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PREÇO PROMOCIONAL<br />
R$ 4,00
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Sumário<br />
ENTREVISTA [Maria da Consolação Muanis,<br />
Lucy Dias Ramos e<br />
Suely Caldas Schubert]<br />
ARTIGO [Décio Iandoli Jr.]<br />
Encarnação e reencarnação<br />
CONHEÇA ESTA CASA<br />
Casa <strong>Espírita</strong> Maria <strong>de</strong> Nazareth<br />
ARTIGO [Delauro <strong>de</strong> Oliveira Baumgratz]<br />
E-mail para Jesus <strong>de</strong> Oliveira<br />
ARTIGO [Lucy Dias Ramos]<br />
Nuvens que passam<br />
PEQUENAS E IMPORTANTES<br />
ARTIGO [Carlos Abranches]<br />
As vantagens <strong>de</strong> uma mente aberta<br />
ARTIGO [Cláudio Pellini]<br />
Senso artístico espírita<br />
ÚLTIMO ATO<br />
o médium<br />
Fundada por Jesus <strong>de</strong> Oliveira em 30/07/1932<br />
Diretor: Consolação Muanis<br />
Jornalista Responsável: Laiz Velloso - reg. 878/DRT/MG<br />
Departamento responsável: DCSE<br />
Diretora DCSE: Nara S. <strong>de</strong> Campos Coelho<br />
Supervisão: Jovino Quintella<br />
Secretaria: Maria Trinda<strong>de</strong> Nascimento<br />
Tesouraria: Geraldo Sebatião Soares<br />
Conselho Editorial: Édson Mega<br />
Hen<strong>de</strong>rson Marques Lopes<br />
Lucy Ramos<br />
José Passini<br />
Suely Caldas Schubert<br />
ALIANÇA MUNICIPAL ESPÍRITA DE JUIZ DE FORA<br />
Presi<strong>de</strong>nte: Consolação Muanis<br />
Vice-presi<strong>de</strong>nte: Abigail Gue<strong>de</strong>s Magalhães<br />
1a Secretária: Lúcia Freitas <strong>de</strong> Souza<br />
2a Secretária: Maria Trinda<strong>de</strong> Nascimento<br />
Tesoureiro: Geraldo Sebastião Soares<br />
Diretor do CRE: Emanoel <strong>de</strong> Castro Antunes Felício<br />
DEPARTAMENTOS<br />
DAM (Assuntos da Mediunida<strong>de</strong>): Denise Ribas Ribeiro<br />
DAPSE (Assist. e Promoção Social <strong>Espírita</strong>): Joselita Valentim<br />
DCSE (Comunicação Social <strong>Espírita</strong>): Nara S. <strong>de</strong> Campos Coelho<br />
DDD (Divulgação Doutrinária): Maria das Graças Pedretti Maurício<br />
DEC (Evangelização da Criança): Elison da Fonseca e Silva<br />
DEJ (Evagenlização do Jovem): Robson Carneiro da Silva<br />
DFA (Família): Alcione Andries Lopes<br />
DPA (Patrimônio): Sebastião Ribeiro (Titô)<br />
Projeto gráfico e diagramação: Mostarda Propaganda<br />
Os colaboradores mencionados nada recebem financeiramente pelos serviços prestados a esta<br />
revista. O material enviado para publicação será submetido à apreciação do Conselho Editorial e<br />
não será <strong>de</strong>volvido, mesmo quando não publicado.<br />
4<br />
10<br />
13<br />
14<br />
15<br />
18<br />
19<br />
22<br />
26<br />
Editorial<br />
Filigranas<br />
M<br />
ês da mulher, março<br />
renova para os espíritas a<br />
mensagem vanguar<strong>de</strong>ira<br />
<strong>de</strong> “O Livro dos<br />
Espíritos”, que redimensiona a<br />
vida em corpos femininos, ao<br />
igualá-la a dos masculinos, em<br />
pleno século XIX! Todos somos<br />
espíritos, reeducando-nos na<br />
vida física! O Espiritismo<br />
antecipa-se ao progresso que<br />
<strong>de</strong>veria vir, anunciando seu<br />
<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> farol para o<br />
conhecimento das verda<strong>de</strong>s<br />
eternas.<br />
Fechando o mês, o dia 31 traznos<br />
a marca da <strong>de</strong>sencarnação<br />
<strong>de</strong> Allan Kar<strong>de</strong>c, já com a<br />
confortadora certeza <strong>de</strong> que a<br />
morte não existe.<br />
Abril, mês <strong>de</strong> muitas datas para<br />
o Espiritismo: dia 1º <strong>de</strong> 1858,<br />
Allan Kar<strong>de</strong>c funda a Socieda<strong>de</strong><br />
Parisiense <strong>de</strong> Estudos <strong>Espírita</strong>s, o<br />
primeiro Centro <strong>Espírita</strong> do<br />
mundo. Há exatos 150 anos.<br />
Dia 2 <strong>de</strong> 1910, nascimento do<br />
gran<strong>de</strong> médium, o venerável<br />
Chico Xavier, luz que se irradiou<br />
<strong>de</strong> Minas Gerais para o mundo,<br />
atestando a verda<strong>de</strong> dos<br />
preceitos espíritas.<br />
Dia 18, 151 anos <strong>de</strong> “O Livro<br />
dos Espíritos”.<br />
A Revista O Médium tem a<br />
alegria <strong>de</strong> manter viva em suas<br />
páginas a chama do Espiritismo<br />
em nossa região, cunhando para<br />
o caro leitor filigranas do<br />
movimento e do pensamento<br />
espíritas.
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Entrevista<br />
4<br />
Espiritismo:<br />
três mulheres, três <strong>de</strong>poimentos<br />
Em homenagem ao Dia internacional da Mulher, comemorado em<br />
8 <strong>de</strong> março, a Revista O Médium traz três entrevistas com<br />
mulheres <strong>de</strong> fibra, que contam suas experiências <strong>de</strong><br />
vida e como a doutrina as fortalece diariamente.<br />
MARIA DA CONSOLAÇÃO MUANIS é expositora da<br />
doutrina, trabalha na Casa <strong>Espírita</strong> e é presi<strong>de</strong>nte<br />
da AME-JF on<strong>de</strong> atua há quase 20 anos<br />
Nasci em Ponte Nova, no dia 17/03/48. Tenho dois filhos<br />
ótimos, Glauco e Bruno que, tenho certeza, me amam e<br />
reconhecem minha luta e meu esforço para ser uma boa<br />
mãe. Glauco é casado com uma excelente pessoa, Luciene, a<br />
quem tenho como filha do coração. Eu a amo muito. Minha<br />
neta querida é a Thaís, que tem 15 anos e que é ótima<br />
menina a quem muito amo. Tenho também amigos. Muitos<br />
amigos. Fiéis, leais, <strong>de</strong>dicados. Alguém disse que "amigos são<br />
âncoras que nos mantêm em porto seguro". É isso. Parece<br />
que tudo é perfeito em minha vida, mas não é assim. Temos problemas, dores morais,<br />
testemunhos, dificulda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>safios, como todas as famílias. Mas costumo dizer que<br />
vencemos tudo, unidos, porque nos amamos. Na vida, tudo passa. Só o amor<br />
permanece. Minha formação é a <strong>de</strong> professora, que não exerço mais. Gosto, ou<br />
melhor, amo livros, filmes, música, amigos. Amo a vida e me sinto feliz, muito feliz.<br />
O MÉDIUM - QUANDO A SRA TOMOU<br />
CONTATO COM O ESPIRITISMO?<br />
MARIA DA CONSOLAÇÃO MUANIS<br />
- Foi na década <strong>de</strong> 80. Eu morava em<br />
Teresópolis e tinha umas amigas que<br />
eram espíritas e que, todas as tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
terça-feira, se reuniam em casa <strong>de</strong> uma<br />
<strong>de</strong>las para fazer um culto no lar,<br />
conversar e estudar Espiritismo. Um<br />
outro grupo <strong>de</strong> amigas se reunia<br />
também nas tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> terça, para jogar<br />
baralho, e eu fazia parte <strong>de</strong>ste grupo. Foi<br />
uma fase muito difícil <strong>de</strong> minha vida,<br />
muito sofrida, com perdas afetivas<br />
enormes: primeiro,minha avó paterna<br />
que foi uma pessoa muito importante<br />
em minha vida; três meses <strong>de</strong>pois minha<br />
mãe e em seguida meu pai e um<br />
sobrinho <strong>de</strong> um ano e pouco. Todas num<br />
espaço <strong>de</strong> meses. Entrei numa fase<br />
terrível, com <strong>de</strong>pressão, <strong>de</strong>sencanto pela<br />
vida, <strong>de</strong>sequilíbrio emocional gran<strong>de</strong>;<br />
além <strong>de</strong> processo obsessivo (que<br />
compreendi <strong>de</strong>pois que me tornei<br />
espírita) - a mediunida<strong>de</strong> aflorando.<br />
Enfim, foi muito, muito sofrimento, cuja<br />
causa maior era não ter eu convicções<br />
religiosas firmes. Estu<strong>de</strong>i em colégio <strong>de</strong><br />
irmãs salesianas, era católica praticante<br />
na época do colégio, fui até catequista.<br />
Quando me formei professora e saí da<br />
proteção das Irmãs, me vi totalmente<br />
<strong>de</strong>spreparada para a vida com os<br />
conceitos infantis que me foram<br />
passados. Casei-me, logo, tive meus<br />
filhos, e os conflitos íntimos eram<br />
enormes. Voltando lá atrás, às amigas<br />
que citei, uma em particular, chamada<br />
Isa, foi muito importante, <strong>de</strong>cisiva em<br />
minha mudança. Com paciência,<br />
falando sempre <strong>de</strong> Espiritismo, me<br />
convidava para as tais reuniões e eu<br />
resistia. Até que um dia, para agradá-la,<br />
faltei ao jogo <strong>de</strong> baralho, e fui. Detestei.
