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Cesteiro que faz um cesto - Cadernos de Educação de Infância

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<strong>Ca<strong>de</strong>rnos</strong> <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> <strong>de</strong> <strong>Infância</strong> 76<br />

Out./Dez. 2005<br />

Fontes<br />

provou assim <strong>que</strong> todos os motivos, mesmo os aparentemente prosaicos,<br />

po<strong>de</strong>m ser transformados em palma.<br />

Daria também origem à expressão popular “arriar a giga”, isto é, pousá-la no<br />

chão para ficar com as mãos livres, aptas a pôr nas ancas e a “<strong>de</strong>sancar”<br />

verbalmente o(a) antagonista!<br />

A alcofa é parente dos <strong>cesto</strong>s, mas <strong>de</strong> ramo árabe da família, geralmente<br />

maleável por<strong>que</strong> executada em empreita, <strong>um</strong>a fibra têxtil mais branda <strong>que</strong> o<br />

vime; é igualmente <strong>de</strong> origem árabe o açafate, cestinho redondo sem asas nem<br />

tampa.<br />

“Senhora mestra mestrinha<br />

Açafatinho <strong>de</strong> amoras<br />

[…]<br />

Que já <strong>de</strong>ram quatro horas.”<br />

O terceiro verso <strong>que</strong> perdi, seria eventualmente, “Acabe a sua lição”? Ou<br />

“Deixe sair os meninos”’ (antes do horário este ano em vigor).<br />

A con<strong>de</strong>ssinha, também redonda mas tapada, era conhecida por “trazer <strong>de</strong><br />

França os meninos”, no tempo em <strong>que</strong> não se falava em educação sexual. O<br />

imaginário infantil dotava-a <strong>de</strong> laçarotes azuis ou cor-<strong>de</strong>-rosa conforme<br />

trouxesse menino ou menina bem aconchegados no bojo da con<strong>de</strong>ssinha <strong>que</strong><br />

representava afinal o traje materno.<br />

Mas a <strong>que</strong> propósito vim falar da arte do cesteiro n<strong>um</strong>a revista <strong>de</strong>stinada a<br />

educadores <strong>de</strong> infância?<br />

Talvez por<strong>que</strong> a <strong>de</strong>streza manual do entretecer possa ser útil às crianças. Não<br />

<strong>de</strong> vime <strong>que</strong>, embora amolecido previamente na água dos ribeiros, ainda assim<br />

é vigoroso e rijo <strong>de</strong> dobrar; mas há pe<strong>que</strong>nas varas <strong>de</strong> mido <strong>de</strong> figueira<br />

passíveis <strong>de</strong> serem manipuladas pelos <strong>de</strong>dos infantis. Ou até o entrelaçar <strong>de</strong><br />

serpentinas <strong>de</strong> Carnaval ou as fitas plastificadas dos embrulhos festivos, em<br />

volta <strong>de</strong> <strong>um</strong>a cercadura <strong>de</strong> palitos ou os paus <strong>de</strong> fósforo implantados n<strong>um</strong>a<br />

base <strong>de</strong> plasticina ou barro.<br />

A referência a <strong>cesto</strong>s não ficaria completa se não nos lembrássemos da Festa<br />

das Rosas, em Vila Franca do Lima, quando no dia 9 <strong>de</strong> Maio, todos os anos,<br />

as mordomas, com seus fatos ricos, transportam à cabeça <strong>cesto</strong>s inteiramente<br />

<strong>de</strong>corados com pétalas <strong>de</strong> rosa formando padrões variados, <strong>que</strong> vão ser<br />

oferecidos no altar <strong>de</strong> Nossa Senhora do Rosário.

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