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O zoroastrismo, também chamado de masdeísmo, uma religião ...

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Para alguns investigadores, muito mais do que o fundador <strong>de</strong> <strong>uma</strong> nova <strong>religião</strong>,<br />

Zoroastro foi antes um reformador das práticas religiosas indo-iranianas. Ele propôs<br />

<strong>uma</strong> mudança no panteão dominante que ia no sentido do monoteísmo e do dualismo.<br />

Na perspectiva <strong>de</strong> Zoroastro, os ahuras passam a ser vistos como seres que escolheram o<br />

bem e os daivas o mal. Na Índia, o percurso seria inverso, com os ahuras a<br />

representarem o mal e os daevas o bem.<br />

Zoroastro elevaria Ahura Mazda ("Senhor Sábio") ao estatuto <strong>de</strong> divinda<strong>de</strong> suprema,<br />

criadora do mundo e única digna <strong>de</strong> adoração.<br />

Outro conceito religioso por si apresentado foi o dos Amesha Spentas ("Imortais<br />

Sagrados"), que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>scritos como emanações ou aspectos <strong>de</strong> Ahura Mazda.<br />

Nos Gathas, os Amesha Spentas são apresentados <strong>de</strong> <strong>uma</strong> forma bastante abstracta;<br />

séculos <strong>de</strong>pois eles serão transformados e elevados ao estatuto <strong>de</strong> divinda<strong>de</strong>s. Cada<br />

Amesha Spenta foi associado a um aspecto da criação divina.<br />

Os Amesha Spentas são:<br />

Vohu Manah ("Bom Pensamento"): os animais;<br />

Asha Vahishta ("Verda<strong>de</strong> Perfeita"): o fogo;<br />

Spenta Ameraiti - ("Devoção Benfeitora"): a terra;<br />

Khashathra Vairya - ("Governo Desejável"): o céu e os metais;<br />

Hauravatat ("Plenitu<strong>de</strong>"): a água;<br />

Ameretat ("Imortalida<strong>de</strong>"): as plantas.<br />

Os Gathas revelam <strong>também</strong> um pensamento dualista, sobretudo no plano ético,<br />

entendido como <strong>uma</strong> livre escolha entre o bem e o mal. Posteriormente, o dualismo<br />

torna-se cosmológico, entendido como <strong>uma</strong> batalha no mundo entre forças benignas e<br />

forças maléficas.<br />

Atualmente os zoroastrianos divi<strong>de</strong>m-se entre o dualismo ético ou o dualismo<br />

cosmológico, existindo <strong>também</strong> outros que aceitam os dois conceitos. Alguns acreditam<br />

que Ahura Mazda tem um inimigo <strong>chamado</strong> Angra Mainyu (ou Ahriman),<br />

responsável pela doença, pelos <strong>de</strong>sastres naturais, pela morte, pela corrupção e por tudo<br />

quanto é negativo. Angra Mainyu não <strong>de</strong>ve ser visto como um <strong>de</strong>us; ele é antes <strong>uma</strong><br />

energia negativa que se opõe à energia positiva <strong>de</strong> Ahura Mazda, tentando <strong>de</strong>struir<br />

tudo o que <strong>de</strong> bom foi feito por ele (a energia positiva <strong>de</strong> Deus é chamada <strong>de</strong> Spenta<br />

Mainyu). No final Angra Mainyu será <strong>de</strong>struído e o bem triunfará. Outros<br />

zoroastrianos encaram o dualismo no plano interno <strong>de</strong> cada pessoa, como a escolha que<br />

cada um <strong>de</strong>ve fazer entre o bem e o mal, entre <strong>uma</strong> mentalida<strong>de</strong> progressista e <strong>uma</strong><br />

mentalida<strong>de</strong> retardatária.<br />

Os zoroastrianos acreditam que Zoroastro é um profeta <strong>de</strong> Deus, mas este não é alvo <strong>de</strong><br />

particular veneração. Eles acreditam que através dos seus ensinamentos os seres<br />

h<strong>uma</strong>nos po<strong>de</strong>m aproximar-se <strong>de</strong> Deus e da or<strong>de</strong>m natural marcada pelo bem e justiça<br />

(asha).<br />

Entre a morte <strong>de</strong> Zaratustra e a ascensão do Império Aqueménida no século VI a.C.<br />

pouco se sabe sobre o <strong>zoroastrismo</strong>, a não ser que se difundiu largamente por todo o<br />

império Medo Persa. Em 549 a.C., Ciro II <strong>de</strong>rrota Astíages, rei dos Medos e funda o<br />

Império Persa, que unia sob o mesmo cetro os Medos e os Persas. A dinastia à qual<br />

pertencia, os Aqueménidas, adota o <strong>zoroastrismo</strong> como <strong>religião</strong> oficial do império, mas<br />

<strong>também</strong> é tolerante em relação às religiões dos povos que nele vivem. Foi o rei Ciro II<br />

(dito O Gran<strong>de</strong>) que libertou os Ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong> seu cativeiro e permitiu o regresso <strong>de</strong>stes à<br />

Palestina. Provavelmente o primeiro rei persa que reconheceu oficialmente esta <strong>religião</strong><br />

foi Dario I, como mostra <strong>uma</strong> placa <strong>de</strong> ouro na qual o rei se proclama <strong>de</strong>voto <strong>de</strong> Ahura<br />

Mazda.<br />

Dario teve que combater um usurpador <strong>chamado</strong> Gautama, que se fazia passar por um<br />

filho <strong>de</strong> Ciro. Gautama or<strong>de</strong>nou a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> santuários pagãos que seriam

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