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Ficava pensando "meu Deus, como estas<br />
pessoas são ingênuas! Como po<strong>de</strong>m<br />
acreditar nestas coisas, etc e tal”. Fiquei<br />
<strong>de</strong>cidida a não voltar, mas na semana<br />
seguinte estava novamente no Grupo e<br />
não saí mais. Uns dois anos <strong>de</strong>pois<br />
fundamos um Centro <strong>Espírita</strong> chamado<br />
"Irmãos em Cristo" constituído em sua<br />
maioria por mulheres. Daí, não parei<br />
mais. Vim para <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong> Fora em 1987amo<br />
esta cida<strong>de</strong> - e aqui estou até hoje e<br />
ficarei para sempre. Nunca mais soube da<br />
amiga Isa, mas sou profundamente<br />
agra<strong>de</strong>cida a ela por ter tido tanta<br />
paciência e perseverança comigo. Peço<br />
sempre a Deus que a proteja on<strong>de</strong> quer<br />
que ela se encontre.<br />
OM - A SRA. PODE NOS CONTAR COMO E<br />
SE O ESPIRITISMO CONTRIBUIU PARA A SUA<br />
FELICIDADE NA SOCIEDADE EM QUE VIVE?<br />
MCM - O Espiritismo contribuiu <strong>de</strong><br />
forma <strong>de</strong>cisiva para a minha felicida<strong>de</strong> na<br />
socieda<strong>de</strong> em que vivo, auxiliando-me a<br />
apren<strong>de</strong>r a conviver com as pessoas, a<br />
enten<strong>de</strong>r o significado da vida. Quando<br />
se nasce em um lar espírita é muito mais<br />
fácil ser feliz - apesar <strong>de</strong> todos os<br />
problemas que a pessoa enfrenta -<br />
porque os conceitos espíritas são como o<br />
granito, muito fortes, falam à razão,<br />
esclarecem. Mas quando, como era no<br />
meu caso, não se possui esta fé<br />
raciocinada, o sofrimento é enorme. Eu<br />
não conseguia compreen<strong>de</strong>r como Deus<br />
po<strong>de</strong>ria ser Pai, justo, <strong>de</strong> infinita bonda<strong>de</strong>,<br />
que ama seus filhos, permitindo tanta dor<br />
pelo mundo. A ausência da certeza da<br />
reencarnação é um dos maiores<br />
sofrimentos (senão o maior) que a pessoa<br />
po<strong>de</strong> experimentar. Sem este "sei", nada<br />
tem explicação, absolutamente nada.<br />
Quando se toma contato com a<br />
reencarnação, tudo muda. A pessoa<br />
compreen<strong>de</strong> o porquê das dores, passa<br />
por problemas, mas é feliz. Por quê?<br />
Porque ela consegue separar as coisas, ou<br />
seja, ela sabe que Deus é Pai e se ela está<br />
sofrendo existe uma causa justa para este<br />
sofrimento. "A cada um segundo suas<br />
obras" lecionou o Cristo. Mas o mais<br />
importante, é a certeza da proteção <strong>de</strong><br />
Deus em todos os instantes da vida. Então,<br />
a pessoa não tem medo porque ela sabe<br />
que Deus não está distante <strong>de</strong> si, mas Ele<br />
está em si. Esse Reino <strong>de</strong> Deus, ou dos<br />
Céus, que Jesus afirmou que está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
nós.<br />
OM - QUAL SUA PARTICIPAÇÃO NO<br />
MOVIMENTO ESPÍRITA?<br />
MCM - Minha participação no Movimento<br />
<strong>Espírita</strong> é intensa, melhor dizendo,<br />
intensíssima, quase em tempo integral. Por<br />
que sou Espírito evoluído, agindo só pelo<br />
prazer <strong>de</strong> trabalhar no Espiritismo? Não,<br />
porque Espírito endividado que sou,<br />
comprometida com as Leis Divinas,<br />
preciso aproveitar esta oportunida<strong>de</strong><br />
reencarnatória para apren<strong>de</strong>r, para me<br />
reajustar com estas Leis que, tenho certeza,<br />
infringi; para me reajustar com pessoas que<br />
conviveram comigo no passado remoto ou<br />
próximo e a quem não consegui amar<br />
como Jesus ensinou e não consegui me<br />
fazer amada por estas pessoas. Então, sou<br />
responsável e preciso reparar estas falhas.<br />
Por isto, preciso trabalhar muito, mas muito<br />
mesmo. Para tanto, estou sempre na Casa<br />
<strong>Espírita</strong>, da Sampaio, casa que me acolheu<br />
há quase vinte anos, que amo<br />
intensamente e da qual sou trabalhadora.<br />
Já fui presi<strong>de</strong>nte da Casa <strong>Espírita</strong>, diretora<br />
<strong>de</strong> Departamento, diretora <strong>de</strong><br />
Departamento da AME-<strong>Aliança</strong> <strong>Municipal</strong><br />
<strong>Espírita</strong>; fui sua vice-presi<strong>de</strong>nte também e,<br />
atualmente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007, sou<br />
presi<strong>de</strong>nte da AME on<strong>de</strong> estou também há<br />
quase vinte anos. Faço palestras em quase<br />
todos os Centros <strong>Espírita</strong>s da Cida<strong>de</strong>;<br />
coor<strong>de</strong>no seminários aqui e em outras<br />
cida<strong>de</strong>s. Então, como você po<strong>de</strong> ver,<br />
trabalho bastante e com muito amor. Amo<br />
o que faço e faço o que amo. Então fica<br />
fácil ser feliz. Agra<strong>de</strong>ço a Deus todos os<br />
dias, pela vida, pela família, pela<br />
oportunida<strong>de</strong> da reencarnação, pelos<br />
amigos, pelas alegrias, pelas dores, pelos<br />
sofrimentos, pelos problemas, enfim, por<br />
todo este patrimônio divino que Ele me<br />
empresta e que estou apren<strong>de</strong>ndo a<br />
valorizar. Muito obrigada.<br />
Entrevista<br />
5
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:23 Page 6<br />
Entrevista<br />
6<br />
Espiritismo: três mulheres, três <strong>de</strong>poimentos<br />
LUCY RAMOS é articulista <strong>de</strong> várias revistas<br />
espíritas, trabalha na Casa <strong>Espírita</strong> junto à diretoria<br />
como 1ª Secretária e, na AME-JF, participa do<br />
Conselho Editorial <strong>de</strong> O Médium<br />
Nome: Lucy Ramos<br />
Nascimento: 05/03/1935<br />
Natural <strong>de</strong> Rio Novo (MG)<br />
Nascida em lar espírita.<br />
Filhos: 6 filhos, 15 netos e 3 bisnetos<br />
O MÉDIUM - QUANDO A SRA. TOMOU<br />
CONTATO COM O ESPIRITISMO?<br />
LUCY RAMOS - Nasci num lar espírita e,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros anos <strong>de</strong> vida, meus<br />
pais ensinaram-me as primeiras noções<br />
da vida <strong>de</strong> Jesus, do amor e da confiança<br />
em Deus. Nas humil<strong>de</strong>s reuniões em<br />
família, quando em prece nos<br />
colocávamos em torno da mesa da sala<br />
<strong>de</strong> jantar para estudar o Evangelho<br />
Segundo o Espiritismo, fomos<br />
<strong>de</strong>scobrindo as belezas do conhecimento<br />
espírita. Quantas lições, quantas histórias<br />
em torno do bem, do amor ao próximo,<br />
do respeito a todas as formas <strong>de</strong> vida,<br />
ficaram gravadas em meu coração! Foi na<br />
casa <strong>de</strong> meus pais, observando seus<br />
exemplos, que aprendi a não ter precon -<br />
ceito, a ser solidária ante as dores do pró -<br />
ximo, a amar a natureza e ao meu país.<br />
Nasci em Rio Novo, MG, numa época<br />
em que não havia aulas <strong>de</strong> evangelização<br />
para crianças e o único Centro <strong>Espírita</strong><br />
não estava funcionando, ainda. As<br />
reuniões, geralmente mediúnicas, eram<br />
realizadas em casa e minha mãe<br />
freqüentava uma na casa <strong>de</strong> um tio <strong>de</strong>la.<br />
Às vezes eu a acompanhava e ficava<br />
esperando na sala contígua o término da<br />
sessão. Aprendi com minha irmã<br />
Mariinha (<strong>de</strong>sencarnada aos 36 anos) -<br />
que contribuiu intensamente com a<br />
atuando na Instituição <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1974.<br />
minha formação cultural e com a minha<br />
atuação no movi mento espírita - as<br />
primeiras noções <strong>de</strong> como me conduzir<br />
na vida, consoante a moral cristã. Ela era<br />
15 anos mais velha e conversávamos<br />
muito sobre Espiritismo e, algumas<br />
vezes, a acompanhei quando fazia<br />
palestras nas famosas Semanas <strong>Espírita</strong>s<br />
<strong>de</strong> nossa região.<br />
OM - A SRA. PODERIA NOS CONTAR SE E<br />
COMO O ESPIRITISMO CONTRIBUI PARA<br />
SUA FELICIDADE NA SOCIEDADE EM QUE<br />
VIVE? ELE FAZ ALGUMA DIFERENÇA?<br />
LR - Sou agra<strong>de</strong>cida a Deus e a esta<br />
Doutrina <strong>de</strong> amor e luz que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
minha infância, me indicou o roteiro<br />
seguro para meu crescimento espiritual.<br />
Mesmo sofrendo perseguições espirituais<br />
no passado, mesmo sendo discriminada<br />
no meio social nos primeiros anos da<br />
juventu<strong>de</strong>, em momento algum <strong>de</strong>ixei<br />
<strong>de</strong> ostentar o nome <strong>de</strong> “espírita”,<br />
vencendo as barreiras do preconceito e<br />
da insegurança.<br />
O Espiritismo tem contribuído em minha<br />
vida, <strong>de</strong> forma insuperável para o meu<br />
crescimento espiritual, na educação <strong>de</strong><br />
meus senti men tos, na eliminação dos<br />
vícios morais (ainda são muitos) e tenho<br />
me esforçado para orientar minha<br />
trajetória, sempre norteada pelos
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ensinamentos cristãos.<br />
Sou uma pessoa feliz e otimista. Nem<br />
mesmo as lutas cruciantes, as dores da<br />
alma, as perdas e os insucessos<br />
conseguem apagar em meu íntimo a luz<br />
da esperança, da fé e da confiança em<br />
Deus. É uma felicida<strong>de</strong> que não se<br />
encontra nos prazeres do mundo, não é<br />
efêmera e nem se gasta nas lutas diárias,<br />
porque é um sentimento <strong>de</strong> gratidão a<br />
Deus tão profundo que, mesmo sofrendo,<br />
conseguimos sorrir, ajudar aos que sofrem<br />
mais do que nós, esten<strong>de</strong>r a mão ao que<br />
está caído e, principalmente, através do<br />
exercício da paciência e do perdão,<br />
prosseguir vivendo intensa men te, no<br />
cumprimento dos <strong>de</strong>veres que a vida nos<br />
impõe. Nos encargos da família, encontro<br />
minha tarefa mais nobre e mais difícil,<br />
on<strong>de</strong> tenho sido testada nas lutas e<br />
percalços do caminho, procurando<br />
aproveitar todas as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
ajuda e compreensão, buscando dar o<br />
exemplo da vivência e do conhecimento<br />
espírita já adquirido.<br />
Sinto-me feliz por estar, ainda,<br />
participando das li<strong>de</strong>s do movimento<br />
espírita, após seis décadas <strong>de</strong> vivências, e<br />
sinto-me grata pela concessão <strong>de</strong> bênçãos<br />
que enriquecem meu viver e me<br />
possibilitam ajudar aos que estão<br />
caminhando comigo e me sustentam com<br />
o apoio fraterno e suas vibrações <strong>de</strong> amor.<br />
