0 ± 0,0** 100<br />
Ácido acetilsalicílico 150 2,17 ± 0,87** 87,36<br />
Média de valores ± S.E.M, n= 6.<br />
**p < 0,01 significativamente diferente do controle (ANOVA seguido pelo teste de Dunnett).<br />
Conclusões<br />
No EEB de Hymenaea martiana há compostos farmacologicamente ativos, e por isso devese<br />
dar continuidade aos estudos de elucidação estrutural, para possibilitar o isolamento e<br />
descoberta de novas substâncias presentes no extrato da espécie, e testar o potencial<br />
farmacológico destas, já que no ensaio farmacológico realizado, observou-se boa capacidade de<br />
inibição das contorções abdominais induzidas por ácido acético.<br />
Agradecimentos<br />
Os autores agradecem ao CNPq pela bolsa de iniciação científica da aluna Maria Eduarda<br />
Gomes da Cruz Silva e à FACEPE pelo apoio financeiro na execução do projeto.<br />
Referências<br />
ALMEIDA, R. N. de (Org). Psicofarmacologia: fundamentos práticos. Rio de Janeiro: Guanabara<br />
Koogan, p. 357, 2006.<br />
CECHINEL-FILHO, V.; YUNES, R. A. Química Nova, v. 21, n. 1, p. 99-105, 1998.<br />
JAYAPRAKASAM, B.; ALEXANDER-LINDO, R. L.; DEWITT, D. L.; NAIR, M. G. Food Chemistry,<br />
v. 105, p. 485-490, 2007.<br />
MELO, M. G. G.; MENDONÇA, M. S.; MENDES, A. M. S. Acta Amazônica, v. 34, n. 1, p. 9-14,<br />
2004.<br />
NOGUEIRA, R. T.; SHEPHERD, G. J.; LAVERDE-JR. A.; MARSAIOLI, A. J.; IMAMURA, P. M.<br />
Phytochemistry, v. 58, p. 1153-1157, 2001.<br />
SOARES, C. C.; MARQUES, T. M.; RIGOLIN, G. G.; NEIS, E.; FRIAÇA, A. M. V.; SILVA, A. S.;<br />
BARRETO, G. S.; LOPES, S. Rev. Bras. Farmacogn., v. 19, n. 1, p.77-81, 2009.<br />
Anais da <strong>VI</strong> <strong>JIC</strong>/UNIVASF 2