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<strong>Ci<strong>da</strong>de</strong> <strong>Clássica</strong><br />
Antonio Castelnou
Introdução<br />
Denomina-se CLASSICISMO o realismo<br />
nacionalista dos antigos gregos, no século V<br />
a.C., depois incorporado pelos romanos, em<br />
que a arte era considera<strong>da</strong> tão importante<br />
quanto a ciência, ambas guia<strong>da</strong>s pela filosofia.<br />
Os principais valores <strong>da</strong> ARTE CLÁSSICA eram<br />
a harmonia, a uni<strong>da</strong>de, a exatidão e a perfeição,<br />
as quais deveriam estar presentes em to<strong>da</strong>s as<br />
ações humanas, de modo a situar o homem<br />
idealizado como centro <strong>da</strong> natureza.
Ágora de Atenas<br />
(Reconstituição: 300 aC,<br />
Procissão Panatenaica)<br />
De modo geral, as<br />
ci<strong>da</strong>des gregas tinham<br />
traçado irregular e eram<br />
cerca<strong>da</strong>s por altas e<br />
majestosas muralhas,<br />
de cujo portão principal<br />
partia o caminho para a<br />
ÁGORA, que era a<br />
praça do mercado, ou<br />
seja, o local de<br />
assembléia e encontro<br />
comunal, onde to<strong>da</strong> a<br />
população urbana se<br />
juntava e opinava.<br />
Ágora de Priene<br />
(Reconstituição: 350 aC)<br />
Ágora
Vista atual de Atenas<br />
Akropole<br />
Contudo, seu núcleo<br />
urbano consistia na<br />
AKROPOLE, um morro<br />
defensável, sem ser muito<br />
alto, que era uma praça<br />
forte que mantinha a<br />
vigilância sobre a ci<strong>da</strong>de e<br />
seus campos cultivados,<br />
além de se constituir em<br />
refúgio e domicílio do rei<br />
nos tempos primitivos; e,<br />
depois, concentrar os<br />
templos simbólicos.<br />
Akropole de Atenas<br />
(Reconstituição: 400 aC)
Ágora <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de-colônia<br />
de Miletus (c. 490 aC, Grécia)<br />
Antes mesmo do período<br />
clássico, os gregos já<br />
tinham começado a dispor<br />
algumas CIDADES-<br />
COLÔNIA – como capitais<br />
para nações-estado ou<br />
substituição de ci<strong>da</strong>des<br />
destruí<strong>da</strong>s pelos persas e<br />
outros – em um plano<br />
organizado, com ruas que<br />
se cruzavam regularmente<br />
a ângulos retos.<br />
1 Agora 5 Delfinion (Santuário de Apolo) 9 Mercado<br />
2 Buleuterion 6 Termas romanas 10 Ágora setentrional<br />
3 Ginasium 7 Pórtico do porto 11 Armazéns<br />
4 Termas 8 Heroon (Tumba monumental) 12 Termas de Faustina<br />
8<br />
12<br />
N<br />
11<br />
9<br />
7<br />
6<br />
10<br />
2<br />
1<br />
N<br />
5<br />
4<br />
3
Império<br />
Macedônico<br />
O HELENISMO como forma de vi<strong>da</strong> e cultura criou<br />
raízes e se propagou, especialmente pela sua<br />
adoção por povos de outras origens. Alexandre, o<br />
Grande (356-323 aC), e seus sucessores criaram<br />
inúmeras colônias e também grandes metrópoles<br />
que rivalizaram com as capitais do Oriente.
Via Sacra<br />
Coliseum<br />
Os romanos foram os<br />
mais importantes de<br />
todos os conversos<br />
pela civilização<br />
helênica, a qual foi a<br />
maior responsável pela<br />
homogeneização de<br />
sua socie<strong>da</strong>de,<br />
caracteriza<strong>da</strong> pelo seu<br />
ideal expansionista,<br />
expresso pela força e<br />
abrangência do<br />
IMPÉRIO ROMANO.<br />
Decumanus
<strong>Ci<strong>da</strong>de</strong>-colônia de Agrippina<br />
(atual Köln, Alemanha)<br />
A fun<strong>da</strong>ção de ci<strong>da</strong>descolônia<br />
romanas<br />
representava um ato<br />
político e a escolha de<br />
seu local era<br />
essencialmente de<br />
natureza prática,<br />
variando conforme as<br />
comunicações, a<br />
riqueza agrícola, o<br />
controle <strong>da</strong> travessia de<br />
um rio ou a existência<br />
de um porto natural.<br />
<strong>Ci<strong>da</strong>de</strong>-Colônia de Barcino<br />
(atual Barcelona, Espanha)
<strong>Ci<strong>da</strong>de</strong> de Roma<br />
(reconstituição:<br />
Séc. I d.C, atual Itália)<br />
A ci<strong>da</strong>de clássica<br />
encontrou em ROMA do<br />
século I d.C. a sua<br />
máxima expressão:<br />
uma metrópole de mais<br />
de um milhão de<br />
habitantes, construí<strong>da</strong> e<br />
embeleza<strong>da</strong> segundo<br />
os ideais <strong>da</strong> arquitetura<br />
greco-romana, que<br />
seria totalmente pilha<strong>da</strong><br />
a partir do início do<br />
período medieval.<br />
Rede de estra<strong>da</strong>s imperiais<br />
romanas na Europa
Império Romano<br />
Roma<br />
(Séc.<br />
I d.C.)