Sem dúvida, o Espiritismo contribuiu e<br />
ainda contribui para minha <strong>de</strong>stinação<br />
feliz na socieda<strong>de</strong> em que vivo e para o<br />
meu futuro espiritual.<br />
OM - QUAL A SUA PARTICIPAÇÃO NO<br />
MOVIMENTO ESPÍRITA?<br />
LR - Aos oito anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, fui<br />
matriculada nas Aulas <strong>de</strong> Moral Cristã, no<br />
Grêmio <strong>Espírita</strong> <strong>de</strong> Beneficência <strong>de</strong> Barra<br />
do Piraí, on<strong>de</strong> morei, iniciando assim meu<br />
aprendizado “oficial” da Doutrina <strong>Espírita</strong>.<br />
Depois, aos 12 anos participei da<br />
Mocida<strong>de</strong> <strong>Espírita</strong> João Batista, ainda no<br />
Grêmio, e aos 13 anos, já estava na<br />
Mocida<strong>de</strong> <strong>Espírita</strong> Humberto <strong>de</strong> Campos,<br />
como secretária. Em julho <strong>de</strong> 1948,<br />
participei do 1º Congresso <strong>de</strong> Mocida<strong>de</strong>s<br />
<strong>Espírita</strong>s do Brasil, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, fato<br />
que marcou <strong>de</strong>cisivamente minha vida.<br />
Morando em Barra do Piraí, na década <strong>de</strong><br />
quarenta e parte da <strong>de</strong> cinqüenta, tive<br />
ocasião <strong>de</strong> conhecer espíritas notáveis que<br />
iam aquela cida<strong>de</strong> proferir palestras.<br />
Dentre os muitos nomes, não po<strong>de</strong>ria<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> citar Chico Xavier que, neste<br />
período, passava por nossa cida<strong>de</strong>, todos<br />
os anos, a trabalho pelo Ministério da<br />
Agricultura. Mu<strong>de</strong>i para <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong> Fora em<br />
1954 e, logo que aqui cheguei, trabalhei<br />
como Evangelizadora no Centro <strong>Espírita</strong><br />
Bezerra <strong>de</strong> Menezes e na Fundação João<br />
<strong>de</strong> Freitas - on<strong>de</strong> participo até hoje no<br />
Conselho Deliberativo. Em 1964, ingressei<br />
na Casa <strong>Espírita</strong>, iniciando o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da mediunida<strong>de</strong> e<br />
trabalhando no setor assistencial da casa, e<br />
hoje participo da diretoria como 1a secretária. Participo da AME-JF <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
1974, quando foi criado o Departamento<br />
<strong>de</strong> Orientação Mediúnica (hoje DAM), a<br />
convite da querida amiga Suely Caldas<br />
Schubert e estamos juntas até hoje .<br />
Atualmente, faço parte do Q.A. do DAM.<br />
Fui supervisora da revista “O Médium”,<br />
durante vários anos e, ainda, colaboro<br />
escrevendo e também fazendo parte do<br />
Conselho Editorial da revista.<br />
Escrevo para outras revistas espíritas como<br />
Reformador, (FEB), Presença <strong>Espírita</strong><br />
(Salvador), RIE (Clarim, SP.), AURORA<br />
(Caxias, RJ) e estou com um livro para ser<br />
publicado pela Editora da FEB, na fase final<br />
da preparação. E continuo escrevendo,<br />
que para mim é fundamental nesta fase <strong>de</strong><br />
minha vida.<br />
Todos nós espíritas, que participamos do<br />
Movimento <strong>Espírita</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong><br />
quarenta, vimos gran<strong>de</strong> acontecimentos<br />
e mudanças que aceleraram a divulgação<br />
do Espiritismo. Somos beneficiados pela<br />
certeza <strong>de</strong> que tudo é dinâmico na<br />
Doutrina <strong>Espírita</strong>, restaurando os<br />
ensinamentos <strong>de</strong> Jesus que estavam<br />
carcomidos pelo orgulho e a presunção<br />
dos <strong>de</strong>tentores da verda<strong>de</strong> e dos lí<strong>de</strong>res<br />
religiosos, distanciados da razão e do<br />
amor.<br />
Entrevista<br />
7
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:23 Page 8<br />
Entrevista<br />
8<br />
Espiritismo: três mulheres, três <strong>de</strong>poimentos<br />
SUELY CALDAS SCHUBERT é expositora, é uma das<br />
fundadoras da Socieda<strong>de</strong> <strong>Espírita</strong> Joanna <strong>de</strong><br />
Ângelis, faz parte do DAM da AME-JF, on<strong>de</strong> está<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 70, é escritora, com doze livros<br />
publicados, um <strong>de</strong>les com mais <strong>de</strong> 150 mil exemplares vendidos.<br />
NOME: Suely Caldas Schubert (69)<br />
Natural <strong>de</strong> Carangola (MG)<br />
Resido em JF <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />
Pais: José Caldas e Zélia Caldas.<br />
Ambos espíritas e filhos <strong>de</strong> espíritas, portanto meus avós<br />
paternos e maternos eram espíritas.<br />
Filhos: quatro. Lívia Schubert Coelho, Alexandre Caldas Schubert, Erika Caldas<br />
Schubert<br />
e Adriana Caldas Schubert<br />
Netos: seis. Humberto Schubert Coelho, Rafael Schubert Coelho - da Lívia<br />
Deborah Alves Schubert, Marina Mattos Schubert - do Alexandre<br />
Arthur Schubert Aguiar, Eduardo Schubert Aguiar - da Erika<br />
O MÉDIUM - QUANDO A SRA. TOMOU<br />
CONTATO COM O ESPIRITISMO?<br />
SUELY CALDAS SCHUBERT - Tomei<br />
contato com o Espiritismo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
cedo, pois meus pais sempre<br />
nortearam nossas vidas, <strong>de</strong> minhas<br />
irmãs e eu, pela Doutrina <strong>Espírita</strong>.<br />
Sendo meu pai funcionário <strong>de</strong><br />
banco, em razão do seu trabalho,<br />
foi transferido <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s por<br />
quatro vezes. Mas sempre buscava<br />
o Centro espírita local para que<br />
todos freqüentássemos. Em <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong><br />
Fora ele exerceu as funções <strong>de</strong><br />
subgerente e gerente.<br />
Des<strong>de</strong> que mudamos para <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong><br />
Fora, passamos imediatamente, a<br />
participar do Centro <strong>Espírita</strong> Ivon<br />
Costa, abençoada Casa, on<strong>de</strong><br />
tivemos ensejos <strong>de</strong> aprendizados<br />
enriquecedores, durante longos<br />
anos. Ali usufruí as orientações <strong>de</strong><br />
irmãos muito queridos, como Sr.<br />
Isaltino da Silveira Filho, Edson<br />
Mega, Silvestre Santos,<br />
especialmente. Estes três,<br />
verda<strong>de</strong>iros baluartes do<br />
Espiritismo em nossa cida<strong>de</strong>.<br />
A fé raciocinada, que é apanágio<br />
do Espiritismo, proporcionou-me<br />
discernimento suficiente através<br />
das respostas lógicas e profundas<br />
que oferece à Humanida<strong>de</strong>,<br />
levando-me, em <strong>de</strong>corrência, a<br />
adotá-la como I<strong>de</strong>al maior em<br />
minha vida.<br />
OM - COMO O ESPIRITISMO CONTRIBUI<br />
PARA SUA FELICIDADE NA SOCIEDADE EM<br />
QUE VIVE? ELE FAZ ALGUMA DIFERENÇA?<br />
SCS - Toda a diferença. O
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:23 Page 9<br />
Espiritismo, trazendo Jesus <strong>de</strong> volta<br />
na pureza primitiva <strong>de</strong> seus<br />
ensinamentos, bem como através<br />
do tripé em que se fundamenta -<br />
ciência, filosofia e religião -<br />
preenche <strong>de</strong> luz e esperança a vida<br />
<strong>de</strong> quem <strong>de</strong>le se aproxima. Via <strong>de</strong><br />
regra, aqueles que o buscam o<br />
fazem pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
encontrar respostas lógicas, seja<br />
porque estão passando por<br />
sofrimentos ou porque anseiam por<br />
esclarecimentos.<br />
A Doutrina <strong>Espírita</strong> concretiza a<br />
promessa do Cristo, acerca do<br />
Consolador, conforme João, 14:15<br />
a 17 e 26.<br />
Sendo, portanto, o meu i<strong>de</strong>al <strong>de</strong><br />
vida, acima <strong>de</strong> qualquer outra coisa,<br />
trouxe-me felicida<strong>de</strong> interior<br />
intraduzível.<br />
Lutas, dificulda<strong>de</strong>s, dores existem,<br />
mas nada afeta a alegria e a<br />
felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saber e <strong>de</strong> procurar<br />
vivenciar tudo o que me ensina.<br />
Consi<strong>de</strong>ro minha família<br />
maravilhosa, harmoniosa e alegre<br />
sempre.<br />
OM - QUAL A SUA PARTICIPAÇÃO NO<br />
MOVIMENTO ESPÍRITA?<br />
SCS - Tenho exercido diversas<br />
ativida<strong>de</strong>s, começando no Centro<br />
<strong>Espírita</strong> Ivon Costa, on<strong>de</strong> fui<br />
integrante da Mocida<strong>de</strong> <strong>Espírita</strong><br />
João <strong>de</strong> Deus, evangelizadora <strong>de</strong><br />
crianças e jovens; coor<strong>de</strong>nando<br />
estudos e reuniões. Também ali<br />
comecei a prática mediúnica. Hoje<br />
já são cinqüenta anos <strong>de</strong><br />
mediunida<strong>de</strong>, completados em<br />
2007. A partir da década <strong>de</strong> 70<br />
passei a integrar a diretoria da<br />
<strong>Aliança</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>Espírita</strong> <strong>de</strong> <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong><br />
Fora - on<strong>de</strong> ainda estou - mas, <strong>de</strong><br />
alguns anos para cá, apenas faço<br />
parte da equipe do Departamento<br />
<strong>de</strong> Assuntos da Mediunida<strong>de</strong>. Como<br />
expositora tenho percorrido o nosso<br />
país, aten<strong>de</strong>ndo aos convites que<br />
me fazem, inclusive, aten<strong>de</strong>ndo<br />
algumas cida<strong>de</strong>s da Europa e<br />
Estados Unidos, há alguns anos.<br />
Como escritora tenho doze livros<br />
editados, sendo que o primeiro,<br />
“Obsessão/Desobsessão”, lançado<br />
pela FEB, já alcançou a marca <strong>de</strong><br />
mais <strong>de</strong> 150 mil exemplares. Sou<br />
ainda uma das fundadoras da<br />
Socieda<strong>de</strong> <strong>Espírita</strong> Joanna <strong>de</strong><br />
Ângelis, atualmente com 22 anos <strong>de</strong><br />
fundação, on<strong>de</strong> prosseguimos com<br />
nossos trabalhos.<br />
É importante enfatizar que, graças<br />
ao amparo e proteção dos<br />
Benfeitores Espirituais, temos<br />
conseguido levar a diante essa nossa<br />
mo<strong>de</strong>sta contribuição pelo que<br />
muito temos recebido do<br />
Espiritismo. Há muito o que fazer,<br />
reconhecemos ser bem pouco o que<br />
temos realizado. Mas, o<br />
aprendizado é infinito. Kar<strong>de</strong>c<br />
refere-se - na Introdução <strong>de</strong> O<br />
LIVRO DOS ESPÌRITOS (it. 13)à<br />
CIÊNCIA DO INFINITO,<br />
evi<strong>de</strong>nciando que o conhecimento<br />
jamais cessa, é uma busca constante<br />
e inesgotável.<br />
Agra<strong>de</strong>ço à revista O Médium, da<br />
qual fui diretora na década <strong>de</strong> 70,<br />
que é muito querida ao meu coração,<br />
pelo ensejo <strong>de</strong> conversar com os<br />
leitores e externar nestas páginas o<br />
quanto <strong>de</strong>vo à Doutrina dos Espíritos,<br />
que é luz perene em minha vida.<br />
Que Jesus nos abençoe e nos dê a<br />
Sua paz.<br />
Entrevista<br />
9
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:23 Page 10<br />
Artigo<br />
10<br />
Encarnação e <strong>de</strong>sencarnação<br />
encarnação é o mecanismo<br />
básico pelo qual evoluem os<br />
indivíduos, espiritualmente e<br />
biologicamente, fazendo assim,<br />
evoluir também o meio on<strong>de</strong> atuam<br />
e se relacionam, dando então, sua<br />
parte <strong>de</strong> colaboração na co-criação<br />
menor do mundo on<strong>de</strong> vivemos 1 A<br />
.<br />
Presenciamos hoje, uma avalanche<br />
<strong>de</strong> novas possibilida<strong>de</strong>s trazidas pelo<br />
avanço científico, abrindo frentes<br />
para novas tecnologias que<br />
instrumentalizam uma profunda<br />
interferência sobre os seres vivos e<br />
sobre nós mesmos, tudo isso numa<br />
velocida<strong>de</strong> muitíssimo maior que<br />
nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer os<br />
conceitos éticos necessários para<br />
<strong>de</strong>senvolvê-las com segurança.<br />
Diante disso, o Espiritismo, <strong>de</strong>vido<br />
ao seu inédito e ainda pouco<br />
compreendido tríplice aspecto;<br />
ciência, filosofia e religião; toma a<br />
dianteira, já que, há 150 anos<br />
discute questões como: Quando<br />
começa a vida?<br />
Na questão 136 do OLE<br />
encontramos o seguinte texto:<br />
“( .) Antes do nascimento, não há<br />
ainda união <strong>de</strong>finitiva entre alma e<br />
corpo; enquanto que <strong>de</strong>pois que<br />
essa união está estabelecida, a mor -<br />
te do corpo rompe os laços que o<br />
unem à alma, e a alma o <strong>de</strong>ixa.( .)” 2<br />
André Luiz, no livro “Missionários<br />
da Luz” nos esclarece que a<br />
reencarnação inicia-se na fecun da -<br />
ção e se completa por volta dos sete<br />
anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, já que é um processo<br />
e, portanto, não possui um ponto<br />
limite, uma fronteira à não ser seu<br />
1 - Conceito colocado por André Luiz no livro “Evolução em Dois Mundos”<br />
2 - Grifos nossos<br />
por Décio Iandoli Jr.*<br />
início e seu fim.<br />
É claro que, o conhecimento científico ao<br />
tempo <strong>de</strong> Kar<strong>de</strong>c, impossibilitava o<br />
entendimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes como os que nos<br />
foram dados por André Luiz, mas fica claro que<br />
a vida encarnada tem início na fecundação,<br />
mesmo que o processo só se conclua aos sete<br />
anos. Quem ousaria dizer que uma criança não<br />
é um ser encarnado?<br />
Deixando um pouco <strong>de</strong> lado o conteúdo da<br />
literatura espírita e buscando essa mesma<br />
resposta nos livros <strong>de</strong> biologia, embriologia e<br />
genética, vamos encontrar o seguinte conceito:<br />
a vida <strong>de</strong> um novo ser inicia-se com o<br />
“zigoto”, ou seja, após a união dos núcleos dos<br />
gametas masculino e feminino. Nenhuma nova<br />
informação ou tecnologia <strong>de</strong>senvolvida pela<br />
biologia até hoje, trouxe qualquer tipo <strong>de</strong> dado<br />
que possa questionar esta informação.<br />
Concluímos então que, tanto pela ciência<br />
estabelecida, quanto pelas informações<br />
doutrinárias espíritas, não po<strong>de</strong>mos e não<br />
<strong>de</strong>vemos questionar o fato <strong>de</strong> ser, o início da<br />
jornada encarnatória, coinci<strong>de</strong>nte com a<br />
fecundação, seja qual for o método pelo qual<br />
ela se dê, in vitro ou in vivo.<br />
Como sabemos, o espírito materializa seu<br />
corpo físico através do perispírito, sendo este<br />
causa imediata e instrumento intermediador ao<br />
mesmo tempo, posto que possibilita ao espírito<br />
sua manifestação como corpo biológico,<br />
estruturando a partir <strong>de</strong> sua individualida<strong>de</strong><br />
(espírito); possibilida<strong>de</strong>s genéticas (genoma);<br />
condições ambientais (meio sócio-cultural); e<br />
fatores cosmológicos (influências eletromag -<br />
néticas sutis sobre os campos biológicos), uma<br />
personalida<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>senvolverá gerando<br />
aprendizado e evolução, para ao final <strong>de</strong>ste<br />
ciclo, acrescentar à sua individualida<strong>de</strong>, tudo<br />
aquilo que amealhou com a experiência.<br />
O Dr. Ian Stevenson, emérito psiquiatra da
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:23 Page 11<br />
universida<strong>de</strong> da Virginia nos EUA, por conclusão <strong>de</strong> suas pesquisas que duraram mais <strong>de</strong> 40<br />
anos, estabeleceu os mesmos conceitos que colocamos acima, ou seja: a personalida<strong>de</strong> atual<br />
é formada a cada encarnação, sendo <strong>de</strong>finida por ele como sendo o conjunto <strong>de</strong><br />
características expressas, ou com possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se expressar, sendo assim, uma<br />
manifestação parcial <strong>de</strong> uma individualida<strong>de</strong> muito maior e mais complexa, que evolui na<br />
medida <strong>de</strong> suas experiências reencarnatórias, e construída por intermédio do que ele chamou<br />
<strong>de</strong> psychophore, organizando e orientando as células embrionárias na <strong>de</strong>terminação das<br />
formas orgânicas3 .<br />
O final <strong>de</strong>ste ciclo orgânico biológico se dá pelo processo inverso, ou seja, a <strong>de</strong>svinculação do<br />
perispírito <strong>de</strong> seu veículo <strong>de</strong> manifestação física, fenômeno que é também um processo, por<br />
isso, com limites ainda imprecisos para os nossos olhos.<br />
Se na encarnação po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir com bastante precisão o início e o fim do processo, para o<br />
<strong>de</strong>sencarne a dificulda<strong>de</strong> é maior, já que a mesma questão 136 <strong>de</strong> OLE nos assevera que:<br />
“( .) A vida orgânica po<strong>de</strong> animar um corpo sem alma, mas a alma não po<strong>de</strong> habitar um<br />
corpo privado <strong>de</strong> vida orgânica. 4 ”<br />
Ou seja, po<strong>de</strong>mos ter vitalida<strong>de</strong> em um corpo cuja alma já <strong>de</strong>sencarnou, o que dificulta<br />
muitíssimo o diagnóstico do momento do <strong>de</strong>sencarne que po<strong>de</strong> não coincidir com o<br />
momento da morte biológica.<br />
Na questão 155 <strong>de</strong> OLE, Kar<strong>de</strong>c é mais direto e pergunta se há uma linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação<br />
bem nítida entre a vida e a morte, obtendo a seguinte resposta:<br />
“- Não, a alma se liberta gradualmente e não se escapa como um pássaro cativo que ganha<br />
subitamente à liberda<strong>de</strong>. E ses dois estados se tocam e se confun<strong>de</strong>m ( .)”.<br />
O processo po<strong>de</strong> levar horas, dias, semanas meses ou anos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fluido vital que ainda existe no organismo biológico e do grau <strong>de</strong> apego do espírito à matéria,<br />
gerando durante este período, um estado <strong>de</strong> perturbação que só terminará com o completo<br />
<strong>de</strong>senlace do perispírito.<br />
No campo da ciência, ainda hoje, o momento <strong>de</strong> se <strong>de</strong>cretar a morte é controverso, o que<br />
3 - In: Where Reincarnation and Biology Intersect, <strong>de</strong> Ian Stevenson<br />
4 - Grifos nossos<br />
Artigo<br />
11
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:23 Page 12<br />
Artigo<br />
12<br />
mais uma vez mostra uma coerência com a<br />
revelação espírita. Não temos condições <strong>de</strong><br />
verificar, sem sombra <strong>de</strong> dúvidas, se<br />
<strong>de</strong>terminada pessoa já esta morta ou não.<br />
Lembrando-se sempre que não se <strong>de</strong>ve<br />
cortar o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>satado, e conje -<br />
turando as dificulda<strong>de</strong>s que temos para<br />
<strong>de</strong>terminar o momento do <strong>de</strong>sen carne,<br />
<strong>de</strong>vemos nos abster <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r qualquer<br />
tipo <strong>de</strong> ato que possa abreviar artificial -<br />
men te a vida (eutanásia), o que não signi -<br />
fica sobremaneira, admitir uma postura <strong>de</strong><br />
obstinação terapêutica sobre uma pessoa<br />
cuja morte é, sabida mente, inevitável e<br />
cuja recuperação é impossível (distanásia).<br />
Ficamos com a “morte natural” como sen -<br />
do o i<strong>de</strong>al, situação que fica exatamente<br />
entre a eutanásia e a distanásia, mas cujos<br />
limites são igualmente imprecisos, pedindo<br />
àquele que assiste o <strong>de</strong>sencarne, alguma<br />
sensibilida<strong>de</strong>, única maneira <strong>de</strong> se portar<br />
até que tenhamos condições <strong>de</strong> estabelecer<br />
a ausência da alma, <strong>de</strong> forma incontestável,<br />
por intermé dio <strong>de</strong> algum recurso diagnós -<br />
tico comple mentar; quem sabe um <strong>de</strong>tec -<br />
tor <strong>de</strong> cam pos biomórficos, por meio do<br />
qual solicitaríamos ao radiologista um<br />
perispi ritograma a fim <strong>de</strong> verificar o<br />
andamento do <strong>de</strong>sencarne.<br />
Como conta a Dra. Marlene Nobre a<br />
respeito <strong>de</strong> um comentário do nosso<br />
querido Chico Xavier:<br />
“Mo rer é fácil, difícil é <strong>de</strong>sencarnar”<br />
O processo do morrer se dá tal qual a<br />
meta morfose da lagarta em borboleta, que<br />
primeiro fica imóvel, tecendo um casulo<br />
que a possibilitará, por histólise e histo gê -<br />
nese, transformar-se em uma borboleta<br />
pa ra o renascimento para o mundo<br />
espiritual.<br />
Quando nascemos, vimos <strong>de</strong> um processo<br />
<strong>de</strong> nove meses aon<strong>de</strong> vamos construindo<br />
lentamente nossos laços com a carne,<br />
gestados pelo amor <strong>de</strong> nossa mãe, para em<br />