<strong>Ci<strong>da</strong>de</strong> grega<br />
A civilização grega foi precedi<strong>da</strong> pela cretense<br />
ou minuana (referente ao rei Minos) – ou ain<strong>da</strong><br />
egéia (em referência ao mar Egeu) –, que<br />
surgiu a partir de 2000 a.C., quando foram<br />
fun<strong>da</strong><strong>da</strong>s diversas ci<strong>da</strong>des na ilha de Creta e no<br />
sul <strong>da</strong> Grécia continental (Península Balcânica).<br />
Devido ao relevo acidentado <strong>da</strong> região,<br />
composto por vales fragmentados, não se<br />
formou um Estado unificado, mas pequenas<br />
CIDADES-ESTADO independentes que<br />
prosperaram graças ao comércio marítimo.
<strong>Ci<strong>da</strong>de</strong>-palácio de Cnossos<br />
(1900 aC, Ilha de Creta)<br />
Durante o período<br />
minuano (1700-1450<br />
aC), as CIDADES<br />
CRETENSES tinham<br />
traçado irregular, com<br />
ruas em curvas de<br />
nível, pavimenta<strong>da</strong>s e<br />
servi<strong>da</strong>s por redes de<br />
água e esgoto.<br />
Em geral, não<br />
apresentavam<br />
muralhas e deram<br />
origem às primeiras<br />
CIDADES GREGAS<br />
(Pevsner, 1988).<br />
Civilização Minóica
<strong>Ci<strong>da</strong>de</strong>-palácio de Cnossos<br />
(Reconstituição:<br />
1900 aC, Ilha de Creta)<br />
Os maiores centros<br />
minoanos em Creta<br />
foram Cnossos, Festo,<br />
Mália e Gournia, nos<br />
quais era possível<br />
identificar a existência<br />
de uma praça pública,<br />
além de templos e<br />
palácios, estes<br />
decorados em afrescos<br />
de cores vivas com<br />
uma grande percepção<br />
<strong>da</strong> natureza.<br />
Planta
Por volta de 1600 a.C.,<br />
povos pastores indoeuropeus<br />
– jônicos,<br />
aqueus e dóricos –<br />
infiltraram-se na<br />
Península Balcânica e<br />
acabaram invadindo<br />
Creta, em 1450 a.C.<br />
Com a derrota do povo<br />
egeu, a civilização <strong>da</strong><br />
Grécia continental<br />
entrou em decadência,<br />
ressurgindo somente<br />
vários séculos depois<br />
(Goitia, 2003).<br />
<strong>Ci<strong>da</strong>de</strong>-palácio de Mália<br />
(1900 aC, Ilha de Creta)<br />
Ruínas<br />
de Mália
Ruínas<br />
<strong>Ci<strong>da</strong>de</strong>-palácio de Micenas<br />
(Reconstituição:<br />
1400 aC, Grécia)<br />
Mycenae<br />
Além <strong>da</strong>s suas ci<strong>da</strong>des<br />
conquista<strong>da</strong>s, a<br />
civilização egéia pouco<br />
influenciou na formação<br />
<strong>da</strong> grega, que emergiu no<br />
começo do século VIII a.C.<br />
do povo micênico,<br />
guerreiros que se<br />
instalaram na região após<br />
o declínio minuano,<br />
provenientes do Oriente<br />
Médio e cuja capital era a<br />
ci<strong>da</strong>de de MYCENAE<br />
(1600-1200 aC).<br />
Planta
A cultura grega derivou<br />
<strong>da</strong> civilização micênica<br />
e ocupou to<strong>da</strong> a região <strong>da</strong><br />
península Balcânica, as<br />
ilhas do mar Egeu e o<br />
litoral <strong>da</strong> Ásia menor.<br />
Seus períodos de<br />
evolução histórica foram:<br />
Geométrico (1200-700 aC)<br />
Arcaico (700-500 aC)<br />
Pré-clássico (500-450 aC),<br />
quando <strong>da</strong> conquista dos<br />
persas<br />
Clássico (450-200 aC)<br />
Helênico<br />
(200 aC até o Cristianismo)<br />
Império Ateniense
Akropole de Atenas<br />
(Reconstituição:<br />
Séc. V aC, Grécia)<br />
O núcleo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de livre<br />
grega (polis) era a<br />
AKROPOLE, que, no<br />
período clássico,<br />
passou a abrigar os<br />
templos ao invés dos<br />
palácios governantes e<br />
tornou-se o símbolo <strong>da</strong><br />
vi<strong>da</strong> democrática e<br />
igual<strong>da</strong>de dos<br />
ci<strong>da</strong>dãos. O restante <strong>da</strong><br />
polis aglomerava-se em<br />
sua encosta.
A mais popular e admira<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />
acrópoles foi a de ATENAS, em<br />
grande parte devido à sua<br />
liderança e enriquecimento após a<br />
guerra contra os persas, o que<br />
coincidiu com a era de Péricles na<br />
política; de Sócrates e Platão na<br />
filosofia; de Sófocles no drama; de<br />
Aristófanes na comédia; e de<br />
Ictino e Fídias nas artes.<br />
Parthenon
Evolução<br />
Urbana<br />
600-479 aC<br />
338-86 aC<br />
478-339 aC<br />
85 aC-227 dC<br />
<strong>Ci<strong>da</strong>de</strong> de Atenas<br />
Atenas Contemporânea<br />
Vista <strong>da</strong> Akropole por satélite
Erectheum Parthenon<br />
Akropole<br />
(Atenas)<br />
Propylaea<br />
A acrópole ateniense é uma colina natural<br />
transforma<strong>da</strong> em santuário já no período arcaico,<br />
cujos templos foram destruídos em 480 a.C. pelos<br />
persas. Com o restabelecimento <strong>da</strong> democracia,<br />
Péricles erigiu novos templos – o Parthenon (447-32<br />
a.C.) e o Erechtheum (430-20 a.C.), além do<br />
Propylaea (437-32 a.C.), sua entra<strong>da</strong> principal.