<strong>de</strong>terminado e crucial momento, virmos à<br />
luz com o auxílio <strong>de</strong> um obstetra ou<br />
obstetriz, que nos recebe e proce<strong>de</strong> a <strong>de</strong>s -<br />
co nexão <strong>de</strong> nosso cordão umbilical; mes mo<br />
assim, permanecemos por um bom período<br />
<strong>de</strong> tempo torporosos, <strong>de</strong>sconfor táveis com<br />
nossa nova situação, necessi tan do auxílio<br />
para nossa proteção e alimentação.<br />
No nosso <strong>de</strong>sencarne proce<strong>de</strong>-se o mesmo,<br />
em sentido contrário, pois começamos a<br />
gestar nossa <strong>de</strong>sconexão com a carne num<br />
processo que, <strong>de</strong> maneira geral, é mais<br />
tranqüilo quanto mais longo for, amparados<br />
pelo amor dos que nos aguardam “do<br />
outro lado”, como fez nossa mãe (muitas<br />
vezes é ela mesma que nos gesta <strong>de</strong> volta),<br />
para que, no momento crucial, irmos à luz,<br />
com o auxílio <strong>de</strong> um obstetra ou obstetriz,<br />
que nos recebe e proce<strong>de</strong> a <strong>de</strong>sconexão <strong>de</strong><br />
nosso cordão <strong>de</strong> prata, liberando-nos do<br />
corpo físico, ao que se seguirá um período<br />
<strong>de</strong> torpor, <strong>de</strong>sconfortáveis com nossa nova<br />
situação, necessitando auxílio para nossa<br />
proteção e recuperação.<br />
Nascer e morrer são duas faces da mesma<br />
moeda, dois aspectos <strong>de</strong> um mesmo pro -<br />
ces so, fundamental para nosso <strong>de</strong>sen vol vi -<br />
mento. Sendo assim, ao nascermos<br />
esta mos morrendo para os que nos aguar -<br />
dam no plano espiritual, e ao morrermos<br />
estamos nascendo <strong>de</strong> volta para ele.<br />
Diante <strong>de</strong>sta constatação, lembro-me <strong>de</strong><br />
uma frase atribuída a Confúcio que diz:<br />
“Feliz é aquele que, ao nascer, chora<br />
enquanto todos riem, e ao mo rer, ri<br />
enquanto todos choram”.<br />
* Dr. Décio Iandoli Jr. é Doutor em Medicina pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />
Paulista – Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina (UNIFESP-EPM). Professor titular<br />
da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> “Fisiologia” dos cursos <strong>de</strong> Biologia, Fisioterapia e Farmácia<br />
da Universida<strong>de</strong> Santa Cecília (UNISANTA) e ministra a<br />
disciplina <strong>de</strong> “envelhecimento e espiritualida<strong>de</strong>” no curso <strong>de</strong> Gerontologia<br />
na mesma universida<strong>de</strong>. É o atual presi<strong>de</strong>nte da Associação<br />
Médico-<strong>Espírita</strong> <strong>de</strong> Santos e membro atuante da AME-Brasil e AME-<br />
Internacional, Colaborador do Centro <strong>Espírita</strong> Dr. Luiz Monteiro <strong>de</strong> Barros,<br />
em Santos-SP. Escreveu os livros “Fisiologia Transdimensional”,<br />
“Ser Médico e Ser Humano” , “A Reencarnação como Lei Biológica” e<br />
“Um Homem no Fundo do Espelho”, autor do capítulo intitulado “O<br />
médico diante da morte” no livro “Medicina e Espiritismo”. Apresentador<br />
do programa “Ciência e Espiritualida<strong>de</strong>” pela TV Mundo Maior da<br />
Fundação <strong>Espírita</strong> André Luis, que vai ao ar pela Brasilsat 1 e pela internet<br />
(www.tvmundomaior.com.br ).<br />
e-mail: <strong>de</strong>cio@movimentoespirita.org
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:23 Page 13<br />
Casa <strong>Espírita</strong> Maria <strong>de</strong><br />
Nazareth - 70 anos<br />
Fundada em 27 <strong>de</strong><br />
março <strong>de</strong> 1938, a<br />
Casa <strong>Espírita</strong> Maria<br />
<strong>de</strong> Nazareth, cujo<br />
nome naquela época<br />
era “Centro <strong>Espírita</strong><br />
Seara <strong>de</strong> Jesus <strong>de</strong><br />
Benfica”, teve suas<br />
ativida<strong>de</strong>s iniciadas na<br />
residência do Sr. Carlos<br />
da Horta Pires, que<br />
ficava à margem<br />
direita do rio<br />
Paraibuna. Em reunião presidida pelo Sr.<br />
Luccas Evangelista Drummont, tenente do<br />
exército, compôs-se a primeira diretoria,<br />
transcrita abaixo:<br />
PRESIDENTE<br />
Carlos da Horta Pires<br />
VICE-PRESIDENTE<br />
José Mariano<br />
DIRETOR ESPIRITUAL<br />
Luccas Evangelista Drummont<br />
TESOUREIRO<br />
Octavio <strong>de</strong> Assis<br />
PROCURADOR<br />
José Pereira <strong>de</strong> Souza<br />
SECRETÁRIO<br />
Sebastião Eugênio <strong>de</strong> Oliveira<br />
ZELADORA GERAL<br />
Catharina da Silva<br />
ZELADOR AUXILIAR<br />
Antônio Alves Pires<br />
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA<br />
José Argemiro, Nelson Ramos<br />
Pereira e Joaquim Sobreira<br />
Logo em seguida, criou-se uma<br />
comissão para elaboração do estatuto e<br />
outra <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, aquela formada<br />
pelos senhores Jacyntho Rodrigues da<br />
Costa, Aristi<strong>de</strong>s Souza Torres, Luccas<br />
Evangelista Drummont e Octavio <strong>de</strong><br />
Assis e esta pelos senhores Sebastião <strong>de</strong><br />
Araújo, Olívia da Silva, Maria Tomaz,<br />
Joaquim Sobreira, José Argemiro e José<br />
Pereira <strong>de</strong> Souza.<br />
Ao final da reunião, foi realizado um<br />
agra<strong>de</strong>cimento especial ao irmão<br />
Laurindo Chagas e aos <strong>de</strong>mais<br />
companheiros espirituais por suas<br />
orientações.<br />
Ao fazer 70 anos, <strong>de</strong>dicados à<br />
divulgação da Doutrina dos Espíritos,<br />
po<strong>de</strong>mos colher os frutos do trabalho e<br />
esforço <strong>de</strong>stes valorosos irmãos<br />
espíritas, solicitar aos protetores <strong>de</strong>sta<br />
casa, <strong>de</strong>terminação para que a nova<br />
diretoria possa realizar os projetos<br />
propostos. Finalmente, ao elevarmos<br />
nosso pensamento ao Mestre Jesus,<br />
que nossas preces expressem nossa<br />
admiração e gratidão a estes e muitos<br />
outros, que trabalharam em prol <strong>de</strong>sta<br />
obra <strong>de</strong> divulgação e carida<strong>de</strong>.<br />
Conheça esta Casa<br />
13
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:23 Page 14<br />
Artigo<br />
14<br />
E-mail para Jesus <strong>de</strong> Oliveira<br />
O<br />
De Adail <strong>de</strong> Oliveira – filho <strong>de</strong> Jesus <strong>de</strong> Oliveira, fundador <strong>de</strong> O Médium - para<br />
Kleber Halfeld. Deste para a redação <strong>de</strong> O Médium. E temos, para a alegria dos<br />
leitores, um “E-mail para Jesus <strong>de</strong> Oliveira”, assinado por Delauro <strong>de</strong> Oliveira<br />
Baumgratz,, homenageando-o por ocasião do 75o aniversário da revista.<br />
utrora prestei-lhe homenagem,<br />
incluindo seu nome na galeria dos<br />
pioneiros da imprensa espírita, em nota<br />
em O Verbo <strong>Espírita</strong>, jornal do Abrigo<br />
Jesus – Instituição <strong>Espírita</strong> <strong>de</strong> Promoção<br />
da Criança, <strong>de</strong> Belo Horizonte (Ano VI,<br />
número 31, janeiro/fevereiro-2003),<br />
periódico que, infelizmente, não mais<br />
existe.<br />
Agora, vejo O Médium completar 75<br />
anos. Três quartos <strong>de</strong> um século! Fugaz<br />
instante na eternida<strong>de</strong>, mas uma<br />
eternida<strong>de</strong> na fugacida<strong>de</strong> da<br />
contingência humana.<br />
E novamente me lembro do amigo<br />
cordial <strong>de</strong> meus pais, além <strong>de</strong> parente <strong>de</strong><br />
minha mãe, filha <strong>de</strong> Jerônimo Rodrigues<br />
<strong>de</strong> Oliveira, seu tio. Recordo-me <strong>de</strong> tê-lo<br />
visto pessoalmente mais <strong>de</strong> uma vez, lá<br />
já se vão décadas.<br />
Simples, muito simples, o típico mineiro<br />
típico (repetição por ênfase, tão mineiro<br />
você era), trazendo na alma o arrojo<br />
próprio <strong>de</strong>ssa gente.<br />
Quando os artigos espíritas em O<br />
LYNCE, revista <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s editada<br />
por você, passaram a causar <strong>de</strong>sconforto<br />
entre alguns seguimentos <strong>de</strong> leitores e<br />
estes se empenharam em campanha<br />
negativa, com o objetivo <strong>de</strong> dificultar-lhe<br />
a venda <strong>de</strong> números avulsos, as<br />
assinaturas e os anúncios- que fez você?<br />
Fundou uma revista espírita – esta, O<br />
Médium, cujo 75o aniversário<br />
celebramos.<br />
Isto é que é coragem! É bom recordar<br />
que no passado, os espíritas não<br />
<strong>de</strong>sfrutavam o prestígio <strong>de</strong> hoje,<br />
merecedores até <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>de</strong><br />
instituto oficial <strong>de</strong> estatística, que os<br />
consi<strong>de</strong>ra o grupo religioso <strong>de</strong> mais alta<br />
escolarida<strong>de</strong> no País. Naquele tempo,<br />
bem ao contrário, os Centros <strong>Espírita</strong>s,<br />
para funcionar, tinham que se registrar<br />
na Delegacia <strong>de</strong> Costumes, on<strong>de</strong><br />
também se registravam os bordéis.<br />
E foi esse ambiente hostil que você<br />
<strong>de</strong>safiou.<br />
Muitas as lutas, como as referidas por<br />
seu amigo e também <strong>de</strong> meus pais,<br />
Aleixo Victor Magaldi, <strong>de</strong>stacado espírita<br />
da Zona da Mata mineira, como ele<br />
próprio observou na página “Mais um<br />
aniversário”, <strong>de</strong> 1952, republicado em o<br />
número 627, <strong>de</strong> setembro/outubro <strong>de</strong><br />
2002 (70o aniversário <strong>de</strong> O Médium).<br />
E você venceu: sua revista está viva,<br />
divulgando a Doutrina <strong>Espírita</strong>.<br />
Eis porque, caro confra<strong>de</strong>, lhe envio este<br />
e-mail, ainda por linha discada, tão<br />
precária a zona rural em que vivo, no<br />
entorno <strong>de</strong> Belo Horizonte. Ainda assim,<br />
sei que você o receberá e com ele a<br />
gratidão dos espíritas <strong>de</strong> Lima Duarte,<br />
minha terra natal, <strong>de</strong> <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong> Fora, <strong>de</strong><br />
todo o território das Minas e dos Gerais.<br />
Seja por banda larga, seja por meios<br />
mais avançados à sua disposição na<br />
espiritualida<strong>de</strong>, man<strong>de</strong>-nos a sua<br />
mensagem, pois bem o imaginamos aí,<br />
o operoso trabalhador da seara espírita<br />
cristã, proclamando a mensagem do<br />
amor fraterno por toda parte.
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:23 Page 15<br />
Nuvens que passam... por Lucy Dias Ramos<br />
Neste domingo, as recordações se avolumam em meu coração, numa<br />
tentativa <strong>de</strong> reviver a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outrora, como se isto fosse possível,<br />
quando já a<strong>de</strong>ntramos o inverno da vida e as ilusões se <strong>de</strong>svanecem como<br />
nuvens esparsas no horizonte, vergastadas pelo vento...<br />
O dia amanheceu sombrio e triste. Um nevoeiro intenso recobre a montanha<br />
distante... Há um silêncio profundo em tudo o que me cerca, como se o tempo<br />
parasse e todos dormissem receando acordar, fugindo ao enfrentamento da<br />
realida<strong>de</strong> da vida...<br />
O céu que <strong>de</strong>veria estar plenamente azul neste amanhecer, para festejar o verão <strong>de</strong><br />
luzes e cores, mostra-se encoberto <strong>de</strong> nuvens espessas, como se tentasse escon<strong>de</strong>r a<br />
magia <strong>de</strong>ste tempo, quando todos renovam as esperanças <strong>de</strong> dias melhores...<br />
Dentro <strong>de</strong> mim, os sentimentos se mesclam em nuances <strong>de</strong> tristeza e alegria, como<br />
se eu <strong>de</strong>vesse prosseguir sorrindo, mesmo em horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencanto, consi<strong>de</strong>rando<br />
as luzes da fé que se acen<strong>de</strong>m em meu coração, dissipando todos os pesares.<br />
Em momentos assim, <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong> e tristes lembranças, temos que lutar contra o<br />
<strong>de</strong>sânimo e a <strong>de</strong>sesperança. Encontrar a janela que se abre para a eternida<strong>de</strong> e<br />
vislumbrar o futuro que nos aguarda.<br />
O que nos dá tanta coragem ante a dor e o infortúnio ?<br />
Como superar tantas dificulda<strong>de</strong>s?<br />
On<strong>de</strong> buscar a resistência necessária para prosseguir?<br />
Quando você pensa que já venceu todas as batalhas, já superou todos os<br />
Artigo<br />
15
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:23 Page 16<br />
Artigo<br />
16<br />
obstáculos e terá uma fase <strong>de</strong><br />
paz e tranqüilida<strong>de</strong>, eis que<br />
surgem novos <strong>de</strong>safios, uma<br />
nova tempesta<strong>de</strong> vergastando a<br />
alma, <strong>de</strong>struindo os sonhos e<br />
ensombrando os dias on<strong>de</strong> a<br />
suavida<strong>de</strong> da vida parecia<br />
duradoura...<br />
Novas lutas, dores superlativas e<br />
o coração parece que vai romper<br />
<strong>de</strong>ntro do peito, sem sabermos<br />
se daremos conta <strong>de</strong> tudo.<br />
Nuvens escuras surgem no<br />
horizonte, tentando <strong>de</strong>struir a<br />
esperança e a fé.<br />
Entretanto, no âmago <strong>de</strong> nosso<br />
ser, sabemos que não po<strong>de</strong>mos<br />
sucumbir, nem <strong>de</strong>sistir da luta.<br />
Uma força superior nos leva a<br />
reagir, buscando lá no recôndito<br />
da alma, a luz da fé, daquela<br />
confiança em Deus que tantas<br />
vezes, em situações difíceis nos<br />
socorreu, acreditando<br />
firmemente que po<strong>de</strong>remos,<br />
mais uma vez, vencer este novo<br />
<strong>de</strong>safio, encontrar novas<br />
motivações para prosseguir e<br />
conquistar a serenida<strong>de</strong> íntima,<br />
tão necessária para nos<br />
mantermos em sintonia elevada.<br />
“Se, nas horas <strong>de</strong> provação,<br />
soubéssemos observar o trabalho<br />
interno, a ação misteriosa da dor<br />
em nós, em nosso eu, em nossa<br />
consciência, compreen<strong>de</strong>ríamos<br />
melhor sua obra sublime <strong>de</strong><br />
educação e aperfeiçoamento.<br />
Veríamos que ela fere sempre a<br />
corda sensível. A mão que dirige<br />
o cinzel é a <strong>de</strong> um artista<br />
incomparável, não se cansa <strong>de</strong><br />
trabalhar, enquanto não tem<br />
arredondado, polido, <strong>de</strong>sbastado<br />
as arestas <strong>de</strong> nosso caráter. Para<br />
isso voltará tantas vezes à carga<br />
quantas sejam necessárias (...) Para todos<br />
terá processos diferentes, infinitamente<br />
variados segundo os indivíduos, mas em<br />
todos agirá com eficácia, <strong>de</strong> modo a<br />
provocar ou <strong>de</strong>senvolver a sensibilida<strong>de</strong>,<br />
a <strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za, a bonda<strong>de</strong>, a ternura, a<br />
fazer sair das dilacerações e das lágrimas<br />
alguma qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconhecida que<br />
dormia silenciosa no fundo do ser ou<br />
então uma nobreza nova, adorno da<br />
alma, para sempre adquirida.” (1)<br />
Este pensamento <strong>de</strong> Leon Denis nos leva<br />
a refletir em torno da função educativa<br />
da dor, em nosso processo <strong>de</strong><br />
crescimento espiritual.<br />
Existem fases na vida, <strong>de</strong> tanta<br />
complexida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> tantas dificulda<strong>de</strong>s que<br />
após o enfrentamento das situações mais<br />
angustiantes, ficamos pensando on<strong>de</strong><br />
conseguimos coragem para superá-las,<br />
tanta energia para não sucumbir ante o<br />
látego da dor a nos vergastar a alma<br />
frágil e cansada....Vencida a luta, após a<br />
recomposição das forças, quando os<br />
sentimentos vão se aquietando em<br />
nosso coração, acreditamos que somente<br />
um po<strong>de</strong>r maior esteve presente em<br />
todos os momentos difíceis a nos socorrer<br />
e nos sustentar para que não<br />
sucumbíssemos .<br />
Quando as luzes do Espiritismo abençoou<br />
nossas vidas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância distante,<br />
sabíamos que somente em suas lições<br />
recamadas <strong>de</strong> lógica e consolação<br />
teríamos o suporte para enfrentar as<br />
dores do caminho. Apenas não<br />
imaginávamos que as lutas seriam tão<br />
intensas e que o amparo seria com a<br />
gran<strong>de</strong>za com que tem se realizado em<br />
minha vida.<br />
O po<strong>de</strong>r da fé, a nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
recompor e refazer as coisas, muitas<br />
vezes, <strong>de</strong>struídas pelos embates da luta,<br />
no ressarcimento <strong>de</strong> débitos do passado,<br />
tem nos provado que somente o amor<br />
imensurável <strong>de</strong> Deus, po<strong>de</strong>ria conce<strong>de</strong>r
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:24 Page 17<br />
nos tantas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crescimento.<br />
Quando você sofre o impacto <strong>de</strong> uma perda ou <strong>de</strong> um sofrimento difícil <strong>de</strong> ser<br />
suportado, é preciso dar um tempo, para digerir o que se passa em seu mundo<br />
íntimo. Principalmente quando você ainda não se refez <strong>de</strong> outras perdas e dores<br />
acerbas sofridas, recentemente. A lágrima suaviza nossa alma, se nos resignamos<br />
ante o sofrimento. A fé age em nosso íntimo como a alavanca que nos ergue para<br />
prosseguir cumprindo os <strong>de</strong>veres do dia a dia e o amor ilumina nossa alma para<br />
dar continuida<strong>de</strong> aos i<strong>de</strong>ais, visando nosso futuro espiritual.<br />
Seria insensatez nos vangloriarmos pelo que temos enfrentado como parte <strong>de</strong><br />
nossa programação <strong>de</strong> vida. Outros irmãos nossos passam ou já passaram por<br />
situações mais difíceis, sem os recursos que temos, sem a fé que ilumina nosso ser.<br />
Entretanto, é justo consi<strong>de</strong>rar que sem o apoio do plano espiritual superior que nos<br />
ajuda e consola nos momentos <strong>de</strong> sofrimento, teríamos fracassado. Na medida em<br />
que somos abençoados pelo conhecimento espírita e pelas luzes do evangelho <strong>de</strong><br />
Jesus, temos condições <strong>de</strong> superar os obstáculos do caminho com possibilida<strong>de</strong>s<br />
maiores <strong>de</strong> vencer e ressarcir nossas dívidas pretéritas.<br />
Quando iniciei nossa conversa, querido leitor, o céu estava triste e cinzento,<br />
recoberto <strong>de</strong> nuvens pesadas...Agora, uma réstia <strong>de</strong> luz já ameaça romper as<br />
brumas <strong>de</strong>ste alvorecer... Começo a vislumbrar o azul esmaecido entre as nuvens<br />
que se movimentam. A montanha no horizonte já recebe os raios do sol, dando<br />
luminosida<strong>de</strong> às árvores ver<strong>de</strong>jantes que a recobrem. Há prenúncios <strong>de</strong> um dia<br />
radioso iluminado pelo calor da vida que se esplen<strong>de</strong> em bênçãos <strong>de</strong> paz e<br />
renovadas esperanças, como a nos mostrar que nós também po<strong>de</strong>mos encontrar<br />
em nosso caminho, entremeando as sombras que se esten<strong>de</strong>m, por vezes, sobre<br />
nós, as luzes da esperança e do amor !<br />
Bibliografia<br />
1- DENIS, Leon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 26a. ed. FEB: Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />
RJ. 3a. parte. P. 379.<br />
Artigo<br />
17
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:24 Page 18<br />
Pequenas e importantes<br />
18<br />
Ano <strong>de</strong> comemoração<br />
Centro <strong>Espírita</strong> Anjo Gabriel , situado na Travessa dos Expedicio nários, no O<br />
26,<br />
no centro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Muriaé, está completando 60 anos da inauguração <strong>de</strong><br />
sua se<strong>de</strong> própria. O mês <strong>de</strong> março marca o início das comemorações, que<br />
prosseguirão no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> todo ano <strong>de</strong> 2008, para as quais todos estão convidados.<br />
Visite o site: http://ceag60.vilabol.uol.com.br/<br />
Árvores <strong>de</strong> Kar<strong>de</strong>c<br />
No dia 18 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>ste 2008, as “Árvores <strong>de</strong><br />
Kar<strong>de</strong>c” completaram seu 1 o ano. Situadas na Av.<br />
Engenheiro Gentil Forn, foram plantadas pelo<br />
<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Comunicação Social <strong>Espírita</strong> da<br />
AME-JF, em homenagem aos 150 anos do<br />
lançamento <strong>de</strong> “O Livro dos Espíritos”. Eram 150,<br />
hoje são apenas 80. As outras? Foram roubadas. A<br />
placa que marcou a data foi toda <strong>de</strong>struída,<br />
juntamente com pe<strong>de</strong>stal <strong>de</strong> pedras brutas que a<br />
sustentava. O esquema <strong>de</strong> replantio já começou. As<br />
80 que estão lá fazem parte <strong>de</strong>ste replantio. Estão fortes e bonitas. O pe<strong>de</strong>stal<br />
reformado e a nova placa já estão em seus lugares. Em breve, as 150 árvores também<br />
estarão. Kar<strong>de</strong>c continua incomodando...<br />
Aconteceu<br />
No dia 10 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2008, às<br />
16h, foi inaugurado o salão Allan<br />
Kar<strong>de</strong>c, da Socieda<strong>de</strong> <strong>Espírita</strong><br />
Joanna <strong>de</strong> Angelis, em <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong> Fora,<br />
com espaço para que 200 pessoas<br />
se sentem confortavel mente. Foi<br />
uma festa. Muitos amigos - até <strong>de</strong><br />
outras cida<strong>de</strong>s - e freqüentadores da<br />
entida<strong>de</strong>, que foi fundada há 22<br />
anos por Suely Caldas Schubert, se<br />
fizeram presentes e foram brindados<br />
com palestra <strong>de</strong> Divaldo Franco,<br />
amigo da casa. O Espiritismo<br />
cresce...<br />
Aconteceu II<br />
Neste abril, <strong>de</strong> 3 a 6, realizou-se no Minas<br />
Centro em Belo Horizonte, o IV Congresso<br />
<strong>Espírita</strong> Mineiro, <strong>de</strong>sta vez também<br />
comemorando os 100 anos da União <strong>Espírita</strong><br />
Mineira (UEM). Foi um verda<strong>de</strong>iro espetáculo<br />
<strong>de</strong> confraternização, em que apenas 4<br />
Fe<strong>de</strong>rativas do Brasil não se fizeram presentes.<br />
Foram inscritas 1637 pessoas, que se<br />
encantaram com o tema Amor e Educação,<br />
sentindo-se nutridos pelo alto nível <strong>de</strong><br />
conhecimento dos expositores, quase todos<br />
mineiros... Como uma das poucas exceções<br />
estava Divaldo Franco, que fez o<br />
encerramento do Congresso.<br />
Assine a revista O Médium<br />
Em função do acontecido<br />
com as Árvores <strong>de</strong> Kar<strong>de</strong>c, a<br />
trovadora Heloísa Zanconato,<br />
conhecida e premiada<br />
nacionalmente, escreveu:<br />
"Se o amor à fé se mistura,<br />
A Mão <strong>de</strong> Deus, com certeza,<br />
Planta em cada criatura<br />
O respeito a Natureza!"<br />
Entre na corrente <strong>de</strong> divulgadores da Doutrina <strong>Espírita</strong>! Aju<strong>de</strong>-nos a fazer O Médium<br />
cada vez melhor. Para tanto, faça a sua assinatura ou presenteie um amigo com ela.<br />
Você tem alguma sugestão a fazer? Tem alguma experiência para nos contar? Fale<br />
conosco: ame@amejf.org ou Revista O Médium, Rua Espírito Santo,650- Ed. Allan<br />
Kar<strong>de</strong>c- Cep-36010-040- <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong> Fora - MG. Em sua mensagem cite o seu número <strong>de</strong><br />
inscrição que está na etiqueta com seu nome.<br />
Para assinar O Médium, ligue (32) 3212-5418. Assinatura anual: R$ 25,00. Remessa <strong>de</strong> valores (por<br />
cheque nominal ou Vale-postal) para <strong>Aliança</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>Espírita</strong> <strong>de</strong> <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong> Fora - O Médium
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:24 Page 19<br />
As vantagens <strong>de</strong> uma<br />
mente aberta<br />
C<br />
por Carlos Abranches<br />
ada vez mais, vejo que os paradigmas da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> funcionam<br />
perfeitamente <strong>de</strong>ntro da dinâmica da realida<strong>de</strong> espiritual.<br />
No mundo competitivo, os valores que mais <strong>de</strong>finem o profissional<br />
competente são flexibilida<strong>de</strong>, comunicação eficaz, domínio da tecnologia,<br />
sociabilida<strong>de</strong> e espírito <strong>de</strong> inovação.<br />
Assim também no movimento dos espíritas. Cada vez mais, percebo o<br />
sucesso das pessoas <strong>de</strong> mente aberta, dispostas a ouvir novas idéias,<br />
sabendo, ao mesmo tempo, preservar os fundamentos essenciais da<br />
codificação kar<strong>de</strong>quiana.<br />
Mente fechada é sinônimo <strong>de</strong><br />
personalida<strong>de</strong> estática. Mente aberta é<br />
sinal <strong>de</strong> vitalida<strong>de</strong> intelectual, <strong>de</strong><br />
capacida<strong>de</strong> para aproveitar as oportuni -<br />
d a <strong>de</strong>s que o avanço do tempo oferece.<br />
Cabeças adversas a formas renovadas<br />
<strong>de</strong> enxergar as coisas costumam<br />
cristalizar as opiniões em estruturas<br />
rígidas <strong>de</strong> pensamento.<br />
Pessoas abertas conseguem enten<strong>de</strong>r<br />
que existe um fluxo contínuo entre a<br />
vida interior e a exterior, e que a<br />
primeira regra da autoconfiança é saber<br />
que aquilo que a mente do homem<br />
possa conceber, ela po<strong>de</strong> realizar.<br />
Por que falo <strong>de</strong> abertura no falar, no<br />
sentir e no pensar? Porque a postura <strong>de</strong><br />
permanecer aberto exige fé raciocinada<br />
(vou "apren<strong>de</strong>r" a acreditar, para crer<br />
com convicção e maturida<strong>de</strong>),<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superar os limites<br />
impostos por preconceitos e<br />
superstições (minhas <strong>de</strong>cisões serão<br />
tomadas com base na lógica e no bom<br />
senso) e sensibilida<strong>de</strong> para escutar a<br />
vida que vibra em todo o meu redor<br />
(apren<strong>de</strong>rei a ouvir os outros, a<br />
apren<strong>de</strong>r com as pessoas e as<br />
circunstâncias).<br />
Artigo<br />
19
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:24 Page 20<br />
Artigo<br />
20<br />
Vale nesse contexto a metáfora da enxada nova que, <strong>de</strong>ixada <strong>de</strong> lado<br />
nos fundos da oficina, enferruja tanto quanto a peça velha, abandonada<br />
por já ter dado o que tinha para oferecer. Mesmo forjada para o<br />
serviço, se não for levada para a lida, fatalmente vai sofrer a ação do<br />
tempo, que corrói as entranhas da ociosida<strong>de</strong>, retirando-lhes a<br />
vitalida<strong>de</strong>.<br />
Mente disposta a arejar opiniões arraigadas é aquela que revê posturas<br />
antigas com base em reflexões pertinentes à maturida<strong>de</strong>; que saco<strong>de</strong><br />
idéias cristalizadas, tendo a coragem <strong>de</strong> reavaliá-las com base nas novas<br />
contribuições que os conteúdos doutrinários têm trazido, com autores<br />
sérios, comprometidos com o equilíbrio e com uma visão segura dos<br />
postulados da codificação kar<strong>de</strong>quiana.<br />
Para nós, que enxergamos a vida sob a lente espírita, temos no farol<br />
doutrinário uma dinâmica fonte <strong>de</strong> luz para compreen<strong>de</strong>r a realida<strong>de</strong><br />
em que vivemos. Sob esse aspecto, a obra <strong>de</strong> Kar<strong>de</strong>c é a base segura<br />
para estabelecermos os parâmetros <strong>de</strong> compreensão do que precisa ou<br />
não ser mudado. É nessa estrutura conceitual que fincamos nossas<br />
convicções, para alterar o resto que for preciso, com base na orientação<br />
do Codificador, <strong>de</strong> rea<strong>de</strong>quar os paradigmas, caso a ciência venha<br />
propô-los sob novas configurações.<br />
Interessante seria<br />
reavaliar nossa postura,<br />
diante do que tem<br />
surgido <strong>de</strong> novo em todas<br />
as áreas do<br />
conhecimento. A<br />
pergunta é: nossa zona<br />
<strong>de</strong> conforto nos mantém<br />
ferrenhamente agarrados<br />
à maneira antiga <strong>de</strong><br />
compreen<strong>de</strong>r as coisas ou<br />
já estamos predispostos a<br />
reconsi<strong>de</strong>rar certas<br />
opiniões, com base em<br />
novas leituras, novas<br />
realida<strong>de</strong>s e novos<br />
contextos, que nos<br />
exigem crescimento<br />
pessoal e mudanças<br />
inevitáveis?<br />
Pensemos nisso, para<br />
mudar o que for<br />
necessário, em favor <strong>de</strong><br />
nossa própria evolução.
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<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:24 Page 22<br />
Artigo<br />
22<br />
Senso artístico espírita<br />
A abordagem <strong>de</strong>ste tema é<br />
necessária em função das<br />
interpretações equivocadas que<br />
observamos no Movimento <strong>Espírita</strong> atual.<br />
Antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvermos um assunto,<br />
seja qual for a área, é necessário o<br />
estudo do mesmo. Contudo, o que<br />
observamos tangencia o contrário.<br />
Trabalhadores <strong>Espírita</strong>s têm abordado e<br />
divulgado a Arte <strong>Espírita</strong> sem o <strong>de</strong>vido<br />
preparo/respaldo doutrinário,<br />
propagando <strong>de</strong> forma alienada a<br />
mensagem <strong>Espírita</strong> codificada por Kar<strong>de</strong>c.<br />
Mesmo que bem intencionados, têm<br />
gerado psicosferas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio em<br />
ambientes on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria estabelecer-se a<br />
serenida<strong>de</strong>.<br />
Meus irmãos, entendamos a Arte como<br />
um meio facilitador da elevação espiritual.<br />
Segundo Léon Denis, “o mérito artístico e<br />
literário, as qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um belo estilo<br />
consistem em provocar o pensamento, as<br />
reflexões do leitor ou expectador, em<br />
criar-lhes uma atmosfera mental para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento, para o enriquecimento<br />
<strong>de</strong> suas faculda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> suas forças<br />
morais”.<br />
A Arte <strong>Espírita</strong> consiste nisso: em tornar<br />
acessível ao homem, a nobreza<br />
doutrinária inserida no belo. Proporcionar<br />
a reflexão é nobre, mas ainda mais nobre<br />
é elevar a alma às alturas através <strong>de</strong>ssa<br />
reflexão; além disso, a Arte <strong>Espírita</strong> dá ao<br />
1- Livro: O Espiritismo na Arte, p. 38. Léon Denis.<br />
por Cláudio Pellini<br />
prof.pellini@yahoo.com.br<br />
“O pensamento e a intenção divinos sendo o bem,<br />
o belo é sua manifestação.”<br />
(Léon Denis) 1<br />
pensamento uma vigorosa força,<br />
permite-nos os sonhos e os vôos da<br />
imaginação.<br />
Parafraseando Léon Denis, as obras<br />
realmente belas e fortes tornaram-se<br />
raras entre nós, quer nas letras, quer na<br />
música, quer até mesmo no teatro. Este<br />
último po<strong>de</strong>ria ser um po<strong>de</strong>roso meio <strong>de</strong><br />
educação intelecto-moral, pela elevação<br />
dos pensamentos, dos sentimentos, pelos<br />
nobres exemplos interpretados diante do<br />
público. O teatro é o movimento das<br />
idéias... E a música, que <strong>de</strong>veria ser a<br />
poesia em movimento, aparece-nos hoje<br />
sob forma ru<strong>de</strong>, uma soma <strong>de</strong> letras<br />
pesadas, ritmos alucinantes e batucadas<br />
grosseiras sem a menor preocupação da<br />
elevação da alma através <strong>de</strong> uma<br />
melodia sublime. O estudo da Doutrina<br />
<strong>Espírita</strong> neste assunto revela-nos como<br />
Mozart e Beethoven2 (Espíritos <strong>de</strong> Escol)<br />
assumiam seu processo <strong>de</strong> inspiração<br />
para comporem suas sinfonias. Segundo<br />
Mozart, “a música é uma das entradas<br />
espirituais nas esferas superiores da<br />
inteligência”. Ambos afirmam a<br />
necessida<strong>de</strong> do silêncio ou da meditação<br />
para que o processo seja sublime.<br />
Perguntamos, então, como po<strong>de</strong>mos<br />
conceber, <strong>de</strong>ntro do Movimento <strong>Espírita</strong>,<br />
a música repleta <strong>de</strong> ritmos e sons<br />
<strong>de</strong>sagregadores? Se temos o exemplo<br />
<strong>de</strong>stes Espíritos nobres, por que não<br />
segui-los?
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:25 Page 23<br />
O Livro dos Espíritos3 nos ensina que a Ciência e o progresso intelectual na Terra caminham<br />
por si só e sempre, diferente do progresso moral, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do esforço individual. Para<br />
aqueles que estudam a arte, é fácil observar a qualida<strong>de</strong> tecnológica e os recursos que a<br />
música utiliza. É a Ciência na arte! Efeitos especiais como equalizações, echos, chorus,<br />
reverberações etc, enriquecem os sons dos instrumentos e a voz dos cantores, que muitas<br />
vezes escon<strong>de</strong>m sua incapacida<strong>de</strong> artística por trás da tecnologia. Hoje em dia, até mesmo<br />
os instrumentos <strong>de</strong> ritmo po<strong>de</strong>m e precisam ser “afinados”! É a fatalida<strong>de</strong> do progresso<br />
apresentando-se em pequenos <strong>de</strong>talhes. Então, baseados nestas idéias, atrevemo-nos a<br />
sonhar: a sonhar com o dia no qual os sons rítmicos <strong>de</strong>ixarão <strong>de</strong> sê-los e se tornarão notas<br />
musicais compondo melodias <strong>de</strong> elevação espiritual.<br />
Lamentavelmente, observamos hoje o aviltamento da arte, como também o mau uso da<br />
Ciência. Parece-nos que <strong>de</strong>terminados indivíduos são atraídos pelo que é tóxico. É a escória<br />
doentia ridicularizando o i<strong>de</strong>al sublime, o fruto enfermiço <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> perdida pelo<br />
atrativo do prazer fútil e vulgar. A arte é usada para excitar os sentidos, para valorizar paixões,<br />
e tem sido ferramenta da ignorância daqueles que não compreen<strong>de</strong>m o verda<strong>de</strong>iro<br />
sentido <strong>de</strong> vida.<br />
Viktor E. Frankl, médico psiquiatra<br />
austríaco contemporâneo <strong>de</strong><br />
Freud, afirmava que a falta do<br />
sentido <strong>de</strong> vida é a única coisa<br />
que alma humana não po<strong>de</strong><br />
suportar. Ao contrário <strong>de</strong> Freud,<br />
que assegurava que o homem sob<br />
pressão se <strong>de</strong>spia das “cascas<br />
espirituais”, tornando-se um “id”<br />
impulsivo, Frankl dizia que, muito<br />
mais do que ter impulsos, o homem<br />
é um ser dotado <strong>de</strong> um po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> ir<br />
além <strong>de</strong> seus interesses vitais, em<br />
busca do sentido, rompendo a<br />
barreira do egoísmo biológico. O<br />
homem po<strong>de</strong> auto-transcen<strong>de</strong>r e<br />
encontrar uma justificativa moral para<br />
sua existência.<br />
Perguntamos, então, se não será possível<br />
utilizarmos a Arte <strong>Espírita</strong> para auxílio<br />
nessa busca <strong>de</strong> sentido? Acreditamos que<br />
sim, mas é comum notar a insistência <strong>de</strong><br />
indivíduos, sem qualquer noção do belo,<br />
em divulgar como Arte <strong>Espírita</strong>, trabalhos <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong><br />
qualquer conteúdo moral ou qualquer intenção<br />
evangelizadora. É ainda mais comum percebermos estes<br />
irmãos <strong>de</strong>terminados a trazer para <strong>de</strong>ntro do Evangelho e<br />
da Doutrina <strong>Espírita</strong>, as “coisas mundanas”, seja na<br />
imagem, na letra ou na música perturbadoras.<br />
2- Livro: O Espiritismo na Arte, p. 26. Léon Denis.<br />
3- Pergunta 785. Da Lei do Progresso – Vi<strong>de</strong> todo o capítulo.<br />
Segundo Mozart, a música é<br />
uma das entradas espirituais<br />
nas esferas superiores da<br />
inteligência<br />
Artigo<br />
23
<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:26 Page 24<br />
Artigo<br />
24<br />
Infelizmente, ainda não somos uma socieda<strong>de</strong> intelectualizada e<br />
sensibilizada o suficiente para separar o “joio do trigo”.<br />
Expectadores ingenuamente aplau<strong>de</strong>m, por vezes <strong>de</strong> pé, obras<br />
artísticas chulas, que transcen<strong>de</strong>m o ridículo, muitas vezes porque<br />
foram <strong>de</strong>spertados pela gargalhada sem sentido, oriundas <strong>de</strong><br />
imagens extravagantes (on<strong>de</strong> os espíritos se consomem e se<br />
vampirizam) sem o menor cunho evangélico-educacional.<br />
Caro leitor, nossa <strong>de</strong>cepção já não se comporta em silêncio e, por<br />
isso, é necessário o alerta. Precisamos <strong>de</strong>volver à arte sua<br />
dignida<strong>de</strong> e não apoiar autores corrompidos e incompetentes.<br />
Que tenhamos cuidado nas escolhas que fazemos. Aprimoremos<br />
nosso senso artístico, ou seja, que compreendamos o bom e o<br />
belo enquanto ainda temos oportunida<strong>de</strong> nesta existência, pois<br />
sábio é aquele que sabe o que fazer com o tempo que <strong>de</strong>sfruta.<br />
Reafirmando Denis, a lei eterna do universo, objetivo sublime da<br />
criação, é a fusão do bem com o belo. Esses dois princípios são<br />
inseparáveis, inspiram toda obra divina e constituem a base<br />
essencial das harmonias do Cosmos.<br />
Muita paz e fé no Cristo.
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<strong>omedium</strong>_<strong>02abril</strong>:<strong>Layout</strong> 1 23/4/2008 10:27 Page 26<br />
Último Ato<br />
26<br />
Espiritismo no<br />
Primeiro Mundo<br />
A<br />
jovem Claudia Schwab,<br />
estudante <strong>de</strong> Economia,<br />
Ciências Sociais e Línguas<br />
Aplicadas da Universität Passau,<br />
cida<strong>de</strong> do estado da Baviera, na<br />
Alemanha, esteve por um ano<br />
estudando na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />
<strong>Juiz</strong> <strong>de</strong> Fora, conveniada com aquela<br />
Universida<strong>de</strong> alemã. Segundo suas<br />
próprias palavras, ainda no país <strong>de</strong><br />
origem, Cláudia participou <strong>de</strong> uma<br />
matéria/seminário <strong>de</strong> sociologia sobre<br />
movimentos religiosos no Brasil<br />
mo<strong>de</strong>rno, quando se encantou com o<br />
Espiritismo, chegando a fazer uma<br />
palestra sobre o aspecto geral <strong>de</strong>sta<br />
Doutrina.<br />
Em <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong> Fora, impressionou-se com<br />
a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espíritas,<br />
especialmente <strong>de</strong> jovens, que<br />
encontrou na faculda<strong>de</strong>. Achou<br />
interessantíssimos os projetos<br />
“Árvores <strong>de</strong> Kar<strong>de</strong>c”, “Fórum<br />
<strong>Espírita</strong>”, bem como os programas<br />
“Opinião <strong>Espírita</strong>” veiculados por<br />
rádio e TV, dos quais se tornou assídua<br />
espectadora, não lhes compreen<strong>de</strong>ndo<br />
o término. Foi por causa <strong>de</strong>stes<br />
projetos que ela entrevistou Nara<br />
Coelho como parte <strong>de</strong> várias outras<br />
entrevistas com espíritas, a fim <strong>de</strong><br />
elaborar seu trabalho <strong>de</strong> término <strong>de</strong><br />
curso na Alemanha e que se intitula<br />
“A importância do Espiritismo na vida<br />
cotidiana – uma pesquisa <strong>de</strong>ntro da<br />
comunida<strong>de</strong> espírita <strong>de</strong> <strong>Juiz</strong> <strong>de</strong> Fora”.<br />
O que impressionou Nara Coelho foi o<br />
nível das perguntas. Inteligentes e<br />
profundas, atestando o alto nível <strong>de</strong><br />
conhecimento <strong>de</strong> Espiritismo<br />
Cláudia se<br />
impressionou com<br />
o número <strong>de</strong><br />
jovens espíritas em<br />
<strong>Juiz</strong> <strong>de</strong> Fora<br />
<strong>de</strong>monstrado por Cláudia Schwab,<br />
bem como seu entendimento e sua<br />
percepção da consciência cidadã<br />
dos espíritas. Mais interessante,<br />
ainda, foi observar que os países do<br />
Primeiro Mundo não têm<br />
preconceito em trazer o Espiritismo<br />
para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas Universida<strong>de</strong>s,<br />
como é o caso da matéria Medicina<br />
e Espiritualida<strong>de</strong>, que tem levado<br />
gran<strong>de</strong>s médicos espíritas para<br />
expor os princípios espíritas lá fora.<br />
E o estudam a fundo, permitindo,<br />
assim, que seus preceitos valorosos<br />
beneficiem a todos, indistintamente.
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